FRANÇA - A primeira grande repercussão política das eleições para o Parlamento Europeu veio da França, cerca de uma hora depois de conhecidas as primeiras projeções de resultados do voto no país.
Atropelado pelo bom desempenho do partido Reunião Nacional (RN), liderado pela ultradireitista Marine Le Pen, na oposição, o presidente Emmanuel Macron anunciou na noite do domingo (9), a dissolução da Assembleia Nacional. Com isso, novas eleições legislativas foram convocadas para os dias 30 de junho e 7 de julho -primeiro e segundo turnos, respectivamente.
Segundo projeções divulgadas após o encerramento da votação, a sigla de Le Pen obteve 31,5% dos votos, mais que o dobro da aliança de Macron, que ficou com 15,2%. Foi um crescimento de mais de oito pontos percentuais, tanto em relação ao voto europeu de 2019 quanto ao primeiro turno da eleição presidencial de 2022, quando o RN ficou na casa dos 23%.
"Não foi um bom resultado para os partidos que defendem a Europa", disse Macron em pronunciamento à nação. "Partidos de ultradireita, que se opuseram nos últimos anos a tantos dos avanços possibilitados pela nossa Europa estão ganhando terreno pelo continente. Não poderia, no fim deste dia, agir como se nada estivesse acontecendo."
Nas eleições legislativas ocorridas em 2022, em seguida ao segundo turno da disputa presidencial vencida por Macron, sua coligação obteve 25% e ficou com 245 cadeiras, sem a maioria absoluta dos votos na Assembleia, que é de 289.
Há quase dois anos, o grupo de Le Pen, que ficou em terceiro, já tinha dado indicações de que conquistava cada vez mais a preferência de eleitores. O RN obteve 89 cadeiras, um salto de 81 vagas.
"O povo francês mandou uma mensagem clara ao poder macronista, que está se desintegrando: já não querem uma construção europeia tecnocrática que nega a sua história, despreza as suas prerrogativas fundamentais e que resulta na perda de influência, identidade e liberdade", disse Le Pen neste domingo, logo após os primeiros resultados.
O principal candidato do RN ao Parlamento Europeu, Jordan Bardella, havia pedido que Macron dissolvesse a Assembleia e convocasse novas eleições. "Um vento de esperança surgiu na França, está apenas começando", disse Bardella.
O resultado pode influenciar não só a disputa política interna na França. O enfraquecimento de Macron, cujo mandato vai até 2027, é também um sinal negativo para a União Europeia, já que ele é um dos principais líderes hoje em defesa de maior integração, e para a aliança de países ocidentais que apoiam a Ucrânia.
POR FOLHAPRESS
FRANÇA - Um novo vírus preocupa as autoridades sanitárias e já causou pelo menos cinco mortes, na França. As vítimas são bebês.
Trata-se do parvovírus B19, uma doença que, segundo as autoridades francesas, não era tão intensamente registrada há muito tempo e ainda não atingiu seu pico.
O parvovírus B19, da família parvoviridae, é frequentemente transmitido por via respiratória. Geralmente causa formas assintomáticas da doença, mas também pode resultar no eritema infeccioso, conhecido como a "quinta doença" por ser a quinta infecção viral - juntamente com sarampo, rubéola, varicela e roséola - a causar erupção cutânea em crianças.
Existem formas graves em pessoas imunocomprometidas e com anemia crônica, além de mulheres grávidas, pois o vírus pode causar abortos espontâneos e representar um risco de edema feto-placentário grave, conforme relatado pelo Le Parisien.
No verão passado, as autoridades de saúde foram alertadas para "um número incomum de hospitalizações pediátricas graves" no Hospital Necker, em Paris.
Desde então, nos primeiros três meses deste ano, já foram registradas cinco mortes de bebês com menos de um ano de idade, sendo quatro delas "nos primeiros dias de vida" devido à infecção transmitida pela mãe.
Esses números são considerados "inusitadamente altos" e chamam a atenção das autoridades sanitárias francesas.
De acordo com o Le Parisien, nos cinco anos anteriores à Covid-19, ocorriam apenas duas mortes por ano devido a esse vírus, o que torna preocupante o registro de cinco mortes em apenas três meses.
O diagnóstico de uma infecção por parvovírus B19 sem teste é complicado, pois se trata de uma erupção cutânea viral com algumas características típicas, que nem sempre estão presentes, esclarece o especialista em clínica geral, Michaël Rochoy. Ele recomenda que, em casos de suspeita de sarampo com teste negativo, se consulte um serviço especializado em caso de diminuição dos movimentos ativos do feto.
