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BUENOS AIRES - Teve de tudo na festa da Argentina pelo título da Copa do Mundo. Durante o cortejo dos jogadores da seleção em Buenos Aires, o atacante Papu Gómez chegou a jogar notas de dinheiro para os torcedores.

De cima do ônibus onde estavam os jogadores, Papu pegou um maço de notas e atirou para a multidão.

Por conta de tanta gente na festa, o percurso dos jogadores por Buenos Aires precisou ser interrompido. Os atletas deixaram o local de helicóptero.

 

 

Por Redação do ge

CATAR - A conquista da última Copa América, no Brasil, encerrando um jejum de 28 anos sem títulos oficiais, devolveu à Argentina o prazer de celebrar. A vitória sobre a Itália na Finalíssima, duelo entre os campeões sul-americano e europeu, mostrou que os hermanos queriam mais. Queriam o mundo. E ele veio, após 36 anos de espera e dois vices dolorosos (1990 e 2014). Neste domingo (18), a equipe albiceleste derrotou a França por 4 a 2 na disputa de pênaltis, após empate de 3 a 3 com a bola rolando, no Estádio de Lusail, na decisão da Copa do Catar, assegurando o tricampeonato mundial.

Campeã em casa, em 1978, e no México, oito anos depois, a Argentina ergueu a taça do mundo pela primeira vez longe do continente americano. Em 22 edições, esta é a terceira vez que o feito acontece. As anteriores foram em 1958 (Suécia) com o Brasil e em 2014 (Brasil) com a Alemanha.

Assim como em 1986, o título argentino tem um protagonista destacado. Se lá atrás, o cara foi Diego Armando Maradona, desta vez, teria de ser Lionel Messi. Quis o destino que o craque, de 35 anos, na última Copa da carreira, pudesse, enfim, levantar a taça mais cobiçada do planeta. Mais que isso, sendo o maestro de uma equipe que jogou, é claro, pelo país, mas também pelo camisa 10. Além de campeão, Messi encerrou a competição como vice-artilheiro (com sete gols) e jogador com mais partidas na história dos Mundiais (26, à frente do alemão Lothar Matthäus).

O título coroa uma campanha que, na primeira rodada, parecia improvável. Apesar de favorita, a Argentina estreou derrotada pela Arábia Saudita, por 2 a 1, de virada. O tropeço deu fim a uma sequência de 36 jogos de invencibilidade. A recuperação teve início com a vitória por 2 a 0 sobre o México. O triunfo para cima da Polônia, pelo mesmo placar, deu aos hermanos a liderança do Grupo C. Nas oitavas e nas quartas de final, classificações sofridas ante Austrália (2 a 1) e Holanda (nos pênaltis, após empate em 2 a 2 no tempo normal). Na semifinal, a grande atuação da equipe, no 3 a 0 aplicado na Croácia.

Os franceses, então atuais campeões, sentiram o gosto amargo do vice pela segunda vez - a primeira foi em 2006. Perderam a chance de repetir o Brasil de Pelé e Garrincha, última seleção a vencer duas Copas seguidas, entre 1958 e 1962. A juventude do elenco dos Bleus, cheio de nomes abaixo dos 30 anos (21 dos 25 convocados), entre eles o craque Kylian Mbappé, mostra, porém, que os europeus permanecerão fortes rumo ao próximo Mundial, em 2026 (Estados Unidos, Canadá e México).

 

 

Por Lincoln Chaves - Repórter da TV Brasil e Rádio Nacional

AGÊNCIA BRASIL

CATAR - Contando com o brilho de Lionel Messi e Julián Álvarez, a Argentina derrotou a Croácia por 3 a 0 para se tornar a primeira finalista da Copa do Catar. Após triunfar na tarde desta terça-feira (13) no Estádio de Lusail, os hermanos aguardam o confronto ente Marrocos e França para conhecerem o seu adversário na decisão da competição.

A Croácia, com a mesma equipe titular que segurou o Brasil, fez o seu jogo básico: prender a posse de bola, tocar de lado e permanecer sem pressa nenhuma. Dessa forma, a equipe europeia fez o tempo passar, sem sofrer grandes ameaças nos primeiros momentos.

Isso fez com que a primeira chance surgisse apenas aos 24 minutos, com um chute de fora da área de Fernández que o goleiro Livakovic pegou em dois tempos.

