BRASÍLIA/DF - A taxa de desemprego apresentou queda nas 22 das 27 unidades da federação no 2º trimestre, comparando com os 3 primeiros meses do ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Trimestral, divulgada na sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice nacional no segundo trimestre de 2022 ficou em 9,3%. No trimestre anterior, o índice nacional estava em 11,1% e no mesmo trimestre do ano passado o desemprego era de 14,2%.
Tocantins foi o estado que registrou o maior recuo no trimestre, com menos 3,8 pontos percentuais. Pernambuco caiu 3,5 pontos percentual e Alagoas, Pará, Piauí e Acre também se destacaram, todos com quedas de cerca de 3 pontos. Apesar das quedas, o Nordeste permanece com a maior taxa de desocupação entre as regiões, com 12,7%.
Por estado, o maior índice de desemprego é o estado da Bahia (15,5%), seguido de Pernambuco (13,6%) e Sergipe (12,7%). Já os menores índices estão no estado de Santa Catarina (3,9%), no Mato Grosso (4,4%) e no Mato Grosso do Sul (5,2%). Registraram estabilidade na taxa o Distrito Federal, Amapá, Ceará, Mato Grosso e Rondônia.
De acordo com a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a distância do desemprego das mulheres para os homens diminuiu, mas ainda é grande.
“A queda foi maior entre as mulheres (2,2 pontos percentuais contra 1,6 ponto percentual dos homens), porém, não foi o suficiente para diminuir a distância entre eles. A taxa das mulheres é 54,7% maior que a dos homens”.
A taxa de desemprego em cada unidade da federação de acordo com o último levantamento do IBGE:
EUA - Matt Miller pensava que ia ser promovido quando participou de uma reunião com o chefe na terça-feira. Em vez disso, foi demitido.
Os negócios na empresa do setor de arte da Pensilvânia (EUA), onde ele trabalhava, iam bem até alguns meses atrás. Mas, nos últimos tempos, os temores quanto a um crash no mercado de ações e uma possível recessão fez muitos clientes regulares acionarem os freios para novas aquisições.
“Nos últimos três meses, as vendas caíram 50%, depois 50% outra vez, até chegarem quase a zero”, disse Miller, 32 anos, que está preocupado com as perspectivas futuras de emprego. “A maioria dos nossos clientes era do setor de imóveis ou de tecnologia, e eles simplesmente desapareceram. Não querem gastar US$ 10 mil em um quadro quando estão preocupados com como as coisas vão estar daqui a alguns meses.”
O mercado de trabalho nos Estados Unidos, até agora um pilar da resiliência econômica, está mostrando rachaduras.
O crescimento no número de empregos está diminuindo, as solicitações de seguro-desemprego estão aumentando e várias grandes empresas, entre elas Apple e Meta, estão suspendendo os planos de novas contratações. Há sinais de que mais empresas estão reduzindo o quadro de funcionários em setores tão variados como tecnologia, publicidade, saúde, finanças e direito.
A rede de lojas de conveniência 7-Eleven demitiu 880 funcionários no Texas e em Ohio, após comprar uma rede rival, disse um porta-voz da empresa por e-mail. A Ford está planejando demitir 8 mil pessoas nas próximas semanas, informou a Bloomberg. Enquanto isso, a montadora de carros elétricos Rivian está cortando 700 postos de trabalho, a startup de entrega Gopuff está despedindo 1.500 e o credor hipotecário LoanDepot está cortando 4.800 funcionários de sua equipe este ano, de acordo com relatórios.
“As notícias sobre o mercado de trabalho que eram, sem exceção, positivas, não são tanto assim agora”, disse Liz Ann Sonders, diretora administrativa e estrategista-chefe de investimentos da Charles Schwab. “Os relatos de empresas demitindo trabalhadores, ou congelando contratações, ou limitando ofertas de emprego estão começando a aumentar.”
O número de vagas de emprego ativas em várias plataformas na internet diminuiu em todo os EUA durante cinco semanas consecutivas, de acordo com uma análise de Julia Pollak, economista trabalhista da ZipRecruiter.
