EUA - A primeira pessoa a receber um transplante de coração de porco morreu dois meses após o procedimento histórico nos Estados Unidos, informou o hospital que realizou a cirurgia.
David Bennett, de 57 anos, que morreu em 8 de março, recebeu seu transplante em 7 de janeiro, informou a Universidade de Maryland, situada no estado de mesmo nome no leste dos Estados Unidos, em comunicado.
"Sua condição começou a se deteriorar há vários dias", diz a nota.
O transplante inédito gerou expectativas de que o uso de órgãos de outras espécies seria a solução no futuro para resolver a escassez crônica de órgãos humanos para doação. Por sua vez, a equipe responsável pela cirurgia mantém seu otimismo sobre o êxito desse procedimento no futuro.
"Depois que ficou claro que ele não se recuperaria, ele recebeu cuidados paliativos compassivos. Ele conseguiu se comunicar com sua família durante suas últimas horas", diz o comunicado.
Após a cirurgia, o coração transplantado funcionou muito bem por algumas semanas, sem sinais de rejeição, indicou a universidade.
Bennett passou algum tempo com sua família, fez sessões de fisioterapia, assistiu ao Super Bowl - a final da liga de futebol americano NFL - e sempre falava sobre o seu desejo de voltar para casa para ver seu cachorro Lucky.
"Ele mostrou ser um paciente corajoso e nobre, que lutou até o fim. Expressamos nossas mais sinceras condolências à família", comentou Bartley Griffith, o cirurgião que conduziu o procedimento.
Esperança para o futuro
Em outubro de 2021, Bennett deu entrada no hospital da Universidade de Maryland. Estava deitado em uma cama e conectado a uma máquina de suporte vital de emergência. Foi considerado não elegível para um transplante humano, o que acontece quando o receptor tem problemas de saúde subjacentes.
"Obtivemos aprendizados inestimáveis sobre como o coração de porco geneticamente modificado pode funcionar bem dentro do corpo humano enquanto o sistema imunológico se comporta adequadamente", afirmou Muhammad Mohiuddin, diretor do programa de xenotransplante cardíaco da universidade americana.
"Seguimos otimistas e planejamos continuar com nosso trabalho em futuros ensaios clínicos", ressaltou.
O porco do qual veio o coração transplantado foi geneticamente modificado para evitar rejeição imediata. Uma nova droga experimental também foi usada, além das habituais drogas anti-rejeição, para suprimir o sistema imunológico. Durante os enxertos, o perigo é que este não detecte o órgão como corpo estranho e comece a atacá-lo.
Sem o transplante, David Bennett estava condenado. "Era a morte ou este transplante. Eu quero viver", disse o paciente antes da operação.
"Meu pai lutou até o fim da vida para passar mais tempo com sua família. Pudemos passar semanas preciosas juntos quando ele estava se recuperando de uma cirurgia, semanas que não teríamos sem esse esforço milagroso", disse seu filho David Bennett Jr em uma declaração.
"Esperamos que esta história seja um começo de esperança, não o fim", acrescentou.
EUA - A Nasa reiterou na segunda-feira (14) que a colaboração entre os Estados Unidos e a Rússia na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) continua em normalidade, apesar da extrema tensão devido à guerra na Ucrânia, e afirmou que um astronauta americano retornará à Terra conforme planejado no final do mês a bordo de uma nave russa.
O astronauta Mark Vande Hei, de 55 anos, se prepara para retornar da ISS em uma espaçonave Soyuz em 30 de março, após 355 dias no espaço, um novo recorde para um americano. A nave pousará no Cazaquistão e também trará de volta os cosmonautas russos Pyotr Dubrov e Anton Shkaplerov.
"Posso dizer com segurança que Mark retornará a bordo desta Soyuz", disse nesta segunda Joel Montalbano, diretor de programas da estação para a Nasa. "Nossos colegas russos confirmaram que estão preparados para trazer de volta a tripulação completa."
