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SÃO CARLOS/SP - A Polícia Militar recebeu denúncias de que um médico estaria colocando fogo em um terreno baldio na rua Dr. Donato dos Santos, no Jardim Paulistano, em São Carlos. O incidente ocorreu no último sábado, dia 24.

De acordo com o boletim de ocorrência (BO), os vizinhos tentaram apagar as chamas sem sucesso e, em seguida, acionaram o Corpo de Bombeiros.

Quando questionado pelos moradores sobre sua ação, especialmente em meio aos inúmeros incêndios que têm ocorrido no interior de São Paulo, o médico negou ter iniciado o fogo. No entanto, imagens de uma câmera de monitoramento capturaram o momento em que o médico, estava colocando fogo em materiais no terreno.

O caso foi registrado na Central de Polícia Judiciária (CPJ) e será investigado.

BRASÍLIA/DF - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quarta-feira (31) a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que traz uma abordagem planejada e coordenada para usar o fogo de forma controlada, visando prevenir e combater incêndios florestais, conservar ecossistemas e respeitar práticas tradicionais. O texto impõe medidas para disciplinar o uso do fogo no meio rural, principalmente entre as comunidades tradicionais e indígenas, e prevê a sua substituição gradual por outras técnicas.

O ato ocorreu durante a visita de Lula a Corumbá, no Mato Grosso do Sul. De 1º de janeiro a 28 de julho, o município concentrou 67,3% dos 4.553 focos de calor no Pantanal, que enfrenta a seca mais grave em 70 anos, intensificada pela mudança do clima. O presidente sobrevoou áreas queimadas e conversou com brigadistas que atuam no combate às chamas.

Lula disse que a lei será um marco no combate a incêndios no Brasil e destacou a importância do trabalho conjunto entre governo federal, estaduais e municipais. Ele também falou sobre a importância do Pantanal para o Brasil. “Um país que tem um território como o Pantanal e a gente não cuida disso, esse país não merece o Pantanal. O Pantanal é um patrimônio da humanidade, pela diversidade de coisas que tem aqui”, disse.

Vestido com roupas de brigadistas, Lula contou que ficou emocionado vendo os profissionais tentando apagar o fogo. “Muitas vezes, do nosso gabinete em Brasília, a gente não tem noção do que é um brigadista. E eu tive o prazer hoje de ver um brigadista de carne e osso, um cidadão igual a mim, que tem a missão nobre de apagar o fogo que a natureza trouxe ou que algum inimigo trouxe”, disse o presidente.

Até 29 de julho, foram registrados 82 incêndios no Pantanal; 45 foram extintos e 37 estão ativos, dos quais 20 controlados (quando o fogo está cercado por uma linha de controle). Em apoio às equipes locais, o governo federal tem 890 profissionais em campo, entre integrantes das Forças Armadas, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Força Nacional de Segurança Pública e da Polícia Federal. São 15 aeronaves em operação, entre aviões e helicópteros, e 33 embarcações.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, fez um apelo para que o fogo não seja provocado na região. “Se não parar de colocar fogo, não tem quantidade de pessoas e equipamento que vença. O que pode fazer a diferença é parar de atear fogo no Pantanal”, disse.

 

Usos do fogo

Aprovada pelo Congresso Nacional, a nova política nacional proíbe a prática de colocar fogo como método de supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo, exceto quando há queima controlada dos resíduos de vegetação. Para práticas agropecuárias, o uso do fogo será permitido apenas em situações específicas, de acordo com as peculiaridades das localidades.

Também será permitido utilizar o recurso nos seguintes casos: pesquisa científica aprovada por instituição reconhecida; prática de prevenção e combate a incêndios; cultura de subsistência de povos indígenas, comunidades quilombolas ou tradicionais e agricultores familiares; e capacitação de brigadistas florestais.

O texto define os tipos de queimada como controlada e prescrita. A primeira é a usada para fins agropecuários em áreas determinadas e deverá constar em plano de manejo integrado do fogo, com autorização prévia dos órgãos competentes. A autorização poderá ser dispensada para fins de capacitação em manejo integrado do fogo, desde que a área queimada não ultrapasse 10 hectares e esteja de acordo com as diretrizes do Comitê Nacional de Manejo, que ainda será criado.

Já a queimada prescrita ocorre com planejamento e controle do fogo para fins de conservação, pesquisa ou manejo dentro do plano integrado. É o que ocorre, por exemplo, no controle de espécies exóticas ou invasoras. Essa modalidade também exige autorização prévia.

