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IRÃ - O ministro das Relações Exteriores do Irã informou na segunda-feira (24) que Teerã não ficará "indiferente" caso se evidencie que a Rússia está usando drones de fabricação iraniana na Ucrânia.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse nesta segunda que a Rússia encomendou cerca de 2.000 drones ao Irã para dar apoio à invasão.

"Na guerra na Ucrânia [...] somos contra armar tanto a Rússia quanto a Ucrânia", disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, em um vídeo publicado pela imprensa local.

"Não fornecemos à Rússia nenhuma arma ou drone para seu uso contra a Ucrânia", acrescentou, reiterando desmentidos anteriores, embora tenha admitido que os dois países têm vínculos de cooperação.

O chefe da diplomacia iraniana reafirmou o desejo de manter discussões diretas com a Ucrânia sobre o tema e disse tê-lo informado ao encarregado das Relações Exteriores da União Europeia (UE), Josep Borrell.

A Ucrânia e seus aliados ocidentais acusam Moscou reiteradamente de usar drones de fabricação iraniana em seus ataques contra a Ucrânia nas últimas semanas.

O Irã negou as acusações de ter entregue à Rússia armas para serem usadas na Ucrânia e a Rússia sustenta que os países ocidentais querem pressionar a república islâmica.

Mais cedo, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanani, negou as acusações dos Estados Unidos de que há pessoal iraniano "no terreno na Crimeia" - uma península do sul da Ucrânia, anexada por Moscou em 2014 - para dar apoio técnico à Rússia.

"Rechaçamos firmemente estas informações", disse Kanani, afirmando que os Estados Unidos "buscam desviar a opinião pública do papel destrutivo que eles têm na guerra na Ucrânia, ao apoiar um lado do conflito e exportar grande número de armas e equipamentos à Ucrânia".

O conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, John Kirby, afirmou que "Teerã agora está diretamente envolvida no terreno e mediante o fornecimento de armas que estão afetando os civis e a infraestrutura civil na Ucrânia".

Kanani respondeu afirmando que seu país "não toma partido na guerra na Ucrânia".

"Não estamos exportando armas a nenhum lado do conflito para a guerra na Ucrânia", insistiu o porta-voz.

Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia impuseram sanções contra o Irã, acusando a república islâmica - como também fez o governo ucraniano - de vender drones que a Rússia está utilizando no conflito.

Em setembro, a Ucrânia decidiu reduzir significativamente suas relações com o Irã a partir do suposto fornecimento de armas de Teerã a Moscou.

 

 

AFP

FRANÇA - O governo francês emitiu nesta sexta-feira (07/10) um aviso aos seus cidadãos no Irã, pedindo-lhes que "deixem o país o mais rápido possível", citando o risco de detenção arbitrária.

"Todos os visitantes franceses, incluindo de dupla nacionalidade, estão expostos a um alto risco de prisão, detenção arbitrária e julgamento injusto", diz um comunicado no site do Ministério do Exterior da França. "Este risco também diz respeito às pessoas que fazem uma simples visita turística", acrescenta.

O site do Ministério do Exterior da França também alertou que a "capacidade da embaixada francesa em Teerã para fornecer proteção consular a cidadãos presos ou detidos no Irã é muito limitada".

 

"Confissões" de franceses

Na quinta-feira, a televisão estatal iraniana transmitiu "confissões" de dois cidadãos franceses, uma integrante do sindicato dos professores franceses Cecile Kohler e seu parceiro Jacques Paris, que foram presos em maio depois de serem acusados de tentar provocar distúrbios durante greves de professores no início deste ano.

Em 11 de maio, o Irã anunciou a detenção do casal, dizendo que ele "entrou no país com o objetivo de desencadear o caos e desestabilizar a sociedade".

Dois outros cidadãos franceses, a antropóloga franco-iraniana Fariba Adelkhah e o blogueiro Benjamin Brière, também estão detidos em Teerã. Teerã acusou Brière de espionagem e o condenou a uma longa sentença de prisão. Ele foi preso em maio de 2020.

Atualmente, existem mais de 20 ocidentais detidos em prisões iranianas. Grupos de direitos humanos acusam Teerã de usar a diplomacia de reféns para obter influência e extrair concessões de governos ocidentais.