Ao mesmo tempo, as primeiras solicitações de benefícios para desempregados aumentaram em 7.000 na semana passada, e estão 51% acima do registrado em meados de março, embora ainda estejam perto de mínimas históricas, mostram os dados do Departamento de Trabalho dos EUA.
O esfriamento do mercado de trabalho aquecido é, em vários aspectos, exatamente o que os formuladores de políticas vêm tentando criar. Na próxima semana, a expectativa é que o Federal Reserve eleve as taxas de juros pela quarta vez este ano, na esperança de desacelerar a economia o suficiente para controlar a inflação sem levar a perdas generalizadas de empregos ou à recessão. O Fed espera que a taxa de desemprego cresça de forma gradual de seu menor nível em quase 50 anos, de 3,6% para 4,1%, até 2024 – com a esperança de que a maior parte da desaceleração venha na forma de menos ofertas de emprego e contratações em vez de cortes de postos de trabalho e demissões.
Mas conquistar esse equilíbrio pode ser difícil. Economistas trabalhistas dizem que estão cada vez mais preocupados com a possibilidade de o cenário azedar rapidamente.
“As coisas desaceleraram – em alguns lugares, de forma bastante brusca”, disse Guy Berger, economista-chefe do LinkedIn. “Não há nada agora que dê a sensação de estarmos passando por uma recessão, mas, em algum momento, podemos facilmente pender para o aumento das demissões e do desemprego. A variedade de relatos [de demissões] e de onde elas estão acontecendo está ficando maior.”
Este acerto de contas mais recente acontece após dois anos de crescimento intenso na geração de empregos, sinalizando a recuperação mais rápida do mercado de trabalho na história. Quase todos os 20 milhões de empregos perdidos nas primeiras semanas da pandemia foram recuperados. Os empregadores dos EUA criaram mais de 6 milhões de postos de trabalho somente no ano passado, e as vagas de emprego continuaram excedendo o número de candidatos em aproximadamente dois para um em maio.
No entanto, uma desaceleração mais ampla em outras áreas da economia do país está começando a provocar um efeito cascata no mercado de trabalho.
O esfriamento mais evidente, disse Berger, tem acontecido no setor de tecnologia, que passou por um crescimento rápido durante a pandemia. A contratação no setor caiu 9,1%, no mês passado, em comparação com a queda de 5,4% na contratação em todos os setores, de acordo com dados do LinkedIn.
O número de empresas de tecnologia e startups demitindo trabalhadores cresceu nas últimas semanas. Netflix, Tesla e Coinbase anunciaram reduções nas equipes ou congelamento de contratações. A Vimeo, plataforma de vídeo online e outrora queridinha do setor, anunciou esta semana que estava demitindo 6% do quadro de funcionários.
“Estamos tomando essa decisão para garantir que saiamos dessa desaceleração econômica como uma empresa mais forte”, disse Anjali Sud, CEO da empresa, em um memorando aos funcionários. “A realidade é que as condições econômicas desafiadoras ao nosso redor impactaram nossos negócios. Devemos partir do princípio que essas condições permanecerão assim no futuro próximo e que não estamos imunes.”
Os temores quanto a uma recessão podem ser autorrealizáveis: se as famílias e as empresas começarem a recuar porque estão apreensivas com seus futuros financeiros, isso pode ser suficiente para desencadear uma retração econômica. Até agora, os americanos continuaram a gastar bastante, sobretudo com serviços, assim como com alimentos, combustível e outras necessidades, mesmo enquanto os preços subiam. Mas economistas alertam que isso pode mudar depressa se as perdas de emprego aumentarem – ou os americanos começarem a cortar gastos, pois temem ser demitidos.
Neal Kemmerer perdeu o emprego em uma empresa de robótica em Lafayette, Indiana, há quatro semanas. Desde então, ele se candidatou a pelo menos 300 vagas de emprego – e conseguiu uma entrevista.
Com uma frequência bem maior, ele é avisado de que os postos de trabalho para os quais se candidatou foram suspensos ou extintos, disse ele. Bem diferente de janeiro, quando pôde escolher entre quatro ofertas de emprego.