No caso de práticas agropecuárias, o texto prevê ainda a possibilidade de que o órgão competente estabeleça critérios para concessão de autorização por adesão e compromisso, que também deverá seguir todos os requisitos ambientais e de segurança estabelecidos na política. Além disso, os proprietários de áreas contíguas poderão fazer manejo do fogo de forma solidária, em que ambos respondem pela operação, caso o local tenha até 500 hectares.

A autorização dessas queimas poderá ser suspensa ou cancelada pelo órgão competente em algumas situações, como no caso de risco de morte, danos ambientais ou condições meteorológicas desfavoráveis ou descumprimento da lei.

 

Áreas protegidas

Se a queimada for para agricultura de subsistência exercida por povos indígenas, povos quilombolas e comunidades tradicionais, conforme seus costumes e tradições, o projeto não exige autorização. Ainda assim, haverá exigências, como acordo prévio com a comunidade residente e comunicação aos brigadistas florestais responsáveis pela área, além de ocorrer apenas em épocas apropriadas.

A implementação da política de manejo integrado nas terras dessas populações deverá ser feita pelo Ibama, em parceria com a Funai, Fundação Cultural Palmares, Incra e Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União.

Quando o órgão ambiental autorizar a queima controlada em áreas limítrofes a terras indígenas ou territórios quilombolas e nas zonas de amortecimento de Unidades de Conservação (UCs), ele deverá informar aos órgãos gestores respectivos. Se houver sobreposição de Terras Indígenas, territórios quilombolas e UCs, o manejo integrado do fogo deverá ser planejado para compatibilizar os objetivos, a natureza e a finalidade de cada área protegida.

O texto também cria instâncias intergovernamentais para gerenciar respostas a incêndios nas vegetações. Brigadas voluntárias e particulares deverão se cadastrar junto ao Corpo de Bombeiros do estado em que atuarão. Caberá ao Ministério do Meio Ambiente a organização de um cadastro nacional de brigadas florestais.

Nas situações em que os bombeiros militares atuem em conjunto com brigadas florestais, a coordenação e a direção das ações caberão à corporação militar, exceto se as operações ocorrerem em terras indígenas, quilombolas e outras áreas sob gestão federal.

 

 

Por Sabrina Craide e Andreia Verdélio – Repórteres da Agência Brasil

Com aumento das queimadas em razão da estiagem, Eixo SP orienta usuários a adotar medidas de segurança viária

 

RIO CLARO/SP - A estiagem prolongada no Estado de São Paulo antecipou o período seco do ano e, consequentemente, os registros de queimadas aumentaram nos últimos dias. Os focos de incêndio registrados apenas neste mês de junho no trecho sob concessão da Eixo SP Concessionária de Rodovias representam quase metade de todas as queimadas que ocorreram desde o início do ano. Foram 392 ocorrências em 2024. Desse total, 186 foram registradas apenas em junho, ou seja, 47% das ocorrências em um mês.

O coordenador de Meio Ambiente da Eixo SP, Gabriel Bispo, lembra que normalmente o período de estiagem começa em junho e se estende até setembro. No entanto, neste ano, a seca se intensificou em razão das alterações climáticas e mais especificamente dos bloqueios atmosféricos que estão afetando há meses grande parte do País, impedindo a formação de chuvas. "Diante desse cenário alarmante, pedimos a colaboração de todos que circulam pelas rodovias para que não joguem bitucas de cigarro pela janela nem outros tipos de resíduos que possam desencadear novos focos de incêndios", reforça Gabriel.

A preocupação com o fogo é ainda maior quando ele está próximo à rodovia, por representar um grande perigo à segurança dos usuários. Isso porque a presença de fumaça na pista reduz a visibilidade dos motoristas e aumenta o risco de acidentes. Para garantir que a viagem transcorra com segurança, é crucial que os motoristas sigam algumas medidas preventivas e adaptem o comportamento ao volante diante das condições adversas.

Orientações

As principais orientações, segundo a coordenadora de Operação de Tráfego da Eixo SP, Raquel Fernandes Monteiro, são as seguintes:

Reduza a velocidade: Ao entrar em um trecho com fumaça, ajuste a velocidade para um nível seguro que permita tempo de reação adequado. Diante da visibilidade reduzida, dirija devagar e com cautela.

