SÃO PAULO/SP - Proprietários de veículos do estado de São Paulo com deficiência de longo prazo ou autistas já podem solicitar a isenção do Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA). Segundo a Secretaria da Fazenda e Planejamento de São Paulo, o Sistema de Veículos (Sivei) já está habilitado para receber esses pedidos de isenção do IPVA.
Podem se inscrever para a isenção pessoas com deficiência de longo prazo de natureza física, mental, intelectual, sensorial e também os autistas.
O pedido deve ser feito até o dia 31 de julho no site do Sivei . O proprietário deve apresentar toda a documentação exigida pela legislação.
Caso o pedido seja deferido, a isenção do IPVA de 2022 será garantida. Caso contrário, o imposto será lançado e o proprietário do veículo terá o prazo de 30 dias para o pagamento do imposto, sem multa ou juros.
A secretaria informou que, enquanto o processo não for analisado, o IPVA 2022 continua suspenso para quem realizou as solicitações. A secretaria alerta ainda que veículos com valor venal para o IPVA 2022 entre R$ 70 mil e R$ 100 mil precisam pagar o imposto relativo ao valor que supera os R$ 70 mil.
Mais detalhes sobre o pedido de isenção podem ser obtidos neste site.
SRI LANKA - O Sri Lanka, que enfrenta uma das piores crises econômicas de sua história, anunciou nesta terça-feira (12) a suspensão dos pagamentos de sua dívida externa de 51 bilhões de dólares.
Os 22 milhões de habitantes do país do sul da Ásia enfrentam uma grave falta de alimentos, combustíveis e cortes de energia elétrica diários, em meio à pior recessão desde sua independência, em 1948.
A população protestou nas ruas nas últimas semanas e milhares de pessoas tentaram atacar as casas dos governantes. As forças de segurança dispersaram as manifestações com gás lacrimogêneo e balas de borracha.
O ministério das Finanças anunciou nesta terça-feira a suspensão de todas as suas obrigações externas, incluindo empréstimos de governos estrangeiros, antes de um plano de resgate do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"O governo adota esta medida apenas como último recurso, com o objetivo de evitar uma nova deterioração da situação financeira da república", afirmou o ministério em um comunicado, no qual explica que os credores podem capitalizar os pagamentos de juros devidos ou optar por um reembolso em rupias cingalesas.
A crise econômica do Sri Lanka começou com a pandemia de coronavírus, que reduziu as receitas vitais do turismo e as remessas, o que provocou a impossibilidade de importar produtos essenciais.
O governo proibiu as importações para conservar as reservas de divisas e utilizá-las para reembolsar a dívida, que agora deixou de pagar.
Os economistas afirmam que a crise se agravou devido à má gestão do governo, os anos de endividamento acumulado e os cortes de impostos.
- Protestos contra o presidente -
A frustração da população com o governo é generalizada e longas filas são registradas a cada dia na ilha para a compra dos limitados estoques disponíveis de gasolina, gás e querosene para cozinhar.
Pelo quarto dia consecutivo, milhares de pessoas permaneciam acampadas nesta terça-feira do lado de fora do gabinete do presidente Gotabaya Rajapaksa na capital Colombo para pedir sua renúncia.
No ano passado, as agências de classificação financeira reduziram a nota do Sri Lanka, o que impediu o país de ter acesso aos mercados de capitais estrangeiros para obter novos empréstimos e suprir a demanda de alimentos e combustíveis.
O Sri Lanka buscou a ajuda da Índia e da China, mas os dois países ofereceram mais créditos para a compra de produtos básicos.
De acordo com os dados oficiais, China e Japão, dois dos principais credores do país, detêm quase 10% cada um da dívida externa do Sri Lanka, enquanto a parte da Índia é inferior a 5%.
Pouco menos da metade da dívida do país é de empréstimos por meio de títulos soberanos internacionais e outros instrumentos similares.
De acordo com as estimativas, o Sri Lanka precisa de quase 7 bilhões de dólares para pagar sua dívida este ano, contra 1,9 bilhão de dólares de reservas que o país tinha no fim de março.
BRASÍLIA/DF - O ministro Paulo Guedes (Economia) recebe nesta segunda-feira (11) os presidentes das companhias aéreas Latam, Gol, Azul e Passaredo. As empresas querem demonstrar ao chefe da equipe econômica preocupação com o preço do querosene de aviação e aproveitar para pedir alívio tributário ao setor.
