UCRÂNIA - Combates violentos entre as forças ucranianas e o exército russo eram registrados em quase toda a região ocupada de Kherson, sul da Ucrânia, onde as tropas de Kiev iniciaram uma contraofensiva, informou nesta terça-feira (30) a presidência ucraniana.
"Durante todo o dia (segunda-feira) e toda a noite foram registradas explosões potentes na região de Kherson. Combates intensos acontecem em quase todo o território da região", afirmou a presidência em um comunicado divulgado na manhã de terça-feira.
"As Forças Armadas ucranianas iniciaram ações ofensivas em várias direções", acrescenta a nota, que cita a destruição de alguns "depósitos de munições e de todas as grandes pontes" que permitiam aos veículos atravessar o rio Dniepr.
As autoridades ucranianas anunciaram na segunda-feira o início de uma contraofensiva nesta região do sul do país, ocupada pela Rússia desde o início do conflito em fevereiro, para retomar o controle da cidade de Kherson, que tinha 2 80.000 habitantes antes da guerra.
A região, essencial para a agricultura ucraniana, também é estratégica porque faz fronteira com a península da Crimeia, anexada pela Rússia em março de 2014 e usada como base para a invasão.
A Rússia, no entanto, afirmou na segunda-feira que frustrou as ofensivas ucranianas nas regiões de Kherson e Mykolaiv.
Não foi possível verificar as afirmações russas e ucranianas com fontes independentes.
ALEMANHA - A ministra do Exterior da Alemanha, Annalena Baerbock, reafirmou no domingo (28/08) o apoio de Berlim à Ucrânia em sua guerra contra a Rússia, alertando que o conflito "pode continuar por anos".
"Infelizmente, temos que presumir que a Ucrânia ainda precisará de novas armas pesadas de seus amigos no próximo verão", disse ela ao jornal Bild am Sonntag. "A Ucrânia também está defendendo nossa liberdade, nossa paz. E nós os apoiamos financeira e militarmente – e pelo tempo que for necessário. Ponto final!", disse Baerbock.
A guerra de agressão russa contra a Ucrânia já dura mais de seis meses. Baerbock expressou a expectativa de que a guerra "possa durar anos".
Baerbock afirmou ainda que o presidente russo, Vladimir Putin, estaria tendo um "delírio" ao pensar que a Ucrânia cairia dentro de algumas semanas. Ela também defendeu a reivindicação da Ucrânia à Crimeia, península que foi ilegalmente anexada pela Rússia em 2014.
"A Crimeia também pertence à Ucrânia. O mundo nunca reconheceu a anexação de 2014, que foi contra a lei internacional", disse a ministra ao jornal. Ela sublinhou que o governo alemão vai "amortecer os desequilíbrios sociais resultantes dos altos preços da energia", ligados a dúvidas sobre um fornecimento de gás russo para a Europa.
Baerbock também rejeitou categoricamente as demandas feitas por alguns políticos na Alemanha para que Berlim aprove a abertura do gasoduto Nord Stream 2 no Mar Báltico para permitir um aumento no fornecimento de gás russo.
O projeto, que é o oleoduto irmão do Nord Stream 1, foi concluído no ano passado, mas Berlim suspendeu o processo de permissão para abertura do canal nos dias que antecederam a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro.
"Aumento de tropas impactará pouco a guerra", diz Londres
O relatório de inteligência militar do Reino Unido divulgado neste sábado afirmou que o plano da Rússia de aumentar o tamanho de suas tropas em 140 mil provavelmente não terá um grande impacto na guerra na Ucrânia.
A afirmação é divulgada depois que o presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto na semana passada para aumentar o tamanho de suas Forças Armadas de 1,9 milhões para 2,04 milhões de efetivos. "Ainda não está claro se a Rússia tentará atender a esse aumento recrutando mais voluntários contratados ou aumentando as metas anuais de alistamento militar obrigatório", disse o comunicado de Londres.