Apesar da tensão entre Washington e Moscou, os dois países seguirão trabalhando juntos para garantir a operação da ISS. "Nada mudou nas últimas três semanas", afirmou Montalbano. "Os centros de controle continuam funcionando sem problemas."
Neste fim de semana, o chefe da agência espacial russa Roscosmos, Dmitry Rogozin, declarou que as sanções ocidentais contra a Rússia poderiam interromper o funcionamento das naves espaciais russas e provocar a queda da Estação.
Os propulsores das naves russas ancoradas na ISS são usados para corrigir a órbita da estrutura espacial. Um procedimento que é realizado cerca de dez vezes por ano para mantê-la na altitude certa, ou para evitar detritos espaciais em seu caminho.
Sozinhos, os americanos não têm essa capacidade, confirmou Montalbano. "A Estação Espacial foi projetada com base no princípio da interdependência (...) Não é um processo em que um grupo pode se separar do outro."
"Atualmente, não há indícios de que nossos parceiros russos queiram fazer as coisas de forma diferente. Portanto, planejamos continuar as operações como fazemos hoje", disse ele.
O diretor também confirmou que o intercâmbio programado para o outono - o envio à ISS de um cosmonauta russo com uma nave SpaceX e o de um astronauta da Nasa com uma Soyuz - ainda está na mesa.
A Estação Espacial Internacional atualmente abriga dois russos, quatro americanos e um alemão.
EUA - Kim Kardashian e Kanye West seguem discutindo publicamente após o rapper expor conversas com sua ex-mulher e acusá-la de negar que ele veja os filhos. De acordo com o site TMZ, apesar da exposição e do clima de ameaça de Ye contra seu atual namorado, Pete Davidson, a socialite não pretende entrar com uma medida protetiva contra o ex-marido.
De acordo com a publicação, apesar de Kim e Kanye não terem um acordo sobre a guarda dos quatro filhos que têm juntos, North, de 8 anos, Saint, de 6, Chicago, de 4, e Psalm, de 2 anos, o cantor tem autorização e encontra os filhos com regularidade.
Kanye vem atacando publicamente Pete Davidson desde que ele e Kim Kardashian assumiram seu relacionamento publicamente. O próprio rapper também já estava em outro relacionamento, com a atriz Julia Fox, mas que chegou ao fim justamente após o rapper dizer publicamente que ainda amava Kim.
Em uma das conversas entre Kim e Kanye que o rapper expôs nas redes sociais, ele diz que, em consideração a ela, “nada acontecerá com Pete”. A socialite diz que o cantor “está criando um ambiente perigoso e assustador” e que “alguém vai machucar Pete e tudo isso será culpa sua”.
EUA - Washington afirma que haverá consequências se Pequim ajudar Moscou a contornar sanções internacionais impostas devido à guerra contra a Ucrânia. Rússia teria pedido ajuda militar e econômica à China nos últimos dias.
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, alertou que haverá consequências caso a China ajude a Rússia a contornar sanções internacionais impostas devido à guerra contra a Ucrânia.
Segundo uma fonte do governo americano citada pela mídia dos Estados Unidos sob condição de anonimato, a Rússia teria pedido apoio à China nos últimos dias, incluindo assistência militar na forma de equipamentos bélicos e ajuda econômica. A fonte governamental dos EUA não forneceu detalhes sobre o pedido de ajuda, que foi noticiado primeiramente pelos jornais Financial Times e The Washington Post.
O Ministério do Exterior chinês negou a notícia, afirmando que Washington está disseminando "desinformação" contra a China de forma maliciosa.
Sullivan tem encontro agendado para esta segunda-feira (14/02), em Roma, com Yang Jiechi, assessor de política externa do governo chinês.
"Não vou sentar-me aqui publicamente e brandir ameaças", disse Sullivan em entrevista à CNN na véspera do encontro. "Mas estamos comunicando direta e privadamente a Pequim que haverá absolutamente consequências" se a China ajudar a Rússia a contornar suas perdas com as sanções.
