SÃO PAULO/SP - O esporte adaptado vive um momento histórico no Brasil. Nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, o país marcou presença em 20 das 22 modalidades e contou com 255 atletas com deficiência, formando a segunda maior delegação do torneio, atrás apenas da China. No primeiro semestre deste ano, o Governo Federal renovou o patrocínio ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em um contrato de R$ 160 milhões para o ciclo 2025–2028, o que garante suporte financeiro e estrutural a mais de 120 atletas e 18 modalidades paralímpicas.
O avanço também alcança modalidades fora do programa paralímpico, como o fisiculturismo adaptado, que, apesar de não integrar as Paralimpíadas, atrai um número crescente de competidores com deficiência física. Um dos nomes de destaque internacional é Josué Fabiano, o “Gorila Albino”, atleta brasileiro que compete na categoria Wheelchair do Mr. Olympia, destinada a pessoas com deficiência motora.
Outro exemplo de superação e dedicação, é o gaúcho Caio Ferreira, de 30 anos. Morador de Porto Alegre (RS), ele nasceu com uma condição congênita no fêmur direito e passou por cerca de 50 cirurgias ao longo da vida. “Com minha recuperação, tive a necessidade de me movimentar, ser ativo fisicamente. Experimentei natação e surfe, mas foi na musculação que me encontrei, que me senti aceito e completo e, consequentemente, entrei para o fisiculturismo”, conta.
Desde 2021, o atleta soma cerca de dez participações em competições, entre elas o Musclecontest Mercosul, Sardinha Classic, Horsepower e eventos da NPC RS. “O fisiculturismo é a forma que encontrei para expressar resiliência e disciplina, valores que carrego desde a infância. Quando era criança, passava dias em jejum, aguardando cirurgias. Hoje, encaro a dieta como uma escolha, não como sacrifício. É um prazer poder viver isso”, afirma.
Para Caio, o avanço das categorias especiais representa reconhecimento, igualdade e respeito ao esforço de cada competidor. Ele ressalta que o sentimento de pertencimento é essencial para quem dedica a vida ao esporte. “Ser avaliado dentro da minha categoria é ser respeitado como atleta, em condições justas e de igual para igual. É saber que o trabalho e a entrega têm o mesmo valor que em qualquer outra disputa”, afirma.
O fisiculturista se prepara para subir ao palco do Campeonato Sul Brasileiro de Fisiculturismo, promovido pela SC Fitness e realizado anualmente em Camboriú. Além da categoria especial voltada a atletas com deficiência física ou intelectual e contará com sete modalidades: Bodybuilding, Classic Physique, Men’s Physique, Bikini, Wellness Model, Figure, Women’s Physique e Fit Model. O evento, que começa às 9h, também vale classificação para importantes disputas do calendário de 2026, como o Arnold Classic Brasil, o Olympia Amateur e o Musclecontest Brasil.
Segundo o CEO da SC Fitness, o aumento no número de atletas com deficiência nos campeonatos reflete uma transformação importante no cenário do fisiculturismo nacional. “Nos últimos anos, observamos um crescimento expressivo na participação de pessoas com deficiência. O Brasil é uma potência no esporte paralímpico há décadas, e não seria diferente no fisiculturismo. Implantada nos campeonatos da SC Fitness em 2019, a categoria simboliza inclusão, força, determinação e superação, valores que traduzem o verdadeiro espírito esportivo”, afirma Emerson.
SERVIÇO
O quê: Campeonato Sul Brasileiro
Quando: 22 de novembro (sábado), a partir das 8h | Pesagem dos atletas: 21 de novembro (sexta-feira)
Onde: Maria’s Camboriú | Avenida Rio Mamoré, 1083 – Camboriú (SC)
Ingressos: https://www.ingressonacional.
Inscrições: https://scfitness.com.br/
 
															 
						 
						 
	  	
	   
				 
  	
     
				
				
				 
				
				
				 
				
				
				 
				
				
				































 
						