 

Agitação no Irã

O Irã vive uma dramática onda de convulsão social e distúrbios civis após a morte, em 16 de setembro, de uma curda iraniana de 22 anos, Mahsa Amini. Ela foi detida por não usar véu islâmico, violando o ultraconservador código de vestimenta para mulheres no país.

Nesta sexta-feira, o Irã afirmou que Amini morreu em decorrência de uma doença e não por espancamentos sofridos quando estava sob custódia policial.

Apesar da repressão do governo, os protestos liderados por mulheres contra a morte de Mahsa já seguem por quase três semanas. As manifestações são as maiores no Irã desde as ocorridas em 2019 contra o aumento do preço dos combustíveis. O governo vem reprimindo duramente os atos e pelo menos 154 pessoas morreram, segundo denunciou a ONG Human Rights Iran. Um balanço oficial contabiliza 60 mortos, incluindo 12 membros das forças de segurança.

 

 

md (AFP, Reuters)

dw.com

CURDISTÃO - As forças de segurança iranianas dispersaram com gás lacrimogêneo - e efetuaram várias detenções -um protesto no nordeste do país contra a morte de uma jovem que havia sido detida pela polícia da moral, informou a agência de notícias Fars.

Esta unidade da polícia, responsável por fazer com que as mulheres respeitem o rígido código de vestimenta da República Islâmica - em particular o uso do véu em público - recebeu muitas críticas nos últimos meses por atuar com violência.

Mahsa Amini, de 22 anos e natural da região do Curdistão (noroeste), foi detida na terça-feira da semana passada em Teerã, onde visitava a família. A jovem faleceu na sexta-feira em um hospital, depois de passar três dias em coma.

O caso provocou uma onda de indignação no país. "Quase 500 pessoas se reuniram em Sanandaj, capital da província do Curdistão, e gritaram frases contra as autoridades do país", informou a Fars.

"Os manifestantes quebraram as janelas dos veículos e incendiaram latas de lixo. A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão", acrescentou a agência.

"Várias pessoas foram detidas", informou a Fars, sem revelar um número exato.

No sábado, outra manifestação foi dispersada com gás lacrimogêneo em Saghez, cidade natal da jovem.

 "Muitos manifestantes acreditam que Mahsa morreu torturada", destacou a agência Fars.

A polícia de Teerã alega que "não houve qualquer contato físico" entre os agentes e a jovem.

A televisão estatal exibiu um vídeo de uma câmera de segurança na sexta-feira que mostra uma mulher, apresentada como Mahsa, desmaiando na delegacia depois de discutir com uma policial.

Amjad Amini, pai da vítima, disse que não aceita o que a polícia mostrou porque, segundo ele, "cortaram o vídeo".

Também criticou a "lentidão da intervenção" do serviço de emergência". "Acredito que demoraram para levar Mahsa ao hospital", disse.

O ministro iraniano do Interior, Ahmad Vahidi, afirmou no sábado que "aparentemente Mahsa tinha problemas prévios de saúde e passou por uma cirurgia no cérebro aos cinco anos".

O pai da vítima negou as afirmações e declarou que a filha estava "em perfeito estado de saúde".

 

 

AFP

IRÃ - O Irã procede com a implementação de um programa avançado de enriquecimento de urânio, mostra um relatório da agência fiscalizadora nuclear da Organização das Nações Unidas, visto pela Reuters na segunda-feira, mesmo enquanto o Ocidente aguarda a resposta do país asiático para resgatar o acordo nuclear firmado em 2015.

A primeira de três cascatas, ou clusters, de centrífugas avançadas IR-6 recentemente instaladas na usina subterrânea de enriquecimento de combustível (FEP) em Natanz está agora realizando o enriquecimento do material, disse o relatório em referência à mais recente unidade subterrânea onde as máquinas avançadas entraram em operação.

Diplomatas dizem que o IR-6 é seu modelo mais avançado, muito mais eficiente do que o IR-1 de primeira geração e o único dispositivo de enriquecimento permitido no acordo de 2015.

Há mais de um ano, o Irã vem utilizando centrífugas IR-6 para enriquecer urânio em até 60% de pureza, próximo ao grau necessário para a fabricação de armas, em uma fábrica acima do solo em Natanz.