A invasão da Ucrânia pela Rússia deixou a China numa posição delicada em relação a dois de seus principais parceiros comerciais: os EUA e a União Europeia. Pequim precisa de acesso a esses mercados e, no entanto, demonstrou apoio a Moscou, com quem afirmou ter uma amizade "sem limites". Em sua conversa com Yang Jiechi, Sullivan deverá justamente buscar limites para o que Pequim fará por Moscou.
Ao alegar que os EUA estão espalhando desinformação contra a China, o porta-voz do Ministério do Exterior chinês, Zhao Lijian, afirmou que todas as partes deveriam contribuir para reduzir as tensões relativas à Ucrânia. "Deveríamos promover acordos diplomáticos em vez de escalar mais a situação", disse.
Suposta desinformação sobre armas químicas
A possibilidade de a China oferecer ajuda financeira à Rússia é uma das várias preocupações do presidente americano, Joe Biden. Washington também acusa Pequim de espalhar desinformação russa que poderia servir de pretexto para forças de Putin atacarem a Ucrânia com armas químicas ou biológicas.
O governo Biden diz que Pequim está espalhando falsas alegações russas de que a Ucrânia opera laboratórios de armas químicas e biológicas com apoio dos EUA.
Quando a Rússia começa a acusar outros países de se prepararem para o lançar ataques biológicos ou químicos, "é um sinal de que eles podem estar à beira de fazer isso eles mesmos'', disse Sullivan à emissora NBC.
A comunidade internacional concluiu que a Rússia utilizou armas químicas em tentativas de assassinar opositores de Putin, como Alexei Navalny e o ex-espião Serguei Skripal. A Rússia também apoia o governo de Bashar al-Assad na Síria, que usou armas químicas contra a população na guerra civil que assola o país há mais de uma década.
EUA - A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) ordenou que cinco empresas chinesas cumpram os requisitos de auditoria da agência, sob pena de serem excluídas de Wall Street.
O grupo inicial de empresas mencionado em uma lista publicada pela SEC na última quinta-feira (10) poderá ser ampliado, em breve, para todas as empresas chinesas listadas em Nova York. Atualmente, nenhuma delas cumpre as regulamentações dos Estados Unidos sobre o assunto.
Pelo menos 248 empresas seriam afetadas, com uma capitalização de mercado em torno de US$ 2,1 trilhões, segundo um comitê "ad hoc".
Nos últimos meses, as autoridades chinesas expressaram reservas sobre a cotação de empresas com sede na China nas bolsas de valores americanas.
Em 2020, o Congresso aprovou uma lei especificamente voltada para empresas chinesas, sob as quais o Conselho de Supervisão de Contabilidade de Empresas Públicas (PCAOB) deve inspecionar as auditorias de empresas estrangeiras, que fazem negócios nos mercados dos Estados Unidos.
As empresas da China continental e de Hong Kong são conhecidas por não apresentarem suas demonstrações financeiras a auditores aprovados pelos Estados Unidos.
A nova lei coloca-as em risco de serem excluídas a partir de 2024.
As cinco empresas nomeadas na quinta-feira são as empresas de biotecnologia BeiGene, Zai Lab e Hutchmed, a terceirizada da indústria de semicondutores ACM Research e o grupo de restaurantes Yum China.
A última, que controla KFC, Taco Bell e Pizza Hut e outros restaurantes na China, supera as outras empresas em muito em termos de receita e de capitalização.
Nascida da cisão de 2016 das operações chinesas da Yum Brands, com sede nos EUA, a Yum China tem uma capitalização de mercado de US$ 18,8 bilhões.
No início de dezembro, sob pressão das autoridades chinesas, o "Uber da China" Didi Chuxing deixou o mercado americano, menos de seis meses após de seu lançamento de alto nível na Bolsa de Valores de Nova York.
WASHINGTON - Nos últimos dias, o governo dos Estados Unidos tem indicado uma possível mudança de tom em relação ao Brasil, com elogios pontuais à posição da diplomacia do país em meio à guerra na Ucrânia.
