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EUA - O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) voltou a aumentar nesta quarta-feira, 26, a taxa de referência para os juros no país (a Fed Fund Rate), que está agora em seu maior patamar em 22 anos. A taxa foi reajustada em 0,25 ponto porcentual, e passou a variar entre 5,25% e 5,5% ao ano.

O aumento já era esperado pelo mercado, e muito analistas previam, até antes da reunião, que este pudesse ser a última alta do atual ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos – que começou em março de 2022, quando os juros estavam em 0,25%. Desde então, foram 11 altas da taxa referencial.

No comunicado divulgado pelo colegiado, porém, o Fed afirma que a atividade econômica vem crescendo em um ritmo “moderado”. O termo chamou a atenção de analistas, já que na reunião de junho (que terminou sem aumento de juros) a palavra empregada foi “ritmo modesto”. O Fed ressaltou ainda que a alta de preços e a expansão de vagas de trabalho seguem em patamar elevado. Em junho do ano passado, a inflação ao consumidor no país chegou a 9,1% no acumulado de 12 meses. Hoje, está em 2,6%, ante uma meta contínua de 2%.

 

Powell

Em entrevista coletiva, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que a instituição está preparada para apertar mais a política monetária caso seja necessário. Ele se recusou, porém, a falar de forma mais explícita sobre os próximos passos dos juros no país, sob a justificativa de que existe um nível elevado de incertezas.

Segundo ele, ainda há “um caminho pela frente” no processo de desinflação, apesar de progressos recentes. Powell acrescentou que a decisão de adotar um ritmo “mais gradual” de aperto não significa que os juros serão elevados a cada duas reuniões. “Nós podemos ser mais pacientes.”

Refletindo as dúvidas que ainda existem sobre a variação dos juros, os índices de referência da Bolsa de Nova York não sustentaram a onda de recuperação ensaiada ainda no meio da tarde. Enquanto o Dow Jones fechou o dia com avanço de 0,23%, o S&P e o Nasdaq recuaram 0,02% e 0,12%, respectivamente. “Ficou bem claro o sinal de que o Fed continuará a acompanhar os dados e os efeitos do aperto monetário para entregar a meta de inflação de 2%”, disse João Piccioni, analista da Empiricus Research.

Os investidores no Brasil também mantiveram uma postura de cautela, mesmo depois de a agência de risco Fitch elevar o rating do País. A B3 fechou em alta de 0,45%, aos 122,5 mil pontos – maior patamar desde 9 de agosto de 2021. Já o dólar registrou nova queda em relação ao real. A moeda americana recuou 0,46%, vendida a R$ 4,72. É o menor patamar desde 20 de abril de 2022. Segundo operadores, parte do movimento refletiu a melhora do rating do País, que pode abrir caminho para o ingresso de novos investimentos estrangeiros.

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

ISTOÉ

INGLATERRA - Apostas na trajetória da taxa básica de juros do Banco da Inglaterra subiram para o nível mais alto em 25 anos, já que os operadores questionam a capacidade das autoridades de domar a inflação sem prejudicar a economia do Reino Unido.

Os mercados monetários agora precificam em 100% uma taxa terminal acima de 6,5% até março, de acordo com os swaps de taxas de juros atrelados às datas das reuniões de política monetária. Esse patamar seria o mais alto desde 1998 e se compara com apostas em um pico de 5% apenas alguns meses atrás.

Elevar os juros a esse nível agravaria o problema das hipotecas a ser administrado pelo BOE, tornando o crédito para empresas menos acessível, além de representar um duro golpe em uma economia que está em crise desde a pandemia. Esse cenário aumentaria as dificuldades enfrentadas pelo governo do primeiro-ministro Rishi Sunak antes de eleições amplamente esperadas para o ano que vem.

“Quanto mais os rendimentos sobem, mais assustam os compradores, porque ninguém quer pegar uma faca caindo”, disse Rishi Mishra, analista da Futures First Canada. “Se fosse apenas sobre os níveis, estes são níveis bons o suficiente para os compradores entrarem.”

O BOE entregou 13 aumentos sucessivos de juros desde o final de 2021, incluindo uma alta inesperada de 0,5 ponto percentual no mês passado. Mas a inflação do Reino Unido, em 8,7%, tem superado as estimativas há quatro meses consecutivos e ainda permanece muito acima da meta de 2% do BOE.