Aos 31 minutos, enfim, Álvarez foi lançado em profundidade e acabou derrubado por Livakovic. O juiz italiano Daniele Orsato marcou pênalti e deu cartão amarelo para dois jogadores croatas. O craque Lionel Messi cobrou com perfeição, no alto, e enlouqueceu o Estádio de Lusail: 1 a 0.

E para quem imaginava que a marcação croata era dura e difícil, como foi diante do Brasil, não podia imaginar a facilidade de Julián Álvarez em jogada individual. O centroavante conduziu a bola, deixou para trás dois marcadores e chutou na saída de Livakovic. Um golaço do atacante de 22 anos aos 38 minutos da etapa inicial.

No lance seguinte, após cobrança de escanteio, MacAllister cabeceou para o chão e Livakovic fez uma defesa impressionante, evitando o que seria o terceiro gol argentino.

No intervalo o técnico Zlatko Dalic realizou três substituições em uma tentativa desesperada de empatar a partida. Não adiantou muita coisa. Aos 12 minutos da etapa final, Messi tabelou com Fernández, entrou na área e bateu para Livakovic espalmar. Os croatas tentaram reagir aos 16 minutos, quando Perisic cabeceou e o goleiro Emiliano Martínez saiu da meta para afastar o perigo.

Aos 23 minutos Messi resolveu fazer tudo sozinho. Ele se livrou da marcação croata, entrou na área e cruzou rasteiro para Álvarez completar para as redes: 3 a 0. Com esta bela atuação, Messi se credencia ainda mais para ser eleito o craque da Copa (título que já conquistou em 2014, no Brasil). Já Modric, que esteve sumido durante toda a partida, foi substituído aos 35 minutos do 2º tempo. No último minuto, Lovren arriscou um foguete da intermediária, mas a bola foi para fora, enquanto os argentinos já se abraçavam comemorando a esperada vaga na final.

Aguardando o adversário

A Croácia ainda entrará em campo mais uma vez nesta Copa, a partir das 12h (horário de Brasília) do próximo sábado (17), para disputar o terceiro lugar. Um dia depois a Argentina faz a finalíssima com o vencedor de França ou Marrocos no Estádio Lusail. Em caso de vitória, os hermanos levarão para casa o seu terceiro título mundial, que consagraria a geração campeã da Copa América de 2021.

Paixão argentina

A partida desta terça teve presença maciça dos argentinos. Nos últimos dias, vários voos da Aerolíneas Argentinas saíram de Buenos Aires, com escala em Roma (Itália), até Doha (Catar), levando aficionados de última hora, que estão desembolsando entre US$ 3.400 e US$ 3.800 por uma passagem. Ao chegarem lá, os ingressos são negociados por valores de US$ 1.000 a US$ 1.500.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

BUENOS AIRES - O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, anunciou na quinta-feira, 08, que o governo reduzirá a quantidade de contribuintes do Imposto de Renda em janeiro, em meio a demandas sindicais por uma taxa sobre os salários médios e altos.

Em uma série de publicações em sua conta no Twitter, Massa indicou que o aumento do piso salarial a partir do qual o imposto é pago beneficiará 312.864 trabalhadores, que deixarão de pagar o imposto a partir de janeiro, mas não indicou qual será o custo da medida fiscal.

“Com esta desoneração em 2023, nenhum trabalhador que ganhe menos de 404.062 pesos (cerca de 2.378 dólares) o pagará, mantendo também a progressividade na entrada para evitar saltos nas tabelas de impostos”, anunciou Massa.

Com esta atualização, menos de 600.000 assalariados do país pagarão o imposto, menos de 10% de todos os trabalhadores, acrescentou.

A medida certamente será bem-vinda em um momento em que a inflação prevista para 2022 gira em torno de 100%, o que corrói fortemente o poder de compra.

A inflação alta e os desequilíbrios da economia geram desconforto entre os trabalhadores devido à deterioração da renda e levam quase 40% da população à pobreza, o que gera mais protestos nas ruas.

 

 

Reportagem de Lucila Sigal / REUTERS

URUGUAI - O presidente da Argentina, Alberto Fernández, sugeriu nesta terça-feira, 6, a eventual criação de um Banco Central do Mercosul. Durante a reunião de cúpula do grupo, o líder argentino disse que não seria “uma loucura” a criação da autoridade monetária comum.

“Não é loucura para o Brasil, e não é loucura para a Argentina”, afirmou. No evento, o governo brasileiro foi representado pelo vice-presidente Hamilton Mourão.