Recentemente, o país expandiu seu enriquecimento com máquinas IR-6 em outros locais. No mês passado, uma segunda cascata de IR-6 em Fordow, uma unidade que fica do lado de dentro de uma montanha, começou a enriquecer o material em até 20%

No relatório confidencial aos Estados membros da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), escreveu: "Em 28 de agosto de 2022, a Agência verificou na FEP que o Irã estava alimentando UF6 enriquecido em até 2% de U-235 na cascata IR-6 ... para a produção de UF6 enriquecido em até 5% de U-235"

O hexafluoreto de urânio (UF6) é o gás enriquecido pelas centrífugas.

 

 

 

Reportagem de François Murphy / REUTERS

VENEZUELA - O Irã está aumentando a oferta de um tipo importante de petróleo que a Venezuela está usando para aumentar a produtividade de suas refinarias envelhecidas e liberar petróleo doméstico para exportação, segundo documentos aos quais a Reuters teve acesso nesta terça-feira.

Os dois países sancionados pelos EUA fortaleceram a cooperação energética nos últimos anos, trocando o petróleo pesado venezuelano e outras commodities por gasolina iraniana, condensada, peças de refinaria e assistência técnica.

A troca cresceu desde maio, quando empresas estatais de ambas as nações fecharam um contrato para reformar a refinaria venezuela El Palito, após trabalhos anteriores na maior instalação do país.

A petrolífera estatal venezuelana PDVSA deve receber 4 milhões de barris de petróleo bruto iraniano este mês, um aumento de 1,07 milhão de barris importados em junho e um volume semelhante ao de maio, quando um contrato de fornecimento com a estatal iraniana Naftiran Intertrade Co (NICO) foi assinado, mostrava um dos documentos.

As cargas devem chegar ao porto venezuelano de Jose até o final do mês nos superpetroleiros de bandeira iraniana Herby e Serena, segundo o documento.

Os transponders dos navios foram registrados pela última vez passando perto de Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos, no mês passado, segundo dados do Refinitiv Eikon.

A PDVSA e o Ministério do Petróleo da Venezuela não responderam imediatamente aos pedidos de comentários da Reuters.

A PDVSA está refinando o petróleo iraniano em instalações que requerem óleo adequado para aumentar a produção de combustíveis para motores. O fornecimento também está permitindo que a estatal libere seus graus mais leves para mistura e exportação.

Espera-se que o petróleo do Oriente Médio ajude a PDVSA a recuperar os estoques de seu principal tipo exportável, Merey, o petróleo venezuelano preferido pelas refinarias asiáticas, depois de caírem para cerca de 1 milhão de barris no início de julho, segundo os documentos.

A PDVSA também continuou importando cerca de 2 milhões de barris por mês de condensado iraniano, ajudando a aumentar a produção de blends exportáveis.

As exportações de petróleo da Venezuela em junho caíram para o nível mais baixo desde outubro de 2020 em meio a reparos no principal porto petrolífero do país e atrasos na autorização de embarques após mudanças contratuais impostas pela PDVSA, exigindo pagamento antecipado de carga.

 

 

 

Marianna Parraga em Houston; reportagem adicional de Deisy Buitrago em Caracas / REUTERS

EUA - Washington e Atenas pediram nesta segunda-feira (30) ao Irã para liberar dois petroleiros bloqueados em águas do golfo Pérsico, uma medida segundo os Estados Unidos "injustificada" que constitui uma "ameaça à segurança marítima", destacou o Departamento de Estado.

O secretário de Estado, Antony Blinken, falou por telefone nesta segunda-feira com seu colega grego, Nikos Dendias, e ambos "concordaram que o Irã deve liberar imediatamente os navios bloqueados, seus carregamentos e tripulações", precisou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price.

Os Guardiões da Revolução, o exército ideológico do Irã, anunciaram na sexta-feira que confiscaram dois petroleiros gregos nas águas do golfo Pérsico, pouco depois de protestar pela apreensão por parte da Grécia de uma embarcação com petróleo iraniano a pedido dos Estados Unidos.

Em nota publicada em seu site, os Guardiões da Revolução indicaram que suas forças navais "apreenderam hoje (sexta) dois petroleiros gregos no golfo Pérsico devido à violações", sem detalhá-las.

