IBATÉ/SP - A Secretaria Municipal de Promoção e Bem Estar Social de Ibaté, em parceria com o Laboratório de Análise e Prevenção da Violência (LAPREV) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), realizaram, no mês de setembro, uma ação inédita no país. Foi implementado, ainda na versão piloto, o programa ConViVer, que se refere a um programa de intervenção psicossocial que visa promover saúde mental em crianças que foram afetadas pela pandemia.
O programa é o constituído por 8 sessões e, ao se engajarem em atividades lúdicas e interativas, as crianças tiveram a oportunidade de compartilhar experiências desafiadoras que enfrentaram durante a pandemia, como a perda de entes queridos, como suas vidas mudaram nesse período e os sentimentos negativos que surgiram em decorrência desse período tão desafiador.
O programa foi originalmente desenvolvido pela Save the Children da Dinamarca. Um conjunto de pesquisadores de 5 Universidades do país, incluindo a própria UFSCar, propuseram a adaptação do programa à realidade brasileira e ao contexto pandêmico.
Segundo a coordenadora da Assistência Social, Amanda Affonso, essa foi a primeira vez que o programa do conduzido no território nacional e os resultados da aplicação piloto se mostram promissores. "Ao todo, 12 crianças de município de Ibaté foram beneficiadas pela intervenção, que ocorreu no Programa Espaço Amigo, cuja sede é no Centro de Formação Artística "Anna Ponciano Marques". As crianças puderam falar sobre as adversidades que enfrentaram durante a pandemia e, de alguma forma, elaborar os sentimentos negativos desencadeados pelos desafios impostos pelo contexto pandêmico" detalhou.
As sessões do programa foram conduzidas pelo Prof. Dr. Alex Pessoa (docente da UFSCar e coordenador geral do projeto), pela Profa. Dra. Milene Maria Xavier Viloso (docente da Universidade Federal do Pará e pós-doutoranda em psicologia pela UFSCar) e Débora Ananias Guimarães (pesquisadora colaboradora e doutoranda pela UFSCar).
A equipe avaliou muito positivamente a experiência, sobretudo em razão do envolvimento intenso das crianças nas atividades e por constatarem que o programa atende os seus objetivos. "Esta experiência é inédita no país, e a abertura da Secretaria de Assistência de Ibaté para a realização da aplicação piloto tornou, de alguma forma, a cidade pioneira no cuidado e atenção à saúde mental de crianças que foram afetadas pela pandemia”, apontou Dr Alex Pessoa. Ainda segundo o pesquisador, em razão do sucesso da aplicação piloto, o programa será submetido a estudos mais amplos. “A expectativa é que esse programa seja um modelo de intervenção e que possa ser replicado posteriormente em todo território nacional, de modo que outras crianças sejam beneficiadas”, complementou Pessoa.
O coordenador do projeto mencionou, ainda, que iniciativas desse porte devem ser valorizadas. "É do conhecimento de todas as pessoas que a pandemia impactou severamente as condições de saúde mental das crianças brasileiras e de todo o mundo. Assim, os investimentos financeiros da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPES / Proc. Nº 2020/06073-3) neste projeto e a abertura do município de Ibaté para a implementação piloto são iniciativas fundamentais e que devem ser valorizadas, pois têm o potencial de promover saúde mental nas crianças que são atendidas” concluiu.
FRANCA/SP - Ser professor não é para qualquer um, mas para a pequena Eleonora Costa, de 11 anos, parece ser tarefa fácil. Foi aos 9 anos e durante a pandemia que ela desenvolveu o desejo de ensinar inglês para outras crianças, “especialmente para aquelas que não tinham condições de pagar por um curso particular’', explica.
A solução foi criar um canal no YouTube com a ajuda de sua mãe, Juliana Costa, onde a mini professora já acumula diversas vídeo aulas sobre assuntos básicos do idioma.
Foi na Páscoa deste ano, quando Juliana estava em busca de alguma ONG para ajudar, que ela conheceu a Proreavi, instituição que presta serviços de assistência social para crianças e adolescentes, na zona sul da cidade de Franca, no interior de São Paulo.
