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KIEV - Uma importante autoridade ucraniana disse nesta sexta-feira que a Rússia está levando combatentes mercenários do Grupo Wagner de outras partes da linha de frente para lutar em Bakhmut, no leste da Ucrânia, e que Moscou quer capturar a cidade a tempo para as comemorações do Dia da Vitória em 9 de maio.

A vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar, fez os comentários depois que o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, disse que suas forças mercenárias se retirariam de Bakhmut em 10 de maio devido a pesadas perdas e suprimentos inadequados de munição.

Isso ocorreria um dia após os eventos anuais que comemoram a vitória soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, um dia importante no calendário russo.

"Agora estamos vendo eles puxando (combatentes) de toda a linha ofensiva onde os combatentes do Wagner estavam, eles estão puxando para a direção de Bakhmut", afirmou Maliar em comentários televisionados.

Ela disse que as forças ucranianas não estavam apenas na defensiva na cidade, mas também realizando ataques. Espera-se que Kiev lance nas próximas semanas uma contraofensiva para tentar repelir as forças russas no leste e no sul.

"Os russos estão inclinados ao simbolismo, seu mito histórico chave é 9 de maio e eles realmente estabeleceram o objetivo de assumir o controle de Bakhmut até esta data", declarou ela.

Os mercenários de Prigozhin têm liderado o ataque de meses da Rússia a Bakhmut, na região industrial de Donbas.

Embora de valor estratégico militar questionável, Bakhmut, que tinha uma população pré-guerra de 70.000 pessoas, assumiu uma enorme importância simbólica na invasão da Rússia. As baixas foram altas.

A Rússia marca anualmente o dia 9 de maio com uma grande parada militar na Praça Vermelha comandada pelo presidente Vladimir Putin.

 

 

por Por Pavel Polityuk / REUTERS

RÚSSIA - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou nesta sexta-feira (5) que o suposto ataque com drones contra o Kremlin não poderia ter acontecido sem o conhecimento dos Estados Unidos e advertiu que seu país responderá com "ações concretas".

"Trata-se de um ato hostil. Está claro que os terroristas de Kiev não poderiam ter feito isto sem o conhecimento de seus chefes", afirmou Lavrov, durante uma visita à Índia, em referência ao governo dos Estados Unidos.

A Rússia afirmou na quarta-feira que interceptou dois drones ucranianos lançados na noite de terça-feira contra o Kremlin. O país denunciou uma tentativa de assassinato do presidente Vladimir Putin. A Ucrânia negou qualquer envolvimento e os Estados Unidos questionaram as acusações russas.

A Rússia responderá com "ações concretas", advertiu o ministro russo.

Na quinta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, acusou o governo dos Estados Unidos de ter patrocinado o suposto ataque.

Washington reagiu de maneira imediata e denunciou uma "mentira", além de negar qualquer envolvimento.

"Se você acredita que, porque Estados Unidos e a Ucrânia negaram as acusações, devemos deixar de pensar o que sabemos, não é assim", insistiu Lavrov nesta sexta-feira.

"A capacidade de nossos amigos ucranianos e ocidentais de mentir é bem conhecida", ironizou o chanceler russo.

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, pediu na quinta-feira à Rússia que não utilize o "suposto ataque como desculpa para continuar intensificando a guerra".

 

 

AFP

RÚSSIA - Satélites revelam que Moscou já ergueu centenas de quilômetros de defesas nas áreas invadidas. Mas elas também podem ser fator de desvantagem. Moral das tropas e armas ocidentais podem fazer a diferença.

Desde dezembro o exército russo ergue grandes fortificações ao longo de todo o front de guerra na Ucrânia. Imagens de satélite mostram que as tropas que invadiram o país em 24 de fevereiro de 2022 estão fortificando pontos estratégicos dos territórios ocupados, preparando-se para uma contraofensiva. Segundo o serviço secreto britânico, há décadas o mundo não se vê baluartes de tal porte.

A agência de notícias Reuters igualmente registra milhares de novas fortalezas, localizadas nas fronteiras da Rússia e no sul e leste ucranianos: trincheiras, fossos e bloqueios rodoviários se estendem por centenas de quilômetros, além dos chamados "dentes de dragão" da época da Segunda Guerra.

Na opinião de Rob Lee, associado do Foreign Policy Research Institute da Filadélfia, Moscou teria aprendido com a bem-sucedida contraofensiva ucraniana de 2022: "Depois da ofensiva em Kharkiv, a Rússia reconheceu que uma derrota é possível, e que pode voltar a perder território. Acho que se reconheceu que a Ucrânia é capaz de empreender ofensivas."