O encontro foi realizado no Uruguai e contou com uma série de discussões sobre acordos comerciais. A reunião marcou ainda a rotatividade da presidência do Mercosul, que passa agora a ser ocupada pela Argentina.

A reunião expôs tensões sobre a flexibilidade comercial do bloco, com atritos entre Fernández e o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou.

Lacalle Pou reafirmou sua intenção de negociar um acordo de livre comércio com a China – pedindo apoio dos parceiros – e entrar no Acordo Transpacífico, alegando que o Mercosul seria “uma das áreas mais protecionistas do mundo”.

“Ninguém pegou um avião para buscar conflito, mas para buscar um retorno” à disputa, disse, admitindo a existência de tensões internas e descrevendo o bloco como “uma zona de livre comércio imperfeita”.

Na segunda-feira, 5, chanceleres do Paraguai, do Brasil e da Argentina já haviam advertido o Uruguai com sanções legais e comerciais, criticando sua atitude de buscar acordos bilaterais que eles interpretam como uma violação da regra do consenso para a tomada de decisões.

Fernández disse que o acordo com a União Europeia é desvantajoso para seu país porque não contempla assimetrias. Ele também reconheceu que o Uruguai é um país autônomo e pode assinar um acordo de livre comércio com a China, mas pediu um estudo conjunto.

O presidente argentino reconheceu que o “grande problema” do Mercosul “são as assimetrias de seus membros”. “Nós nunca os resolvemos. É hora de ver como vamos resolvê-los”, argumentou.

 

 

por Matheus Andrade / ESTADÃO

CATAR - Durante praticamente os primeiros 80 minutos de jogo, a Argentina pareceu ter o controle do duelo de oitavas de final da Copa do Mundo do Catar diante da Austrália, no Estádio Ahmad Bin Ali neste sábado (3). Abriu 2 a 0 e não corria grandes riscos. Porém, dali em diante viveu momentos dramáticos até garantir a classificação por 2 a 1. A seleção sul-americana passou por um pequeno sufoco até literalmente o último lance, quando o goleiro Emiliano Martínez fez grande defesa em chute de Kuol à queima-roupa. Agora, tem encontro marcado com a Holanda na próxima sexta-feira (9) pelas quartas de final.

Os gols da vitória argentina foram marcados por Lionel Messi e Julián Álvarez. Craig Goodwin diminuiu para os australianos.

No jogo mil da carreira, gol de Messi

Independentemente do que acontecesse em campo, o duelo pelas oitavas de final representaria um marco na carreira de um dos maiores jogadores da história do futebol mundial. Lionel Messi completou mil jogos na carreira profissional.

Nada mais justo, então, que o primeiro acontecimento digno de destaque na partida tenha vindo dele. Em um primeiro tempo de muito estudo e poucas oportunidades, coube a Messi abrir o placar já aos 35 minutos. Ele cobrou escanteio pela direita. Mac Allister recebeu e tentou acionar Otamendi dentro da área. O domínio incompleto do zagueiro acabou ajeitando a bola à feição da perna esquerda de Messi, que, assim como fez outras tantas vezes na carreira, finalizou com categoria para bater o goleiro Matthew Ryan. Foi o gol de número 789 da carreira do craque.

2º tempo morno até final eletrizante

Mesmo em desvantagem no placar, a Austrália não adotou postura mais agressiva ao voltar dos vestiários. No entanto, a seleção não contava com um tiro no próprio pé proporcionado pelo goleiro Matthew Ryan aos doze minutos. Ele recebeu bola recuada e, pressionado por De Paul, tentou driblar o jogador argentino. Julián Álvarez roubou a bola e chutou para o gol vazio, ampliando a vantagem argentina no placar.

Por mais 20 minutos, embora estivesse dando adeus à Copa, a Austrália não conseguiu levar perigo ao gol adversário. Porém, em um lance de sorte, voltou para o jogo.

Aos 32, Goodwin pegou sobra da defesa e chutou forte. A bola, que parecia ter o destino das arquibancadas, acertou Enzo Fernández e o desvio matou completamente o goleiro Emiliano Martínez, decretando o 2 a 1.

Com nova vida em campo, a seleção australiana se encheu de coragem. Não criou muitas oportunidades, mas quando chegou causou extrema preocupação à torcida da Argentina. Poucos minutos depois do gol, o lateral Behich fez jogada de craque pela esquerda, passando por ao menos três adversários. Quando já estava de frente para o gol, praticamente na pequena área, seu chute foi bloqueado por Lisandro Martínez, evitando o que seria um golaço.