ITÁLIA - Os índices de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da França e da Itália, embora divergentes, apontam o progresso da desinflação na zona do euro. No entanto, este progresso pode não ser o suficiente para garantir cortes de juros do Banco Central Europeu (BCE) ainda em abril, segundo analistas da Oxford Economics.
Segundo divulgou na última semana, o escritório de estatísticas da França, conhecido como Insee, o CPI francês avançou 2,3% na taxa anual de março, uma desaceleração acentuada em comparação a alta de 3,2% em janeiro e abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam avanço de 2,5%. Já o órgão de estatísticas da Itália, o Istat, informou leve aceleração do CPI em março, de 0,8% a 1,3% na taxa anual. Entretanto, o resultado italiano veio abaixo das expectativas da FactSet, de alta a 1,4%.
Em relatório, analistas da Oxford Economics avaliam que os resultados indicam continuidade no processo de desinflação, embora com alguns "desafios" pelo caminho que devem impedir cortes de juros do BCE ainda em abril. A consultoria destacou como positiva a rápida desaceleração da inflação de alimentos em ambos os países, a deflação nos preços de energia da Itália e a forte queda nos preços de bens industriais da França, que avançaram apenas 0,1% na taxa anual de março, o menor nível desde 2011.
Por outro lado, a inflação de serviços ainda não demonstra sinais de arrefecimento tanto na França, onde recuou levemente de alta de 3,2% em fevereiro para alta de 3,0% em março na taxa anual, como na Itália, cujo núcleo do CPI avançou a 2,4% no período, pressionado por preços de serviços de transportes, destacou a Oxford.
POR ESTADAO CONTEUDO
Onze pessoas foram autuadas por tráfico de animais e maus tratos, com multas que ultrapassam o valor de R$ 237 mil
FRANCA/SP - A Polícia Militar Ambiental resgatou na tarde do último sábado (17), 67 aves nativas que estavam sendo transportavas em um ônibus de turismo. A ação aconteceu na rodovia Vicinal, em Franca, já na divisa entre São Paulo e Minas Gerais. Cerca de onze pessoas foram autuadas por maus tratos e tráfico de animais, com multas que chegaram a mais de R$ 237 mil.
Os policiais realizavam bloqueio na via quando se depararam com um ônibus alvo de uma denúncia sobre transporte ilegal de aves. A equipe parou o coletivo e iniciou as buscas nas malas, com auxílio de cães farejadores do 11º Batalhão de Ações Especiais (BAEP).
Dos 41 passageiros, 11 foram flagrados levando pássaros em suas bagagens. Os policiais encontraram 67 aves nativas - sendo 36 colerinhos e 30 trinca ferro –, provenientes de uma captura recente na cidade de Ibiraci, em Minas Gerais.
Além de não possuírem autorização para transportar as aves, os autuados ainda levavam os animais em caixas inadequadas, sem comida e água, o que caracteriza maus tratos. Também foram apreendidas sete caixas de contenção e 21 gaiolas.
Na ação, foi elaborado um auto de infração por maus tratos de R$ 204 mil e outro, de transporte de ave sem autorização, no valor de R$ 33,5 mil, totalizando R$ 237,5 mil em multas.
Após serem encontradas, as aves foram libertas. O caso será apresentado para a Polícia Civil, por meio de ofício.
DAVOS - O presidente da França, Emmanuel Macron, argumentou que não é positivo para os países da Europa “depender totalmente” dos Estados Unidos em certas cadeias de produção. Mesmo ao reafirmar a aliança com os americanos, o líder notou que o continente tem o interesse de se aproximar também de outras latitudes, como da Ásia, durante discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
Em sua fala, Macron também defendeu que os governos invistam mais na descarbonização de suas economias, como forma de gerar novos empregos e criar maior resiliência a choques energéticos. “Descarbonizar é um acerto e esta agenda nos tornou o país mais atrativo da Europa nos últimos anos”, disse.
Além de destacar os feitos de seu governo para criar empregos depois da pandemia, Macron mencionou a liderança francesa nos investimentos em energia verde e inovação.
Ao mesmo tempo, demonstrou a preocupação de que a França não seja o único país a seguir essas regras, cobrando “muito mais” investimentos em tecnologias limpas. E mencionou o compromisso de, até 2027, a França “se livrar do carvão”, com o fechamento das duas usinas de produção dele ainda em operação.