“Sou pai solo de dois filhos, então tenho me candidatado desesperadamente para cerca de 75 a 100 vagas de emprego por semana”, disse Kemmerer, 38 anos. “Porém não há mais nada por aqui.”
Ele ganhava US$ 48 mil por ano como chefe do site da Starship Technologies, que fabrica robôs para a entrega de alimentos. No entanto, a maioria das vagas que está encontrando hoje são para fábricas de empresas como a Subaru e a Caterpillar, e os salários máximos são de US$ 19 por hora, ou menos de US$ 40 mil por ano, disse Kemmerer.
Durante a pandemia, muitos trabalhadores viram seus salários aumentarem pela primeira vez em anos. Entretanto, o crescimento salarial está começando a perder força, principalmente levando em conta o aumento da inflação. O valor médio pago por hora subiu mais de 9% nos últimos dois anos, enquanto os preços aumentaram cerca de 15% no mesmo período.
“A situação está quase estável agora, mas há um pouco de agitação por vir”, disse Nick Bunker, diretor de pesquisa econômica do laboratório de contratação do Indeed. “O Fed ainda está elevando as taxas de juros. Não está claro o quanto de instabilidade pode haver.”
Katherine Loanzon, recrutadora jurídica em Nova York, diz que houve uma desaceleração visível no número de contratações, de modo especial entre as empresas especializadas em direito societário. As fusões e aquisições caíram, assim como as ofertas públicas iniciais.
Alguns grandes escritórios de advocacia, disse ela, congelaram as contratações, apesar de continuarem a publicá-las em seus sites. Outros estão adiando aumentos salariais e demorando muito mais para contratar advogados.
“As pessoas estão bem mais cautelosas do que [durante] o frenesi de contratações de 2021?, disse Katherine, diretora da Kinney Recruiting. “Ainda não vimos demissões, mas esse costuma ser o próximo passo.”
Alguns dos próprios trabalhadores que foram cortejados e contratados com festa em 2021 estão entre aqueles sendo demitidos agora.
Pete Basgen estava empregado e contente em uma empresa de tecnologia no segundo semestre de 2021, quando foi abordado por recrutadores de uma empresa de software de transmissão ao vivo com a oferta de um salário 40% maior e a promessa de construir sua própria equipe de estratégia criativa. Ele assumiu o cargo em novembro e conseguiu contratar um grupo de funcionários antes de ele – assim como a maioria de sua equipe – ser demitido no mês passado. Os executivos de São Francisco estavam preocupados que a empresa chegasse ao fim rapidamente se houvesse uma recessão, foi o que lhe falaram.
“Eles me roubaram do meu antigo emprego, me ofereceram um salário enorme e um monte de ações, e depois me demitiram”, disse ele, acrescentando que não ficou na empresa por tempo suficiente para receber os benefícios dos títulos.
Segundo Basgen, muitas das empresas com as quais ele conversa hoje querem contratar consultores ou trabalhadores para serviços temporários, mas estão receosos em empregar profissionais com salário fixo.
“Parece uma economia muito diferente da que existia em novembro”, disse o homem de 37 anos.
Ethan Engel foi demitido de seu emprego de análise de dados em Phoenix este mês, depois que a seguradora internacional para a qual ele trabalhava cancelou um contrato de 18 meses na metade do período previsto. Todas as 60 pessoas no projeto de digitalização de dados perderam seus empregos.
“Pelo que ouvimos, foi porque a empresa percebeu essa recessão a caminho e, por isso, deram fim ao projeto”, disse Engel, 24 anos. “Não havia mesmo muito trabalho novo chegando.”
Engel passou as últimas três semanas se candidatando a dezenas de vagas de empregos nas áreas de análise de dados, defesa, aeroespacial, bancos e seguros, mas, até agora, não conseguiu uma única entrevista.
Na terça-feira, ele fez o cadastro para se tornar um motorista que faz entregas para a Amazon. Caso consiga o emprego, receberá 30% a menos do que costumava ganhar.
