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SÃO PAULO/SP - O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), conhecido como a inflação do aluguel, caiu 0,56% em novembro, após queda de 0,97% no mês anterior, informou a FGV (Fundação Getulio Vargas).

Com este resultado, o índice acumula alta de 4,98% no ano e de 5,90% em 12 meses. Em novembro de 2021, o índice variou 0,02% e acumulava alta de 17,89% em 12 meses.

"O IGP-M registrou queda menos intensa nesta apuração. As contribuições para a aceleração da taxa do índice partiram de seus três índices componentes", afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) caiu 0,94% em novembro, após queda de 1,44% em outubro, enquanto o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 0,64% este mês, após alta de 0,50% no mês anterior.

No IPC, cinco das oito classes de despesa que compõe o índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Transportes (-0,96% para 0,79%), com destaque para o item gasolina, cuja taxa passou de -3,74% em outubro para 1,58% em novembro.

Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos Alimentação (0,57% para 0,83%), Comunicação (-1,03% para -0,32%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,80% para 1,00%) e Vestuário (0,67% para 0,83%).

Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (3,15% para 0,60%), Habitação (0,63% para 0,37%) e Despesas Diversas (0,22% para 0,14%) registraram decréscimo em suas taxas de variação.

Por fim, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) acelerou o avanço a 0,14% no período, de 0,04% antes, sob pressão da alta de 0,53% no custo da mão de obra, de 0,31% em outubro.

O que é o IGP-MO indicador foi criado no final dos anos de 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores.

O IGP possui três versões com coleta de preços encadeada: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais popular deles, o Índice Geral de Preços - Mercado, ou simplesmente IGP-M, que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.

O IGP-M é utilizado na fórmula de reajuste de tarifas públicas (energia e telefonia), em contratos de aluguéis e em contratos de prestação de serviços.

 

 

FOLHA de S.PAULO

BRASÍLIA/DF - A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,88% para 5,91% para este ano. A estimativa consta do Boletim Focus de hoje (28), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2023, a projeção da inflação ficou em 5,02%. Para 2024 e 2025, as previsões são de inflação em 3,5% e 3%, respectivamente.

A previsão para 2022 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional, a meta é de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2% e o superior de 5%.

Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2023 também está acima do teto previsto. Para 2023 e 2024, as metas fixadas são de 3,25% e 3%, respectivamente, também com os intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, para 2023 os limites são 1,75% e 4,75%.

Em outubro, a inflação subiu 0,59%, após três meses de deflação. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,7% no ano e 6,47% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para novembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que é a prévia da inflação, também teve aumento de 1,17% [https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-11/ipca-15-previa-da-inflacao-sobe-117-em-novembro].

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano nos mesmos 13,75%. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,5% ao ano. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8,25% ao ano e 8% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano também variou, de 2,8% para 2,81%. Para 2023, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 0,7%. Para 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 2%, respectivamente.

A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,27 para o final deste ano. Para o fim de 2023, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,25.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

INGLATERRA - A inflação no Reino Unido superou 11% em ritmo anual em outubro, impulsionada pelos preços da energia, um novo golpe nas famílias britânicas na véspera da apresentação dos orçamentos que marcarão o retorno às políticas de austeridade.

Os preços ao consumidor subiram 11,1% na comparação anual em outubro, a maior alta desde 1981, acelerando mais do que os economistas esperavam. Já havia atingido 10,1% no mês anterior, seu nível mais alto em quatro décadas, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS).

"O aumento dos preços do gás e da eletricidade levou a inflação ao seu nível mais alto em mais de 40 anos", apesar de um teto de taxas imposto pelo governo, tuitou o economista-chefe do ONS, Grant Fitzner, na quarta-feira,16.

De acordo com o instituto oficial de estatísticas, os preços do gás dispararam quase 130% no ano passado e a eletricidade aumentou 66%. Mas o aumento dos preços dos alimentos também contribuiu para que a inflação atingisse esse nível recorde.