Após essa declaração, o Ministério de Relações Exteriores da Grécia garantiu em nota que "estes atos são equiparáveis a pirataria" e reclamou energicamente ao embaixador iraniano em Atenas sobre a "violenta" apreensão.

As autoridades iranianas indicaram que as tripulações dos petroleiros gregos confiscados na sexta estão a bordo e bem de saúde.

Segundo as autoridades gregas, nove de seus cidadãos integram as tripulações.

O navio que transportava petróleo iraniano foi bloqueado em meados de abril pela Grécia a pedido dos EUA.

Em virtude das sanções europeias vinculadas à guerra na Ucrânia, as autoridades gregas apreenderam em 19 de abril, em frente à ilha de Eubea, o petroleiro russo "Pegas", rebatizado dias depois como "Lana".

Segundo informações da época, o navio transportava 115 mil toneladas de petróleo iraniano.

 

 

AFP

IRÃ - O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, advertiu nesta segunda-feira Israel contra qualquer ação que tenha seu país como alvo, em um discurso aos militares por ocasião do Dia do Exército em Teerã.

"Devem saber que se tentarem adotar a mínima ação contra a nação iraniana, o objetivo de nossas Forças Armadas será o centro do regime sionista", declarou Raisi em referência a Israel.

O presidente iraniano afirmou na quinta-feira que o Irã não permitiria a Israel, grande inimigo do regime de Teerã, colocar em perigo a segurança da região por meio de outro país, incluindo o Iraque.

Em março, o Irã disparou mísseis balísticos contra Erbil, capital da região autônoma do Curdistão iraquiano. Dois civis ficaram levemente feridos.

A Guarda Revolucionária, exército ideológico do Irã, confirmou o lançamento dos mísseis e alegou que tinham como alvo um "centro estratégico" usado por Israel.

O governador de Erbil, Omed Khoshnaw, negou a existência de centros israelenses na região".

“A grande potência de nossas Forças Armadas não os deixará tranquilos", alertou Raisi nesta segunda-feira.

Teerã anunciou no fim de janeiro a intenção de parar de utilizar o complexo conhecido como Tesa, em Karaj, ao oeste da capital, alvo de um ataque em 2021 que os iranianos atribuíram a Israel.

VENEZUELA - Após a produção de óleo bruto no país ter sofrido nos últimos dois anos um retrocesso histórico, chegando aos níveis de meados do século 20, nos últimos meses houve uma recuperação que a elevou em novembro passado para uma média de 824 mil barris por dia — quase o dobro dos 434 mil diários extraídos no mesmo mês de 2020.

E, em entrevista transmitida pela televisão estatal venezuelana em 1º de janeiro, o presidente Nicolás Maduro se gabou de que o país conseguiu produzir novamente 1 milhão de barris por dia.

"A meta do próximo ano é chegar a 2 milhões", disse.

Em 1998, antes de Hugo Chávez chegar ao poder, a Venezuela produzia cerca de 3,12 milhões de barris por dia, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Após uma queda abrupta durante a greve dos petroleiros de 2002-2003, a produção voltou em 2004 a 3 milhões de barris, antes de iniciar um lento declínio até chegar a 2,6 milhões de barris em 2015.

A partir daí, a queda se acelerou até atingir o patamar de 1,14 milhão de barris por dia em novembro de 2018.

Dois meses depois, por conta da reeleição de Maduro, o governo dos Estados Unidos impôs sanções contra a indústria petrolífera venezuelana — pedindo a "restauração da democracia, eleições livres e justas, libertação de presos políticos e fim da repressão" —, o que acabou ajudando a arruinar a já minguada produção.

Embora muitos especialistas questionem o número de barris anunciado por Maduro, eles reconhecem que em 2021 a Venezuela conseguiu recuperar parte de sua produção de petróleo — e apontam o Irã como uma peça fundamental nesse processo.

 

Troca-chave

"O que vem acontecendo é que a Venezuela está importando diluentes do Irã — nafta, condensados, óleo bruto leve — que estão sendo misturados ao óleo bruto extrapesado venezuelano do Cinturão do Orinoco para aumentar a produção", explica o economista José Toro Hardy, que foi membro do conselho de administração da PDVSA, petroleira estatal venezuelana.