Segundo as companhias, o combustível já havia subido 76% em 2021 e representa hoje 50% dos custos (em vez dos tradicionais 30%) em meio à guerra na Ucrânia e à consequente disparada do preço do petróleo.
As empresas afirmam que o cenário gerou um prejuízo de R$ 16,5 bilhões no ano passado para o setor e tem levado à elevação dos preços das passagens e reprogramação de malhas aéreas. O setor vê um momento de fragilidade enquanto ainda tenta se recuperar da crise da pandemia.
A culpa de ao menos parte dos valores em alta é de problemas concorrenciais no mercado de combustíveis, na visão do setor -que também tem reunião prevista com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Especificamente, as companhias reclamam do que chamam de monopólio da Petrobras, de oligopólio na cadeia de distribuição, da falta de transparência na precificação dos combustíveis e da política de paridade internacional da petroleira.
Os encargos e impostos aplicados ao setor também são alvo de pedidos. Os executivos querem um programa de refinanciamento tributário (Refis) para o setor, ou ao menos um diferimento de tarifas de controle aéreo.
Além disso, pedem medidas de alívio ligadas à tributação da folha de salários, ao adicional de periculosidade, ao Cofins aplicado à importação, ao estadual ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) e ao Imposto de Renda sobre o leasing de aeronaves.
No caso das reclamações sobre a Petrobras, o encontro das empresas com as autoridades nesta semana se soma a um movimento já feito no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Conforme mostrou a coluna Painel S.A., as companhias levaram no mês passado ao órgão antitruste, por meio de associações, reclamações sobre a Petrobras no processo que investiga possíveis infrações à ordem econômica pela petroleira.
O objetivo do pleito apresentado ao Cade é fazer o órgão antitruste incluir o querosene de aviação na investigação aberta em janeiro acerca dos reajustes ou abrir um novo inquérito.
O pleito no Cade foi aberto por associações como Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) e Iata (Associação Internacional de Transportes Aéreos). Em resumo, elas defendem a necessidade de aumento da concorrência nos combustíveis.
"Existe um monopólio de fato na produção e importação do QAV [querosene de aviação] pela Petrobras, [que atua] como fornecedora quase exclusiva do QAV no país", afirmam as associações na petição ao Cade.
As associações afirmam ainda que a Petrobras faz pequenas flutuações de preço, cobrando mais quando não há ameaça de concorrência e menos quando nota intenções de importação de outras empresas. Isso porque as concorrentes teriam que usar necessariamente a infraestrutura logística da Petrobras na importação, dando à petroleira condição de monitorar o mercado.
Além disso, as companhias aéreas dizem que a venda de refinarias -fruto de acordo com o Cade- não vai resolver os problemas porque a Petrobras ainda seria a única produtora nos mercados mais relevantes.
Nesta semana, as empresas pretendem pedir ao Ministério da Economia a criação de uma mesa de diálogo permanente entre governo e setor, para serem discutidas saídas para os problemas apontados.
O Ministério da Economia não vê objeções à criação desse canal de comunicação e integrantes da pasta concordam com o teor de ao menos parte das manifestações sobre a Petrobras -já que membros da pasta têm falado de forma reservada que a política de preços da petroleira, embora não possa ser modificada, é questionável. Além disso, eles contam com uma iniciativa do Cade.
As medidas de cortes de impostos, por sua vez, já são vistas com mais reticências na pasta de Guedes. Não é vista muita margem para novas iniciativas no IR (Imposto de Renda) no leasing de aeronaves, por exemplo, pois ela já teve sua solução para um período de cinco anos encaminhada por meio de MP (Medida Provisória) publicada em 31 de dezembro de 2021 --e que ainda tramita no Congresso.
A MP reduziu a zero o IR sobre as operações até o fim de 2023 e estabeleceu para depois disso um aumento escalonado para 1% em 2024, 2% em 2025 e 3% em 2026. As MPs têm força imediata de lei, mas precisam ser referendadas pelo Congresso dentro de quatro meses para se tornarem definitivas - caso contrário, deixam de ter validade (nesse caso, a alíquota seria elevada para 15%).