Pouco a pouco, a Argentina conseguiu respirar e até levar mais perigo do que o adversário que necessitava do gol. Em diversos contra-ataques, os jogadores argentinos surgiram com liberdade mas pecaram nas finalizações. Lautaro Martínez perdeu gol feito após passe de Messi, que também desperdiçou uma chance.

No último lance da partida, praticamente ao fim dos sete minutos de acréscimo, um último susto para os argentinos. Após bola levantada na área, Kuol dominou e ficou de frente para o gol. No entanto, o goleiro Emiliano Martínez saiu de forma corajosa e, com os braços, praticamente fechou o ângulo, fazendo uma importante e difícil defesa com o braço esquerdo.

Aliviados, os argentinos se jogaram no chão com o apito final, que garantiu a classificação às quartas, algo que a seleção não conseguiu em 2018, quando caiu nas oitavas para a França, que seria a campeã.

A Holanda, adversária da Argentina em outras cinco partidas na história das Copas, será o obstáculo nas quartas (assim como em 1998, quando deu Holanda). O duelo acontece na sexta-feira (9), às 16h de Brasília, no Estádio de Lusail.

 

 

Por Igor Santos - Repórter da TV Brasil

AGÊNCIA BRASIL

Lusail - A Argentina foi surpreendida na estreia da Copa do Mundo do Catar. Nesta terça-feira, a seleção argentina perdeu por 2 a 1 para a Arábia Saudita, de virada, no Estádio Lusail.

A Albiceleste parecia que iria ter tranquilidade na partida, já que, com apenas nove minutos, Messi colocou os sul-americanos na frente. No segundo tempo, entretanto, os árabes surpreenderam e buscaram a virada, com gols de Al-Shehri e Salem Al-Dawsari. No fim, o time do técnico Scaloni ainda tentou apertar, mas não foi o suficiente para evitar o revés.

Com o resultado, os argentinos estão na lanterna da chave C do Mundial, com zero pontos. A Arábia Saudita, por sua vez, está na liderança, com três. O grupo ainda conta com México e Polônia, que se enfrentam às 13 horas (de Brasília), no Estádio 974.

A Argentina volta a campo agora no sábado, às 16 horas, quando encara o México, novamente no Estádio Lusail. No mesmo dia, mas às 10 horas, a Arábia Saudita enfrenta a Polônia, no Estádio da Cidade da Educação.

O jogo - Embalada pelo bom número de torcedores na arquibancada, os argentinos iniciaram o primeiro tempo com tudo. Com apenas um minuto, Lionel Messi aproveitou a sobra na entrada da área e bateu rasteiro, com força. Atento, Al-Owais fez grande defesa.

Aos sete, o camisa 10 cobrou escanteio para a área e viu Paredes ser derrubado. Após ser chamado para revisar o lance no VAR, o árbitro marcou pênalti. Messi, então, assumiu a responsabilidade e, com categoria, abriu o placar.

Mesmo com a vantagem, a Argentina seguiu em cima. Os hermanos chegaram a balançar as redes mais três vezes, duas com Lautaro Martínez e outra com Messi. Contudo, todos os tentos foram anulados por impedimento.

Já aos 41, Rodrigo de Paul teve uma chance clara de ampliar. Após cobrança de falta, a bola ficou na medida para o volante, na entrada da área. O camisa 7, porém, finalizou mal e isolou.

 

2º tempo

E os gols desperdiçados na etapa inicial acabaram fazendo falta. Isso porque, na volta do intervalo, a Arábia Saudita acordou. Após Messi perder a bola no meio de campo, Al-Shehri foi lançado em profundidade, passou por Romero e bateu cruzado para deixar tudo igual.

E não demorou para sair a virada. Com sete minutos, Salem Al-Dawsari pegou a sobra na ponta esquerda, cortou a marcação e finalizou no ângulo, anotando um golaço no Estádio Lusail.

Em desvantagem, a Argentina se lançou para o ataque. Aos 17, Lisandro Martínez recebeu cruzamento na área e finalizou firme. Na pequena área, Tagliafico desviou e viu Al-Owais fazer um milagre.

Dez minutos depois, Di Maria foi acionado por Messi na ponta direita e arrematou para mais uma intervenção do goleiro. Aos 35, foi a vez de Messi tentar. Em cobrança de falta da intermediária, o camisa 10 exagerou na força e mandou por cima.