O texto afirma ser "improvável que o decreto faça progressos substanciais no aumento do poder de combate da Rússia na Ucrânia. Isso ocorre porque a Rússia perdeu dezenas de milhares de soldados; muito poucos novos soldados contratados estão sendo recrutados; e os recrutas tecnicamente não são obrigados a servir fora território russo".
O Ministério da Defesa britânico publica diariamente informações sobre o curso da guerra na Ucrânia desde o início do conflito, citando informações de inteligência. Ao fazer isso, o governo britânico quer fazer frente a propaganda de guerra russa e contribuir para manter a união dos aliados de Kiev. Moscou acusa Londres fazer de uma campanha de desinformação.
md (AFP, AP, DPA, Reuters)
KIEV - O presidente da Ucrânia pediu ao mundo que aja muito mais rápido para forçar as tropas russas a desocuparem a maior usina nuclear da Europa depois que o local ficou sem eletricidade por horas em um incidente que, segundo ele, arriscou um desastre internacional de radiação.
O presidente Volodymyr Zelenskiy disse que bombardeio russo na quinta-feira provocou incêndios nos poços de cinzas de uma usina de carvão próxima que desligou a usina Zaporozhzhia da rede elétrica. Uma autoridade russa afirmou que a culpa é da Ucrânia.
Geradores a diesel de backup garantiram o fornecimento de energia vital para os sistemas de refrigeração e segurança da usina, disse Zelenskiy, elogiando os técnicos ucranianos que operam a usina sob o olhar dos militares russos.
"É necessária uma pressão internacional que force os ocupantes a se retirarem imediatamente do território da usina nuclear de Zaporizhzhia", declarou ele em um discurso em vídeo na noite de quinta-feira.
"A AIEA e outras organizações internacionais precisam agir muito mais rápido do que estão agindo agora. Porque cada minuto que as tropas russas ficam na usina nuclear é um risco de um desastre global de radiação", disse ele, referindo-se ao órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas.
Moradores de Zaporozhzhia, 50 km a nordeste da usina e cerca de 435 km a sudeste de Kiev, expressaram preocupação com a situação.
"Claro que estou com medo. Todo mundo está com medo, não sabemos o que vai acontecer, o que está esperando por nós a cada minuto, segundo", disse a gerente de mídia social Maria Varakina, de 25 anos.
A professora Hanna Kuz, de 46, afirmou que as pessoas temem que as autoridades ucranianas não possam avisar os moradores a tempo em caso de radiação.
A empresa nuclear estatal ucraniana Energoatom disse que um dos dois reatores em funcionamento da usina foi reconectado à rede e estava novamente fornecendo eletricidade depois de ser totalmente desconectado na quinta-feira.
Vladimir Rogov, autoridade nomeada pela Rússia na cidade ocupada de Enerhodar, perto da usina, culpou as Forças Armadas ucranianas pelo incidente de quinta-feira, dizendo que eles causaram um incêndio em uma floresta perto da usina.
"Isso foi causado pela desconexão das linhas de energia da usina nuclear de Zaporizhzhia como resultado das provocações dos combatentes de Zelenskiy", escreveu Rogov no Telegram. "A desconexão em si foi desencadeada por um incêndio e curto-circuito nas linhas de energia."
O Ministério da Defesa da Rússia disse nesta sexta-feira que suas forças destruíram um obus M777 fabricado nos Estados Unidos, que, segundo a pasta, a Ucrânia usou para bombardear a usina de Zaporizhzhia. Imagens de satélite mostraram um incêndio perto da usina, mas a Reuters não conseguiu verificar sua causa.
A Energoatom informou que o incidente de quinta-feira foi a primeira desconexão completa da usina, que se tornou um ponto crítico na guerra de seis meses.
Autoridades regionais em Zaporizhzhia disseram que mais de 18.000 pessoas em vários assentamentos ficaram sem eletricidade na sexta-feira devido a danos causados a linhas de energia.