Mantenha distância segura: Siga a uma distância maior do veículo à frente. Isso garante mais tempo para frear em caso de necessidade e evitar colisões.

Ligue os faróis: Ligue os faróis baixos e, se a fumaça estiver densa, use também os faróis de neblina. Jamais use os faróis altos, pois podem piorar ainda mais a visibilidade.

Evite ultrapassagens: Ultrapassagens são extremamente perigosas em condições de baixa visibilidade. Espere até que a visibilidade melhore e realize a manobra somente quando tiver certeza que ela pode ser feita com segurança.

Tenha atenção redobrada: Fique atento a outros veículos, pedestres, ciclistas e animais que podem estar na pista. Mantenha a calma e concentração absoluta na pista.

Pare em local seguro: Se a visibilidade estiver muito baixa, pare em um local seguro fora da pista, como um posto de gasolina ou área de descanso. Aguarde até que a fumaça diminua ou a visibilidade melhore antes de seguir viagem. Nunca pare no acostamento.

Ações preventivas

Todos os anos, quando se aproxima o período seco, a concessionária coloca em prática ações que têm como finalidade principal evitar os focos de incêndio ou pelo menos minimizar ao máximo o efeito dessas queimadas para os usuários de rodovias. Entre essas ações está o trabalho de conscientização dos proprietários rurais sobre a importância de construir e de manter os aceiros limpos.

Aceiros são faixas de terreno sem vegetação, cuja finalidade principal é evitar que o fogo se espalhe. Normalmente, os aceiros são construídos ao longo das cercas, ao redor de postes e em outras partes da propriedade rural. Eles são fundamentais para prevenir queimadas de grandes proporções.

Outra medida adotada pela concessionária é a participação na campanha São Paulo sem Fogo, em parceria com o Governo do Estado, Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo) e demais concessionárias que integram o Programa de Concessões Rodoviárias. A campanha tem por objetivo conscientizar usuários das rodovias a respeito do perigo que as queimadas representam para a segurança no trânsito.

Além das campanhas educativas, a Eixo SP investe também em medidas preventivas como, por exemplo, o trabalho de monitoramento das queimadas feito pelas câmeras instaladas em todo o trecho e também pelas equipes que fazem a ronda com viaturas 24 horas por dia. A finalidade deste monitoramento é detectar o foco de incêndio ainda em seu início, quando é mais fácil controlá-lo.

SÃO CARLOS/SP - O Departamento de Fiscalização da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano intensificou as vistorias em virtude de denúncias de incêndios provocados em terrenos baldios para fazer a limpeza do local, o que é proibido por Lei.

A Lei Municipal nº 21825/2023 (Art.8) estipula que é proibido o emprego de fogo como forma de limpeza de vegetação, lixo ou de qualquer detrito e objeto, nos imóveis edificados e não edificados.

 A Lei pune os proprietários dos terrenos que forem denunciados por incêndio. A multa para flagrante é de R$ 10,48 por metro quadrado. A pessoa autuada tem prazo de 15 dias para recorrer. Passando esse prazo o valor da multa vai para dívida ativa do município. Desde o início do ano já foram registradas 16 autuações em relação a ocorrências de fogo em terrenos particulares.

De acordo com o diretor de Fiscalização, Rodolfo Penela, somente esse ano já foram recebidas 52 denúncias. “Somente nesse mês de junho foram registradas 30 denúncias em relação a ocorrência de fogo em terrenos particulares”, revelou o diretor.

Sem controle e com incidência sobre qualquer forma de vegetação, os incêndios, em terrenos, matas ou florestas prejudicam a vegetação, causam a morte de animais silvestres, aumentam a poluição do ar, diminuem a fertilidade do solo, além de oferecer risco de queimaduras, acidentes com vítimas e causar problemas de saúde na população.

O Promotor de Justiça, Flávio Okamoto, ressalta a importância da participação da população na prevenção de incêndios. “Contamos com o apoio da população são-carlense para manter seus terrenos devidamente roçados, para não descartar resíduos em terrenos e para denunciar à fiscalização da Prefeitura os locais em que há lixo ou mato alto. Os incêndios em área urbana quase sempre começam por causa de lixo ou capim alto”.

Segundo Rodolfo Penela, a atenção e cuidados devem ser redobrados nessa época do ano. “A população deve denunciar os incêndios em terrenos. O fiscal vai até o local para analisar a situação. A intenção não é multar, mas alertar os proprietários para que mantenham seus terrenos limpos, evitando problemas”, afirmou.