Em comentários nesta quinta-feira, o presidente do BOE, Andrew Bailey, disse que a inflação ainda está “muito alta” e apontou para indícios da chamada “ganância”, embora tenha sugerido que o ritmo de ganhos dos preços deve cair acentuadamente este ano.

 

Sinal de esperança

Também há sinais de esperança: uma pesquisa do BOE com diretores financeiros mostrou que as expectativas de ganhos de preços diminuíram em junho. A taxa observada nos próximos 12 meses caiu para 5,7% em junho frente a 5,9% em maio. O número mensal de 4,9% para junho foi o ritmo mais fraco previsto desde fevereiro do ano passado, quando a Rússia invadiu a Ucrânia e elevou os preços da energia.

Por enquanto, o aperto da política monetária se reflete na economia.

Taxas mais altas elevam o custo do serviço da dívida do governo do Reino Unido e limita a capacidade do governo de Sunak de oferecer os cortes de impostos que deseja prometer aos eleitores a tempo para a eleição. Na quarta-feira, o Escritório de Gestão da Dívida do Reino Unido vendeu um gilt com o maior rendimento médio desde 2007.

Também é provável que acentue a crise do custo de vida dos consumidores, a pior em gerações.

Allan Monks, economista do JPMorgan Chase, disse que existe o risco de o BOE ter que elevar as taxas de juros para até 7%, provocando um “pouso forçado” na economia. A Schroders também espera que as autoridades priorizem a inflação em detrimento do crescimento ao subir a taxa bancária para 6,5%.

Com “a falta de ‘guidance’ para a taxa básica do BOE e a incerteza em relação à trajetória da inflação”, traders não estão dispostos a apostar contra o aumento das taxas, de acordo com Evelyne Gomez-Liechti, estrategista de juros do Mizuho International.

 

 

--Com a colaboração de Reed Landberg e Andrew Atkinson.

bloomberg.com

ISTAMBUL - Olhar os cardápios de Istambul salvos no Google Maps é ver o passado. Há um ano, no restaurante House of Medusa, um prato com dois espetos de frango custava 115 liras turcas. Em janeiro, saía por 320. No começo deste mês, o preço era de 430 liras (R$ 87).

A economia turca vive um cenário conturbado desde 2021, marcado pela alta da inflação e pela queda do valor da lira. Para combater o problema, o presidente Recep Erdogan apostou em reduzir os juros, em vez de aumentá-los, como recomenda o receituário padrão dos economistas para domar a alta de preços.

Com juros mais altos, fica mais difícil financiar compras e obter empréstimos, o que acaba esfriando a economia e, consequentemente, contendo a alta de preços. O efeito colateral é que junto podem vir recessão e desemprego.

A inflação na Turquia ganhou tração há dois anos, justamente depois que o governo começou a baixar a taxa de juros em um momento em que os preços estavam em leve alta.

Em agosto de 2021, quando começou a baixa nos juros, a inflação estava na casa de 20%, considerando o acumulado de 12 meses. Um ano depois, em agosto de 2022, o indicador estava em 80%.

Mesmo assim, o governo Erdogan manteve a queda dos juros, que eram de 19% ao ano em agosto de 2021 e hoje está em 8,5%.

A inflação teve queda nos primeiros meses deste ano, e atualmente está na casa dos 40% anuais. A diminuição coincidiu com o período eleitoral. No fim de maio, Erdogan foi reeleito para mais um mandato, de cinco anos.

Uma das táticas para melhorar os números da economia no período foi vender reservas em moeda estrangeira para estabilizar o valor da lira, na faixa de um dólar para 20 liras.

No entanto, dias após o pleito, veio a desvalorização: a lira caiu para a faixa de 23 por dólar, um recorde negativo histórico.

Neste começo de novo mandato, iniciado em junho, o presidente fez mudanças no comando do Ministério das Finanças e no Banco Central: trouxe nomes com experiência em bancos estrangeiros, para tentar recuperar a credibilidade internacional, mas segue com mensagem dúbia.

"Nossos amigos não devem se enganar, como perguntar 'nosso presidente fará uma mudança séria na política de juros?'", disse Erdogan a jornalistas, na sexta (16).

"Mas, aceitamos que ele [ministro das Finanças] tomará medidas rapidamente, e de forma confortável com o banco central", acrescentou o presidente. O mandatário disse que a meta é trazer a inflação para taxas anuais de um dígito, algo não visto no país desde 2019.

As falas de Erdogan foram entendidas como um sinal de que o BC turco poderá subir os juros em sua próxima reunião mensal, na quinta (22).