 

O que mostram os satélites

Estão sendo cavadas sobretudo trincheiras em que os soldados podem ficar de pé, reforçadas na frente com sacos de areia e com pedras. Elas visam proteger a infantaria russa de balas, estilhaços de granadas e fogo de artilharia, relata Brady Africk, do American Enterprise Institute, em Washington, baseado em análise de imagens de satélite.

Atualmente há numerosos postos desse tipo ao longo de estradas importantes e nas proximidades de cidades estratégicas. Observadores relatam também sobre campos minados.

Tudo indica que é nessas áreas onde são construídas as estruturas de defesa maiores que os russos contam com uma ofensiva das forças armadas ucranianas. Tais postos se concentram no sudeste da região de Zaporíjia, no leste da Ucrânia e em torno do istmo que liga a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014, ao restante do país sob invasão.

"São fortificações para se levar a sério, que foram construídas em seis meses", explica Oleh Zhdanov, perito militar e coronel da reserva ucraniana. Ele ressalva, contudo, que se trata apenas de instalações localizadas. Assim, a rede ferroviária a leste de Melitopol, por exemplo, está livre de tais baluartes.

 

Fortalezas também são desvantagem para russos

Niklas Masuhr, do Center for Security Studies da Escola Politécnica Federal de Zurique, avalia a situação: "As fortificações propiciam uma certa previsibilidade e estruturam operações futuras. Isso atenua as fraquezas da Rússia, pois via de regra as forças armadas ucranianas desempenham melhor em situações militares improvisadas e cambiantes."

 

Burocracia ainda mais reduzida

"Por outro lado, a vinculação das tropas a territórios fortificados os torna mais previsíveis para os ucranianos, que conhecem os locais", acrescenta Masuhr. Rob Lee concorda que a concentração de algumas tropas num trecho definido representa uma vantagem para os ucranianos, permitindo-lhes penetrar fundo no território sob ocupação russa. Desse modo, eles poderão destruir mais outras linhas fortificadas e alcançar um avanço maior.

No entanto as imagens de satélite ainda não mostram as posições da artilharia, observa Zhdanov, explicando que os russos só as ocuparão pouco antes do início dos combates. Outro fator importante seriam as forças aéreas russas, as quais, contudo, raramente penetram no espaço sob controle de Kiev, graças à atual eficácia da defesa aérea ucraniana.

"O importante é que as forças de ataque da Ucrânia possuam suficientes sistemas de defesa aérea que protejam as tropas diretamente. Elas serão acompanhadas por uma defesa aérea no nível tático-operativo, que cobrirá territórios inteiros. Esse é um fator a ser considerado e levado muito a sério", alerta Zhdanov.

 

Moral dos soldados é vital

O coronel reformado ressalva, contudo, que o resultado da contraofensiva não depende unicamente dos baluartes russos nas regiões ocupadas, os quais, segundo os analistas, são capazes de deter um grande avanço do exército ucraniano.

"O elemento mais importante da defesa é: não importa o quanto os soldados se enterrem ou se fortifiquem, tudo depende de sua vontade de se defender e de seu estado emocional e psíquico." Zhdanov recorda que durante a ocupação de Kherson, por quase meio ano os militares russos haviam erguido baluartes diante da cidade, em três linhas. No entanto, isso não impediu que ela fosse libertada pelas forças armadas ucranianas.

"A meta da Ucrânia deve ser imobilizar a liderança militar russa e fazer os soldados russos entrarem em pânico", explicou à CNN Franz-Stefan Gady, especialista em táticas de combate modernas e analista do Institute for International Strategic Studies de Londres. Ele crê que surpresa tática, liderança no campo de batalha e moral de combate serão decisivas nas primeiras 24 horas da ofensiva.

Oleh Zhdanov lembra que na libertação da região de Kharkiv unidades altamente móveis penetraram nas lacunas entre as estruturas fortificadas e trincheiras sem se envolver na luta. "Elas cuidaram para criar caos e pânico entre o inimigo, e então as tropas de assalto da unidade principal levaram a batalha a cabo."

 

Situação inédita para forças ucranianas

Lee, do Foreign Policy Research Institute, avalia que, para romper os baluartes russos e liberar os territórios ocupados, os tanques de combate e outros veículos blindados ucranianos precisam proceder de modo coordenado com engenheiros, artilharia e até mesmo aviões. Para tal, serão providenciais os equipamentos militares ocidentais recém-fornecidos.