Os preços subiram além do que o Banco da Inglaterra também esperava: estimava-se que a inflação se aproximasse, mas não ultrapassasse 11%, antes de começar a cair.

Para completar esse panorama sombrio, o banco central considera que o país já entrou em uma longa recessão - definida tecnicamente como dois trimestres consecutivos de contração - após registrar queda de 0,2% em seu Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano.

Por sua vez, o índice de desemprego aumentou ligeiramente para 3,6% no final de setembro, segundo dados divulgados na terça-feira, mas permanece no menor nível desde 1974.

 

 

AFP

BOGOTÁ - A Colômbia registrou uma inflação de 0,72% em outubro, o que está próximo do esperado pelo mercado e segue refletindo as pressões derivadas de um consumo robusto e da desvalorização da moeda local, segundo dados do Departamento Nacional de Estatísticas (Dane) divulgados neste sábado.

Segundo a média de uma pesquisa da Reuters, o mercado projetava inflação de 0,70% em outubro.

A variação se compara com 0,01% de outubro do ano passado e 0,93% no último mês de setembro.

A inflação em outubro foi impulsionada principalmente por uma alta de 1,21% dos preços de alimentos e bebidas não alcoólicas; 1,09% em transportes; 0,90% em bens e serviços diversos e 0,89% em entretenimento e cultura, especificou o Departamento.

Entre janeiro e outubro, os preços ao consumidor subiram 10,86%, muito além dos 4,34% do mesmo período de 2021.

No acumulado dos últimos 12 meses até outubro, a inflação alcançou 12,22%, em comparação com 4,58% no mesmo período do ano anterior, a mais alta desde março de 1999 e mais de quatro vezes acima da meta estabelecida pelo Banco Central, de 3%.

 

 

Por Nelson Bocanegra / REUTERS

ALEMANHA - Após semanas de desentendimentos, os governos federal e dos 16 estados da Alemanha chegaram a um acordo sobre o financiamento de um gigantesco pacote de medidas emergenciais para aliviar o impacto da inflação e a alta nos preços de energia, e incluem também uma tarifa promocional para o transporte público.

Após uma nova reunião nesta quarta-feira (02/11), ficou acertado que os estados contribuirão com medidas como a extensão do auxílio residencial, mas ao mesmo tempo, receberão novas verbas federais para os transportes regionais para financiar o acolhimento aos refugiados.

O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, destacou que o governo federal se uniu aos estados para combater as consequências da guerra provocada pela Rússia na Ucrânia. "Nos demos os braços para resolver juntos os problemas do nosso país", exaltou.

 

Bilhete de 49 euros

A tarifa promocional para o transporte público de curta e média distância em todo o país, no valor de 49 euros (250 reais), vem em substituição ao bilhete de 9 euros criado pelo governo alemão durante os meses de verão, na metade do ano. O objetivo do passe mensal é facilitar o acesso da população aos trens, metrôs e ônibus regionais em todo o país.

O ministro alemão dos Transportes, Volker Wissing, declarou que, a partir de agora, "está aberto o caminho para a maior reforma das tarifas do transporte público na Alemanha".

O novo plano elaborado pelo governo para substituir o bilhete de 9 euros seria ainda uma fase introdutória, o que significa que o preço das passagens deverá ser aumentado mais tarde.

A agência alemã de notícias DPA informou, citando fontes do governo, que a nova tarifa deverá ser implementada somente no próximo ano. Wissing afirmou que o bilhete será colocado em prática tão logo quanto possível.

 

Limites aos preços de energia

Também foi discutida a promessa do governo de implementar um limite aos preços de energia e a adoção de um pagamento único para os consumidores de gás natural. A chamada medida de alívio emergencial deve cobrir o custo do consumo de gás nas contas do mês de dezembro.

O ministro da Economia, Robert Habeck, disse que, apesar da recente queda nos preços do gás natural, não é possível saber o que ocorrerá no futuro. "Os consumidores privados e os negócios sofrem cada vez mais com a alta nos preços e precisam urgentemente de alívio", afirmou, ao comemorar a decisão desta quarta-feira, que considerou um importante primeiro passo.