Macron ainda reafirmou o compromisso de apoiar a Ucrânia, na guerra contra a Rússia. Em outro momento, comentou que o uso de inteligência artificial deve ter uma “forte convergência”, especialmente com os Estados Unidos. Na indústria, a IA pode acelerar oportunidades e ser o meio de melhorar a produtividade de trabalhadores “não qualificados ou pouco qualificados”, comentou.
FRANÇA - A primeira-ministra da França, Élisabeth Borne, renunciou ao cargo na segunda-feira (8) após um ano político marcado por crises. A informação foi confirmada pelo gabinete do presidente francês.
"Senhora primeira-ministra, querida Élisabeth Borne, seu trabalho a serviço da nossa nação tem sido exemplar todos os dias. Você implementou nosso projeto com a coragem, o compromisso e a determinação de mulheres do Estado. De todo o coração, obrigado", escreveu o presidente da França, Emmanuel Macron, nas redes sociais.
A renúncia ocorre num momento em que Macron busca dar um novo impulso ao seu segundo mandato antes das eleições para o Parlamento europeu e das Olimpíadas de Paris neste ano. Borne esteve na linha de frente na turbulenta condução da reforma da Previdência na França e chegou a ser ameaçada de deposição.
POR FOLHAPRESS
PARIS - O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy disse a um tribunal de apelações de Paris nesta sexta-feira que é inocente de qualquer irregularidade, enquanto tenta anular uma condenação de 2021 por financiamento ilegal de campanha.
Sarkozy recebeu uma sentença de um ano de prisão em setembro de 2021, embora ela tenha sido suspensa enquanto ele apela da decisão.
"Contesto veementemente qualquer responsabilidade criminal", disse Sarkozy, que continua sendo uma figura influente entre os conservadores franceses, apesar de uma série de julgamentos e investigações.
"Eu nego ter tido conhecimento de qualquer fraude", disse ele aos juízes. "O que importa para mim é a verdade. Não consegui convencer até agora. Quero a verdade."
O ex-presidente, que ficou no cargo de 2007 a 2012, sempre negou as acusações de que seu partido conservador Les Républicains, então conhecido como UMP, trabalhou com a empresa de relações públicas Bygmalion para esconder o verdadeiro custo de sua candidatura à reeleição.
Sarkozy colocou a culpa em alguns membros de sua equipe de campanha: "Não escolhi nenhum fornecedor, não assinei nenhuma cotação, nenhuma fatura", disse ele aos juízes nesta sexta-feira, falando alto e fazendo gestos agitados com as mãos.
A França estabelece limites rígidos para os gastos de campanha. Os promotores alegam que a empresa colocou a UMP na fatura e não a campanha. Eles dizem que Sarkozy gastou 42,8 milhões de euros em campanha de 2012, quase o dobro do valor permitido.
Por Juliette Jabkhiro / REUTERS
PARIS - A ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, reiterou neste domingo os apelos por uma “trégua humanitária imediata” em Gaza, que ela disse ser capaz de levar a um cessar-fogo, acrescentando que muitos civis morreram em ataques israelenses.
Colonna disse durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, em Doha, que escolas, hospitais, trabalhadores humanitários e jornalistas devem ser protegidos.
Israel diz que tem como alvo o Hamas e que o grupo islâmico palestiniano está a usar os residentes como escudos humanos.
Colonna acrescentou que uma conferência humanitária internacional, a ser organizada pela França em 9 de novembro, cobrirá o respeito pelo direito internacional, necessidades básicas como saúde, água, energia e alimentos, e apelará por ações concretas para os civis em Gaza.
Reportagem de Layli Foroudi / REUTERS
FRANÇA - A polícia francesa abriu fogo e feriu gravemente uma mulher na terça-feira (31) em Paris que, segundo testemunhas, fez comentários ameaçadores e gritou "Allah Akbar" – expressão em árabe que significa “Alá é Grande” ou "Alá é o Maior" –, em um trem da rede suburbana do metrô parisiense. A mulher corre risco de morte, de acordo com o Ministério Público francês (MP).
A polícia foi alertada por chamadas telefônicas de passageiros que mencionavam uma mulher "totalmente coberta pelo véu islâmico" e que "fazia ameaças" dentro de um trem da linha RER C. Segundo estas testemunhas, ela “pronunciou Allah Akbar várias vezes”.
O porta-voz do governo, Olivier Véran, confirmou que a mulher fez “comentários agressivos com conotações jihadistas” durante o trajeto do trem pela periferia de Paris. A polícia foi chamada pelos serviços de segurança da companhia ferroviária SNCF e interveio quando o trem chegou na estação da Biblioteca François Mitterrand, na zona leste de Paris.