Entre esses, Zhadnov destaca tanto o sistema americano de remoção de minas M58 MICLIC (Mine Clearing Line Charge) quanto os tanques para formação de pontes provisórias Biber, fornecidos pela Alemanha, que permitem superar pequenos obstáculos; e os tanques de engenharia Dachs. Além disso, a Ucrânia recebeu tanques para remoção de minas.

Para Niklas Masuhr, o apoio ocidental será também importante na capacitação das forças ucranianas para operarem em grupos armados combinados, unindo e concentrando diversas unidades num combate eficaz. Tanto os armamentos com munição fornecidos quanto o apoio informativo continuado terão significado decisivo, frisa o especialista em segurança.

Segundo o major-general reformado australiano Mick Ryan, um planejamento inteligente por parte da Ucrânia poderá ser ainda mais determinante do que os armamentos ocidentais, com "treinamento dos membros de batalhões, brigadas e da liderança para operações complexas com grupos armados combinados", pois se trata de uma operação de solo extremamente difícil.

Masuhr concorda, alertando: "Nunca vimos ataques do exército ucraniano a posições russas tão fortificadas como essas. As contraofensivas anteriores foram contra tropas russas debilitadas, dispersas. A situação atual é totalmente diferente."

 

 

 

Autor: Daniil Sotnikov / DW

UCRÂNIA - "Vemos como, com o apoio de Lukashenko, as crianças são levadas da Ucrânia para Belarus e Rússia", diz à DW o político oposicionista belarusso Pavel Latushko, que vive na Polônia devido às ameaças do regime de Alexander Lukashenko. Em março de 2023, ele foi condenado à revelia a 18 anos de prisão por um tribunal belarusso.

De acordo com a União Europeia e o comissário presidencial ucraniano para os direitos infantis, até agora mais de 16 mil crianças teriam sido deportadas de áreas da Ucrânia ocupadas pela Rússia, sob várias circunstâncias, inclusive de orfanatos. Em março, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, e sua comissária para os direitos infantis, Maria Lwova-Belowa, pelo suposto sequestro de crianças ucranianas.

Segundo Latushko, o transporte de menores para Belarus também viola a Convenção de Genebra de 1949. O oposicionista enfatiza que Belarus está disponibilizando seu território para a agressão russa contra a Ucrânia e, portanto, não pode ser considerada um "Estado neutro". Esses fatos levaram Latushko a coletar material que pretende apresentar não só ao Ministério Público da Ucrânia, como também ao procurador do TPI em Haia.

A estadia dos menores ucranianos em Belarus é amplamente noticiada na mídia estatal daquele país.

"Os propagandistas dizem que as crianças estão sendo levadas para Belarus para descansarem. Mas uma criança de seis anos pode decidir deixar um país por conta própria, neste caso a Ucrânia? Não. Isso é impossível", argumenta o oposicionista belarusso, enfatizando que nem as famílias deixaram o país voluntariamente, nem as autoridades ucranianas deram permissão para que as crianças fossem levadas.

 

"Ajuda para as crianças do Donbass"

Segundo Latushko, Belarus e Rússia têm projetos especiais visando levar a Belarus menores ucranianos entre seis e 15 anos de idade, e "essas decisões foram tomadas por ordem de Vladimir Putin e Alexander Lukashenko". Uma resolução sobre "ajuda para as crianças do Donbass", datada de 16 de setembro de 2022, previa o transporte de 1.050 menores ucranianos para Belarus.

Esses projetos são apoiados financeiramente pela estatal Belaruskali, uma das maiores produtoras de fertilizantes potássicos do mundo. "O dinheiro vai para a Fundação Alexei Talai, que organiza a saída das crianças no território ucraniano", diz Latushko. Elas também teriam sido levadas para Belarus por padres da Igreja Ortodoxa Belarussa, que faz parte do Patriarcado de Moscou.

No fim de outubro, o secretário da entidade supranacional União da Rússia e Belarus, Dmitry Mesentsev, visitou o campo infantil "Dubrava" perto de Minsk, propriedade da Belaruskali. Lá ele afirmou que "várias dezenas de milhões de rublos foram alocados para o projeto" e que o trabalho continuará.

"Apoiamos com satisfação a viagem das crianças para Belarus via Rostov", disse Mesentsev. Ele acrescentou que o objetivo é ajudá-las a "esquecer experiências difíceis e realizar sonhos" para que se tornem "cidadãos confiáveis do seu país".