Analistas apontam, no entanto, que o governo turco precisará de gestos mais firmes para recuperar a confiança estrangeira e voltar a atrair investimentos. Entre as críticas, estão a de que o governo fez muitas mudanças bruscas na condução econômica e na política nos últimos anos, o que gera temores de novas reviravoltas.

Em 2017, após um referendo, Erdogan teve seus poderes ampliados, inclusive para mudar regras comerciais e tributárias de forma unilateral. Houve também cerceamento da independência da Justiça.

Há dois anos, por exemplo, a Turquia deixou a Convenção de Istambul, um tratado contra a violência de gênero. "Isso sinalizou aos mercados internacionais que qualquer tratado pode ser anulado por decreto presidencial", disse Mehmet Gun, líder da ONG turca Better Justice Association, à agência Reuters.

"Há mais de uma década há uma captura do banco central pelo Executivo. Em muitos aspectos, é o presidente que define a política monetária", avalia Lívio Ribeiro, sócio da consultoria BRCG e pesquisador associado do FGV Ibre.

"Não é que eles estão combatendo a inflação com juros baixos. Eles não estão combatendo a inflação. Ponto. Eles tentam acomodar pressões inflacionárias para não fazer o que tem que ser feito", prossegue.

"Os preços das commodities, em especial o petróleo, subiram muito e isso afetou diretamente a inflação na Turquia. Não foi o único fator, mas foi importante. Foi um choque de oferta, e a taxa de juros não costuma produzir efeito sobre este tipo de inflação", pondera Pedro Raffy, professor de economia do Mackenzie.

Ribeiro aponta que a combinação de inflação alta e desvalorização da moeda acaba comprometendo as exportações. "Em termos reais, [neste cenário] a moeda possivelmente está se apreciando, o que significa que a competitividade externa do país está diminuindo. A inflação come o poder de compra da moeda e o poder de compatibilidade gerado pela depreciação da moeda. Anda-se em círculos."

Na última década, a lira perdeu 90% de seu valor frente ao dólar, sendo a maior parte disso nos últimos anos. No dia a dia, isso se reflete em mais inflação, especialmente em produtos importados, como a gasolina. O preço do litro nos postos era de 22 liras, cerca de um dólar, no começo de junho. "Era 18 liras há 15 dias", comenta Demir, morador de Istambul que pediu para ter o nome trocado, por ser crítico de Erdogan.

Apesar da inflação da gasolina, Istambul segue vibrante, com trânsito pesado em boa parte do dia. Muita gente sai para fazer compras nas ruas e shoppings e para se divertir em bares e restaurantes.

As taxas de juros mais baixas facilitam a obtenção de crédito, mas a inflação derrete o poder de compra. "Hoje é muito difícil comprar o primeiro carro. Geralmente só consegue um carro novo quem tem outro para dar como garantia ou pagamento", explica Demir.

"A situação da Turquia mostra muita semelhança com o que já aconteceu no Brasil e em outras economias emergentes. Há populismo por parte do governo, preocupação excessiva com o curto prazo, de não se desgastar com o aumento da taxa de juros e o corte dos gastos do governo. Mas, em algum momento isso vai se refletir em um custo maior para a sociedade", comenta Raffy, do Mackenzie.

 

 

por RAFAEL BALAGO / FOLHA de S.PAULO

BUENOS AIRES - O governo da Argentina anunciou um pacote de medidas para conter a alta da inflação e apoiar o cambaleante peso cambial no domingo, incluindo ajustes nas taxas de juros, mais intervenções no mercado de câmbio e acordos acelerados com os credores.

As medidas incluem um aumento da taxa de juros pelo banco central, disse o Ministério da Economia em um comunicado. O ministério não deu mais detalhes, mas uma fonte oficial disse à Reuters que o aumento seria de 600 pontos-base, elevando a taxa para 97%.

O aumento da taxa entrará em vigor na segunda-feira, acrescentou a fonte.

O país está lutando para reduzir a inflação, que atingiu 109% anualmente em abril. A Argentina também enfrenta a queda da confiança no peso e a diminuição das reservas em moeda estrangeira, que ameaçam as finanças do governo.

O banco central também aumentará sua intervenção no mercado de câmbio e dobrará seu plano de desvalorização da moeda, disse o ministério. Um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para distribuir fundos para o país também será acelerado, acrescentou o ministério.

Mais medidas devem ser anunciadas nos próximos dias, segundo o ministério.

