UCRÂNIA - Várias divisões da Guarda Nacional da Ucrânia chegaram na terça-feira (5) à antiga usina nuclear de Chernobyl, após a retirada russa de 31 de março, anunciou a estatal Chernobyl NPP.
A "principal tarefa" dos guardas é "garantir a segurança e a defesa das instalações nucleares, assim como a proteção física do material nuclear", comentou a companhia em comunicado divulgado em redes sociais.
Após a retirada russa das instalações na semana passada, ainda está pendente uma inspeção da infraestrutura por parte das Forças Armadas ucranianas. Outra tarefa a ser realizada é a medição das radiações na usina e nas instalações onde as forças russas se alojaram, já que "ignoraram completamente as regras de segurança" durante a estada.
A estatal acrescenta que é preciso dar um descanso aos trabalhadores encarregados da manutenção da usina, entre eles 46 voluntários que assumiram as funções em 20 de março, durante o controle russo.
Também continuam em Chernobyl 13 funcionários que já acumulam mais de mil horas de trabalho e que estavam na usina quando as instalações foram capturadas, em 24 de fevereiro.
EUA - O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou na segunda-feira (4) que a Rússia está "reposicionando suas forças para concentrar suas operações ofensivas no leste e em partes do sul da Ucrânia".
"A Rússia tentou subjugar toda a Ucrânia e falhou. Agora tentará subjugar partes do país", disse Sullivan, estimando que essa nova fase da ofensiva militar "pode durar meses ou mais".
A Rússia indicou há alguns dias que concentrará seus esforços no leste da Ucrânia e redobrou seus esforços nessa região do território, assim como no sul.
Nessa região se encontram cidades portuárias fundamentais para a criação de uma conexão terrestre entre a península da Crimeia — anexada em 2014 pela Rússia — e as regiões separatistas pró-Rússia de Donetsk e Lugansk.
Sullivan declarou que os Estados Unidos e seus aliados vão anunciar "nesta semana" novas sanções econômicas contra a Rússia. Segundo o funcionário americano, estudam-se possíveis medidas "relacionadas à energia", um tema muito delicado para os europeus, muito dependentes do gás russo.
Nesta segunda-feira, o governo dos Estados Unidos anunciou ter aprovado a venda de oito aviões de combate F-16 para a Bulgária, para "reforçar a segurança" de um dos membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), no contexto da guerra na Ucrânia.
RÚSSIA - O conflito na Ucrânia chama a atenção do mundo por ser a primeira grande guerra na Europa desde a década de 1940. O que muitos acabam não percebendo, entretanto, é que o confronto iniciado pela Rússia no final de fevereiro pode ser o marco para uma nova ordem mundial de poder.
É o que defende o cientista político e pesquisador da USP (Universidade de São Paulo) Pedro da Costa Júnior. O autor do livro Colapso ou Mito do Colapso encabeça um artigo que defende que China e Rússia estabeleceram no início de 2022 a Nova Ordem Mundial Policêntrica.
Os presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping assinaram há cerca de dois meses um documento chamado Aliança Sem Limites, no qual os líderes das duas grandes potências prometem uma forte parceria em áreas vitais, como economia e diplomacia.
“[Os presidentes] dizem que têm uma parceria econômica, política, tecnológica e diplomática para as próximas décadas. Agora você tem a segunda economia do mundo, que é a China, que cresce initerruptamente a taxas estratosféricas há 40 anos [...] unida com a segunda maior potência militar do mundo, a Rússia”, conta Costa Júnior ao R7.
Lucas Ferreira, do R7
RÚSSIA - Dois helicópteros ucranianos lançaram um bombardeio contra um depósito de gasolina em território russo na cidade de Belgorod nesta sexta-feira (1º), disse o governador local.
"Houve um incêndio no depósito de petróleo devido a um bombardeio lançado por dois helicópteros militares ucranianos, que entraram em território russo voando a baixa altitude", informou Vyacheslav Gladkov no canal Telegram.