"Novas medidas seguirão, e nós estamos trabalhando intensamente no governo federal para implementar um limite para os preços de gás e eletricidade", disse Habeck. Segundo Scholz, o preço do gás natural deverá ser limitado a 12 centavos de euro por kilowatt/hora, e o da eletricidade, a 40 centavos.

O Bundestag e o Bundesrat (as câmaras baixa e alta do Parlamento alemão) devem aprovar as medidas até o dia 11 de novembro.

O alívio emergencial é considerado uma solução temporária até a introdução dos limites dos preços do gás natural para as residências no mês de em março. Os fornecedores afirmaram que não é viável introduzir o teto nos preços antes do terceiro mês de 2023.

 

 

dw.com

ALEMANHA - Os principais bancos centrais não buscaram quantidades notáveis de liquidez em dólares do Federal Reserve na última semana, apesar dos mercados financeiros altamente instáveis.

Nesta quinta-feira, o Federal Reserve Bank de Nova York disse que o Banco Central Europeu (BCE), por meio da linha de swaps de liquidez com o Fed, buscou 274,8 milhões de dólares em uma operação a vencer em 6 de outubro.

O Banco da Inglaterra (BoE) buscou 5 milhões de dólares para o mesmo vencimento, enquanto o Banco Nacional Suíço demandou 20 milhões de dólares, também para 6 de outubro. Os três pagarão juros de 3,34%.

 

 

 

Por Michael S. Derby / REUTERS

FRANKFURT - O Banco Central Europeu (BCE) deve continuar a aumentar as taxas de juros de forma decisiva, pois é alto o risco de a inflação ficar estagnada em níveis acima de sua meta de 2%, disse o presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, nesta segunda-feira.

A inflação da zona do euro, já acima de 9%, deve se aproximar do território de dois dígitos no fim deste ano e permanecerá acima de 2% até 2024, período excepcionalmente longo que aumenta o risco de um rápido aumento dos preços se consolidar.

"O risco de que as expectativas de longo prazo sejam desancoradas permanece alto", disse Nagel em discurso. "Mais ações decisivas são necessárias para reduzir a taxa de inflação para 2% no médio prazo."

Quando as expectativas ficam desancoradas, os negócios e as empresas perdem a confiança na disposição do banco central de controlar a inflação e ajustam com um maior crescimento salarial, perpetuando assim o rápido aumento dos preços.

O BCE já elevou sua taxa básica em 125 pontos-base, para 0,75%, ritmo mais acelerado de sua história. Investidores agora esperam que sua taxa de depósito ultrapasse 3% no próximo ano, nível mais alto desde 2008, antes do auge da crise financeira global.

 

 

Por Balazs Koranyi / REUTERS

EUA - O Fed (Federal Reserve, o banco central americano) elevou nesta quarta-feira (21) a sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual pela terceira vez consecutiva, aumentando o indicador de referência para o mercado de crédito dos Estados Unidos para um patamar entre 3% e 3,25% ao ano.

A autoridade monetária americana vem ampliando agressivamente sua taxa de juros diante da necessidade de frear a maior inflação no país em 40 anos.

Preocupações com a escalada de preços ganharam ainda mais força na semana passada, após a divulgação do CPI, sigla em inglês para índice de preços ao consumidor, ter mostrado que a inflação nos EUA subiu 0,1% em agosto, acumulando 8,3% em 12 meses.

Analistas de mercado esperavam que o CPI mostrasse deflação de 0,1% no mês e, no acumulado em 12 meses, queda de 8,5% para 8,1%.

Apesar do desapontamento com a inflação de agosto, o país está aos poucos se afastando do pico de 9,1% registrado pelo CPI em junho.

Um dos motivos para a persistência da inflação americana é o mercado de trabalho extremamente aquecido. Há cerca de duas vagas para cada pessoa procurando emprego no país.