"Nem Haia impedirá nossas obras de caridade"

Em abril e maio, a Fundação Talai planeja levar mais de mil crianças ucranianas para Belarus. A DW pediu a Alexei Talai que explicasse o papel de sua organização, mas não houve resposta. Ele é integrante da equipe paralímpica de natação, empresário e participante assíduo de ações de apoio a Lukashenko. Em resposta às alegações de Latushko, escreveu em seu canal no Telegram que "nem mesmo Haia nos impedirá de fazer obras de caridade e ajudar ainda mais as crianças do Donbass".

Talai também visitou em abril os mais de 300 menores da Ucrânia no campo de Dubrava. Lá, distribuiu, entre outras coisas, fitas nas cores das bandeiras russa e belarussa. O lugar também foi visitado pelo cientista político pró-governo Alexander Shpakovsky, o primeiro secretário da União da Juventude Republicana de Belarus, Alexander Lukyanov, e por membros do clube militarista Rodnik.

Segundo Latushko, sob as disposições do direito internacional, tudo isso pode ser inequivocamente classificado como crime de guerra destinado a educar crianças com sentimentos antiucranianos. O chefe da federação dos sindicatos de mineiros e químicos da cidade de Minsk, Dmitry Shvaiba, também admitiu que Belarus quer oferecer às crianças da Ucrânia uma educação em escolas profissionalizantes e depois um emprego.

"Eles estão, então, buscando potencial mão de obra para Belarus", alerta Latushko.

 

O que dizem Kiev e Unicef

O ex-comissário do presidente ucraniano para os direitos da criança e chefe da Fundação Salve a Ucrânia, Mykola Kuleba, disse ao canal de TV polonês Belsat que o lado ucraniano ainda não tem fatos documentados sobre o transporte de suas crianças para Belarus, e que são necessárias investigações.

Se houver provas suficientes, não se descarta um mandado de prisão para Alexander Lukashenko e outros envolvidos, acrescentou Kuleba, segundo quem o caso pode também ser classificado como crime de guerra.

De acordo com Aaron Greenberg, conselheiro-chefe regional do Unicef para proteção infantil na Europa e Ásia Central, sua organização está ciente de relatos de que "algumas crianças ucranianas foram levadas por período curto da Federação Russa para Belarus".

"Continuamos profundamente preocupados com relatos de transportes de crianças sem as devidas salvaguardas e retornos acelerados de crianças de locais de reassentamento que não levam em consideração o melhor interesse delas", informou o Unicef à DW.

A entidade também se disse preocupada com os procedimentos acelerados para mudar a cidadania das crianças.

 

 

Por Tatsiana Harhalyk, Deutsche Welle

KIEV – As Forças Armadas da Ucrânia prometeram nesta terça-feira não desistir da cidade de Bakhmut, no leste do país, enquanto se preparam para lançar uma contraofensiva contra as forças russas.

O general Oleksandr Syrskyi, comandante das forças terrestres ucranianas, ressaltou a importância que Kiev atribui à manutenção de Bakhmut conforme continua o preparativo para um contra-ataque com o qual espera mudar a dinâmica da guerra na Ucrânia.

A batalha por Bakhmut tem importância simbólica para ambos os lados, com a Ucrânia ainda mantendo algumas partes da cidade após meses de luta feroz contra as tropas regulares russas e combatentes da força mercenária Wagner.

“Juntamente com os comandantes, tomamos uma série de decisões necessárias com o objetivo de garantir a defesa eficaz e infligir perdas máximas ao inimigo”, disse Syrskyi em comentários divulgados após uma visita às tropas que combatem em Bakhmut.

“Vamos continuar, apesar de todas as previsões e conselhos, a defender Bakhmut, destruindo Wagner e outras unidades com maior capacidade de combate do Exército russo”, afirmou ele aos soldados em um vídeo de sua visita. “Damos às nossas reservas uma oportunidade de se preparar e estamos nos preparando para outras ações.”

Syrskyi disse na segunda-feira que unidades ucranianas expulsaram forças russas de algumas posições em Bakhmut. O grupo Wagner declarou que suas unidades fizeram avanços incrementais lá. A Reuters não conseguiu verificar a situação do campo de batalha.

A Rússia vê Bakhmut, que já foi lar de 70.000 pessoas, como um impulso para atacar outras cidades ucranianas.