Belgorod está localizada a cerca de 80 quilômetros ao norte de Kharkov, uma grande cidade ucraniana sob ataque das forças russas desde o início da ofensiva do Kremlin.
Em outra mensagem, o governador indicou que os bombeiros estavam trabalhando para apagar o fogo e que dois funcionários do armazém ficaram feridos. O Ministério de Situações de Emergência da Rússia afirmou por seu lado que 170 socorristas estavam trabalhando no local.
A gigante de energia Rosneft, proprietária do depósito, disse a agências russas que evacuou seu pessoal do local.
Na quarta-feira (30), explosões foram relatadas em um depósito de munição na região de Belgorod, sem que as autoridades russas explicassem claramente o motivo do incidente.
Por AFP | Do R7
POLÔNIA - Uma organização que atua na Polônia ajudando refugiados ucranianos afirma que há registro de mulheres e crianças desaparecidas após atravessar a fronteira entre os países. De acordo com o grupo, essas pessoas são vítimas de gangues ligadas ao tráfico sexual.
Esses criminosos se aproximariam de mulheres e crianças no entorno de abrigos montados nas cidades fronteiriças da Polônia. De acordo com a organização de direitos humanos Homo Faber, eles oferecem transporte para outras cidades, trabalho ou acomodações para conseguir atrair as pessoas. A partir daí, aplicam o golpe e passam a praticar o tráfico.
A coordenadora da Homo Faber, Karolina Wierzbinska, contou ao portal britânico The Guardian que homens atuam ao lado de mulheres para não levantar suspeitas dos refugiados que chegam à Polônia. Em alguns casos, grupos grandes tentam levar ucranianos para carros não identificados pelos voluntários na fronteira.
“[Vemos equipes] esperando por pessoas que chegam da Ucrânia fingindo que oferecem carona ou hospedagem a mulheres angustiadas e exaustas de sua jornada”, conta Wierzbinska.
Para tentarem afastar criminosos, voluntários na fronteira da Polônia têm registrado os carros que oferecem carona a refugiados ucranianos. Essa é uma tentativa das organizações de conseguir traçar e registrar para onde cada pessoa está indo.
De acordo com o Acnur (Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), 2,3 milhões de ucranianos atravessaram a fronteira em direção à Polônia. Para patrulhar a região, o Exército do país, além de policiais e bombeiros, trabalha 24 horas por dia ajudando a receber os refugiados.
Entretanto, um grupo não convocado oficialmente pelas forças polonesas chegou à cidade de Medyka — uma das principais portas de entrada do país para quem chega da Ucrânia. Os homens se identificam como veteranos da Legião Estrangeira Francesa, dispostos a proteger mulheres e crianças.
“Já vi mulheres assustadas, crianças aparecendo na fronteira e ninguém sabe onde estão os pais. É um alvo fácil”, contou um soldado da Legião Estrangeira ao The Guardian. “Eu não conseguia nem me concentrar, porque poderia ser minha irmã, minha filha.”
Um voluntário da Cruz Vermelha polonesa, que falou anonimamente, destacou que o grande fluxo de pessoas, somado à falta de organização para retirar os refugiados do local, torna mais fácil a ação de criminosos.
“O problema do tráfico de pessoas é que a maioria dos transportes que acontecem não é organizada. São voluntários que chegam de todos os lugares em seu carro particular. Então, em todos os pontos de recepção, você tem diferentes organizações tentando estabelecer um sistema de rastreamento.”
UCRÂNIA - O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse na terça-feira (29) que a invasão russa "está chegando ao fim", mas que seu país não reduzirá "esforços de defesa", depois que a Rússia anunciou hoje que reduzirá as hostilidades em Kiev e Chernihiv.
"Sim, podemos qualificar os sinais que ouvimos da plataforma de negociação como positivos. Mas esses sinais não abafam os estragos dos projéteis russos", afirmou Zelenski em sua habitual mensagem postada na última hora do dia no site da Presidência ucraniana.