Em entrevista à imprensa após a apresentação da decisão sobre os juros, o presidente do Fed, Jerome Powell, comentou que os Estados Unidos precisam tirar força da inflação mesmo que para isso seja necessário aumentar o desemprego.

"Nós nunca vamos dizer que há gente demais trabalhando, mas o fato é que nós realmente estamos ouvindo das pessoas que elas estão sofrendo por causa da inflação", comentou Powell. "Não desistimos da ideia de ter apenas um aumento modesto do desemprego, mas nós precisamos cumprir esta tarefa", afirmou, sobre a necessidade de aumentar os juros.

Questionado sobre o impacto na economia da alta dos juros, o presidente do Fed afirmou: "Ninguém sabe se esse processo vai levar a uma recessão".

A lenta desaceleração da inflação vem respondendo basicamente à queda dos preços dos combustíveis, enquanto outros segmentos, como o de serviços, seguem em alta, comenta Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos. "Isso mostra uma dificuldade do Fed em levar a inflação dos Estados Unidos para perto da meta de 2% ao ano", diz.

Há consenso no mercado sobre a necessidade de tornar o crédito mais caro para retirar dinheiro de circulação. Essa é a principal medida adotada por bancos central na tentativa de frear a inflação mundial, um processo que teve início devido a falhas provocadas pela pandemia no abastecimento global de matérias-primas e bens de consumo. O problema se tornou ainda mais grave com a Guerra da Ucrânia elevando preços de energia e alimentos.

O comitê monetário americano, mais conhecido pela sigla Fomc, vem aprovando elevações da taxa do banco central do pais desde março, quando o indicador estava perto de zero. Cinco aumentos ocorreram desde então, no ritmo mais rápido de crescimento dos juros no país desde a década de 1980.

Antes de junho deste ano, a taxa do Fed havia subido em 0,75 ponto pela última vez em 1994.

Projeções dos formuladores da política monetária dos EUA indicam que a taxa ainda subira 1,25 ponto percentual neste ano, colocando a meta do Fed em um intervalo entre 4,25% e 4,5%. O banco central ainda realizará mais duas reuniões neste ano.

Existem receios, porém, de que o custo desse aperto monetário será uma grave desaceleração da atividade econômica em escala mundial.

Entre os efeitos de uma recessão estão a ausência de crescimento das empresas, aumento consistente do desemprego e queda exagerada do consumo.

Sem perspectiva de crescimento das empresas, investidores tendem a abandonar os mercados de ações para buscar ganhos na renda fixa. A mais segura delas é a americana, onde os títulos soberanos dos Estados Unidos ficam cada vez mais vantajosos.

O rendimento dos títulos do Tesouro americano com vencimento em dez anos, referência para esse mercado, alcançou nesta semana o maior patamar em uma década.

O movimento de dólares em direção à renda fixa americana também torna a moeda escassa em outros países. O dólar ficou mais caro neste ano, na comparação média com as principais moedas.

 

 

CLAYTON CASTELANI / FOLHA de S.PAULO

EUA - O mercado aguarda os dados de inflação ao consumidor dos Estados Unidos, que serão divulgados nesta terça-feira, 13, possivelmente indicando os próximos passos a respeito da política monetária do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA. A expectativa de analistas é de uma moderação nos preços da energia, que ajudaram a inflação a atingir a maior alta em 40 anos.

A mediana das estimativas de analistas compiladas pelo Investing.com é de um IPC mensal com queda de 0,1% em agosto, levando o indicador anual a 8,1%. Em julho, o IPC foi de 0%, com indicador em doze meses ficando em 8,5%. O Bureau of Labor Statistics dos Estados Unidos também aponta a mesma projeção, assim como o UBS.

De acordo com nota do Morgan Stanley (NYSE:MS) (BVMF:MSBR34), os preços da energia devem perder força no segundo semestre deste ano, com a maior parte do efeito concentrado em agosto e setembro. No entanto, o UBS pondera que, mesmo com a continuidade da queda do preço da gasolina, os preços dos alimentos e do núcleo devem continuar a subir solidamente.

Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, espera que o indicador siga uma tendência de desaceleração devido à política monetária mais apertada iniciada pelo Fed no início do ano. Uma queda no preço de commodities, principalmente energia e combustíveis, deve continuar beneficiando o índice, segundo Rodrigues.

“No entanto, não vemos a inflação convergindo para a meta tão cedo. O núcleo do IPC, que exclui alimentos e energia (itens de maior volatilidade), deve cair lentamente, em razão do mercado de trabalho aquecido. A escassez de trabalhadores num contexto de forte demanda pelas empresas favorece salários bem acima da produtividade, o que eleva os custos e pressiona preços”. Assim, a expectativa do C6 é de que o Fed promova mais um ajuste de 0,75 ponto na próxima reunião de setembro, no esforço de trazer a inflação para a meta.

 

Economia dos EUA

Após dois trimestres seguidos de Produto Interno Bruto (PIB) negativo, o mercado aguarda a tomada de decisão sobre os juros pelo Federal Reserve, pois uma política monetária mais contracionista pode tornar o momento ainda mais complicado.

O Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2022 dos Estados Unidos ficou em -0,6%, após os -0,9% apresentados anteriormente. Por ser o segundo trimestre consecutivo com o PIB em queda, o cenário é de recessão técnica, mas outros dados econômicos mostram a economia ainda aquecida. O banco central americano deve definir a taxa de juros na sua próxima reunião, agendada em 20 a 21 de setembro.

Em relatório ao mercado, Candace Browning, chefe de Pesquisa Global do Bank of America Corp (NYSE:BAC) (BVMF:BOAC34) (BofA) diz que a expectativa agora é de uma recessão leve no primeiro semestre do próximo ano e meta para os fed funds em uma faixa de 4,0-4,25%, com um aumento de 75bp em setembro e aumentos menores depois.

 

Efeitos no mercado

Dependendo do indicador, os investidores tendem a alterar suas expectativas sobre a economia e quais os impactos também nos mercados acionários. “Caso o dado venha acima do esperado (em 0% ou acima disso), ou seja, um cenário neutro ou de alta, o dado indicará um cenário de inflação ainda persistente e altista. Tal cenário pressiona o Federal Reserve para possíveis revisões altistas na taxa básica de juros americana, dado que o aumento dos juros é o caminho mais comum para o combate à inflação. Com isso, mais um ciclo de alta de juros fortaleceria o dólar e afetaria negativamente o mercado de ações”, avalia Heitor De Nicola, sócio e assessor de renda variável da Acqua Vero Investimentos.

Para de Nicola, caso o dado venha dentro do esperado ou melhor (menor que 0%), o dado indicaria uma "deflação" ao índice preço do consumidor, mostrando efetividade dos aumentos da taxa de juros ao avanço da inflação. Nesse caso, de acordo com ele, a expectativa sobre novos aumentos começa a diminuir e a expectativa de que o Fed poderia desacelerar o ciclo altista de juros começa a surgir. “Nesse cenário, apenas os próximos dados do IPC poderiam responder a pergunta. Com tal expectativa, o cenário para dólar passa a ser negativo (no sentido de perder força), e o mercado acionário americano se favoreceria”, completa.

A tomada de decisão sobre os juros contempla outros dados complementares, como índice de preços ao produtor (IPP), payroll, vendas no varejo, entre outros.

“A melhor maneira para entender o atual cenário macroeconômico americano é juntando todos esses dados, que são altamente correlacionados e nos passam a perspectiva de inflação real, o nível de atividade econômica, os dados de geração de emprego e nível de gastos da população”, conclui de Nicola.

 

 

Por Jessica Bahia Melo / Investing.com

ARGENTINA - O supermercado do meu bairro em Buenos Aires costumava abrir às 8h da manhã todos os dias, mas há algumas semanas passou a abrir cada dia mais tarde.