“Eu finalmente tive que dizer: ‘certo, preciso encontrar qualquer tipo de trabalho’”, afirmou. “Preciso que entre algum dinheiro.” / TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA
Abha Bhattarai e Lauren Kaori Gurley / ESTADÃO
ALEMANHA - A taxa de desemprego na zona do euro permaneceu em 6,6% da população ativa em junho, mesmo resultado de maio, quando registrou seu menor nível histórico, anunciou nesta segunda-feira o instituto Eurostat.
O índice permanece em seu menor nível desde a agência europeia de estatísticas começou a registrar a série em abril de 1998.
Em junho, em ritmo anual, a taxa de desemprego registrou queda de 1,3 ponto na Eurozona e de 1,2 na União Europeia (UE).
Entre os jovens (pessoas com menos de 25 anos), no entanto, a taxa aumentou 0,4 ponto na comparação com maio na zona do euro e 0,3 na UE, atingindo o índice de 13,6% no bloco e nos países que compartilham a moeda.
Um total de 12,93 milhões de pessoas permanecem desempregadas nos 27 países da UE, incluindo 10,92 milhões que moram nos 19 países com a moeda única.
Na UE, as taxas de desemprego mais elevadas em junho foram registradas na Espanha (12,6%), Grécia (12,3%), Itália (8,1%) e Suécia (7,6%).
República Tcheca (2,4%), Polônia (2,7%) e Alemanha (2,8%) registraram os menores índices.
ARGENTINA - Milhares de manifestantes marcharam nesta quarta-feira (13) até o palácio do governo para exigir emprego ao presidente Alberto Fernández e maior assistência do Estado em planos sociais e alimentação, em meio a uma inflação anual projetada em 60%.
Os manifestantes ocuparam a histórica Plaza de Mayo com faixas exigindo "trabalho genuíno", "ajuda para se alimentar" e "aumento dos planos sociais", em um dia de protestos em todo o país que teve seu epicentro na capital argentina.
"Eu vejo as coisas muito mal, a economia está ficando fora de controle para este governo", disse Mario Almada, pedreiro de 60 anos que trabalha em uma cooperativa social e cuja maior preocupação é que "o dinheiro não é suficiente para comprar comida".
Almada é beneficiário de um plano social pelo qual recebe cerca de 16.000 pesos por mês (136 dólares no câmbio oficial), mas em seu bairro de Florencio Varela, na periferia sul de Buenos Aires, "o dinheiro vai como a água".
Em fevereiro, o governo aumentou em 50% a ajuda destinada a 2,4 milhões de beneficiários para a compra de alimentos, chegando a cerca de 6.000 pesos (50 dólares) por mês por pessoa.
A Argentina experimenta um reaquecimento da economia com crescimento de 10,3% em 2021 após três anos de recessão, a taxa de desemprego caiu para 7% no quarto trimestre de 2021, a menor em seis anos, mas a inflação segue alta e a pobreza chega a 37%.
Seu controle é, junto com a redução do déficit fiscal, um dos pontos centrais do programa de crédito de 45 bilhões de dólares acordado com o Fundo Monetário Internacional.
EUA - O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu um pouco mais do que o esperado na semana passada, indicando que a recuperação do mercado de trabalho está ganhando força.
Nos EUA, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 17 mil, para 232 mil em dado ajustado sazonalmente, na semana encerrada em 19 de fevereiro, informou o Departamento do Trabalho ontem (24). Economistas consultados pela Reuters previam 235 mil solicitações para a última semana.
Os pedidos haviam subido na semana encerrada em 12 de fevereiro, o que economistas atribuíram à volatilidade semanal nos dados e ao impacto atrasado de tempestades de inverno vistas no início do mês nos Estados Unidos.
Com 10,9 milhões de vagas de emprego em aberto no final de dezembro, as demissões são poucas e economistas esperam que as solicitações de auxílio caiam abaixo de 200 mil nas próximas semanas. Elas chegaram a ficar abaixo desse nível no início de dezembro passado.