Espera-se que Kiev em breve lance sua contraofensiva, na esperança de retomar território ocupado pelas forças russas após a invasão em fevereiro de 2022.

A Casa Branca disse na segunda-feira que a Rússia esgotou seus estoques militares e Forças Armadas, com cerca de 100.000 soldados russos mortos ou feridos na Ucrânia nos últimos cinco meses.

A Reuters não conseguiu verificar de forma independente os números da Casa Branca.

 

 

Por Olena Harmash / REUTERS

UCRÂNIA - Vários ataques russos com mísseis e drones atingiram na madrugada desta sexta-feira (28) várias cidades da Ucrânia e provocaram pelo menos 12 mortes, uma ofensiva condenada pelo presidente ucraniano, que prometeu uma resposta.

“O terror russo deve ter uma resposta adequada da Ucrânia e do mundo. E isso vai acontecer”, afirmou o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky.

“Cada ataque deste tipo, cada ato maligno contra nosso país e nosso povo aproxima o Estado terrorista do fracasso e da punição”, acrescentou Zelensky no Telegram.

Em Uman, uma cidade de 80.000 habitantes na região central do país, 10 pessoas morreram quando um míssil atingiu um prédio residencial, informou o ministério do Interior.

“As equipes de resgate acabam de recuperar mais três corpos dos escombros, o que eleva a 10 o total de vítimas às 10H05 (4H05 de Brasília”, anunciou o ministro Igor Klimenko.

Nove pessoas foram hospitalizadas, de acordo com o governador da região, Igor Tabourets. Ele informou que dois mísseis de cruzeiro foram lançados contra Uman, que fica 200 quilômetros ao sul de Kiev: um atingiu um edifício residencial e o outro um depósito.

Em Dnipro, o ataque deixou dois mortos, uma mulher e um menino de três anos, afirmou o prefeito Boris Filatov.

O comando militar de Kiev informou que 11 mísseis de cruzeiro lançados por bombardeiros foram derrubados, além de dois drones, sem provocar vítimas ou danos consideráveis.

O exército ucraniano anunciou no Telegram que derrubou “21 mísseis de cruzeiro X-101/X-555 de um total de 23 e dois drones” no país.

O ataque com mísseis foi lançado “por volta das 4H00” (22H00 de Brasília, quinta-feira) a partir de bombardeiros estratégicos russos do tipo Tu-95 localizados na área do Mar Cáspio, segundo as Forças Armadas.

 

– Ataques menos frequentes –

Em Kiev, uma linha de energia elétrica foi cortada ao ser atingida por destroços que também provocaram o bloqueio de uma estrada, segundo as autoridades.

“Nenhuma vítima civil ou danos a edifícios residenciais ou infraestruturas foram relatados na capital”, afirmou o comandante das forças de defesa antiaérea de Kiev, Serguiy Popko.

Na localidade de Ukrainka, próxima da capital, os estilhaços de um míssil derrubado atingiram um edifício. Uma menina ficou ferida e foi hospitalizada, segundo o governador Ruslan Kravchenko.

A Rússia bombardeou de modo incessante as cidades ucranianas e a infraestrutura do país durante o inverno (hemisfério norte, verão no Brasil), mas o ritmo dos ataques diminuiu nos últimos meses.

A capital Kiev não era alvo de ataques com mísseis há mais de 50 dias.

Os combates entre as tropas russas e os ucranianos estão concentrados no leste do país, onde acontece uma batalha violenta pelo controle da cidade de Bakhmut, que está praticamente destruída.

A Ucrânia reforçou nos últimos meses o sistema de defesa aérea, depois que recebeu equipamentos ocidentais, considerados cruciais para a estratégia do país na guerra.

Neste mês, Kiev recebeu os sofisticados sistemas americanos Patriot.

A Ucrânia afirma há vários meses que está preparando uma contraofensiva para expulsar as tropas russas dos territórios que ocupam no leste e sul do país.

Os ataques desta sexta-feira aconteceram dois dias depois de uma conversa por telefone entre os presidentes da Ucrânia e da China. O chefe de Estado chinês, Xi Jinping, defendeu uma negociação de paz.

 

 

ISTOÉ DINHEIRO

UCRÂNIA - A Rússia bombardeou, na madrugada desta quinta-feira (27) a cidade de Mykolaiv, no sul da Ucrânia. Ao menos uma pessoa morreu e 23 ficaram feridas, entre elas, uma criança.

Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, quatro mísseis do tipo Kalibr foram disparados do Mar Negro. "As armas de alta precisão visaram casas de civis, um prédio histórico e um imóvel de vários andares", indicou no Telegram junto com um vídeo mostrando residências com janelas quebradas sob fumaça.

Vitaliy Kim, governador da região atingida, declarou que bombeiros apagaram diversos incêndios provocados pelos destroços dos mísseis. Membros do serviço de socorros também realizam buscas nos escombros do bombardeio.

 

Civis no alvo dos ataques

A cidade portuária de Mykolaiv, a 170 quilômetros da península da Crimeia, contava com cerca de 470 mil habitantes antes da invasão russa, em fevereiro de 2022. A localidade e seus arredores são alvo de grandes bombardeios desde o início do conflito. A Rússia nega, no entanto, que os ataques visem civis.

Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, mais de oito mil civis foram mortos na Ucrânia desde o início da guerra. No entanto, o órgão adverte que a quantidade de vítimas, atualizadas em março, é provavelmente superior.

Na terça-feira (25), outro bombardeio que visou um museu em Kupiansk, no nordeste da Ucrânia, matou duas pessoas e feriu 10. Zelensky classificou o ataque de "bárbaro", acusando a Rússia de ser "um país terrorista".

 

China mediadora da paz

Tradicional aliada da Rússia, a China tenta se mostrar como uma mediadora da paz. Na quarta-feira (26), o presidente chinês, Xi Jinping, conversou com Zelensky por telefone, pela primeira vez desde o início do conflito.

Para o líder chinês, "o diálogo e a negociação" são o único caminho para tentar colocar um fim à guerra. "A China sempre esteve do lado da paz e sua posição fundamental é promover um diálogo de paz", afirmou Xi Jinping ao presidente ucraniano, segundo a rede estatal chinesa CCTV.

A ligação durou "quase uma hora", segundo Kiev, e foi de "iniciativa da parte ucraniana", destacou o Ministério de Relações Exteriores chinês. No Twitter, o Zelensky confirmou que teve uma "longa e significativa" conversa com Xi Jinping.

Depois da conversa, Zelensky anunciou a nomeação de um embaixador na China, um cargo vago desde fevereiro de 2021. O posto será ocupado pelo ex-ministro de Indústrias Estratégicas, Pavlo Riabikin, de 57 anos, informou Kiev.  

O governo chinês também indicou que "enviará um representante especial [...] à Ucrânia e outros países para manter uma comunicação em profundidade com todas as partes com vistas a uma solução política para a crise ucraniana".

 

(Com informações da AFP)

RFI

RÚSSIA - Em meio a perdas brutais de equipamento blindado na Guerra da Ucrânia, o governo de Vladimir Putin decidiu enviar ao país invadido os primeiros T-14 Armata, o mais recente modelo de tanque russos.

Ao menos foi o que anunciou na terça (25) a agência estatal RIA-Novosti, citando informações extraoficiais do Kremlin. Na ritualística de comunicação russa, isso significa que é provável que os tanques tenham ido, embora o efeito tenda a ser mais simbólico.

A RIA não disse quantos tanques foram enviados, nem para onde, mas apenas que "eles ainda não participaram em operações de assalto direto", sendo empregados em "coordenação de combate". Também afirmou que eles foram equipados com proteção adicional em suas laterais.

O T-14 é, no papel, o mais avançado tanque de guerra do mundo. Como a sigla sugere, teve seu desenho finalizado em 2014, e, no ano seguinte, estreou na parada da principal data do calendário militar russo, o Dia da Vitória (na Segunda Guerra Mundial) em 9 de maio.

O modelo é revolucionário: em vez de posicionar os operadores do canhão na torre, ela é completamente automatizada. Os três tripulantes vão à frente, em um compartimento blindado separado do resto do maquinário.

Isso resolve um problema trágico do desenho do T-72, o venerando tanque que é o centro da força blindada russa. Para ter o famoso perfil baixo e tamanho reduzido, tornando-se um alvo menor, o blindado usa um sistema de municiamento automático, no qual até 40 projeteis ficam num carrossel embaixo da torre.

O resultado é que o comandante do veículo e o operador do canhão sentam sobre os explosivos, e as diversas torres explodidas para longe dos T-72 na Ucrânia são testemunho do que isso significa em batalha. Modelos mais novos, como o T-80 e o moderno T-90 aliviaram, não suprimiram a falha.