As falas contrastam com uma série de críticas públicas, carregadas de palavras duras, pela visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia, dias antes de a invasão começar.
No domingo (6), Brian Nichols, secretário-assistente para o Hemisfério Ocidental no Departamento de Estado, elogiou no Twitter a atuação do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da ONU. "Cada voto para responsabilizar o Kremlin por essas ações horríveis importa. Os EUA estão orgulhosos de ficar ao lado do Brasil para defender os direitos humanos de todos na Ucrânia", escreveu.
As posições no Conselho de Segurança também foram bem recebidas, segundo um funcionário do Departamento de Estado ouvido pela reportagem. Sob condição de anonimato, ele ressaltou que, apesar das críticas públicas dos EUA à viagem de Bolsonaro, os dois países continuam a trabalhar juntos em vários níveis de governo para tentar ajudar a resolver a crise na Ucrânia.
Na semana passada, o Brasil votou a favor de duas resoluções no colegiado: uma condenando a invasão --o texto foi barrado pela Rússia, que tem poder de veto-- e outra que fez com que o tema fosse levado à Assembleia-Geral. Nela, uma moção de condenação às ações da Rússia foi aprovada no dia 2 de março, também com voto do Brasil.
Em entrevista ao podcast da revista America's Quartely no último dia 3, Juan Gonzalez, diretor para o Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional, buscou mostrar que compreende as dificuldades do governo brasileiro.
"Você tem uma zona de paz e segurança no Atlântico Sul, uma área que o Brasil e sua política externa buscam tornar um lugar de neutralidade, porque eles não querem virar peças de xadrez em uma, digamos, Guerra Fria. E a neutralidade é boa até que um país invade outro. Nesse ponto você tem que escolher um lado, e eu penso, sem especificar nenhum país, que a articulação da neutralidade é uma racionalização por não querer tomar uma posição", disse.
Apesar dos votos anti-Moscou da diplomacia brasileira na ONU, Bolsonaro tem falado em manter equilíbrio no conflito, temendo abalos que a guerra pode ter na economia, como no fornecimento de fertilizantes agrícolas --23% dos insumos consumidos no Brasil em 2021 vieram da Rússia. "Para nós, a questão do fertilizante é sagrada", afirmou o brasileiro. Desde que a invasão da Ucrânia começou, o presidente fez inclusive acenos públicos a Vladimir Putin.
Na entrevista, Gonzalez também falou de meio ambiente, um dos pontos recentes de tensão entre EUA e Brasil. Afirmou que o país é um líder global e regional nas questões climáticas e que o combate ao desmatamento seguirá sendo uma questão difícil, mesmo que Bolsonaro deixe o poder.
"O PT [de Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas] não era pró-clima até isso se tornar uma questão global. Mesmo em um governo do PT, isso será muito difícil, porque há atores políticos muito fortes nessa área, muitos negócios poderosos ao redor. Não vou subestimar os desafios políticos que qualquer governo do Brasil terá na Amazônia", ponderou.
Esse tom mais ameno na diplomacia com Brasília se dá ao mesmo tempo em que os EUA buscam se reaproximar da Venezuela. Uma rara rodada de negociações foi realizada no fim de semana, seguida de especulações de que isso poderia abrir caminho para atenuar sanções e liberar a compra de petróleo venezuelano por Washington.
Dois americanos presos foram soltos nos últimos dias, após a visita da delegação de Joe Biden ao ditador Nicolás Maduro.
À reportagem o Departamento de Estado não comentou possíveis relações entre os dois movimentos. "A parceria estratégica de longo prazo é importante para as duas nações e para as duas regiões, baseada em um compromisso compartilhado com os valores democráticos. Continuaremos a trabalhar com o Brasil para enfrentar os desafios globais, incluindo ameaças à paz e à segurança globais", disse, em nota, um porta-voz do órgão.