Por Tom Balmforth e Max Hunder / REUTERS
RÚSSIA - Como muitas cidades russas, Volosovo tem alto-falantes em postes nas ruas principais. Eles são tradicionalmente usados para tocar música em feriados nacionais. Agora, eles têm um propósito diferente.
"Dois batalhões de artilharia voluntários estão sendo formados. Convidamos homens entre 18 e 60 anos para se juntarem", gritam os aparelhos.
É uma mensagem que se repete em todo o país. Nas redes sociais, televisão e outdoors, os homens são instados a assinar contratos de curto prazo com o Exército para lutar na Ucrânia.
Perante perdas significativas de soldados no conflito, as autoridades russas lançaram uma campanha de recrutamento.
Eu paro um homem na rua em Volosovo e pergunto se ele apoia a convocação de voluntários. "Sim! Se eu fosse jovem eu iria, mas estou muito velho", diz ele, cerrando os punhos. "Devemos bombardeá-los!"
No entanto, a maioria das pessoas parece menos entusiasmada. "[Guerra] é muito doloroso até mesmo de falar", diz uma mulher. "Matar seus irmãos é errado."
Pergunto o que ela diria se um de seus parentes quisesse participar. "Por que ir? Apenas seus corpos serão devolvidos." E muitos corpos são.
'Sinal de desespero'
A Rússia não publica números, mas autoridades ocidentais dizem que entre 70 mil e 80 mil soldados russos foram mortos ou feridos desde que o governo do presidente Vladimir Putin lançou sua invasão há seis meses.
Para atrair novos recrutas, as autoridades oferecem aos voluntários grandes somas de dinheiro, terras e até privilégios para seus filhos nas escolas.
Recrutadores visitaram até prisões para alistar detentos, prometendo-lhes liberdade e dinheiro.
O jornalista investigativo Roman Dobrokhotov diz que a campanha de recrutamento é um sinal de desespero por parte das autoridades.
"Estes não são o tipo de soldados necessários para uma guerra vitoriosa. O Kremlin ainda espera que a quantidade possa vencer a qualidade. Que eles possam levar centenas de milhares de pessoas desesperadas com suas dívidas e simplesmente as jogar na zona de conflito."
Apesar das enormes quantias de dinheiro oferecidas a potenciais recrutas (até R$ 30 mil por mês em alguns casos), Dobrokhotov diz que a realidade é diferente.
"As pessoas não recebem esse dinheiro", diz ele. "Eles estão voltando [da Ucrânia] agora e estão dizendo a nós jornalistas como foram enganados. Isso também está influenciando a situação, essa falta de confiança em nosso governo, então, não acho que essa estratégia tenha sucesso."
No entanto, alguns estão felizes em participar. O filho de Nina Chubarina, Yevgeny, deixou seu vilarejo no norte da Carélia para se juntar a um batalhão de voluntários.
Nina diz que seu filho, que não tinha experiência militar, recebeu uma arma e foi enviado diretamente para a Ucrânia. Ele morreu alguns dias depois. Yevgeny tinha 24 anos.
A dor dos parentes
Nina concordou em me encontrar em um parque perto de Moscou, onde encontrou um emprego de meio período em uma fábrica de pães. Ela diz que a tarefa monótona de embalar o pão distrai sua mente da perda do filho.
Ela se lembra de implorar para ele não ir para a Ucrânia. "Tentei dissuadi-lo. Chorei. Disse-lhe: 'Há uma guerra, eles vão te matar!' Ele disse: 'Mãe, tudo vai ficar bem'."
Nina critica como as autoridades recrutam voluntários. "Eles apenas os mandam para lá como pintinhos bobos! Eles mal seguraram uma arma antes. Eles são bucha de canhão. Os generais pensam: 'Temos um voluntário: ótimo, vá em frente!'"
Mas nem todo mundo está disposto a se alistar como Yevgeny. Viajando por este país, não se tem a impressão de que o povo russo apoia totalmente a "operação militar especial", como o Kremlin gosta de chamá-la.