"Em seu 34º dia, a invasão em grande escala da Rússia, e nossa defesa em grande escala, está chegando ao fim", destacou Zelenski.
O Exército russo começou nesta terça-feira a retirada de algumas de suas tropas dos arredores de Kiev e da cidade sitiada de Chernihiv, no norte, para se concentrar na conquista do Donbass, o objetivo principal da atual campanha militar russa na Ucrânia.
"O inimigo russo está realizando a retirada de unidades individuais dos territórios das regiões de Kiev e Chernigov", informou o Comando-Geral das Forças Armadas da Ucrânia em seu último relatório militar.
No entanto, Zelenski ressaltou que "a vigilância não deve ser perdida. A situação não se tornou mais fácil. [...] Os militares russos ainda têm um potencial significativo para continuar os ataques contra nosso Estado".
Por isso, advertiu que "não reduziremos nossos esforços de defesa. Tanto no norte do nosso Estado quanto em todas as outras regiões da Ucrânia. [...] A defesa da Ucrânia é a tarefa número 1 agora".
Sobre as negociações em curso com a Rússia, disse que "não vemos razão para confiar nas palavras de certos representantes de um Estado que continua a lutar pela nossa destruição".
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu hoje o "progresso" nas negociações com a Ucrânia, em conversa por telefone com seu homólogo francês, Emmanuel Macron, mas se mostrou inflexível em sua disposição de continuar a ofensiva no leste ucraniano, segundo afirmaram fontes da Presidência da França.
Por sua parte, Zelenski afirmou que a Ucrânia continuará o processo de negociação, reiterando que deve haver "segurança real" para seu país e sua soberania.
UCRÂNIA - O líder da região separatista de Lugansk, na Ucrânia, disse no domingo (27) que poderá organizar um "referendo" para decidir se o território se tornará parte da Rússia, depois que Moscou enviou tropas para o território.
"Acredito que, em um futuro próximo, será organizado um referendo no território da República, em que as pessoas poderão expressar a opinião sobre se devemos nos unir à Federação Russa", informaram agências russas, citando o líder dos separatistas de Lugansk, Leonid Pasechnik.
"Por alguma razão, tenho certeza de que este será o caso", afirmou.
A Rússia lançou uma ação militar na Ucrânia no fim de fevereiro, alegando se tratar de um ato de defesa em favor dos grupos rebeldes pró-russos do leste, que se autoproclamaram as "repúblicas" de Donetsk e Lugansk.
Antes da ofensiva, o presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência destas duas regiões.
EUA - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou no sábado (26/03) que seu homólogo russo, Vladimir Putin, "não pode permanecer no poder". Foi a primeira vez que Washington pediu uma mudança de governo na Rússia devido à guerra na Ucrânia.
"Pelo amor de Deus, este homem não pode permanecer no poder", disse Biden ao terminar um discurso em Varsóvia, na Polônia, após conversar com refugiados ucranianos.
Ele também disse que a guerra na Ucrânia já se tornou um "fracasso estratégico para a Rússia" e que "o rublo foi reduzido a escombros".
Mais uma vez, o democrata advertiu Putin de que haverá consequências se as tropas russas entrarem dentro do território da Otan. "Nem pense em mover-se um centímetro dentro do território da Otan", alertou.
O governante dos EUA também aproveitou a ocasião para enviar uma mensagem de solidariedade à Ucrânia e disse ao povo russo que "eles não são inimigos" dos EUA e que Putin devolveu seu país "ao século 19".
O presidente dos EUA também disse que não tem certeza se a Rússia mudou sua estratégia na guerra na Ucrânia, depois que o Kremlin anunciou que sua prioridade agora é "libertar" totalmente a região separatista do Donbas, no leste da Ucrânia.
Visita a centro de refugiados
Antes do discurso, ao conversar com repórteres, Biden chamou Putin de "carniceiro", ao ser questionado pela imprensa sobre sua reação ao ver o sofrimento dos refugiados.