Os pedidos de auxílio-desemprego caíram ante um patamar máximo recorde de 6,149 milhões atingido no início de abril de 2020. As condições mais apertadas do mercado de trabalho estão impulsionando o crescimento salarial, o que contribui para a inflação alta.
Um relatório separado do Departamento de Comércio confirmou que o crescimento econômico dos Estados Unidos acelerou no quarto trimestre, já que a pressão negativa desencadeada por um salto nas infecções por Covid-19 no verão (nos EUA) diminuiu.
O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu a taxa anualizada de 7,0% no último trimestre do ano passado, disse o governo em sua segunda estimativa do PIB. Isso foi um pouco acima do ritmo de 6,9% relatado anteriormente. A economia cresceu 2,3% no terceiro trimestre.
O ímpeto econômico, no entanto, pareceu ter desaparecido em dezembro em meio à forte onda de infecções por coronavírus, alimentadas pela variante Ômicron. Mas a atividade se recuperou desde então com a redução de casos no país.
REUTERS
SÃO PAULO/SP - O número de pedidos de seguro-desemprego voltou a subir no começo deste ano. Foram registrados 529.826 requerimentos em janeiro, um aumento de 10% em relação ao mesmo mês de 2021, em que houve 463.834 solicitações, e também a dezembro, com 481.481.
No acumulado do ano, porém, houve uma queda de 10,2%. De janeiro a dezembro de 2021 foram registrados 6,08 milhões de pedidos ante 6,78 milhões em 2020. Mas o recorde de requerimentos foi registrado em maio de 2020, com 960.308, a maior marca da série histórica, no início da pandemia de coronavírus.
Outro índice que antecipa os rumos do mercado de trabalho iniciou 2022 com queda pelo terceiro mês seguido, indo em janeiro ao menor nível em quase um ano e meio, apontando dificuldade de recuperação, de acordo com a FGV (Fundação Getulio Vargas).
O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil teve queda de 5,3 pontos em janeiro, a 76,5 pontos, retornando ao menor nível desde agosto de 2020 (74,8 pontos).
“A piora mais acentuada no início de 2022 decorre da combinação da desaceleração econômica iniciada no quarto trimestre com o surto de Ômicron e Influenza, que afeta principalmente o setor de serviços, o maior empregador, tornando no curto prazo difícil vislumbrar uma alteração no curso do indicador”. RODOLPHO TOBLER, ECONOMISTA DA FGV IBRE
O Brasil abriu 2.730.597 empregos com carteira assinada entre janeiro e dezembro de 2021, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Previdência Social. Já a taxa de desemprego recuou para 11,6%, no trimestre finalizado em novembro, nível mais baixo desde o início de 2020, de acordo com dados do IBGE.
No entanto, a renda real dos trabalhadores chegou à mínima da série histórica. Nesta semana, o será divulgado o desemprego de dezembro com os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), fechando o ano de 2021.
Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, a explicação para o crescimento do seguro-desemprego em janeiro é porque mais pessoas foram demitidas em dezembro. "Historicamente, este número sempre sobe nesse mês, pois é quando as contratações temporárias para as festas de fim de ano são encerradas. Esse aumento faz parte da sazonalidade natural da dinâmica econômica", afirma a pasta em nota.
A questão da sazonalidade para o aumento de pedidos de seguro-desemprego em janeiro também é destacada pelo economista Josilmar Cordenonssi, professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
“Apesar de janeiro de 2022 estar 10% acima do mesmo mês no ano passado, o acumulado dos últimos 12 meses teve um recuo de mais de 8,34% nos pedidos. Assim, de uma forma geral, este número de requerimentos (529.826) não indica nenhuma piora nem melhora no mercado de trabalho”. Josilmar Cordenonssi, economista e professor da Universidade Mackenzie
Para Cordenonssi, os dados de desemprego retratam melhor as condições do mercado de trabalho do que o seguro-desemprego. "Você pode ver que ao longo dos anos 2000, em que o Brasil teve um crescimento econômico razoável, os pedidos de seguro-desemprego eram crescentes. Mas a partir do final de 2014, os pedidos de seguro-desemprego caíram junto com a recessão de 2015-2016. Então, o aumento de pedidos de seguro-desemprego nem sempre é uma má notícia", avalia.