Após uma conversa com a coordenadora da instituição, Ana Berteli, veio a ideia e o convite: dar aulas de inglês presencialmente para os pequenos. A mãe de Eleonora conta que a filha se emocionou ao receber a notícia. “Ela até chorou, foi uma emoção grande.”
Para Ana, coordenadora da ONG, a vontade de levar um novo idioma para os alunos sempre foi grande, porém tinha receio da não aceitação de um professor tradicional. Quando conheceu Eleonora sabia que era a opção certa. “O inglês é algo distante da realidade deles, era preciso que eles quisessem, e de criança pra criança eu sabia que ia dar certo. Eles se espelham nela”, conta.
Atualmente, Eleonora dá aulas todas as segundas-feiras no período da tarde para uma turminha de 26 alunos. De forma improvisada na garagem da ONG e por meio de doações, foram conseguindo lousa e materiais pedagógicos. A mini professora conta que busca sempre trazer maneiras diferentes de ensino, “cada aula eu tento fazer uma dinâmica diferente, eu que planejo, faço roteiro”, explica.
Um dos diferenciais das aulas é a intitulada “caixa mágica”, feita pela própria Eleonora. Dentro dela existem diversos materiais didáticos, como carimbos, imagens e objetos que ajudam no desenvolvimento de brincadeiras e adivinhações relacionadas ao idioma, o que prende ainda mais a atenção dos alunos.
Segundo a mãe, que a acompanha, no início quando as duas conversavam em inglês os alunos ficavam sem entender, hoje em dia eles já estão compreendendo. “Esses dias mesmo falamos sobre uma surpresa e eles entenderam tudo, aí pensei, estraguei”, brinca.
PAIXÃO PELO INGLÊS
A paixão pelo idioma vem desde o berço, pois desde os seis meses de vida Eleonora já ouvia sua mãe Juliana, que é professora de língua inglesa, se comunicando com ela. Assim, foi crescendo fluente e encantada pelo inglês.
Ainda na infância, quando Juliana dava aula para algumas crianças em sua casa, ela conta que Eleonara fugia para ver. “Eu deixava ela com o pai, mas ela corria e ia lá acompanhar as aulas”. A felicidade completa da mini teacher era quando sua mãe ia ao banheiro e a deixava “responsável” por ensinar aos alunos.
No período de isolamento social, e vendo sua mãe lecionando em casa, a vontade de ensinar foi ganhando ainda mais força. Para Juliana, a filha é motivo de muito orgulho, “eu sempre envolvi ela em projetos sociais desde pequena, mas ver isso partindo dela, com muito amor, muito carinho, me deixa muito feliz”.
Eleonora já chegou a lançar um livro, intitulado “Do You Speak English? (Você fala inglês?)”, direcionado para crianças com uma linguagem leve e divertida.
Quando perguntada sobre o futuro, ela diz que não sabe o que quer ser ao certo. Mas quando a pergunta é se quer ser professora, a resposta é rápida. “Isso eu já sou”. brinca.
Francielle Oliveira / ESTADÃO
SÃO PAULO/SP - A Universidade de São Paulo (USP) removeu as notas e a frequência de 275 alunos de graduação que não apresentaram os comprovantes de ter tomado as duas doses de vacina contra a covid-19. Ao retomar as aulas presenciais, no primeiro semestre deste ano, a universidade só autorizou a frequência de alunos e professores com esquema vacinal completo.
No entanto, alguns dos alunos que tiveram a frequência e as notas canceladas estão apresentando os comprovantes de vacinação. Segundo a instituição, apesar de já estarem vacinados há algum tempo, os estudantes não tinham comprovado a situação. Desse modo, o número de estudantes afetados pela medida deve diminuir.
Ainda de acordo com a universidade, foram afetados apenas 0,45% dos 60 mil estudantes de graduação.
Para o segundo semestre, será exigida a comprovação de três doses da vacina contra a covid-19.
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