Em fevereiro, o governo americano fez críticas públicas a Bolsonaro pelo fato de ele ter visitado a Rússia em meio à tensão entre Moscou e Kiev, que mais tarde desembocaria na guerra. Em 16 de fevereiro, o brasileiro esteve com Putin e se disse "solidário à Rússia" --sem especificar a que aspecto manifestava sua solidariedade.
No dia seguinte, o Departamento de Estado fez críticas. "O momento em que o presidente do Brasil expressou solidariedade com a Rússia, justo quando as forças russas estão se preparando para lançar ataques a cidades ucranianas, não poderia ser pior", disse um porta-voz da pasta, em nota a jornalistas. "Isso mina a diplomacia internacional direcionada a evitar um desastre estratégico e humanitário."
Logo depois foi a vez de a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, falar. "Eu diria que a vasta maioria da comunidade global está unida em sua visão de que outro país tomando parte de sua terra, aterrorizando seu povo, é certamente algo não alinhado aos valores globais. Então, penso que o Brasil pode estar do outro lado em que a maioria da comunidade global está."
RAFAEL BALAGO / FOLHA
EUA - Sexo anal não é desculpa para evitar o uso de preservativo. A prática sexual tem até 18 vezes mais risco de transmissão de HIV do que no sexo vaginal receptivo, segundo a Stanford Health Care. Agora, mais do que nunca, a importância da prevenção foi destacada com a aprovação de um preservativo específico para sexo anal.
A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, autorizou o uso dos preservativos One Male Condom, fabricado pela Global Protection Corp. A novidade apresentou taxa de falha (quebra e/ou deslizamento) de 0,7% em um estudo clínico com “252 homens que fazem sexo com homens e 252 homens que fazem sexo com mulheres”, segundo a FDA. As informações são do “Popsugar”.
“Houve mais de 300 preservativos aprovados para uso com dados de sexo vaginal, e nunca antes um preservativo foi aprovado com base em dados de sexo anal. Isso apesar de dois terços da transmissão do HIV nos Estados Unidos estarem ligados ao sexo anal”, destaca Aaron Siegler, principal autor do estudo. Ainda de acordo com ele, a aprovação permitirá que os usuários tenham confiança no uso de preservativos para prevenir a transmissão da doença.
Ao “The New York Times”, o médico Kenneth Mayer declarou que a iniciativa abrirá portas para aumentar o marketing e “normalizar a conversa” sobre a prática sexual.
O preservativo
Segundo a marca, a One Male Condom também é indicada para o sexo vaginal para prevenir gravidez e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), porém sua alegação de “uso pretendido” agora incluirá sexo anal em três estilos: ajustado, fino, e padrão. Os preservativos ajustados estão disponíveis em 54 tamanhos.
A FDA reforça a importância de aplicar lubrificante compatível com o preservativo ao usar o One Male Condom para sexo anal.
UCRÂNIA - Os Estados Unidos alertaram na quarta-feira (9) que a Rússia pode estar planejando o uso de armas químicas ou biológicas na Ucrânia, sob o pretexto de responder a uma suposta ameaça no país que, segundo asseguraram, é "falsa".
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, fez essa advertência em resposta às acusações russas de que os Estados Unidos estão financiando um suposto programa biológico-militar na Ucrânia.
"Agora que a Rússia fez essas acusações falsas e a China parece ter endossado tal propaganda, todos devemos estar atentos à possibilidade de a Rússia usar armas químicas ou biológicas na Ucrânia", escreveu Psaki em sua conta oficial no Twitter.
Moscou também poderia usar essas armas como parte de uma "operação de bandeira falsa", acrescentou Psaki, referindo-se a uma tática de guerra na qual uma parte de um conflito comete um ato e faz parecer que a outra parte é a responsável.
A porta-voz da Casa Branca reagiu assim às afirmações do governo russo de que teria descoberto na Ucrânia evidências de uma "eliminação de emergência" de vestígios de um suposto programa biológico-militar.