Procurada, a Latam reforçou as dificuldades ao dizer que o cenário postergou o lançamento de rotas e elevou o preço das passagens e serviços em até 30%. A empresa diz que "permanece atenta à vulnerabilidade externa em função da guerra na Ucrânia, que impacta diretamente no preço do petróleo".
Gol, Azul e Petrobras não enviaram declarações até a publicação deste texto.
FÁBIO PUPO / FOLHA
ALEMANHA - Um "verdadeiro embargo" à energia de origem russa por parte de países ocidentais - como os da União Europeia - poderia parar a guerra na Ucrânia, disse Andrei Illarionov, ex-assessor econômico de Vladimir Putin.
Illarionov disse que a Rússia "não levou a sério" as ameaças de outros países de reduzir a compra de energia.
Apesar de tentar reduzir sua dependência de fontes russas, a Europa continua comprando petróleo e gás.
No ano passado, os preços em alta significaram que as receitas de petróleo e gás representaram 36% dos gastos do governo russo.
Grande parte dessa receita vem da União Europeia, que importa cerca de 40% de seu gás e 27% de seu petróleo da Rússia.
Esta semana, o representante da União Europeia Josep Borrell disse que "um bilhão de euros é o que pagamos a Putin todos os dias pela energia que ele nos fornece".
A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo, atrás apenas dos EUA e da Arábia Saudita.
Illarionov disse que se os países ocidentais "tentarem implementar um embargo real às exportações de petróleo e gás da Rússia... aposto que provavelmente dentro de um mês ou dois, as operações militares russas na Ucrânia provavelmente serão encerradas, serão interrompidas".
"É um dos instrumentos muito eficazes ainda em poder dos países ocidentais", acrescentou.
Embora o comércio de petróleo e gás tenha continuado durante o conflito, sanções diversas levaram a um cenário em que muitas outras atividades econômicas pararam, muitas empresas estrangeiras se retiraram e as exportações foram interrompidas.
Uma pesquisa recente do próprio banco central da Rússia prevê que a economia encolherá 8% este ano, enquanto o Instituto Internacional de Finanças diz que pode cair até 15%.
Illarionov sugeriu que o presidente Putin estava preparado para suportar um golpe na economia e que ele mostra onde estão suas prioridades.
"Suas ambições territoriais, suas ambições imperiais, são muito mais importantes do que qualquer outra coisa, incluindo o sustento da população russa e da situação financeira do país... até mesmo o estado financeiro de seu governo", disse ele.
Empregos sob ameaça
Na semana passada, em meio a tensões com a Europa sobre como o gás seria pago, Putin disse que os "indicadores-chave" da saúde da economia russa incluem a "criação de empregos, a redução da pobreza e da desigualdade, a melhoria da qualidade de vida das pessoas, a disponibilidade de bens e serviços".
Números do Banco Mundial apontam que quase 20 milhões de russos vivem na pobreza.
Nos últimos anos, Putin prometeu reduzir pela metade esse número.
Agora, Illarionov disse que "veremos provavelmente dobrar o número dessas pessoas, talvez até triplicar" à medida que a economia russa piora.
O Centro de Pesquisa Estratégica, think tank com sede em Moscou, estimou que dois milhões de empregos podem ser perdidos este ano, à medida que a taxa de desemprego aumenta após uma baixa recorde.
Essas preocupações são compartilhadas por Vladimir Milov, que é ex-vice-ministro da Energia da Rússia, mas agora faz parte do partido de oposição Rússia do Futuro, de Alexei Navalny.
"Muitas pessoas estão preocupadas em perder seus empregos, a maioria realmente não percebe a gravidade da situação econômica", disse.
A inflação, que já subiu para 15,7% por causa da guerra, significa que as pessoas podem parar de gastar dinheiro em coisas como academias e refeições em restaurantes e "isso é uma má notícia para muitas pequenas empresas", disse Milov.
Alguns alimentos básicos, como açúcar, cebola e repolho, tiveram alta de preço de mais de 40% desde o início deste ano.
Milov disse que qualquer queda perceptível nos padrões de vida ajudaria a causa de seu partido como oposição.
"Temos explicado às pessoas o tempo todo que a política de Putin levaria a Rússia a uma catástrofe, incluindo uma catástrofe social e econômica completa, incluindo uma deterioração dos padrões de vida que não vimos em décadas", disse ele.