Na sequência, Di Maria cruzou pela direita e Messi tentou de cabeça. Bem posicionado, Al-Owais agarrou sem grandes problemas. Já aos 45, De Paul lançou na área, Otamendi dividiu com o goleiro no alto e a bola sobre para Álvarez, que tentou o chute. Em cima da linha, afastou Al-Amri de cabeça.

Nos acréscimos, a Argentina seguiu pressionando, mas nada foi suficiente para evitar a surpreendente derrota para a Arábia Saudita na estreia da Copa do Mundo de 2022.

 

 

GAZETA ESPORTIVA

ARGENTINA - O Produto Interno Bruto (PIB) argentino crescerá 2% em 2023, com um déficit fiscal de 1,9% e uma inflação anual de 60%, de acordo com o projeto de lei orçamentária anunciado na quarta-feira (28) pelo ministro da Economia, Sergio Massa, em um cenário em que também houve aumento da pobreza.

"Temos que melhorar a qualidade de vida das pessoas. Temos que criar um processo de desenvolvimento com inclusão social", disso o chefe da pasta ao discursar no plenário da Câmara dos Deputados.

A economia argentina acumula um crescimento de 6,4% nos primeiros sete meses de 2022 e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o país fechará o período anual com uma expansão de 4%.

A inflação teve um aumento de 56,4% entre janeiro e agosto e se estima que ultrapasse 90% no ano, segundo levantamentos do Banco Central.

A reativação do crescimento iniciada em 2021 após a pandemia, com um aumento de 10,3% do PIB, diminuiu o desemprego de 9,6% para 6,9% na medição interanual do segundo trimestre.

Massa afirmou que o orçamento apresentado "é realista", após a oposição impedir no voto a aprovação do projeto de lei orçamentária para 2022.

Sem uma lei orçamentária, o governo do presidente Alberto Fernández estendeu por decreto as alocações de receitas e despesas de acordo com a norma aprovada para 2021.

O déficit fiscal comprometido pelo governo para este ano perante o FMI é de 2,5% do PIB, objetivo para o qual o governo argentino está implementando um plano de ajuste que acaba de receber o aval da entidade multilateral.

Em 2023, a taxa de câmbio terá uma média de 218,90 pesos por dólar, com um aumento de 62% em relação ao nível atual da taxa de câmbio oficial.

 

- Pobreza chega a 36,5% -

Já a taxa de pobreza na Argentina ficou em 36,5% da população no primeiro semestre de 2022, com uma redução de 0,8 ponto percentual em relação ao segundo semestre de 2021, segundo o instituto de estatística Indec.

Enquanto isso, a indigência, que afeta as pessoas que não conseguem cobrir as despesas básicas de alimentação, aumentou. O estudo oficial colocou o número de indigentes em 8,8% da população, um aumento de 0,6 ponto percentual em relação ao índice do segundo semestre do ano passado.

O levantamento do Indec é realizado nos 31 grandes conglomerados urbanos da Argentina e não urbanos com uma população total de 47 milhões de pessoas, mas oferece um panorama global que permite uma projeção em todo o país.

Segundo o Indec, mais da metade (50,9%) das pessoas de 0 a 14 anos são pobres, contra 51,4% no semestre anterior e 54,3% nos primeiros seis meses de 2021.

O número de pessoas abaixo da linha de pobreza foi de 10,64 milhões, dos quais 2,56 milhões são indigentes.

 

 

AFP

ARGENTINA - Técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Argentina chegaram a um acordo sobre a segunda revisão do programa econômico do país sul-americano, abrindo o caminho para que Buenos Aires receba cerca de 3,9 bilhões de dólares, informou a entidade na segunda-feira (19).

O acordo técnico agora será analisado pela diretoria do FMI “nas próximas semanas”, disse o FMI.

O Fundo aprovou em 25 de março um programa de ajuda para a Argentina no total de 44 bilhões de dólares a 30 meses.

“O exame se concentrou na atualização do marco macroeconômico e nas medidas implementadas para reforçar sua estabilidade e permitir um crescimento duradouro e inclusivo. Neste contexto, combinou-se que os objetivos previstos durante a negociação do plano permanecessem inalterados para 2023”, declarou, por sua vez, o chefe da missão para a Argentina, Luis Cubeddu, citado em nota.