O número de carros nas estradas russas exibindo o símbolo "Z" pró-guerra é relativamente baixo. Especialistas dizem que o número de voluntários também é.
O analista militar Pavel Luzin acredita que as pessoas não estão dispostas a se sacrificar por seu presidente.
"O problema do Kremlin é que a maioria dos russos não está disposta a morrer por Putin ou pela restauração do 'grande império'. O recrutamento não é possível nas atuais circunstâncias, porque não há consenso civil na Rússia para a guerra. Compare isso com a Ucrânia. Os ucranianos estão prontos para lutar."
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62681167
UCRÂNIA - No dia em que a Ucrânia celebrou 31 anos de independência do domínio soviético, o presidente Volodimir Zelenski disse que dois ataques na região de Dnipropetrovsk (sudeste do país) deixou pelo menos 22 pessoas mortas e 50 feridas. Kiev vinha alertando sobre a possível intensificação de bombardeios russos na data, que coincidiu com os seis meses do início da guerra.
Em reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta quarta (24), Zelenski afirmou que forças russas dispararam mísseis contra a estação de Tchapline, a cerca de 145 quilômetros de Donetsk (cidade controlada por separatistas pró-Moscou). "Quatro vagões de passageiros estão pegando fogo. Os funcionários estão trabalhando, mas, infelizmente, o número de vítimas ainda pode aumentar", disse.
Antes disso, outro ataque russo atingiu uma área próxima e matou uma criança de 11 anos, segundo o governo.
Na terça (22), o presidente havia citado o risco de um "ataque brutal" e outras provocações no Dia da Independência, feriado que ganhou novo significado diante da invasão russa, iniciada em fevereiro.
Temendo que os moradores se expusessem a mísseis disparados pelas forças de Vladimir Putin, o governo ucraniano proibiu eventos públicos, o que deixou as ruas da capital, Kiev, menos movimentadas do que costumam ficar em festividades tradicionalmente marcadas por um desfile militar.
O ataque anunciado por Zelenski mudou o panorama do dia. Até o meio da tarde no horário brasileiro nenhuma ação de porte havia sido registrada, embora sirenes antibombas tenham soado em Kiev e outros locais. Mesmo com os alertas, algumas pessoas se reuniram no centro da capital, onde carcaças de tanques russos capturados em combate estão em exibição. A Khreschatik, uma das principais vias da cidade, transformou-se em museu militar para a celebração de um feriado indissociável da guerra.
"Provavelmente ninguém fez tanto para unir a Ucrânia quanto Putin", disse o ucraniano Ievhen Palamartchuk, 38, à agência Reuters. "Sempre tivemos algumas tensões internas no país, mas desde 2014 [ano da anexação da Crimeia], e especialmente desde fevereiro, estamos mais unidos do que nunca."
O tom da declaração é semelhante ao que Zelenski usou em seu discurso do Dia da Independência. Falando em frente ao monumento central de Kiev, o presidente disse que o país renasceu quando foi invadido pela Rússia, acrescentando que vai resistir à invasão até o fim, sem fazer concessões ou assumir compromissos que possam ir contra os interesses da Ucrânia.
"Uma nova nação surgiu em 24 de fevereiro às 4h da manhã. Não nasceu, mas renasceu. Uma nação que não chorou, não gritou, não se apavorou. Não fugiu. Não desistiu. E não esqueceu", afirmou o presidente, em vídeo, adotando o tom ufanista que marca seus discursos no contexto do conflito com a Rússia.
Zelenski também repetiu a afirmação de que vai recuperar a Crimeia a qualquer custo, assim como as áreas do leste ora ocupadas pelas tropas de Putin. Segundo ele, a Ucrânia não vê mais a guerra terminando quando houver paz, mas quando for, de fato, vitoriosa.