Frustrada com esse atraso, um dia reclamei com o caixa pela falta de pontualidade.

"Antes de abrir temos que atualizar os preços dos produtos que aumentaram, e a cada dia a lista do que temos de remarcar é mais longa", explicou o funcionário, pedindo desculpas.

Se deparar com preços mais caros a cada vez que você vai às compras é uma das consequências de morar em um país com mais de 70% de inflação ao ano, uma das mais altas do mundo.

Esse problema não é novidade para os argentinos.

Enquanto em outras partes do mundo os consumidores estão horrorizados porque o aumento do custo de vida chegou a 10% ao ano, como consequência da pandemia e da invasão da Ucrânia pela Rússia, na Argentina, ter números como esses seria um sonho.

Por aqui, há uma década, a inflação não fica abaixo de 25% ao ano, e nos últimos anos esse número dobrou.

No entanto, nada se compara ao que vivemos este ano, em que problemas internos, aprofundados por problemas externos, levaram a uma aceleração da inflação não vista desde a crise de 2001-2002, que deixou mais da metade da população na pobreza.

Desde março, o país vem registrando aumentos mensais de preços superiores a 5%.

Em julho a inflação atingiu 7,4%, valor mensal mais alto das últimas duas décadas, e a maioria dos consultores estima que em agosto a alta de preços tenha ficado em torno de 6,5%.

Esta é a razão pela qual, nas últimas semanas, as maquininhas de remarcar preços não têm dado conta do serviço.

Mas o pior é que poucos preveem que a inflação vá desacelerar. Ao contrário: a última Pesquisa de Expectativas de Mercado do Banco Central da Argentina indica que a projeção de inflação é de 90% até o final do ano. E vários analistas acreditam que o número pode chegar a três dígitos.

 

Sem 'âncoras'

Mesmo aqueles que têm muita experiência em conviver com a inflação perdem a bússola com esse nível de reajustes.

É que uma das consequências mais danosas de ter uma inflação tão alta é que não temos mais o que os economistas chamam de "âncoras", ou seja, referências de preços.

Os comerciantes reajustam valores de acordo com o custo que estimam que terão de pagar no final do mês para substituir aquele produto. Alguns reajustam de acordo com a inflação do mês anterior.

E não faltam aqueles que aproveitam a confusão generalizada para lucrar, ampliando suas margens de ganho.

Por outro lado, há setores que sofreram muito durante a pandemia, como turismo, gastronomia e vestuário, que aproveitam a reabertura da economia e a necessidade de muitos regressarem à vida normal para impor fortes aumentos de preços para recuperar um pouco do tempo perdido.

O que isso gera é uma distorção de preços que faz com que os consumidores não saibam mais o quanto as coisas deveriam valer.

"Outro dia comprei um par de sapatos infantis online e paguei 13.000 pesos (cerca de US$ 90, considerando a cotação dólar 'oficial', ou US$ 45 no paralelo), o que me pareceu caro", comenta Yanina, uma amiga professora, que não sabe se fez uma compra boa ou ruim.

"Depois fui ao supermercado e gastei quase o mesmo só na compra semanal", diz ela.

A confusão é ainda maior se você tiver que pagar por um serviço, desde contratar um encanador ou eletricista para consertar um problema na casa, até pintar as unhas ou levar o carro para a oficina.

Você não tem a menor ideia do que eles podem cobrar. Vai me custar 3.000 pesos? 5.000 pesos? Ou 10.000?

É impossível saber o que é caro e o que é um preço razoável, porque não há nada para comparar.

 

A loucura do dólar

Dada a falta de âncoras, os argentinos estão mais atentos do que nunca à cotação do dólar, moeda que historicamente tem sido usada como referência e reserva de valor na Argentina.

Mas longe de ser uma bússola, a moeda americana se tornou um elemento fundamental da crise atual.

Primeiro, porque na Argentina não há uma cotação única do dólar. Hoje temos pelo menos seis (que são as mais usadas) e a diferença entre a cotação mais baixa e mais alta é tão grande que às vezes ultrapassa os 100%.