Embora o Fundo admita uma revolução no contexto econômico mundial, destaca que “a pressão do mercado está se dissipando e as previsões de crescimento permanecem inalteradas”.

A Argentina viveu duas trocas de ministros da Economia nos últimos meses, uma pasta que agora é encarregada de Sergio Massa, que no último 12 de setembro foi ao FMI para se reunir com a diretora-gerente, Kristalina Georgieva.

“A maior parte dos objetivos do programa previstos para 2022 foi cumprida, devido a um aumento das importações”, afirmou Cubeddu.

A Argentina se comprometeu com o FMI a aumentar suas reservas internacionais e reduzir o déficit fiscal, de 3% do Produto Interno Bruto em 2021 a 2,5% este ano, 1,9% em 2023 e 0,9% em 2024.

Trata-se do décimo terceiro acordo entre o FMI e a Argentina desde o retorno do país à democracia em 1983.

O acordo prevê um reembolso apenas de 2026 a 2034, se para então a Argentina cumprir os objetivos, um dos quais é fixar seu crescimento sustentado no longo prazo (após os 10,3% de 2021).

 

 

AFP

ARGENTINA - O supermercado do meu bairro em Buenos Aires costumava abrir às 8h da manhã todos os dias, mas há algumas semanas passou a abrir cada dia mais tarde.

Frustrada com esse atraso, um dia reclamei com o caixa pela falta de pontualidade.

"Antes de abrir temos que atualizar os preços dos produtos que aumentaram, e a cada dia a lista do que temos de remarcar é mais longa", explicou o funcionário, pedindo desculpas.

Se deparar com preços mais caros a cada vez que você vai às compras é uma das consequências de morar em um país com mais de 70% de inflação ao ano, uma das mais altas do mundo.

Esse problema não é novidade para os argentinos.

Enquanto em outras partes do mundo os consumidores estão horrorizados porque o aumento do custo de vida chegou a 10% ao ano, como consequência da pandemia e da invasão da Ucrânia pela Rússia, na Argentina, ter números como esses seria um sonho.

Por aqui, há uma década, a inflação não fica abaixo de 25% ao ano, e nos últimos anos esse número dobrou.

No entanto, nada se compara ao que vivemos este ano, em que problemas internos, aprofundados por problemas externos, levaram a uma aceleração da inflação não vista desde a crise de 2001-2002, que deixou mais da metade da população na pobreza.

Desde março, o país vem registrando aumentos mensais de preços superiores a 5%.

Em julho a inflação atingiu 7,4%, valor mensal mais alto das últimas duas décadas, e a maioria dos consultores estima que em agosto a alta de preços tenha ficado em torno de 6,5%.

Esta é a razão pela qual, nas últimas semanas, as maquininhas de remarcar preços não têm dado conta do serviço.

Mas o pior é que poucos preveem que a inflação vá desacelerar. Ao contrário: a última Pesquisa de Expectativas de Mercado do Banco Central da Argentina indica que a projeção de inflação é de 90% até o final do ano. E vários analistas acreditam que o número pode chegar a três dígitos.

 

Sem 'âncoras'

Mesmo aqueles que têm muita experiência em conviver com a inflação perdem a bússola com esse nível de reajustes.

É que uma das consequências mais danosas de ter uma inflação tão alta é que não temos mais o que os economistas chamam de "âncoras", ou seja, referências de preços.

Os comerciantes reajustam valores de acordo com o custo que estimam que terão de pagar no final do mês para substituir aquele produto. Alguns reajustam de acordo com a inflação do mês anterior.

E não faltam aqueles que aproveitam a confusão generalizada para lucrar, ampliando suas margens de ganho.

Por outro lado, há setores que sofreram muito durante a pandemia, como turismo, gastronomia e vestuário, que aproveitam a reabertura da economia e a necessidade de muitos regressarem à vida normal para impor fortes aumentos de preços para recuperar um pouco do tempo perdido.

O que isso gera é uma distorção de preços que faz com que os consumidores não saibam mais o quanto as coisas deveriam valer.

"Outro dia comprei um par de sapatos infantis online e paguei 13.000 pesos (cerca de US$ 90, considerando a cotação dólar 'oficial', ou US$ 45 no paralelo), o que me pareceu caro", comenta Yanina, uma amiga professora, que não sabe se fez uma compra boa ou ruim.

"Depois fui ao supermercado e gastei quase o mesmo só na compra semanal", diz ela.