O governo do presidente Alberto Fernandez está tentando controlar a situação econômica à medida que as eleições se aproximam, com pesquisas de opinião mostrando apoio fraco ao partido peronista no poder.

O próprio Fernandez já anunciou que não será candidato, mas o governo tenta melhorar a situação econômica para evitar uma vitória da oposição.

 

 

Reportagem de Jorge Otaola e Maximilian Heath / REUTERS

BRASÍLIA/DF - O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano. A decisão divulgada após reunião na quarta-feira (3) foi unânime.

"O ambiente externo se mantém adverso. Os episódios envolvendo bancos no exterior têm elevado a incerteza, mas com contágio limitado sobre as condições financeiras até o momento, requerendo contínuo monitoramento. Em paralelo, os bancos centrais das principais economias seguem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente em que a inflação se mostra resiliente", destaca o comunicado divulgado pelo Banco Central (BC).

O documento também afirma que, em relação ao cenário doméstico, "o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue corroborando o cenário de desaceleração esperado pelo Copom, ainda que exibindo maior resiliência no mercado de trabalho".

"A inflação ao consumidor, assim como suas diversas medidas de inflação subjacente, segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2023 e 2024 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se marginalmente e encontram-se em torno de 6,1% e 4,2%, respectivamente", acrescenta o comunicado.

A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a sexta vez seguida em que o BC não mexeu na taxa, que permanece nesse nível desde agosto do ano passado. Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica, iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Inflação

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o comunicado, a manutenção da taxa considerou entre outros fatores, a persistência das pressões inflacionárias globais, incerteza sobre o desenho final do arcabouço fiscal a ser analisado pelo Congresso Nacional e uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada.

"Por um lado, a reoneração dos combustíveis e, principalmente, a apresentação de uma proposta de arcabouço fiscal reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal. Por outro lado, a conjuntura, caracterizada por um estágio em que o processo desinflacionário tende a ser mais lento em ambiente de expectativas de inflação desancoradas, demanda maior atenção na condução da política monetária", diz o comunicado.

 

 

Por Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil

HOUSTON - A venda do First Republic Bank para o JPMorgan, na maior falência bancária nos Estados Unidos desde a crise financeira de 2008, trouxe certo alívio para os investidores, mas não espantou o temor de que mais bancos americanos possam estar com problemas, em meio a novos aumentos de juros no país, segundo analistas em Nova York. Um dos indícios foi a forte queda de ações de alguns bancos menores na terça-feira, 2, como o PacWest Bancorp, que encerrou o dia em baixa de 28%, e o Western Alliance, com recuo de 15%.

Um termômetro do setor, o índice SPDR S&P Regional Banking ETF, que reúne ações de bancos regionais, fechou o dia em baixa de 6,3%. Com os papéis despencando, as negociações de bancos menores em Nova York tiveram de ser suspensas várias vezes ao longo do pregão.

Em Wall Street, analistas dizem que a solução para o First Republic, o terceiro banco a quebrar nos EUA desde março, vendido para o JP em um leilão no fim de semana, resolve um problema de curto prazo, que ameaçava a estabilidade do sistema financeiro americano, mas não impede que outros bancos venham a pedir socorro. Só em poucas semanas de março, o First Republic teve saques de US$ 100 bilhões.

“A fragilidade de hoje nas ações dos bancos americanos é consistente com a visão de que o longo tempo que se levou para lidar decisivamente com First Republic e a destruição de valor que isso implicou garantem um prêmio de risco adicional”, avaliou o principal conselheiro econômico da Allianz, Mohamed El-Erian, ao comentar a piora das ações dos bancos americanos de terça-feira.

O vice-presidente e diretor associado para bancos da FactSet, Sean Ryan, gostou do negócio, que teve a participação de outros três bancos além do JP, incluindo o PNC. “No geral, isso é muito bom para a saúde da indústria; bancos zumbis criam um empecilho para todo o sistema financeiro”, disse ele.

 

Nova quebra

O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, disse na teleconferência com investidores após a aquisição do First Republic que a solução para o caso praticamente resolve a crise bancária americana, embora “um outro pequeno banco” possa quebrar.

Como pano de fundo, a expectativa de mais subidas de juros nos EUA, o que poderia levar a novas saídas de depósitos dos bancos, além de pressionar seus balanços. Já nesta semana, o consenso em Wall Street é que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve elevar as taxas em mais 0,25 ponto porcentual.