A ausência de chuvas favorece ocorrência de fogo em matas e florestas. Pequenos cuidados e atitudes simples podem prevenir os incêndios, portanto não jogue cigarros ou fósforos acessos nas rodovias; não faça fogueira ou queimada perto da rede elétrica, em dias quentes ou com ventos fortes; soltar, fabricar ou vender balões é crime e pode causar muitos acidentes; soltar fogos de artifícios é proibido em São Carlos e as fagulhas podem dar início a incêndios; na área rural esse é o período para fazer os aceiros, faixas ao longo das cercas onde a vegetação é completamente eliminada da superfície do solo. A finalidade é prevenir a passagem do fogo para área de vegetação, evitando-se assim queimadas ou incêndios. Ele protege cercas, postes, balancins e arames; as queimadas comprometem a segurança do motorista, já que a fumaça reduz a visibilidade, o que pode levar a acidentes, principalmente colisões traseiras. No caso do motorista se deparar com alguma queimada na rodovia, além de avisar os órgãos competentes, ele pode tomar algumas precauções para prevenir acidentes, como fechar os vidros do veículo; manter distância segura do veículo da frente; trafegar com farol baixo acesso.

SÃO CARLOS/SP - Na madrugada desta terça-feira, 25 de junho, uma casa pegou fogo no bairro Jardim Tangará, em São Carlos.

Segundo informações, o imóvel localizado na Rua Victório Bonucci começou a pegar fogo e rapidamente o Corpo de Bombeiros foi acionado.

Quando o caminhão Auto Bomba chegou, as chamas foram debeladas, porém, a casa ficou bem danificada.

Segundo consta, as chamas começaram devido ao morador ter acendido uma vela.

Ninguém ficou ferido.

SÃO CARLOS/SP - Um cômodo construído nos fundos de uma residência pegou fogo na madrugada desta quinta-feira, 20 de junho, no bairro Jardim Paulistano, em São Carlos.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e imediatamente o Auto Bomba foi até a casa localizada na Rua Romildo Bruno. Ao chegar na moradia, as chamas estavam se alastrando por ter muitos recicláveis no cômodo.

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As chamas foram debeladas e felizmente ninguém se feriu.

As causas do incidente não foram informadas para nossa redação.

BRASÍLIA/DF - Quase um quarto do território brasileiro pegou fogo, ao menos uma vez, no período entre 1985 e 2023. Foram 199,1 milhões de hectares, o equivalente a 23% da extensão territorial brasileira.

Da área atingida por incêndio, 68,4% eram vegetação nativa, enquanto 31,6% tinham presença da atividade humana, notadamente a agropecuária. O Cerrado e a Amazônia são os principais biomas vítimas da ação do fogo, seja de origem natural ou provocada pelo homem. Juntos, são 86% da área queimada.

Os dados obtidos por meio de comparação de imagens de satélite fazem parte de um estudo divulgado na terça-feira (18) pelo MapBiomas Fogo, rede que envolve universidades, organizações não governamentais (ONGs) e empresas de tecnologia.

Pelas imagens de satélite, os pesquisadores conseguem analisar o tamanho e o padrão histórico das áreas incendiadas, mas não é possível apontar com certeza o que iniciou o fogo.

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No entanto, a coordenadora do MapBiomas Fogo e diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar, explicou à Agência Brasil que é possível chegar ao entendimento de que a maior parte das queimadas não tem origem natural, quando raios, principalmente, são iniciadores do fogo.

“A gente pode inferir que a grande maioria é incêndio causado ou iniciado pela atividade humana”, aponta a geógrafa.

O principal motivo para chegar à conclusão é o período em que acontece grande parte dos incêndios, que são concentrados em agosto e setembro.

“Onde queima mais, Cerrado, Amazônia, e, agora, infelizmente, no Pantanal, é período seco, período em que, provavelmente, é bastante difícil de acontecerem as descargas elétricas das tempestades”, detalha Ane Alencar.

A estação seca, entre julho e outubro, concentra 79% das ocorrências de área queimada no Brasil, sendo que setembro responde por um terço do total.

A coordenadora do MapBiomas afirma que a maior parte da vegetação nativa incendiada continua sem ocupação humana. "Um pequeno percentual das áreas que foram afetadas se torna, principalmente, área de pastagem."