"Devo dizer que isso tem um preço extremamente alto. Preferíamos não ver o que está acontecendo hoje."
No entanto, Milov, que fugiu para a Lituânia no ano passado, acredita que levará tempo para que a queda dos padrões de vida se traduza em mudanças políticas.
"A Rússia é um país com grande inércia na sociedade e muito medo instigado pelas autoridades. Especificamente, as pessoas realmente têm muito medo de protestar porque agora podem acabar na prisão por muito, muito tempo por fazer isso".
Ele acrescentou: "Mas eu diria que dentro de alguns meses de problemas econômicos reais e profundos, que não vimos em 30 anos, isso mudará o humor da sociedade. Mais pessoas começarão a reclamar em voz alta."
Andrei Illarionov, que agora vive nos Estados Unidos, disse que uma mudança de governo é inevitável "mais cedo ou mais tarde".
Ele disse que "é absolutamente impossível ter qualquer futuro positivo para a Rússia com o atual regime político".
Sob o presidente Putin, ele sugeriu, "não há como esse país ser integrado de volta às relações internacionais, na economia mundial".
BRASÍLIA/DF - A Petrobras anunciou, na sexta-feira (8), uma redução no preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), que é usado com gás de cozinha. A diminuição no valor foi de R$ 0,25 por quilo. Segundo a companhia, isso foi possível graças à taxa de câmbio, que tem refletido uma valorização do real frente ao dólar.
“Acompanhando a evolução dos preços internacionais e da taxa de câmbio, que se estabilizaram em patamar inferior para o GLP, e coerente com a sua política de preços, a Petrobras reduzirá seus preços de venda às distribuidoras. A partir de 9/4, o preço médio de venda de GLP da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,48 para R$ 4,23 por kg, equivalente a R$ 54,94 por 13kg, refletindo redução média de R$ 3,27 por 13 kg”, informou a estatal.
ALEMANHA - A Europa já anunciou que proibirá a comercialização de veículos tradicionais equipados com motores de combustão interna a partir de 2035, passando a priorizar unicamente modelos elétricos. No entanto, poderá continuar produzindo carros convencionais com propulsores a gasolina e diesel. O objetivo não será vendê-los internamente, mas sim exportá-los para outras regiões, especialmente onde o processo de eletrificação ainda é tímido.
A informação partiu do comissário de mercado interno da União Europeia, Thierry Breton, que pediu às principais montadoras europeias que continuem fabricando veículos tradicionais. "Embora a Europa proíba a venda de veículos de combustão, outros países continuarão a usá-los", disse durante viagem à Lombardia, onde se reuniu com representantes da indústria automotiva, incluindo o presidente da Stellantis, John Elkann.
Breton enfatizou que a participação de mercado de veículos elétricos será limitada a 12% das vendas de carros novos em mercados da África até 2030 e cerca de 40% nos Estados Unidos ou na Índia. "Encorajo toda indústria automotiva a garantir a transição elétrica a ser preparada para 2035 na UE, mas também a continuar exportando veículos térmicos ou híbridos para países que ainda precisarão deles por muitos anos ou décadas", afirmou.
O comissário lembrou ainda que os fabricantes "não se esqueçam de que sua vocação é servir o mercado mundial e cuidar de todo o sistema industrial". Além disso, acrescentou que queria que "os grandes grupos entendessem suas responsabilidades e continuassem fabricando motores de combustão interna na Europa para o resto do mundo, em vez de realocá-los".
BRASÍLIA/DF - A Caixa disponibiliza, a partir desta sexta-feira (8), em seu site uma área para consulta sobre o saque extraordinário de até R$ 1 mil do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os primeiros a serem beneficiados pela medida são os nascidos em janeiro, que terão o recurso liberado no dia 20 de abril.
O calendário do saque extraordinário do FGTS foi estabelecido de acordo com o mês de nascimento do trabalhador. Os saques começam em 20 de abril, para nascidos em janeiro, e vão até 15 de junho, para nascidos em dezembro.
Segundo a Caixa, cerca de R$ 30 bilhões serão liberados para aproximadamente 42 milhões de trabalhadores com direito ao saque. O dinheiro ficará disponível até 15 de dezembro, quando voltará para a conta vinculada do FGTS.