Por que temos seis cotações do dólar?

Porque os constantes ciclos inflacionários fizeram com que o peso argentino perdesse grande parte de seu valor, levando à adoção do dólar norte-americano como moeda de reserva, utilizada para realizar grandes transações, principalmente a compra de imóveis.

Mas como a Argentina não produz os dólares necessários para suprir a demanda de sua população e economia — dependente de insumos importados para a produção —, os governos impõem controles de capital — "cepos", como são chamados aqui — e fixam a cotação do dólar.

Isso cria um dólar "oficial", de menor cotação, e toda uma gama de outros dólares — o "ahorro" (poupança), o "tarjeta" (cartão), o "bolsa" —, e o mais conhecido e acompanhado por todos: o "blue", nome dado aqui ao dólar paralelo, comumente conhecido em outros lugares como "câmbio negro".

Esse dólar "blue", que sobe e desce dependendo do humor do mercado, também é muito sensível às crises políticas: subiu quase 10% em um único dia no início de julho, após a renúncia do ministro da Economia Martín Guzmán.

E este é o segundo fator que está causando a escalada inflacionária.

Porque, sendo a principal referência de preço para muitos — especialmente os empresários, quando o "blue" sobe, quase todos os preços sobem.

E quando a cotação desse dólar dispara — como nos últimos meses, quando o dólar "oficial" dobrou de valor em relação à moeda argentina — abre-se uma brecha que distorce a economia, trazendo mais pressão para a desvalorização do peso.

Todas essas complexidades da economia argentina fazem com que os locais tenham que se tornar quase especialistas em economia para fazer o melhor uso possível de seus salários.

Uma das manobras financeiras mais populares é o chamado "purê".

Consiste em comprar US$ 200 ao preço "oficial" — o máximo mensal permitido pelo governo, que aplica sobre o valor 65% de imposto — e vendê-los em "cuevas" (instituições financeiras ilegais, muito comuns aqui) a um valor "blue", gerando uma diferença suculenta que multiplica o rendimento.

 

As duas Argentinas

Embora a inflação afete a vida de todos os argentinos, o impacto é muito desigual dependendo do grupo em que você está.

Quem tem salários reajustados para repor a inflação vive uma realidade, e a grande maioria, que perde poder aquisitivo mês a mês, vive outra.

Os primeiros são os grandes responsáveis pela explosão de consumo que a Argentina vive, fenômeno que surpreende muitos, que se perguntam como é possível que os restaurantes estejam lotados e os shoppings cheios em meio à crise.

Ou que o grupo britânico Coldplay tenha conseguido esgotar dez shows no enorme estádio do River Plate, um recorde absoluto para este país.

A explicação não é apenas que ainda existam mais de 20% da população com renda alta ou média-alta. Mas também que muitos deles, e mesmo pessoas com rendimentos mais modestos, optam por consumir em vez de poupar.

"As pessoas que têm pesos tentam se livrar porque eles 'derretem'", explica o economista Santiago Manoukian, da consultoria Ecolatina, referindo-se à alta inflação que corrói o valor da moeda local.

Com acesso limitado ao seu instrumento de poupança favorito, o dólar — por conta do limite "oficial" de US$ 200 e da cotação recorde do "blue" —, muitos optam por comprar bens duráveis para manter o valor de seu dinheiro, ou gastam em atividades que lhes dão prazer, como comer fora, assistir a um show ou viajar.

Isso permitiu à Argentina manter um bom nível de atividade econômica, com crescimento superior a 6% no primeiro semestre do ano e baixo desemprego, de 7%.

Mas do outro lado dessa opulenta Argentina há milhões de pessoas que não conseguem sobreviver e cada vez mais têm que apertar o cinto, até mesmo cortando produtos básicos.

 

Pobres com ocupação

Os principais prejudicados pela inflação são as pessoas mais pobres, que hoje representam quase 40% da população argentina.