Em tanques ocidentais maiores e mais pesados, como o Leopard-2 que agora está na Ucrânia e o americano M1A2 Abrams, um quarto soldado na tripulação faz o municiamento dos projeteis.

O desenvolvimento do T-14 provou-se problemático. Nos ensaios de sua estreia em 2015, um dos tanques pifou e ficou travado no meio de uma avenida, mas as questões parecem ser maiores. A previsão inicial dos russos era de ter 2.300 dos modelos até 2025.

Oficialmente, apenas um lote de 40 seria entregue para ação neste ano, e o mais recente orçamento militar russo previa apenas 132 blindados. Mesmo que Moscou tenha mudado décadas de doutrina, deixando a ideia soviética de quantidade se sobrepor a qualidade, é pouco para o maior país do mundo —e uma potência de natureza continental.

Segundo um especialista militar russo, que pede para não se identificar, os cerca de US$ 5 milhões (R$ 25 milhões) gastos para fazer um T-14 seriam melhor aplicados equipando com novas miras e blindagem adicional os tanques já existentes. Aparentemente, foi isso que o Ministério da Defesa optou por fazer.

Com efeito, o que se viu na invasão da Ucrânia em 2022 foram grandes quantidades de T-72, com níveis variados de modernização, seguidas por um contingente menor do poderoso T-80, que peca por usar uma turbina beberrona de combustível no motor.

Só mais para o fim do ano passado os T-90, mais modernos, foram vistos em ação, e em números menores. Já tanques retirados das antigas reservas soviéticas, relíquias como o T-62 e o T-64, foram avistados com certa frequência, em especial na retaguarda dos territórios ocupados no leste e sul do país.

O T-14, se chegar a ser usado em combate, não deverá fazer mais do que uma aparição simbólica pelos números envolvidos. Mas bastará ele abater um dos tanques de segunda mão enviados por países da Otan (aliança militar do Ocidente) que o golpe de propaganda estará dado.

Não é o suficiente, contudo. Levando em conta apenas avistamentos de tanques destruídos, capturados ou abandonados confirmados por georreferenciamento pela equipe do site holandês Oryx, os russos perderam 1.906 tanques na guerra até esta terça.

Isso corresponde a 56% de sua frota ativa pré-conflito, embora a conta seja imprecisa por desconsiderar reservas antigas enviadas à guerra e a produção de 2022 de novos veículos.

O número, de todo modo, impressiona. Do lado ucraniano, foram 490 perdas de uma frota de 987, mas houve diversas reposições: 230 T-72 poloneses e, agora, cerca de 40 dos 140 Leopard-2 alemães prometidos pelo Ocidente já chegaram, assim como 14 modelos Challenger-2 britânicos, que são considerados pouco práticos pelo peso excessivo.

A Otan treinou a tripulação dos novos tanques, e tudo indica que Kiev aguarda ter uma certa massa crítica para começar sua prometida contraofensiva, que parece se concentrar em Kherson (sul), onde as forças russas estão menos robustas.

 

 

por IGOR GIELOW / FOLHA de S.PAULO

UCRÂNIA - Sob o ruído das bombas e diante das paredes que tremem em um refúgio militar subterrâneo, um soldado ucraniano é evacuado em uma ambulância em Bakhmut, o atual epicentro da guerra da Ucrânia onde o Exército ucraniano tenta resistir ao avanço russo.

Militares e enfermeiros fazem neste soldado ferido, com o rosto ensanguentado, os primeiras curativos antes de se esconderem de novo, enquanto prossegue um intenso bombardeio russo.

“Doutor, por que sinto tanto frio? Sinto como se estivesse indo embora”, afirma o soldado deitado em um colchão cheio de lama.

No domingo, uma equipe da AFP pôde trabalhar em Bakhmut, uma oportunidade rara para a imprensa de verificar a devastação nesta localidade do leste da Ucrânia.

Antes do conflito, viviam ali cerca de 70.000 pessoas, mas, agora, ela se transformou em símbolo da guerra de atrito que se tornou a invasão russa da Ucrânia.

Os jornalistas acompanharam soldados ucranianos e ouviram o ruído constante dos disparos da artilharia russa durante o tempo em que estiveram em Bakhmut.

No entorno de imóveis residenciais já não há nenhum rastro de seus moradores e a sombra da guerra é onipresente, desde as ruínas e estilhaços de vidro espalhados pelo chão, até as cruzes fincadas que indicam a localização dos túmulos improvisados de soldados mortos em combate.