O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, assegurou que os funcionários desses laboratórios biológicos teriam relatado a destruição no último dia 24 de fevereiro de patógenos particularmente perigosos, como peste, antraz, tularemia, cólera e outras doenças mortais.
A ONU disse nesta quarta-feira que não tem registro da existência de programas ilegais de armas químicas e biológicas na Ucrânia, enquanto Psaki chamou essas acusações de "falsas" e "ridículas". "Este é o tipo de operação de desinformação que vimos repetidamente que a Rússia vem usando há anos na Ucrânia e em outros países, que foram desacreditadas, e um exemplo do tipo de falsos pretextos que alertamos que os russos usariam", escreveu Psaki Twitter.
A porta-voz do presidente Joe Biden afirmou também que os EUA "não desenvolvem ou possuem" armas químicas ou biológicas "em lugar nenhum" e que "é a Rússia que tem um longo histórico de uso" desse tipo de arma proibida por convenções internacionais. "Tudo isso é uma tentativa óbvia da Rússia de tentar justificar seu ataque premeditado, não provocado e injustificado à Ucrânia", enfatizou.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, também chamou as acusações russas de "mentiras" em um comunicado, no qual garantiu que não é a primeira vez que Moscou "acusa o Ocidente dos mesmos crimes que a própria Rússia está cometendo". "Nossa expectativa é que a Rússia continue a insistir nesses tipos de alegações com acusações mais infundadas", disse Price, frisando que os Estados Unidos "não possuem ou operam nenhum laboratório químico ou biológico na Ucrânia".
por Agência EFE
EUA - Três gigantes do ramo alimentício dos Estados Unidos anunciaram na terça-feira (8) a suspensão das operações na Rússia, em resposta à invasão da Ucrânia. Coca-Cola, McDonald’s e Starbucks interromperam suas operações no país por tempo indeterminado.
A primeira empresa a anunciar a suspensão foi o McDonald’s. A companhia fechou os 850 restaurantes que possui no país, mas se comprometeu a manter os salários dos 62 mil colaboradores russos da rede de fast-food na Rússia.
"A situação é extraordinariamente difícil para uma marca mundial como a nossa e há muitas considerações a fazer", enfatizou o diretor-geral do McDonald’s, Chirs Kempczinski, em mensagem.
Segundo a agência AFP, 80% dos restaurantes do McDonald’s na Rússia são gerenciados diretamente pela empresa, representando um volume de 9% dos negócios do grupo, além de 3% do lucro operacional.
Horas depois, foi a vez da rede de cafés Starbucks anunciar a interrupção das operações na Rússia. Segundo o CEO da empresa, Kevin Johnson, todos os franqueados da companhia no país concordaram em suspender as atividades comerciais e se comprometeram a apoiar os cerca de 2.000 colaboradores do grupo no país.
“Continuamos acompanhando os trágicos eventos e hoje decidimos suspender todas as atividades comerciais na Rússia, incluindo o envio de todos os produtos da Starbucks”, disse Johnson em comunicado à imprensa.
A empresa, que reiterou sua condenação "aos horríveis ataques da Rússia na Ucrânia", adiantou que, à medida que a situação evoluir, continuará tomando medidas que estejam alinhadas com seus "valores", informou a agência EFE.
No fim da tarde, a Coca-Cola divulgou à imprensa que também suspenderá as operações na Rússia, seguindo os passos do McDonald’s e da Starbucks.
“Continuaremos monitorando e avaliando a situação à medida que ela evolui”, comunicou a Coca-Cola por meio de nota. Entretanto, a empresa não deu maiores detalhes sobre quais serão as atividades exatas interrompidas na Rússia.
A PepsiCo, grupo detentor de marcas como Pepsi e Ruffles, também está sob pressão com as operações ainda vigentes na Rússia. Segundo o Wall Street Journal, a empresa procura alternativas para se posicionar em resposta ao público ocidental da companhia.