A confusão é ainda maior se você tiver que pagar por um serviço, desde contratar um encanador ou eletricista para consertar um problema na casa, até pintar as unhas ou levar o carro para a oficina.

Você não tem a menor ideia do que eles podem cobrar. Vai me custar 3.000 pesos? 5.000 pesos? Ou 10.000?

É impossível saber o que é caro e o que é um preço razoável, porque não há nada para comparar.

 

A loucura do dólar

Dada a falta de âncoras, os argentinos estão mais atentos do que nunca à cotação do dólar, moeda que historicamente tem sido usada como referência e reserva de valor na Argentina.

Mas longe de ser uma bússola, a moeda americana se tornou um elemento fundamental da crise atual.

Primeiro, porque na Argentina não há uma cotação única do dólar. Hoje temos pelo menos seis (que são as mais usadas) e a diferença entre a cotação mais baixa e mais alta é tão grande que às vezes ultrapassa os 100%.

Por que temos seis cotações do dólar?

Porque os constantes ciclos inflacionários fizeram com que o peso argentino perdesse grande parte de seu valor, levando à adoção do dólar norte-americano como moeda de reserva, utilizada para realizar grandes transações, principalmente a compra de imóveis.

Mas como a Argentina não produz os dólares necessários para suprir a demanda de sua população e economia — dependente de insumos importados para a produção —, os governos impõem controles de capital — "cepos", como são chamados aqui — e fixam a cotação do dólar.

Isso cria um dólar "oficial", de menor cotação, e toda uma gama de outros dólares — o "ahorro" (poupança), o "tarjeta" (cartão), o "bolsa" —, e o mais conhecido e acompanhado por todos: o "blue", nome dado aqui ao dólar paralelo, comumente conhecido em outros lugares como "câmbio negro".

Esse dólar "blue", que sobe e desce dependendo do humor do mercado, também é muito sensível às crises políticas: subiu quase 10% em um único dia no início de julho, após a renúncia do ministro da Economia Martín Guzmán.

E este é o segundo fator que está causando a escalada inflacionária.

Porque, sendo a principal referência de preço para muitos — especialmente os empresários, quando o "blue" sobe, quase todos os preços sobem.

E quando a cotação desse dólar dispara — como nos últimos meses, quando o dólar "oficial" dobrou de valor em relação à moeda argentina — abre-se uma brecha que distorce a economia, trazendo mais pressão para a desvalorização do peso.

Todas essas complexidades da economia argentina fazem com que os locais tenham que se tornar quase especialistas em economia para fazer o melhor uso possível de seus salários.

Uma das manobras financeiras mais populares é o chamado "purê".

Consiste em comprar US$ 200 ao preço "oficial" — o máximo mensal permitido pelo governo, que aplica sobre o valor 65% de imposto — e vendê-los em "cuevas" (instituições financeiras ilegais, muito comuns aqui) a um valor "blue", gerando uma diferença suculenta que multiplica o rendimento.

 

As duas Argentinas

Embora a inflação afete a vida de todos os argentinos, o impacto é muito desigual dependendo do grupo em que você está.

Quem tem salários reajustados para repor a inflação vive uma realidade, e a grande maioria, que perde poder aquisitivo mês a mês, vive outra.

Os primeiros são os grandes responsáveis pela explosão de consumo que a Argentina vive, fenômeno que surpreende muitos, que se perguntam como é possível que os restaurantes estejam lotados e os shoppings cheios em meio à crise.

Ou que o grupo britânico Coldplay tenha conseguido esgotar dez shows no enorme estádio do River Plate, um recorde absoluto para este país.

A explicação não é apenas que ainda existam mais de 20% da população com renda alta ou média-alta. Mas também que muitos deles, e mesmo pessoas com rendimentos mais modestos, optam por consumir em vez de poupar.

"As pessoas que têm pesos tentam se livrar porque eles 'derretem'", explica o economista Santiago Manoukian, da consultoria Ecolatina, referindo-se à alta inflação que corrói o valor da moeda local.

Com acesso limitado ao seu instrumento de poupança favorito, o dólar — por conta do limite "oficial" de US$ 200 e da cotação recorde do "blue" —, muitos optam por comprar bens duráveis para manter o valor de seu dinheiro, ou gastam em atividades que lhes dão prazer, como comer fora, assistir a um show ou viajar.