Diante do Exército russo e dos paramilitares do Grupo Wagner, que controlam 80% de Bakhmut, as tropas ucranianas resistem como podem na parte ocidental desta cidade do Donbass.

Ambos os lados sofreram baixas importantes nesta batalha, a mais longa da guerra na Ucrânia e que monopoliza atualmente os esforços bélicos, à espera de que comece a contraofensiva ucraniana, anunciada em diversas ocasiões, mas depois adiada.

 

– ‘Estamos cansados’ –

“Eles não param de nos atacar, dia e noite. Só param quando os atacamos e estão ocupados evacuando seus mortos e feridos”, explica um comandante adjunto de uma unidade ucraniana, cujo apelido de guerra é o “Filósofo”.

“Pouco a pouco, vão capturando áreas” da cidade, afirma de um posto de comando subterrâneo em Bakhmut.

“Estamos cansados e as tropas esgotadas”, reconhece o “Filósofo”, que explica que seus homens da 93ª brigada, às vezes, chegam a ficar a menos de três metros do inimigo.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, advertiu, em março, que a queda de Bakhmut abriria caminho para o Exército russo para avançar no Donbass, com a mira posta nas cidades de Sloviansk e Kramatorsk.

A decisão do governo ucraniano de não desistir de Bakhmut traz custos importantes para o Exército ucraniano, que sofre diariamente com as baixas de soldados que morrem ou ficam feridos.

“A cada dia que resistimos aqui, damos uma oportunidade para outras unidades para se prepararem para uma contraofensiva”, opina este comandante adjunto, que, assim como muitos dos soldados ucranianos presentes no local, se queixa da falta de munição.

 

– ‘Nenhum lugar para se esconder’ –

Não obstante, a defesa da cidade está por um fio, mais precisamente, por uma estrada.

A rodovia T 0504, rebatizada “a estrada da vida”, é a única via da cidade que permanece sob controle das tropas ucranianas e que serve para abastecê-las.

Imagens gravadas com drones pelas equipes de reconhecimento do Exército ucraniano, e que a AFP pôde ver, mostram uma sucessão interminável de construções em ruínas, além de veículos e árvores carbonizadas nas margens desta última estrada em disputa.

“Fortificamos nossas posições e os russos chegam lançando tudo o que têm e tudo o que podem. Bombardeiam tudo com mísseis, obuses de morteiro e com tanques. Não há nenhum lugar para se esconder”, reconhece Andriy, outro soldado de 38 anos.

O comandante Andriy, de 26 anos, maneja um canhão no meio de um terreno encharcado perto de Bakhmut.

Seu trabalho é essencial: evitar um ataque russo pela estrada.

“Se conseguirem bloqueá-la [a estrada], todo o mundo em Bakhmut vai morrer. Não teremos provisões, nem munições, nem comida. Nada. Ficaremos completamente isolados”, explica, enquanto seus homens dedicam-se a juntar os obuses que acabam de receber.

 

 

ISTOÉ DINHEIRO

AFP

SEVASTOPOL - As autoridades russas anunciaram na segunda-feira uma suspensão da navegação em águas ao largo da península da Crimeia, cidade de Sevastopol - anexada em 2014 - horas após os sistemas de defesa aérea terem abatido dois drones lançados pelas forças ucranianas contra a cidade, embora não tenham confirmado se existe uma ligação.

A direção para o Desenvolvimento de Infraestruturas de Transportes afirmou que "a navegação de passageiros está suspensa", sem especificar as razões, antes de notar que foi ativada uma rota terrestre para cobrir o transporte afetado, como noticiado pela agência noticiosa russa Interfax.

Horas antes, o governador do Sevastopol Mikhail Razvozhaev disse na sua conta do Telegrama que dois drones tinham sido interceptados por volta das 3.30 da manhã, hora local. De acordo com os dados disponíveis, um deles foi destruído e o outro explodiu por si só. Tudo aconteceu numa estrada externa, não há danos'', disse ele.

Os serviços secretos britânicos disseram em finais de março que os ataques com drones à base russa na península da Crimeia, na cidade de Sevastopol, estão a "limitar" as operações da Frota do Mar Negro.

Sevastopol, devido à sua localização estratégica e ao acolhimento da base principal da frota russa do Mar Negro, tem sido alvo de vários ataques com drones ucranianos. Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro do ano passado, que existe um nível de alerta "amarelo" na Crimeia.

 

 

Fonte: (EUROPA PRESS)

por Pedro Santos / NEWS360

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