Quase metade (46%) da área queimada está concentrada em três estados: Mato Grosso, Pará e Maranhão. De cada 100 hectares queimados, 60 são em territórios particulares. Os três municípios que mais queimaram entre 1985 e 2023 foram Corumbá (MS), no Pantanal, seguido por São Felix do Xingu (PA), na Amazônia, e Formosa do Rio Preto (BA), no Cerrado.

O levantamento do MapBiomas mostra ainda que cerca de 65% da área afetada pelo fogo foi queimada mais de uma vez entre 1985 e 2023. Nesse período, a cada ano, em média 18,3 milhões de hectares – equivalente a uma área pouco menor que o estado de Sergipe – são afetados pelo fogo.

Brasília (DF) 17/06/2024 - Um quarto do território brasileiro pegou fogo nos últimos 40 anos.
Arte EBC

 

Biomas

Do total da área queimada ao menos uma vez no país, 44% ficam no Cerrado. São 88,5 milhões de hectares – quase metade (44%) da extensão territorial do bioma. É quase o tamanho de Mato Grosso.

A pesquisadora Ane Alencar adverte que, embora o Cerrado seja uma vegetação mais preparada para a ocorrência de incêndios, a alta frequência com que o fogo afeta a região debilita o ecossistema, que apresenta características savânicas, com vegetação rasteira.

“É muito mais difícil debelar o fogo”, diz ela. “Na hora em que o fogo está mais forte, com muito vento, é impossível combater.”

Segundo bioma mais afetado, a Amazônia teve 82,7 milhões de hectares queimados ao menos uma vez. A extensão representa um quinto (19,6%) do bioma amazônico.

Nascida no Pará e especialista em região amazônica, Ane Alencar alerta para o grande perigo que incêndios oferecem a florestas.

“Formações florestais não são adaptadas ao fogo, elas são sensíveis”, avalia. “Uma vez queimadas, o processo de recuperação é muito lento e deixa essas áreas superinflamáveis para que haja um segundo incêndio. Leva a um processo de degradação”, explica.

O bioma que mais queimou proporcionalmente a sua área foi o Pantanal, com 9 milhões de hectares. Embora seja apenas 4,5% do total nacional, essa extensão representa 59,2% do bioma. Por mais que seja adaptado ao fogo, o Pantanal enfrenta incêndios intensos principalmente devido às secas prolongadas.

Além de danificar a cobertura vegetal que, entre outras consequências, altera o equilíbrio ambiental, as queimadas são importantes fontes contribuidoras para o efeito estufa, uma vez que liberam o carbono armazenado na biomassa para a atmosfera na forma de gás carbônico (CO²).

Cicatrizes

O levantamento do MapBiomas revela a extensão de “cicatrizes” na natureza, um conceito que passou a ser usado pela geógrafa Ane Alencar a partir da década de 1990. Cicatriz é como se chamam as grandes áreas afetadas por um único incêndio.

O bioma com maiores cicatrizes é o Pantanal. Cerca de 25% das áreas afetadas têm danos na vegetação que variam entre 10 mil e 50 mil hectares. Para efeito de comparação, cada hectare é pouco maior que um campo de futebol.

Em seguida, figura o Cerrado, onde predominam queimadas em áreas entre mil e 5 mil hectares, que respondem por 20% do total.

Alastramento

Segundo a coordenadora do MapBiomas, muitas queimadas são atividades ilegais que se seguem a desmatamentos.

“Fogo é a ferramenta mais barata de transformação dessa biomassa [resultante de desmatamento] em nutrientes para o solo. Muitas vezes as pessoas vão queimar aquela área desmatada, não prestam atenção e não controlam o fogo, então a queimada escapa para floresta, campo nativo ou área de Cerrado e gera incêndios”, diz Ane Alencar.

A pesquisadora lembra, no entanto, que o uso do fogo é permitido por produtores rurais, mas que é preciso cuidado para que a queimada seja controlada e não se alastre.

“O uso do fogo para queima de pastagens é permitido, mas tem que ter licença, a licença é importante”, observa.

“Você vai receber orientação do tipo ‘não coloque fogo em determinado horário’. ‘Se tem muitos vizinhos colocando fogo no mesmo dia, faça no outro dia’. Quando você pede licença previamente, os bombeiros podem ficar em alerta”, aconselha.

Tendência

A pesquisadora do MapBiomas avalia que, a partir da primeira década dos anos 2000, incentivos para melhor gestão ambiental ajudaram a controlar as queimadas. “Foi diminuindo o desmatamento e também a área queimada.”