Um dos pontos defendido pelo governo para evitar maior queda dos empregos durante a pandemia de Covid-19 foi a criação do BEm (Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda), que permitiu que empresas firmassem acordos de redução de jornada e salário ou de suspensão de contratos de trabalho. O programa vigorou até agosto do ano passado, beneficiando 10 milhões de trabalhadores em 2020 e 2,5 milhões em 2021.
Ana Vinhas, do R7
SÃO PAULO/SP - Os trabalhadores com carteira assinada, demitidos sem justa causa, têm direito ao seguro-desemprego. O benefício prevê o pagamento de três a cinco parcelas, depende do período trabalhado. O valor da parcela não pode ser inferior ao salário mínimo, atualmente em R$ 1.100 e o máximo é R$ 1.911,84 para os trabalhadores com salário acima de R$ 2.811,60.
O contador Paulo de Tarso Malta, da CS Malta Gestão Contábil, explica que para pedir o seguro-desemprego pela 1ª vez o trabalhador precisa ter atuado por pelo menos 12 meses com carteira assinada em regime CLT nos últimos 18 meses antes da data de desligamento.
“Na 2ª vez é preciso ter trabalhado 9 meses nos últimos 12 meses antes da data de demissão. E na 3ª vez e posteriores, por no mínimo 6 meses”, explicou o contador.
Os pedidos podem ser feitos nas agências do Ministério do Trabalho ou pela internet no site .
WASHINGTON - O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu para o seu menor patamar desde 1969 na semana passada, apontando para firmeza sustentada da economia dos Estados Unidos em um ano marcado por escassez e por uma pandemia sem previsão de término.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego recuaram em 71 mil, para 199 mil em dado ajustado sazonalmente, na semana encerrada em 20 de novembro, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira. Esse foi o patamar mais baixo desde meados de novembro de 1969. Economistas consultados pela Reuters projetavam 260 mil pedidos na semana passada.
As solicitações têm diminuído desde outubro, embora o ritmo de redução tenha recuado nas últimas semanas, à medida que os pedidos se aproximam da média pré-pandemia de cerca de 220 mil.
O relatório foi divulgado mais cedo devido ao feriado de Ação de Graças nos EUA na quinta-feira.
Os dados podem ser afetados durante a temporada de festas de fim de ano. Os pedidos caíram de um recorde de 6,149 milhões no início de abril de 2020 e agora estão em uma faixa considerada consistente com condições saudáveis do mercado de trabalho, embora a forte escassez de mão de obra causada pela pandemia esteja impedindo um crescimento mais rápido do emprego.
Foram criados 582 mil postos de trabalho em média por mês neste ano. Havia 10,4 milhões de vagas abertas ao final de setembro. A força de trabalho diminuiu em 3 milhões de pessoas ante seu patamar pré-pandemia, mesmo com o fim dos generosos benefícios financiados pelo governo federal, a reabertura de escolas para o aprendizado presencial e um aumento salarial pelas empresas.
A queda nas solicitações é consistente com os dados de vendas no varejo e produção industrial nos EUA, que sugerem que a economia está retomando fôlego no quarto trimestre após uma desaceleração no período de julho a setembro, quando os casos de coronavírus explodiram durante o verão no Hemisfério Norte e a escassez se tornou mais generalizada.
Um relatório separado do Departamento do Comércio nesta quarta-feira confirmou a forte desaceleração do crescimento econômico no terceiro trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu 2,1% em taxa anualizada, informou o governo norte-americano em sua segunda estimativa de crescimento do PIB para o período.
Esse ainda foi o ritmo de crescimento mais lento em mais de um ano, mas foi revisado ligeiramente para cima em relação ao ritmo de expansão de 2,0% relatado em outubro. Economistas consultados pela Reuters esperavam que o crescimento do PIB no terceiro trimestre ficaria em 2,2%. A economia cresceu a uma taxa de 6,7% no segundo trimestre.
A revisão para cima reflete um ritmo mais moderado de redução de estoque do que o estimado inicialmente, o que compensou uma grande queda nos gastos do consumidor.