"O ocupante acreditou que em poucos dias estaria desfilando no centro da nossa capital. Hoje, você pode ver esse desfile em Khreschatik. A prova de que o equipamento inimigo pode aparecer no centro de Kiev apenas dessa forma: queimado, em ruínas e destruído." A fala fez referência ao início do conflito, quando Moscou fez uma empreitada ousada, mas que se mostraria falha, para tentar conquistar Kiev no susto.
Em seu discurso, o líder ucraniano citou ainda o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, dizendo que, mesmo falando inglês, ele se faz mais compreensível e próximo de Kiev do que os "assassinos, estupradores e saqueadores que cometem crimes em russo".
Boris, que anunciou sua renúncia no início do mês, fez nesta quarta nova viagem surpresa à Ucrânia, onde se encontrou com Zelenski e anunciou um pacote militar de US$ 63,5 milhões (R$ 324 milhões), incluindo 2.000 drones e munições o dia também reservaria o anúncio de novo auxílio americano.
O premiê britânico, a quem Zelenski descreveu como "querido amigo Boris", disse que é vital que a Europa mantenha seu apoio militar e econômico à Ucrânia, mesmo com o aumento dos preços da energia e dos alimentos impactando os consumidores do continente.
"Para todos os nossos amigos, eu simplesmente digo isso, devemos continuar. Devemos mostrar como amigos da Ucrânia que temos a mesma resistência estratégica que o povo da Ucrânia", disse.
O ataque à estação de trem marcou a celebração da independência e o aniversário da guerra, em certa maneira cumprindo a previsão de Zelenski de que Putin tentaria "algo particularmente feio". Moscou, no entanto, não deu início ao julgamento de soldados ucranianos capturados durante a tomada de Mariupol o que também vinha sendo alardeado como um ato de agravamento das tensões.
ALEMANHA - O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, anunciou na terça-feira (23) que seu país enviará uma nova leva de armamentos para a Ucrânia, no valor de 500 milhões de euros (em torno de 2,5 bilhões de reais).
Berlin enviará a Kiev mais três sistemas antiaéreos IRIS-T, de última geração, equipamentos antidrone e munições, além de mais de uma dezena de blindados e 20 picapes equipadas com lançadores de mísseis.
A maior parte desses itens deverá ser entregue somente em 2023. Scholz, no entanto, assegurou que alguns armamentos chegarão à Ucrânia bem antes do fim deste ano.
Após um período de hesitação em torno do envio de armas para a Ucrânia nas primeiras semanas do conflito, a Alemanha vem acelerando a entrega dos equipamentos.
Kiev já recebeu de Berlim 10 obuses de autopropulsão, 15 tanques Gepard com baterias antiaéreas e centenas de sistemas portáteis de defesa, além de outros tipos de ajuda letal e não letal.
"Plataforma da Crimeia"
Scholz fez o anúncio durante uma conferência convocada pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelenki, onde vários líderes internacionais discutiram a questão da Península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
A conferência, chamada de Plataforma da Crimeia, visa mobilizar apoio internacional para a retomada ucraniana da península no Mar Negro.
"A comunidade internacional jamais aceitará a anexação ilegal e imperialista do território ucraniano pela Rússia", disse Scholz, durante a reunião.
"Posso assegurá-los que a Alemanha se mantém firme ao lado da Ucrânia, enquanto a Ucrânia precisar do nosso apoio", garantiu Scholz aos vários líderes internacionais que participaram da conferência, na maioria dos casos, de maneira virtual.
Ajuda dos "amigos" internacionais
O chanceler garantiu que as sanções impostas pela comunidade internacional à Rússia serão mantidas. Os parceiros internacionais continuarão a ajudar com armas e recursos financeiros e já planejam a reconstrução do país.
"Estou certo de que a Ucrânia vai superar a sombra escura da guerra, porque é forte, corajosa e unida em sua luta por independência e soberania", exaltou Scholz. "E por ter amigos na Europa e em todo o mundo."