“O valor do saque é de até R$ 1 mil por trabalhador, considerando a soma dos saldos disponíveis de todas as suas contas do FGTS. O crédito do saque extraordinário será feito em Conta Poupança Social Digital, aberta automaticamente pela Caixa em nome dos trabalhadores”, informa o banco.
RÚSSIA - A Rússia é o maior exportador de petróleo e gás natural do mundo. De acordo com a Agência Internacional de Energia, 45% do orçamento russo em 2021 veio das receitas geradas por essas exportações. E a União Europeia (UE) é um dos melhores clientes dos russos.
No ano que terminou em outubro de 2021, a Administração de Informações sobre Energia dos Estados Unidos (EIA) afirmou que 49% do petróleo bruto e condensado russo foi exportado para países europeus da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Com relação ao gás natural, três quartos destas exportações foram para nações europeias neste mesmo período.
Apesar desta estreita relação comercial, a invasão da Ucrânia e as crescentes evidências de crimes de guerras levaram à UE a acelerar os planos de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis russos. No entanto, ainda não está claro quão rápido e em qual extensão países europeus como a Alemanha e Itália podem fazer isso.
Porém, se os planos da Comissão Europeia para atingir a independência dos combustíveis russos "bem antes de 2030" derem certo, a Rússia precisará urgentemente de novos clientes.
Mercados asiáticos
Moscou provavelmente precisará se concentrar em aumentar as vendas para países que não lhe impuseram sanções, como a China. O país asiático já é o maior cliente russo fora da Europa, adquirindo a maioria dos 38% do petróleo russo exportado para a Ásia e Oceania em 2021.
A Rússia é atualmente o segundo maior fornecedor de petróleo da China, atrás da Arábia Saudita, mas especialistas acreditam que um dos principais objetivos de Moscou é ultrapassar o país do Oriente Médio no mercado chinês.
"A dinâmica mais interessante da perspectiva do mercado de energia que veremos neste ano é como a Rússia tenta deslocar as relações comerciais de longa data do Oriente Médio para o Leste Asiático", avalia Fernando Ferreira, analistas de risco geopolítico da Rapidan Energy Group.
Outro alvo de Moscou deve ser a Índia. O país de 1,38 bilhões de habitantes é o terceiro maior consumidor de petróleo do mundo e depende principalmente das importações. O Iraque, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos são os maiores fornecedores do mercado indiano. Em 2021, a Rússia respondeu apenas por 2% das importações indianas.
A Índia não condenou a Rússia pela invasão da Ucrânia, e, em março e abril, aumentou significativamente a compra de petróleo russo. Como diversos países estão evitando e reduzindo as importações russas, as refinarias indianas virão uma oportunidade para conseguir bons descontos. De acordo com Margarita Balmaceda, pesquisadora associada do Centro Davis para Estudos Russos e da Eurásia da Universidade de Harvard, duas grandes refinarias indianas compraram recentemente uma carga de petróleo grande da Sokol depois dela ter sido rejeitada por vários países.
Há, porém, dúvidas sobre até que ponto a Índia e a China pode substituir a atual demanda europeia. Ferreira destaca que as relações comerciais entre o Oriente Médio e as nações asiáticas são cultivadas há décadas. "Ambos serão cautelosos em fechar completamente as portas aos países do Oriente Médio em favor dos barris russos".
O especialista acrescenta que outro problema será a capacidade da Rússia para comprar equipamentos e tecnologia necessários para a produção devido aos impactos das sanções.
Barreiras para a exportação de gás
Apesar destas dificuldades, será mais fácil para a Rússia achar compradores para seu petróleo do que para o gás, pois o país demanda de gasodutos para escoar o produto e sua capacidade de produção de GNL (gás natural liquefeito) ainda está muito aquém do a de seus concorrentes.
Aqui a China também é a maior aposta russa para substituir os mercados europeus. Em fevereiro, Pequim e Moscou anunciaram um contrato de 30 anos para a Rússia fornecer gás à China por meio de um novo gasoduto. Também foi acordado que as vendas serão feitas em euro.
Moscou investe ainda no Paquistão, onde assinou um contrato para construir um gasoduto para transportar GNL da cidade portuária Karachi até o norte do país. Como a vizinha Índia, o Paquistão não condenou a Rússia pela invasão da Ucrânia.