O megainvestidor de Wall Street, Bill Ackman, fez novo alerta sobre o impacto da subida de juros nos EUA para o sistema bancário local. Em março, na esteira do fechamento de três bancos, ele já havia alertado que se o processo de aperto monetário não fosse pausado, mais choques ocorreriam.

“Eu reitero o que eu disse. Quando os juros dos MMF (money market funds, na sigla em inglês, os fundos de investimento mais líquidos dos EUA) atingirem 5% na quinta-feira, quem não vai sacar os seus recursos dos bancos locais?”, questionou Ackman, em referência ao impacto da elevação dos juros na decisão dos investidores de onde investir.

 

Banqueiros cautelosos

Os próprios banqueiros de Wall Street já haviam antecipado na recente divulgação de resultados que não havia uma “crise” no sistema americano, mas que mais dominós da indústria poderiam sofrer abalos e virem a cair. “Não estamos em uma crise bancária. Mas tivemos uma e pode ainda ter uma crise em alguns bancos”, disse o CEO do Morgan Stanley, James Gorman, em conversa recente com investidores e analistas.

Entre os analistas, os estrategistas da gestora Riverfront, Chris Konstantinos e Kaetlin Collins, avaliam que a ação dos reguladores americanos conseguiu conter o risco sistêmico, mas não devem evitar uma desaceleração no crédito, especialmente para menores empresas e o setor imobiliário. A maior cautela dos bancos para emprestar pode ajudar a piorar os resultados dos bancos pela frente e deve afetar a atividade econômica.

O economista-chefe para os EUA da Capital Economics, Paul Ashworth, alerta que a demanda de bancos pela janela de redesconto do Fed, uma forma de tomar empréstimos oficiais do banco central, continua “extremamente elevada”. Ainda há uma fuga de depósitos, especialmente dos bancos menores, enquanto os juros avançam e levam investidores a buscarem alternativas que oferecem retorno mais alto, como fundos de investimento.

Nesse ambiente, o governo americano, que teve de intervir nos três bancos que faliram desde março, pode ter de mudar regras para o setor. A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), o fundo garantidor de crédito dos EUA, revelou um conjunto de propostas de reformas das regras sobre seguros que protegem depósitos em bancos no país. A agência pode ampliar o limite de proteção de depósitos especificamente para empresas e pode remover o teto para a garantia aos valores depositados nas instituições financeiras, atualmente em US$ 250 mil.

 

 

por Altamiro Silva Junior, Aline Bronzati e André Marinho / ESTADÃO

BRASÍLIA/DF - A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu de 0,96% para 1%. A estimativa está no boletim Focus de ontem (2), pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país) é de crescimento de 1,41%. Em 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% para os dois anos.

A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - considerada a inflação oficial do país - também subiu: de 6,04% para 6,05% neste ano. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 4,18%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 4%, para os dois anos.

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o BC, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em março, a inflação desacelerou para todas as faixas de renda. Ainda assim, puxado pelo aumento dos preços dos combustíveis, o IPCA ficou em 0,71%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior à taxa de fevereiro: 0,84%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,65%, abaixo de 5% pela primeira vez em dois anos.

Para abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) - que mede a prévia da inflação oficial - ficou em 0,57% deste ano. A taxa é inferior na comparação com as de março de 2023 (0,69%) e de abril de 2022 (1,73%).

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado, e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,88% ao ano, respectivamente.

O patamar da Selic é motivo de divergência entre o governo federal e o Banco Central. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Nesta terça-feira (2), o Copom inicia a terceira reunião do ano para definir a taxa básica e a expectativa do mercado é que ela seja mantida em 13,75% ao ano.

A estimativa para a cotação do dólar está em R$ 5,20 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,25.

 

 

Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

TÓQUIO  – A produção econômica do Japão ficou abaixo da capacidade total pelo 11º trimestre consecutivo entre outubro e dezembro, mostraram dados do banco central japonês nesta quarta-feira, sugerindo que as condições para acabar com os juros ultrabaixos ainda não foram estabelecidas.

O hiato do produto do Japão, que mede a diferença entre o produto real e o potencial de uma economia, ficou em -0,43% no quarto trimestre, de -0,08% entre julho e setembro, mostraram dados do Banco do Japão.

Um hiato negativo do produto ocorre quando o produto real é menor do que a capacidade total da economia e é considerado um sinal de demanda fraca que normalmente pressiona a inflação para baixo.

Os dados do hiato do produto estão entre os fatores que o Banco do Japão examina para avaliar se o crescimento econômico e a demanda doméstica estão fortes o suficiente para o Japão atingir de forma sustentável sua meta de inflação de 2%.