UCRÂNIA - A Ucrânia lutará "até o fim" contra a invasão russa, sem fazer nenhuma concessão ou compromisso, afirmou nesta quarta-feira (24) o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em uma mensagem do Dia da Independência do país, que também marca os seis meses de guerra.
"Não nos importamos com o exército que vocês têm, só nos importamos com nossa terra. Lutaremos por ela até o fim", declarou Zelensky em um vídeo.
"Permanecemos firmes há seis meses. É difícil, mas cerramos os punhos e estamos lutando pelo nosso destino", acrescentou.
"Para nós, a Ucrânia é toda a Ucrânia. Todas as 25 regiões, sem qualquer concessão ou compromisso".
"O que é para nós o fim da guerra? Antes respondíamos 'paz'. Agora dizemos 'vitória'. Não vamos tentar nos dar bem com os terroristas russos", disse Zelensky.
Também nesta quarta-feira, o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, principal aliado da Rússia, feliciou o povo ucraniano no Dia da Independência.
"Estou convencido de que as atuais divergências não poderão destruir a base multissetorial das relações sinceras de boa vizinhança entre os povos dos dois países", afirmou Lukashenko em uma mensagem.
Belarus continuará defendendo o "reforço dos contatos amistosos baseados no respeito mútuo em todos os níveis com Kiev", acrescentou.
"O presidente bielorrusso desejou aos ucranianos um céu pacífico, tolerância, coragem e força para restabelecer um bom caminho", acrescentou o serviço de imprensa de presidência.
Principal aliado de Moscou, o presidente Lukashenko, que governa Belarus desde 1994, deu ao exército russo acesso a seu território para que pudesse iniciar a ofensiva contra a Ucrânia em 24 de fevereiro.
UCRÂNIA - Shakhtar Donetsk e Metalist 1925 empataram em 0 a 0 no vazio Estádio Olímpico de Kiev na terça-feira (23), quando as competições de futebol foram retomadas na Ucrânia devastada pela guerra com o início da nova temporada do Campeonato Ucraniano.
Os jogos de abertura da temporada foram programados para coincidir com o Dia da Bandeira Nacional da Ucrânia e fornecer mais uma demonstração de resistência após a invasão da Rússia em fevereiro, que encerrou prematuramente o campeonato da temporada passada.
Mas também ocorre quando a Embaixada dos Estados Unidos na capital alertou sobre a possibilidade crescente de ataques militares russos à Ucrânia, e Kiev proibiu celebrações públicas na capital no aniversário da independência do regime soviético na quarta-feira (24).
Foi a primeira partida oficial em nove meses para ambos os clubes e, embora houvesse sinais óbvios de falta de ritmo, as equipes proporcionaram uma partida divertida em que o Shakhtar esteve mais perto de vencer quando Mykhailo Mudryk acertou o travessão.
O jogo, pelo menos, não foi interrompido por sirenes de ataque aéreo, ainda uma ocorrência diária.
A situação é tão tênue que apenas alguns locais com abrigos antibombas serão usados para jogos do campeonato. Nenhum torcedor pode entrar no estádio, com os jogos principalmente centrados em Kiev por enquanto.
O retorno da liga local de 16 equipes oferece uma distração por 90 minutos da violência e devastação de uma guerra que a Rússia chama de "operação especial".
"Este é o nosso trabalho e consideramos uma responsabilidade muito grande mostrar ao mundo que a vida na Ucrânia não para, mas continua", disse o técnico croata do Shakhtar, Igor Jovicevic, a repórteres antes do jogo desta terça-feira (23).
EUA - A embaixada dos Estados Unidos na Ucrânia advertiu nesta terça-feira (23) que a Rússia pode atacar "nos próximos dias" infraestruturas civis e edifícios governamentais, e recomendou aos cidadãos do país que "saiam da Ucrânia".
"O Departamento de Estado dispõe de informações segundo as quais a Rússia intensifica seus esforços para executar ataques contra infraestrutura civil e instalações governamentais na Ucrânia nos próximos dias", afirmou a embaixada em uma mensagem publicada em seu site, sem revelar mais detalhes.