BRASÍLIA/DF - A taxa de desocupação no Brasil subiu 0,8 ponto percentual e fechou o primeiro trimestre de 2021 em 14,7%, na comparação com o último trimestre do ano passado, quando o indicador estava em 13,9%.
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 880 mil pessoas a mais que estão sem ocupação, totalizando 14,8 milhões em busca de emprego.
Segundo a analista da pesquisa Adriana Beringuy, esta é a maior taxa e o maior contingente de desocupados desde o início da série histórica, em 2012. Ela ressalta que o indicador contém um componente sazonal: “esse aumento da população desocupada é um efeito sazonal esperado. As taxas de desocupação costumam aumentar no início de cada ano, tendo em vista o processo de dispensa de pessoas que foram contratadas no fim do ano anterior. Com a dispensa nos primeiros meses do ano, elas tendem a voltar a pressionar o mercado de trabalho”.
O contingente de pessoas ocupadas, de 85,7 milhões, ficou estatisticamente estável na comparação com o último trimestre de 2021 e o nível de ocupação caiu 0,5 ponto percentual, para 48,4%. De acordo com Adriana, o nível de ocupação está abaixo de 50% desde o trimestre encerrado em maio do ano passado, ou seja, há um ano menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada.
“Essa redução do nível de ocupação está sendo influenciada pela retração da ocupação ao longo do ano passado, quando muitas pessoas perderam trabalho. Em um ano, na comparação com o primeiro trimestre de 2020, a população ocupada reduziu em 6,6 milhões de pessoas”.
Categorias de trabalhadores
Nas categorias de trabalhadores, o IBGE aponta que houve redução de 2,9% dos empregados do setor privado sem carteira assinada, com menos 294 mil pessoas, totalizando 9,7 milhões. Os empregados do setor público sem carteira assinada diminuíram 17,1%, com menos 395 mil e total de 1,9 milhão. A única categoria de trabalhadores que apresentou aumento na ocupação foi a que engloba trabalhadores por conta própria, que subiu 2,4%, o que representa mais 565 mil postos de trabalho, com total de 23,8 milhões.
Entre os trabalhadores com carteira assinada, o setor privado ficou estável na análise trimestral, com 29,6 milhões de pessoas. Porém, a comparação anual indica redução de 10,7%, o que representa 3,5 milhões de pessoas a menos. Os trabalhadores domésticos foram estimados em 4,9 milhões de pessoas no primeiro trimestre de 2021, uma redução de 1 milhão de pessoas em relação ao mesmo período do ano passado, ou seja, antes da pandemia.
O número de empregadores com CNPJ somou 3 milhões de pessoas, o menor contingente da série histórica, iniciada no quarto trimestre 2015. A taxa de informalidade ficou em 39,6% no primeiro trimestre, com 34 milhões de pessoas, estável em relação ao trimestre anterior (39,5%). Esta categoria inclui os trabalhadores sem carteira assinada no setor privado e doméstico, empregadores sem CNPJ e trabalhadores sem remuneração.
O IBGE destaca que houve alta recorde de trabalhadores subutilizados e desalentados. As pessoas subutilizadas, que são as que estão desocupadas (14,8 milhões), subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas (7 milhões) ou na força de trabalho potencial (11,3 milhões), somaram 33,2 milhões, o maior contingente da série. O aumento foi de 3,7%, com mais 1,2 milhão de pessoas nessa categoria.
Os desalentados, aquelas pessoas que desistiram de procurar trabalho, somaram 6 milhões, estável em relação ao último trimestre de 2020 no maior patamar da série. A população fora da força de trabalho somou 76,5 milhões de pessoas, estável ante o trimestre anterior e 13,7% maior do que o mesmo período de 2020. A força de trabalho somou 100,5 milhões de pessoas.
Atividades econômicas
O contingente de ocupados não apresentou variações significativas em todos os grupamentos de atividades, na comparação trimestral. Porém, na comparação com o primeiro trimestre de 2020, sete grupos apresentaram queda.