Lucas Ferreira, do R7, com informações da AFP e Reuters
UCRÂNIA - O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pelas sanções adicionais tomadas contra a Rússia na terça-feira (8). Segundo Zelenski, as medidas "enfraquecerão significativamente os russos".
As novas medidas incluem a proibição de importações de petróleo, derivados de petróleo, gás e carvão da Rússia. Os cidadãos também estão agora proibidos de investir no setor de combustível e energia da Rússia.
"A proibição das importações de petróleo para os Estados Unidos enfraquecerá o estado terrorista economicamente, politicamente e ideologicamente, porque se trata de liberdade, sobre o futuro, sobre para onde o mundo se moverá", disse Zelenski.
As forças russas continuam a se posicionar em torno de grandes cidades e bombardeá-las em alguns casos, de acordo com líderes ucranianos.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou uma invasão da Ucrânia alegando querer proteger a população de língua russa das regiões separatistas do leste, em guerra contra Kiev desde 2014.
O presidente russo exige a desmilitarização da Ucrânia, um status neutro para o país (agora voltado para o Ocidente) e garante que nunca fará parte da OTAN.
O último balanço das Nações Unidas coloca o número de civis mortos pela invasão em 406, embora esse número seja certamente muito menor do que o real.
O Pentágono estimou que "2.000 a 4.000 soldados russos" foram mortos desde o início da ofensiva, uma estimativa aproximada que deve ser tomada com cautela, pois foi extraída de várias fontes, segundo autoridades de inteligência dos EUA.
Na tentativa de pressionar Moscou a terminar a guerra na Ucrânia, os EUA anunciaram a proibição de importação de petróleo russo. O presidente Joe Biden, que enfrenta críticas desde o início dos confrontos, pode ver a popularidade cair ainda mais, já que a medida vai aumentar o valor da gasolina no país.
O Reino Unido também anunciou que reduzirá gradualmente as importações de petróleo procedente da Rússia e deixará de importá-lo desse país até o final deste ano, anunciou na terça-feira (8) o ministro de Empresas, Energia e Estratégia Industrial britânico, Kwasi Kwarteng.
O período de transição dará ao mercado britânico nove meses para se ajustar às mudanças e garantir novas rotas de abastecimento até que o petróleo bruto e os produtos petrolíferos da Rússia, que representam 8% da demanda britânica, sejam vetados.
Evacuação de civis
Milhares de civis fugiram na terça-feira de áreas sitiadas pelas forças russas. Dois comboios de dezenas de ônibus deixaram Sumy, cerca de 350 quilômetros a nordeste de Kiev, na terça-feira, em uma nova tentativa de criar corredores humanitários após os bombardeios do dia anterior, que deixaram pelo menos 21 mortos naquela cidade de 250 mil habitantes, informou o procurador regional escritório.
Cessar fogo temporário
O Exército russo anunciou que nesta quarta-feira (9) haverá um novo cessar-fogo temporário na Ucrânia. A medida visa garantir a saída de civis ucranianos e será imposta a partir das 9h (horário local, 4h no horário de Brasília). Nesta terça, já há uma pausa nos confrontos para que as pessoas possam deixar o país com segurança.
"A Rússia anuncia um cessar-fogo a partir de 9 de março, às 9h, para que se criem corredores humanitários", diz o comunicado divulgado pelo governo russo.
As tréguas humanitárias vêm sendo motivo de polêmica na guerra entre Rússia e Ucrânia. No último sábado (5), os russos acusaram tropas nacionalistas ucranianas de impedir a evacuação da população civil de Mariupol e Volnovakha, no sudeste da Ucrânia, e garantiram que, das 215 mil pessoas das duas cidades cuja saída teria sido permitida, nenhuma chegou aos corredores humanitários abertos.
Segundo a Tass, agência de notícias oficial russa, o chefe do Centro Nacional para o Controle de Defesa da Rússia, Mikhail Mizintsev, declarou que Moscou respeitou "todas as condições da parte ucraniana, tanto em termos de horas como em termos de rotas e segurança".
Do R7
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