Ele explica que o petróleo dessa região da Venezuela é muito pesado e está carregado de enxofre — por isso, é preciso misturá-lo com esses produtos para criar um petróleo mais comercial.

Ele ressalta que a Venezuela no passado produzia esses diluentes, mas isso não acontece mais porque há muitos campos de petróleo fechados, e as refinarias do país estão trabalhando bem abaixo da capacidade.

Hardy indica que a Venezuela vai dar ao Irã, em troca desses diluentes, uma parte da produção desse petróleo médio.

"O Irã, assim como a Venezuela, é alvo de sanções dos Estados Unidos, e sua produção de petróleo caiu drasticamente. Provavelmente, esse petróleo que está saindo, digamos, à margem das sanções que são impostas à Venezuela e ao Irã, está sendo transportado em petroleiros não reconhecidos, que até desligam seus dispositivos para não serem localizados por satélite. Esse é um petróleo que o Irã pode comercializar assim que o tiver em seu poder", acrescenta.

Teerã também vem ajudando a Venezuela com o embarque de gasolina para abastecer o mercado interno do país latino-americano, onde a produção desse derivado diminuiu devido a problemas nas refinarias.

Francisco Monaldi, diretor do Programa Latino-Americano de Energia do Instituto Baker da Universidade Rice, nos Estados Unidos, destacou que a produção de petróleo bruto venezuelano está voltando aos níveis registrados no início de 2020, antes da petroleira russa Rosneft se retirar da Venezuela e dos preços despencarem devido ao impacto da pandemia de covid-19.

"A PDVSA foi capaz, com a ajuda do Irã, de criar uma estrutura de evasão de sanções substituindo a Rosneft. Além disso, o Irã passou a fornecer os diluentes que os russos traziam antes. Tudo isso requer pagar intermediários e cobrir custos de transporte", escreveu Monaldi no Twitter.

O especialista acrescentou que o colapso da produção ocorrido em 2020 não foi consequência de uma redução na capacidade de produção, mas sim de dificuldades em vender petróleo a preços tão baixos e driblar sanções.

CHINA - Ao mesmo tempo em que reforçou sua oposição às sanções dos EUA contra o Irã, a China anunciou no sábado (15) a implementação de um acordo estratégico de 25 anos com Teerã, ampliando a cooperação econômica e política entre os dois países.

O chanceler chinês, Wang Yi, e seu contraparte iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, reuniram-se na sexta-feira (14) em Wuxi, no leste da China, segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores de Pequim.

"Enquanto preparávamos a visita à China, planejamos marcar o dia de hoje como o início da implementação do acordo entre os dois países", disse o chanceler iraniano, que está em sua primeira viagem à China no cargo, sem anunciar projetos ou parcerias específicas, de acordo o site Al Jazeera.

No comunicado, Wang disse que o acordo irá aprofundar a cooperação sino-iraniana em áreas como energia, infraestrutura, agricultura, saúde e cultura, bem como cibersegurança e colaboração com outros países.

O tratado foi assinado em 2021, após anos de negociações entre os países, e configura a entrada do Irã para a Iniciativa do Cinturão e da Rota, um projeto trilionário de infraestrutura para ligar o Leste asiático à Europa.

A iniciativa tem como objetivo expandir significativamente a influência política e econômica da China, motivando preocupações nos EUA e em outros países.

Não há muitos mais detalhes sobre o acordo, mas o jornal americano The New York Times divulgou, em 2020, que um dos projetos garantiria o abastecimento regular de petróleo para a China.

Pequim é o principal parceiro comercial de Teerã e era um de seus maiores compradores de petróleo até o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reimpor sanções ao país persa em 2018. Oficialmente, a China interrompeu a importação, mas analistas dizem que o petróleo iraniano continua entrando, mas com procedência oficial de outros países.

A busca por Pequim em fortalecer os laços com Teerã já ocorre há alguns anos. Em uma rara visita ao país persa, em 2016, o dirigente chinês, Xi Jinping, classificou a República Islâmica como "o principal parceiro da China no Oriente Médio".

Wang aproveitou o momento para reforçar a oposição de Pequim contra as sanções impostas por Washington a Teerã e declarou seu apoio à retomada das negociações do acordo nuclear --abandonado por Trump em 2018.