São eles: o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, com queda de 9,4%, ou menos 1,6 milhão de pessoas; alojamento e alimentação perderam 26,1% ou 1,4 milhão de pessoas; os serviços domésticos tiveram redução de 17,3%, ou menos 1 milhão de pessoas; outros serviços diminuíram 18,6%, com perda de 917 mil pessoas; a indústria geral caiu 7,7%, com redução de 914 mil postos de trabalho; transporte, armazenagem e correio caíram 11,1%, ou menos 542 mil pessoas; e a construção encolheu 5,7%, com 361 mil pessoas a menos.
Apenas a agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura aumentaram na comparação anual, com 4% a mais de trabalhadores ou 329 mil pessoas.
Para a analista do IBGE, a redução reflete os impactos da pandemia: “essa redução na maioria dos grupamentos de atividades reflete o cenário da pandemia. De modo geral, a maior parte das atividades econômicas tem menos ocupados do que há um ano”.
O rendimento médio real dos trabalhadores brasileiros foi de R$ 2.544 no primeiro trimestre de 2021, estável em relação ao trimestre anterior. A massa de rendimento real, que soma todos os rendimentos dos trabalhadores, também ficou estável em R$ 212,5 bilhões.
*Por Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil
BRASÍLIA/DF - O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos para conter a disseminação da pandemia de covid-19. Deu as declarações no sábado (3) a jornalistas no Palácio da Alvorada.
Ao comentar sobre o assunto, Bolsonaro citou, com imprecisões, pesquisa realizada pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do Poder360. Segundo o presidente, “em torno de 20% das pessoas estão comendo mal ou quase não comendo depois da pandemia”.
“A política de lockdown tem efeito colateral muito grave, muito danoso, que é o desemprego. Uma pesquisa do PoderData, se não me engano, agora há pouco, [diz que] em torno de 20% das pessoas estão comendo mal ou quase não comendo depois da pandemia”, disse.
A pesquisa mencionada pelo presidente foi divulgada nessa 5ª feira (1º.abr) e mostrou que 36% dos brasileiros disseram ter passado fome ou comido menos durante a pandemia do novo coronavírus. Essa é a soma do percentual dos que dizem ter deixado de fazer refeições (7%) com o dos que passaram a comer menos do que o de costume (29%) nesse período.
Os que dizem não ter passado fome ou comido menos são 61% (soma dos 17% que afirmam comer mais durante a pandemia, com os 44% que dizem ter “comido como sempre”). A pesquisa nacional PoderData foi realizada de 29 a 31 de março, com 3.500 pessoas, nas 27 unidades da Federação.
“Sabemos da questão do vírus, mas não concordo particularmente com a política do feche tudo e fique em casa. Essas pessoas, em grande parte, não têm como sobreviver ficando em casa. E a fome tem batido forte a porta dessas pessoas”, disse o presidente.
A fala de Bolsonaro no Palácio da Alvorada aconteceu depois de uma visita do presidente à Associação Beneficente Cristã Casa de Maria Beth Myriam, no Itapoã, região administrativa do Distrito Federal. O chefe do Executivo despistou a imprensa para visitar o local.
“Estou aqui na comunidade Itapõa I, conversando com a população. Parei aqui na Casa de Maria Beth Myriam, conversando com as senhoras que estão fazendo um sopão e que distribuem para a população. Elas têm me dito que é impressionante o número de crianças que vêm receber sopa aqui. No passado, era uma média de 40 pessoas diariamente e vem crescendo na pandemia, em torno de 130 pessoas vêm receber a sopa”, disse em transmissão ao vivo feita em sua página no Facebook.
O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, visitou a comunidade com Bolsonaro. Ambos tomaram a sopa preparada pela associação cristã.
Nas visitas de Bolsonaro às regiões carentes o presidente reforça as críticas que tem feito a medidas restritivas de circulação. O mandatário afirma que a situação econômica deficitária dessas regiões é resultado direto das políticas adotas por governadores e prefeitos que buscam conter o alastramento da pandemia de covid-19.
*Por: MURILO FAGUNDES / PODER360
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