Balmaceda afirma que a retórica russa sobre mudar os volumes de exportação de gás do Ocidente para o Oriente não condiz com o que é verosímil. "Na realidade, esses projetos precisam de financiamento maciço, e se não houver financiamento, eles não saem do papel", acrescenta.
Segundo a especialistas, em teoria, a Rússia poderia construir a infraestrutura necessária para abastecer a China e a Índia, mas isso exigiria um alto investimento, algo que não parece realista dadas as perspectivas econômicas do país.
Para Ferreira, a única opção realista de mercado para o gás russo na Ásia é a China, por meio de gasodutos já existentes ou novos. "Isso vai demorar um pouco. Portanto, não há solução de curto prazo para o gás russo".
Perdendo poder
A longo prazo, Ferreira avalia que a Rússia deixará de ser um ator importante no mercado global de energia. "Eles deixarão de ser a potência energética que são atualmente. Não porque não tem recursos, mas porque simplesmente não terão acesso a mercados e tecnologias".
Balmaceda, porém, não tem tanta certeza se esse realmente será o futuro da Rússia. A especialista acredita que a energia russa pode voltar a ser uma opção para os mercados europeus, a menos que uma coalizão forte o suficiente de grupos de interesses contrários aos combustíveis fósseis russos – por exemplo, produtores de carvão, de GNL ou energias renováveis – possam convencer os políticos de ficarem longe da energia russa a longo prazo.
BRASÍLIA/DF - O presidente Jair Bolsonaro anunciou na quarta-feira (6) o fim da bandeira de escassez hídrica, em vigor desde setembro do ano passado, e que gerava uma taxa extra na conta de energia elétrica de R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Com o fim da bandeira, não haverá mais cobrança de taxa extra na conta de luz. A medida entra em vigor a partir do dia 16 de abril, informou o presidente.
"Bandeira verde para todos os consumidores de energia a partir de 16/04. A conta de luz terá redução de cerca de 20%", postou Bolsonaro nas redes sociais. Em seguida, o Ministério de Minas e Energia (MME) publicou uma nota oficial com o mesmo teor das postagens do presidente sobre o assunto.
A tarifa extra foi aprovada em meio à crise hidrológica que afetou o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas do país em 2021. As usinas são a principal fonte geradora de energia elétrica no país. De acordo com o governo federal, foi a pior seca em 91 anos.
"Em 2021, o Brasil enfrentou a pior seca já registrada na história. Para garantir a segurança no fornecimento de energia elétrica, o país utilizou todos os recursos disponíveis e o governo federal teve que tomar medidas excepcionais. Com o esforço dos órgãos do setor, o país conseguiu superar esse desafio, os reservatórios estão muito mais cheios que no ano passado e o risco de falta de energia foi totalmente afastado", diz a nota do MME, também reproduzida pelo presidente da República.
EUA - Reguladores americanos estão investigando se a Amazon, a gigante do comércio eletrônico, usou informação dos comerciantes que usam sua plataforma para criar produtos próprios, noticiou nesta quarta-feira (6) o Wall Street Journal.
A Comissão da Bolsa de Valores dos Estados Unidos (SEC) está pedindo cópias dos correios e de comunicações de executivos relacionadas a como funcionários da Amazon usaram a informação dos vendedores, acrescentou o jornal, citando pessoas ligadas ao caso.
Nem a SEC, nem a Amazon responderam ao pedido de comentários.
Em um artigo anterior, o periódico citou alguns funcionários da Amazon, que disseram que a gigante do comércio eletrônico usou sem autorização dados de outros vendedores em sua plataforma.
A Amazon compilou informação sobre tendências em vendas de terceiros em seu site para desenvolver produtos de marca branca (própria), reportou o Wall Street Journal.
O Comitê Judicial da Câmara de Representantes esteve revisando as práticas da Amazon desde 2019 e interrogou seu fundador, Jeff Bezos, e outros sobre o tema durante audiências.
Em março, membros do comitê convocaram o procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, para investigar se a companhia estava violando a lei. Eles acusaram um executivo da Amazon de mentir sob juramento ao afirmar que a empresa não usava nenhum dado de vendedores terceiros.
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