Os mercados estão repletos de especulações de que o banco central eliminará gradualmente sua política monetária ultrafrouxa quando o novo presidente Kazuo Ueda suceder Haruhiko Kuroda este mês.

A economia do Japão cresceu 0,1% em taxa anualizada no período de outubro a dezembro, evitando por pouco uma recessão, já que os gastos de capital e o consumo permaneceram fracos.

Embora o fim das restrições contra a Covid-19 esteja sustentando o consumo, sinais crescentes de desaceleração na demanda externa estão obscurecendo as perspectivas para a economia dependente de exportação do Japão.

 

 

Por Leika Kihara / REUTERS

BRASÍLIA/DF - Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pagarão menos nas futuras operações de crédito consignado. Por 12 votos a 3, o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) aprovou na segunda-feira (13) o novo limite de juros de 1,7% ao mês para essas operações.

O novo teto é 0,44 ponto percentual menor que o antigo limite, de 2,14% ao mês, nível que vigorava desde o ano passado. O teto dos juros para o cartão de crédito consignado caiu de 3,06% para 2,62% ao mês. Propostas pelo próprio governo, as medidas entram em vigor assim que a instrução normativa for publicada no Diário Oficial da União.

Segundo o Ministério da Previdência Social, a diminuição beneficiará cerca de 8 milhões de cidadãos com empréstimos descontados diretamente na folha de pagamento. Desse total, cerca de 1,8 milhão de beneficiários chegaram ao limite máximo de desconto de 45% da aposentadoria ou pensão.

No encontro de hoje, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, anunciou a intenção de discutir o percentual de margem de desconto na folha na próxima reunião do CNPS, em 27 de abril. Lupi classificou as atuais taxas como “abusivas” e que punem pessoas vulneráveis. De acordo com o presidente do INSS, Glauco Wamburg, a média de renda dos aposentados e pensionistas que utilizam o crédito consignado está em R$ 1,7 mil.

O CNPS também aprovou, na reunião desta segunda, a formação de uma comissão de trabalho para analisar o sistema de cartão de crédito consignado para os beneficiários do INSS, com a mesma proporcionalidade conselho e que dever concluir a análise em 60 dias. Também foi aprovada uma comissão para discutir a composição e a competência do colegiado em até 90 dias.

 

 

Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil

BUENOS AIRES - Os argentinos estão sentindo cada vez mais o impacto de uma das taxas de inflação mais altas do mundo, com aumentos anuais de preços próximos de 100% que sobrecarregam o orçamento das famílias conforme o custo de alimentos, gás e serviços supera em muito os salários.

O país, que luta contra a inflação elevados há anos, vai anunciar os dados de janeiro na terça-feira, com a expectativa de que a inflação mensal tenha acelerado para cerca de 6% e que o valor em 12 meses se aproxime de três dígitos.

"A verdade é que vivo o dia a dia, procuro preços baixos, vou a mercados. Procuramos onde a carne é mais barata, as verduras são mais baratas e caçamos promoções online para sobreviver", disse Gisella Saluzzo, de 30 anos, médica em Buenos Aires.

A inflação desenfreada tem pesado fortemente sobre a economia, forçando o banco central a aumentar as taxas de juros para impressionantes 75%, e prejudicado a popularidade do governo peronista de centro-esquerda do presidente Alberto Fernández.

Isso pode ser fundamental nas eleições gerais de outubro, com a oposição conservadora à frente nas pesquisas. Os argentinos estão cansados da inflação e muitos culpam a má gestão econômica e a impressão de dinheiro pelo governo.

Brian Muliane, um quiroprático de 33 anos, disse que, com a inflação e os impostos, seu negócio está com dificuldade para sobreviver.

“No nosso trabalho, entre pagar uma coisa e outra, junto com os impostos, eles estão nos afogando”, afirmou. "Há muitos que não podem nem trabalhar."

A inflação, que encerrou 2022 em 95% e pode até acelerar este ano, apesar das medidas do governo para limitar o aumento de preços, obrigou muitos a mudar seus hábitos de compras.

"Há coisas que deixei de comprar porque digo não, é simplesmente impossível aumentar assim", disse a professora Andrea Mendoza, de 50 anos, enquanto fazia compras. "Então não compro algumas coisas, mudo hábitos ou compro o que está em oferta."

 

 

por Por Miguel Lo Bianco e Horacio Soria / REUTERS

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