A nota pede aos cidadãos americanos que "saiam da Ucrânia no momento e utilizem os meios de transporte terrestre privados disponíveis".
O conflito, iniciado em 24 de fevereiro com a invasão russa, completará seis meses na quarta-feira.
Após o recuo das forças russas dos arredores de Kiev no fim de março, os principais combates se concentram no leste da Ucrânia, onde Moscou avançou de maneira lenta até chegar a uma fase de estagnação, e no sul, onde as tropas ucranianas anunciaram uma lenta contraofensiva.
A Rússia, no entanto, continua atacando de maneira frequente as cidades ucranianas com mísseis de longo alcance, mas raramente apontam contra a capital ou seus arredores.
UCRÂNIA - Alguns moradores de Kiev observavam outros tiravam selfies/fotos com vários tanques russos capturados e/ou destruídos que foram levados para serem exibidos em uma das principais vias da capital ucraniana, o jornalista ucraniano Oleksiy Sorokin, tuitou:
"Os russos finalmente conseguiram seu desfile militar no centro de Kiev. No entanto, há uma pegadinha".
No próximo dia 24 de agosto a Ucrânia comemora o aniversário de independência do país, o que ocorreu pelo parlamento ucraniano, conhecido como Rada, proclamando a independência do país da antiga União Soviética.
"Em fevereiro, os russos estavam planejando um desfile no centro de Kiev. Seis meses após o início da guerra, a vergonhosa exibição de metal russo enferrujado é um lembrete para todos os ditadores de como seus planos podem ser arruinados por uma nação livre e corajosa", disse uma mensagem com imagens dos tanques divulgada no perfil do Twitter do Ministério da Defesa da Ucrânia.
In February, russians were planning a parade in downtown Kyiv.
— Defense of Ukraine (@DefenceU) August 20, 2022
6 months into the large-scale war the shameful display of rusty russian metal is a reminder to all dictators how their plans may be ruined by a free and courageous nation.#FreedomIsOurReligion
? @zaklyashtor pic.twitter.com/H1fbw2UaSS
Um porta-voz das Forças Armadas da Ucrânia disse que os combatentes russos que avançaram até os arredores da capital ucraniana no início do conflito haviam trazido uniformes de desfile, numa demonstração de confiança de que Kiev seria facilmente dominada. Porém, não foi o que aconteceu.
Os tanques russos finalmente entraram em Kiev, mas como troféus de guerra dos ucranianos e não dominando a Ucrânia como os russos imaginavam.
Um site que contabiliza as perdas dos equipamentos militares na guerra da Ucrânia, apontou em agosto, que a Rússia já havia 5.000 veículos militares desde o início da invasão, incluindo mais de 900 tanques de guerra.
Oleksii Reznikov, ministro da defesa ucraniana postou em seu Twitter: "Os agressores sonhavam em capturar Kiev em três dias. Os invasores pretendiam realizar um desfile em nossa capital. Ok. Eles estão agora aqui. Como toneladas de sucata", tuitou.
The delusional ?? arrogantly invaded ??. I saw for myself the ceremonial uniforms in their tanks.
— Oleksii Reznikov (@oleksiireznikov) August 20, 2022
The aggressors dreamt of capturing Kyiv in 3 days.
The occupiers intended to hold a parade in our capital.
Ok, they're here.
Tons of scrap metal.
Buy nicotine patches, occupants! pic.twitter.com/KulMXWwt2t
Na última quinta-feira,18, um relatório de inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido relatou "grande desgaste" dos tanques russos na Ucrânia, que atribuiu parcialmente à "falha da Rússia em empregar adequadamente armadura explosiva reativa (ERA) adequada" nos veículos.
"Isso sugere que as forças russas não corrigiram uma cultura de mau uso do ERA, que remonta à Primeira Guerra da Chechênia em 1994", apontou as autoridades de defesa britânicas.
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