As tratativas recomeçaram, de maneira indireta, no ano passado, com diplomatas de Irã, Reino Unido, China, Alemanha, Rússia e França, em Viena. Uma pessoa próxima às negociações disse à agência de notícias Reuters, no entanto, que muitas questões seguem sem serem resolvidas. Já o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, considerou nesta sexta ser possível que se chegue a um acordo nas próximas semanas.

Wang disse que os americanos são os principais responsáveis pelas dificuldades enfrentadas, já que desembarcou do acordo. O diplomata também disparou contra o rival EUA - com quem a China vive uma espécie de Guerra Fria 2.0-- ao se opor, além das sanções, à manipulação política por meio de tópicos como direitos humanos e interferência nos assuntos internos do Irã e de outros países regionais.

A imprensa oficial de Teerã divulgou neste sábado que os negociadores voltaram a seus respectivos países para consultas e que retornarão à capital austríaca dentro de dois dias. Segundo o órgão, as negociações estão em um ponto crítico, no qual serão abordadas questões difíceis. "Estamos na fase dos detalhes, a parte mais difícil das negociações, mas que é essencial para atingirmos nosso objetivo."

O acordo de 2015, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), contemplava suspender algumas sanções econômicas contra o Irã em troca de limites rígidos a seu programa nuclear.

Depois que Trump retirou os EUA do pacto, o Irã passou a ultrapassar os limites da atividade nuclear. Nos últimos meses, o país começou a enriquecer urânio a níveis sem precedentes e restringiu as atividades dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), organismo da ONU responsável por supervisionar as instalações iranianas.

 

 

FOLHA

EUA - As Nações Unidas anunciaram nesta quinta-feira (13/01) uma lista de oito países que tiveram suspenso o direito a voto em sua Assembleia Geral, por estarem devendo as contribuições anuais à entidade. Entre estes estão a Venezuela, o Irã e o Sudão.

O secretário geral da ONU, António Guterres, notificou em carta à Assembleia Geral que 11 países estão em atraso nos pagamentos. O estatuto da organização estabelece que o direto a voto dos Estados-membros pode ser suspenso quando o atraso excede ou supera o total que deveria ter sido pago nos dois anos anteriores.

Também perderam o direto a voto o Congo, Guiné, Papua-Nova Guiné, Antigua e Barbuda e Vanuatu. A suspensão tem efeito imediato.

Se a dívida de um país é considerada como sendo por "condições além do controle do Estado-membro”, a Assembleia pode decidir pela manutenção do direito a voto. Segundo Guterres, este é o caso em 2022 de três nações africanas: Comores, São Tomé e Príncipe e Somália.

Para recuperar seu direito a voto, o Irã precisaria saldar pouco mais de 18 milhões de dólares (100 milhões de reais), enquanto o Sudão deve cerca de 300 mil dólares. A Venezuela, a maior devedora, teria que pagar em torno de 40 milhões de dólares para reaver seu direito. Para os demais cinco países precisam, a quantia devida é inferior a 75 mil dólares.

 

Irã culpa sanções impostas pelos EUA

Em 2021, o Irã também teve retirado seu direito a voto pelo mesmo motivo, apesar de alegar que não tinha condições de contribuir nem mesmo com o valor mínimo, por culpa das sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos.

Após meses de negociações, Teerã recebeu uma isenção que o permitiu acessar recursos financeiros bloqueados pelo Tesouro americano, e conseguiu reaver seu direito a voto em junho, a tempo da eleição dos novos membros do Conselho de Segurança da ONU.

O Ministério iraniano do Exterior afirmou que o país está comprometido com o "pagamento integral e em tempo devido de seus encargos de filiação”, mas não conseguiu pagar "devido às opressivas e ilegais sanções dos EUA”.

"O secretário-geral da ONU e o Secretariado deveriam ter levado em conta as circunstâncias especiais de países que enfrentam sanções legais, e não deveria hesitar em ajudar essas nações a pagar seus tributos”, prosseguiu o órgão iraniano em nota.

O orçamento operacional da ONU, aprovado em dezembro, é de cerca de 3 bilhões de dólares. Adicionalmente, o orçamento para comissões de paz, aprovado em junho, gira em torno de 6,5 bilhões de dólares.

 

 

dw.com

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