Biden visitou o Estádio Nacional de Varsóvia, convertido em um centro de refugiados para acolher algumas das mais de 2,17 milhões de pessoas que fugiram da Ucrânia para a Polônia desde o início da guerra.
Durante a visita, Biden conversou com vários refugiados ucranianos, abraçou uma mulher e pegou uma menina no colo.
Mais tarde, afirmou à imprensa que algumas crianças lhe pediram para orar por seus pais, avós ou irmãos que estão na Ucrânia lutando contra as forças russas.
"Lembro como é ter alguém em uma zona de guerra", disse o presidente americano, referindo-se a seu filho Beau, que morreu em 2015 de câncer no cérebro e que combateu no Iraque.
"Toda manhã você acorda e se pergunta. Você só quer rezar para não receber essa ligação. Este é um grupo maravilhoso de pessoas", acrescentou.
Encontro com o presidente polonês
Também neste sábado, Biden se reuniu com o presidente polonês, Andrzej Duda, e procurou tranquilizar o governo da Polônia sobre o compromisso de Washington com a defesa da Europa Oriental. Ele reiterou que o pacto de defesa mútua da Otan é um "compromisso sagrado" para os Estados Unidos.
"Sua liberdade é nossa", disse Biden. "Estou confiante de que Vladimir Putin estava contando com uma divisão da Otan", acrescentou Biden sobre o presidente russo. "Mas ele não foi capaz de fazer isso. Nós todos ficamos juntos."
RÚSSIA - A Rússia "roubou" centenas de aviões de passageiros, o que representa bilhões de euros em prejuízos a seus arrendadores estrangeiros, garantiram altos funcionários europeus, depois que Moscou passou a permitir o registro desses aviões em seu território.
As companhias aéreas russas têm como prazo até segunda-feira (28) para devolver os aviões, em virtude das sanções aeronáuticas aprovadas pela União Europeia depois que as forças russas invadiram a Ucrânia há um mês.
Contudo, segundo uma lei promulgada pelo presidente Vladimir Putin e publicada em 14 de março, as companhias russas têm a possibilidade de registrar na Rússia os aviões que alugam no exterior para que eles possam voar em território russo.
Essa medida permite às empresas seguir utilizando esses dispositivos para voos domésticos, apesar das sanções ocidentais. Se esses aviões voassem para fora da Rússia, seriam confiscados.
"A maioria dos aviões que poderiam voar no exterior são aeronaves alugadas, que têm origem europeia ou americana, e que foram roubados de seus legítimos proprietários, os arrendadores", disse o diretor-geral de Transportes da Comissão Europeia, Henrik Hololei.
Ao refazerem as matrículas dos aparelhos na Rússia, as autoridades desse país estão "violando gravemente o direito aeronáutico internacional e, também, a lei básica da aviação civil, a Convenção de Chicago", advertiu Hololei, durante sua intervenção em uma conferência online da organização europeia de monitoramento do tráfego aéreo, a Eurocontrol.
POLÔNIA - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitará nesta sexta-feira a cidade polonesa de Rzeszow, a cerca de 80 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, na segunda etapa de sua viagem à Europa, anunciou a Casa Branca nesta quinta-feira (24).
Recém-chegado de Bruxelas, Biden será recebido pelo presidente polonês, Andrzej Duda, receberá um relatório sobre a resposta humanitária aos refugiados da Ucrânia e se reunirá com soldados americanos posicionados no flanco leste da Otan, informou a Casa Branca em um comunicado.
O presidente americano chegou à Bélgica nesta quarta (23) para participar de reuniões de cúpula da União Europeia e também da Otan. Nesta quinta (24), Biden anunciou, durante uma coletiva na Bélgica, que os Estados Unidos estão dispostos a receber 100 mil refugiados ucranianos. Até agora, mais de 3,5 milhões de pessoas deixaram a Ucrânia devido à guerra contra a Rússia.
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