Eles costumam ter empregos informais, que não são protegidos pelas "paritarias", como são chamadas as negociações setoriais que definem reajustes salariais para compensar a inflação.

A maior parte desta população mais vulnerável sobrevive com a ajuda do Estado, mas essa assistência também não consegue acompanhar o aumento dos preços.

No entanto, mesmo os trabalhadores com carteira assinada perderam muito poder de compra devido à inflação.

Porque nos últimos anos, enquanto o custo de vida disparou, os salários foram na direção oposta.

A queda começou durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019) e já dura cinco anos consecutivos, o que significa que hoje a maioria dos argentinos tem renda menor do que no final de 2017.

Segundo a consultoria LCG, a perda de poder aquisitivo nos últimos cinco anos foi de 23% em média.

Mas não é só a inflação alta que explica a queda dos salários. Também mudou a forma como o bolo é dividido, ou seja, a distribuição da riqueza.

Em 2017, o salário dos trabalhadores representava 52% da renda nacional e os lucros dos empresários, 39%.

A partir de então, a relação de forças começou a se inverter e, em 2021, os rendimentos dos trabalhadores representavam apenas 43% da riqueza nacional, e o capital, 47%, segundo estudo da Cifra, centro de estudos da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA).

O resultado é o fenômeno que mais preocupa muitos aqui: o dos trabalhadores pobres.

Historicamente, na Argentina, considerava-se que a diferença entre ser pobre e não ser era conseguir um emprego formal.

Mas hoje o salário mínimo não compra metade de uma cesta básica, conjunto de alimentos e bens essenciais necessários a uma típica família de quatro pessoas.

Ou seja, mesmo um casal com empregos formais não tem garantia de uma renda mínima para não cair na pobreza.

Isso levou quase um em cada cinco assalariados a serem pobres e um terço de todos os argentinos ocupados a viverem na pobreza, segundo pesquisas realizadas em 2021 pelo Centro de Estudos Distributivos, Laborais e Sociais (Cedlas) da Universidade Nacional de La Plata e o Observatório da Dívida Social Argentina da Universidade Católica Argentina.

É algo que nunca vi antes neste país, e um problema que o novo ministro da Economia, Sergio Massa, pretende mitigar dobrando entre setembro e novembro o abono que os 1,1 milhão de trabalhadores formais de salários mais baixos recebem por criança.

 

O futuro

Como argentina nascida há quase meio século, vivi muitas das crises econômicas mais dramáticas atravessadas por este país, que há apenas cem anos era um dos mais prósperos do mundo.

Vivi inflações ainda piores do que a atual — em 1989, quando cursava o ensino médio, a alta do custo de vida atingiu seu recorde, acima de 3.000% ao ano.

E na primeira década deste século, fui uma entre milhares de jovens que se mudaram para o exterior em busca de melhores oportunidades, enquanto meu país mergulhava no pior desastre de sua história.

Embora o presidente Alberto Fernández, que fez parte do governo que tirou a Argentina dessa crise, garanta que o país vai se reerguer, como então, é difícil manter o otimismo.

É verdade que a situação internacional, em particular devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, fez com que os grãos argentinos voltassem a valer fortunas — a valorização das commodities foi uma das chaves que permitiram a recuperação da economia a partir de 2003.

Também dá esperança que, mesmo com previsão de desaceleração econômica para o segundo semestre, organismos internacionais como Banco Mundial e FMI (Fundo Monetário Internacional) concordem que o país deva fechar 2022 com crescimento próximo de 4%, acima da média regional.

Mas não posso deixar de me perguntar como poderá se reerguer um país em que 45% da população depende de auxílios estatais, segundo dados do Observatório da Dívida Social.

E acima de tudo: que futuro espera a Argentina quando mais da metade de suas crianças são pobres e meio milhão abandonou a escola após o prolongado fechamento do ensino presencial durante a pandemia, como advertiu no começo do ano letivo a Associação Civil pela Igualdade e Justiça (ACIJ).

 

- Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62842330

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