Isso permitiu à Argentina manter um bom nível de atividade econômica, com crescimento superior a 6% no primeiro semestre do ano e baixo desemprego, de 7%.

Mas do outro lado dessa opulenta Argentina há milhões de pessoas que não conseguem sobreviver e cada vez mais têm que apertar o cinto, até mesmo cortando produtos básicos.

 

Pobres com ocupação

Os principais prejudicados pela inflação são as pessoas mais pobres, que hoje representam quase 40% da população argentina.

Eles costumam ter empregos informais, que não são protegidos pelas "paritarias", como são chamadas as negociações setoriais que definem reajustes salariais para compensar a inflação.

A maior parte desta população mais vulnerável sobrevive com a ajuda do Estado, mas essa assistência também não consegue acompanhar o aumento dos preços.

No entanto, mesmo os trabalhadores com carteira assinada perderam muito poder de compra devido à inflação.

Porque nos últimos anos, enquanto o custo de vida disparou, os salários foram na direção oposta.

A queda começou durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019) e já dura cinco anos consecutivos, o que significa que hoje a maioria dos argentinos tem renda menor do que no final de 2017.

Segundo a consultoria LCG, a perda de poder aquisitivo nos últimos cinco anos foi de 23% em média.

Mas não é só a inflação alta que explica a queda dos salários. Também mudou a forma como o bolo é dividido, ou seja, a distribuição da riqueza.

Em 2017, o salário dos trabalhadores representava 52% da renda nacional e os lucros dos empresários, 39%.

A partir de então, a relação de forças começou a se inverter e, em 2021, os rendimentos dos trabalhadores representavam apenas 43% da riqueza nacional, e o capital, 47%, segundo estudo da Cifra, centro de estudos da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA).

O resultado é o fenômeno que mais preocupa muitos aqui: o dos trabalhadores pobres.

Historicamente, na Argentina, considerava-se que a diferença entre ser pobre e não ser era conseguir um emprego formal.

Mas hoje o salário mínimo não compra metade de uma cesta básica, conjunto de alimentos e bens essenciais necessários a uma típica família de quatro pessoas.

Ou seja, mesmo um casal com empregos formais não tem garantia de uma renda mínima para não cair na pobreza.

Isso levou quase um em cada cinco assalariados a serem pobres e um terço de todos os argentinos ocupados a viverem na pobreza, segundo pesquisas realizadas em 2021 pelo Centro de Estudos Distributivos, Laborais e Sociais (Cedlas) da Universidade Nacional de La Plata e o Observatório da Dívida Social Argentina da Universidade Católica Argentina.

É algo que nunca vi antes neste país, e um problema que o novo ministro da Economia, Sergio Massa, pretende mitigar dobrando entre setembro e novembro o abono que os 1,1 milhão de trabalhadores formais de salários mais baixos recebem por criança.

 

O futuro

Como argentina nascida há quase meio século, vivi muitas das crises econômicas mais dramáticas atravessadas por este país, que há apenas cem anos era um dos mais prósperos do mundo.

Vivi inflações ainda piores do que a atual — em 1989, quando cursava o ensino médio, a alta do custo de vida atingiu seu recorde, acima de 3.000% ao ano.

E na primeira década deste século, fui uma entre milhares de jovens que se mudaram para o exterior em busca de melhores oportunidades, enquanto meu país mergulhava no pior desastre de sua história.

Embora o presidente Alberto Fernández, que fez parte do governo que tirou a Argentina dessa crise, garanta que o país vai se reerguer, como então, é difícil manter o otimismo.

É verdade que a situação internacional, em particular devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, fez com que os grãos argentinos voltassem a valer fortunas — a valorização das commodities foi uma das chaves que permitiram a recuperação da economia a partir de 2003.

Também dá esperança que, mesmo com previsão de desaceleração econômica para o segundo semestre, organismos internacionais como Banco Mundial e FMI (Fundo Monetário Internacional) concordem que o país deva fechar 2022 com crescimento próximo de 4%, acima da média regional.

Mas não posso deixar de me perguntar como poderá se reerguer um país em que 45% da população depende de auxílios estatais, segundo dados do Observatório da Dívida Social.

E acima de tudo: que futuro espera a Argentina quando mais da metade de suas crianças são pobres e meio milhão abandonou a escola após o prolongado fechamento do ensino presencial durante a pandemia, como advertiu no começo do ano letivo a Associação Civil pela Igualdade e Justiça (ACIJ).

 

- Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62842330

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