No entanto, adverte ela, a partir de 2019, “houve um aumento expressivo no desmatamento e da área queimada”.

Ela acrescenta que, em 2023, continuou o aumento de queimadas, porém, por causa de mudanças climáticas, que causaram secas severas, o que contribuiu para que terrenos ficassem mais sensíveis a alastramento de incêndios.

“O que aconteceu em 2023, principalmente na Amazônia, é que, na região onde houve a redução do desmatamento, houve uma redução do fogo em geral, das queimadas e incêndios.”

Padrão histórico

A pesquisadora considera que o estudo apresenta informações relevantes, como o padrão histórico dos incêndios, que podem ajudar as autoridades na elaboração de estratégias de prevenção, controle e combate a queimadas.

“Esses dados podem ajudar muito a entender áreas que estão sob maior risco de incêndios, ser utilizados em processos de responsabilização, para monitorar se a questão climática está realmente impactando o aumento de incêndios”, exemplifica.

“São vários usos, desde o mapeamento de ações de prevenção, melhoria dos planejamentos e investimentos para melhor uso da terra”, completa.

Sala de crise

O estudo foi divulgado poucos dias depois de o governo federal instalar uma sala de crise para monitorar e enfrentar problemas de queimadas e secas no país, especialmente no Pantanal e na Amazônia. A medida foi anunciada na sexta-feira (14), e a primeira reunião foi na segunda-feira (17).

Na avaliação da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, há um agravamento dos problemas de natureza climática, e as consequências chegarão mais cedo este ano, com repercussão ambiental “muito grave”.

“Em função disso, já estamos agindo na lógica da gestão do risco e não apenas do desastre”, disse Marina.

Em outra ação, o governo lançou no começo de abril o programa União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais na Amazônia. A iniciativa prevê investimentos de R$ 730 milhões para promover o desenvolvimento sustentável e combater o desmatamento e incêndios florestais em 70 municípios prioritários na Amazônia. Os municípios aptos a participar da iniciativa foram responsáveis por cerca de 78% do desmatamento no bioma no ano de 2022.

No fim de março, o governo federal firmou um pacto com governadores dos estados do Cerrado para combater o desmatamento. O acordo inclui propostas como a criação de força-tarefa para implementação de ações conjuntas. Estiveram presentes representantes de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, do Tocantins, da Bahia e do Distrito Federal. A articulação com é prevista no Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado (PPCerrado), lançado em novembro de 2023.

 

 

Por Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil

Concessionária destaca a importância de atitudes

responsáveis para evitar queimadas e garantir a segurança viária

 

            SÃO CARLOS/SP - Durante o inverno, a estiagem atinge seu pico e, com isso, os riscos de incêndio nas margens das rodovias aumentam consideravelmente. Entre maio de 2023 e abril de 2024, a EcoNoroeste registrou 194 focos. Destes, 106 ocorreram durante os meses de seca.

            As queimadas no trecho da concessionária são monitoradas pelo Centro de Controle de Operações (CCO), ao qual estão integradas 443 novas câmeras de alta tecnologia capazes de captar qualquer intercorrência. “Quando identificamos foco de incêndio ou fumaça, direcionamos todos os recursos necessários para controlá-los”, explica Rodrigo de Oliveira Silva, coordenador de Tráfego da EcoNoroeste.

            As ocorrências são atendidas por três caminhões-pipa, além de viaturas de Inspeção de Tráfego e guinchos com abafadores, capazes de auxiliar no controle de focos menores. Para minimizar esse cenário, a concessionária mantém um cronograma de roçadas manuais e mecanizadas às margens das rodovias, o que melhora a visibilidade para os condutores e reduz riscos. Outro trabalho importante são os “firebreaks”, também conhecidos como aceiros. Trata-se da remoção da vegetação próxima ao limite da faixa de domínio para evitar a propagação de fogo.

            Entretanto, os usuários precisam agir de maneira consciente e não jogar bitucas de cigarro ou lixo nas rodovias, por exemplo. A concessionária também mantém contato permanente com o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar Rodoviária (PMRv) e usinas da região. Os Painéis de Mensagem Variável (PMVs) reforçam as mensagens de alerta sobre os riscos de queimadas.