Os policiais conseguiram "isolar" a suspeita, e a estação foi rapidamente evacuada. A mulher, de 38 anos, "recusou-se a cumprir as ordens da polícia” e continuou a ameaçar de “se explodir”, detalhou o MP e uma fonte policial. Diante dessas circunstâncias, dois policiais dispararam oito vezes contra a mulher. Gravemente ferida no abdome, ela foi transportada para um hospital da capital e corre risco de morte.
Segundo o porta-voz do governo, esta mulher já tinha sido “condenada” por “ter feito ameaças contra soldados da Operação Sentinela”, em vigor no país desde os ataques terroristas de 2015. Véran evocou possíveis distúrbios de “saúde física”, sem dar maiores detalhes.
Fontes policiais disseram à AFP que a suspeita já foi fichada por radicalização islâmica no passado, mas não sabiam dizer se o registro continuava ativo nos organismos de inteligência do governo.
Investigações
Duas investigações foram abertas sobre o caso. A polícia judiciária parisiense irá investigar as denúncias de "apologia do terrorismo, ameaças de morte e intimidação contra titular de autoridade pública”. Um segundo inquérito administrativo foi aberto pela Inspeção-Geral da Polícia Nacional (IGPN), órgão equivalente à Corregedoria da Polícia no Brasil, que irá avaliar as circunstâncias que levaram o policial autor do disparo a utilizar sua arma de fogo.
Após o assassinato de um professor em Arras (norte), no dia 13 de outubro, o Ministério do Interior francês decretou "alerta de emergência" contra risco de ataques terroristas no país. O professor Dominique Bernard foi letalmente esfaqueado por um jovem checheno de 20 anos, que era fichado por radicalização islâmica nos cadastros da polícia desde fevereiro de 2021.
Este assassinato reacendeu o temor de uma nova onda de ataques terroristas na França. As autoridades públicas reforçaram as medidas de segurança antiterroristas, num contexto já marcado por tensões geradas pelo conflito entre Israel e o Hamas no Oriente Médio. A França acolhe em seu território as duas maiores comunidades de judeus e muçulmanos da Europa.
(Com informações da AFP)
por RFI
VALÊNCIA - França e Espanha ainda estavam em desacordo sobre o prazo para a conclusão de um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, enquanto os ministros europeus do Comércio se reúnem na Espanha na sexta-feira, com o pacto há muito adiado com o bloco sul-americano no topo da agenda, disseram autoridades de ambos os países.
Madri considera que fechar o acordo com o bloco sul-americano -- formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai -- após 20 anos de espera, é um "objetivo prioritário" para a UE, enquanto a Espanha ocupa a presidência rotativa do bloco até o final do ano.
"Chegamos ao ponto de tomar decisões", disse o ministro do Comércio da Espanha, Héctor Gómez, à Reuters, na véspera da reunião.
Mas a França, historicamente relutante em relação a acordos de livre comércio, argumenta para que não se apresse as negociações e que continuem as conversas.
"Precisamos de mais tempo para chegar a esse acordo para ter certeza de que podemos responder às perguntas do Mercosul e para que possamos ter garantias sobre os padrões ambientais de que precisamos. É importante que tenhamos tempo", disse o ministro do Comércio da França, Olivier Becht, a repórteres nesta sexta-feira, antes de entrar na reunião da UE.
O acordo está suspenso desde 2019, em grande parte devido às preocupações europeias com o desmatamento da Amazônia e à resposta lenta do Mercosul a um adendo da UE que propõe salvaguardas ambientais.
"As negociações são semanais... o diálogo é permanente", disse Gómez, que considerou positivo o fato de o texto principal do acordo não ter sido reaberto para revisão e de apenas o chamado "instrumento adicional" estar sendo discutido.
A União Europeia aguardava desde março a resposta do Mercosul para anexar compromissos de sustentabilidade e clima, e o bloco sul-americano acabou apresentando uma contraproposta de uma página que serviu de base para as discussões em reuniões presenciais recentes em Brasília.
Dezenas de ativistas ambientais se reuniram do lado de fora do local, na cidade de Valência, no leste da Espanha, antes do início da reunião, para exigir transparência nas negociações e para evitar qualquer impacto nas mudanças climáticas decorrente de exportações adicionais em um acordo de livre comércio.
Por Belén Carreño / REUTERS
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