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O que fazer em caso de queimadas ou incêndio

            Ao encontrar focos de incêndio, é importante adotar medidas de segurança. “Os usuários devem fechar os vidros do veículo, trafegar com farol baixo aceso, não se aproximar do incêndio, jamais parar na faixa de rolamento, manter distância segura do veículo à frente, evitar frear bruscamente, não ligar o pisca-alerta quando em movimento, respeitar os limites de velocidade e, se necessário, procurar um lugar seguro para parar, caso a fumaça seja muito densa”, orienta Silva.

            É importante contatar a concessionária pelo 0800-3263-663. Ao informar a ocorrência, forneça detalhes, como a localização da ocorrência, para que a equipe de combate ao fogo chegue ao local mais rapidamente.

 

“Operação SP Sem Fogo”

            A EcoNoroeste compõe a “Operação SP Sem Fogo”, iniciativa do Governo do Estado, entre 7 de junho e 30 de setembro, que incentiva a prevenção e o combate a incêndios florestais e queimadas em áreas verdes próximas à zona rural ou ao meio urbano. Durante toda a campanha, a concessionária veiculará frases em seus PMVs para orientar e alertar sobre perigos das queimadas nas rodovias: “SP Sem Fogo - Não jogue bitucas de cigarros nas rodovias”, “SP Sem Fogo - Soltar balões é crime!” e “SP Sem Fogo - Não acenda fogueiras na mata”.

            Além do problema ambiental, nas rodovias as queimadas podem trazer sérios riscos à segurança viária, principalmente pelo comprometimento da visibilidade do motorista. O movimento é uma parceria entre a Agência de Transportes do Estado de São Paulo (ARTESP), Defesa Civil do Estado e as secretarias de Meio Ambiente, de Infraestrutura e Logística (Semil) e de Segurança Pública (SSP). Conta também com ações e investimentos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Fundação Florestal (FF) e Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

            “A ARTESP entende que é muito importante estar presente para alertar e orientar seus usuários. Isso ajuda a prevenir os altos índices de queimadas. É importante reforçar que iniciativas simples, como não jogar bituca de cigarro pela janela do carro e não soltar balões, podem ser formas de não iniciar um incêndio”, explica Milton Persoli, diretor geral da ARTESP.

SÃO CARLOS/SP - A manhã desta sexta-feira, 14 de junho, começou literalmente pegando fogo na rodovia Thales de Lorena Peixoto Jr. (SP-318), em São Carlos.

De acordo com informações, o motorista de um Ford Fiesta estava pela rodovia sentido Varjão quando, nas proximidades da fábrica de papelão, o motorista escutou um barulho estranho no veículo e começou a visualizar uma fumaça saindo do motor.

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Imediatamente, o motorista estacionou no acostamento da rodovia e, em questão de segundos, o carro foi consumido pelas chamas.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e debelou as chamas. O motorista não se feriu.

ARAÇATUBA/SP - Um jovem de 28 anos foi preso depois de atear fogo na mãe, na cidade de Araçatuba, durante uma discussão. O crime aconteceu no domingo (12), Dia das Mães, após a mulher não deixar o filho sair com o carro da família.

Segundo a Polícia Militar, a mulher teve queimaduras em 60% do corpo. As chamas atingiram pernas, pés, um dos braços e também a cabeça. Ela foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada até a Santa Casa de Araçatuba.

O ataque aconteceu depois que a mãe negou que o filho saísse com o carro da família. Ainda de acordo com o registro policial, o suspeito é mecânico e recentemente tinha consertado o veículo. Diante disso, se sentiu no direito de utilizá-lo, mas foi impedido pelos pais.

Ainda conforme a polícia, houve uma discussão e ele teria jogado álcool no veículo e no corpo da mãe, em seguida, usou um isqueiro para atear fogo. A mãe tentava evitar que o filho incendiasse o automóvel quando foi ferida pelas chamas.

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Os policiais foram até o local e não encontraram o suspeito. O pai informou à polícia que ele estaria no condomínio de ranchos onde aconteceu o crime.

O rapaz foi encontrado próximo do local e confessou o ataque. Ele foi preso em flagrante por tentativa de homicídio.

A Santa Casa informou que a vítima teve queimaduras de 2º e 3º grau. Ela passou por atendimento intensivo e está na fila aguardando vaga em um hospital especializado em queimaduras. O quadro clínico dela é estável.

Ao tentar evitar que a mulher ficasse ferida, o pai e a esposa do homem também ficaram com queimaduras.

 

 

Por g1

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