Jornalista/Radialista
Autoridade policial solicitou a prisão preventiva dele à Justiça
MOGI GUAÇU/SP - Policiais da Delegacia de Defesa da Mulher de Mogi Guaçu prenderam em flagrante um homem, de 46 anos, por armazenar e distribuir conteúdo com pornografia infantil, na última segunda-feira (27), no bairro São Carlos, na cidade.
Os agentes foram cumprir um mandado de busca e apreensão, quando flagraram conteúdo sexual envolvendo crianças e adolescentes no celular e computador do autor. Os objetos foram apreendidos e encaminhados à perícia e o homem foi detido.
Na DDM, ele contou que há seis anos armazena e divulga o conteúdo. O homem foi autuado em flagrante e a autoridade policial solicitou a prisão preventiva dele à Justiça.
IBATÉ/SP - A Prefeitura de Ibaté reforça o cronograma de coleta de lixo doméstico e orienta para que a população faça o descarte correto.
A Secretaria de Serviços Públicos recomenda que a população deposite os sacos de lixo para fora das residências, em embalagem e local adequados, apenas no dia em que o caminhão de coleta passar pelo bairro. É considerado lixo doméstico todo aquele gerado em cozinhas, banheiros e limpeza de casa, ou seja, o lixo comum e úmido.
O lixo deixado no chão, muitas vezes é rasgado por animais. O descarte do lixo necessita ser feito de maneira correta, facilitando o serviço dos coletores de modo que a prestação de serviço seja adequada para todos, contribuindo com uma cidade cada vez mais limpa.
A coleta de lixo continua sendo realizada em dias alternados, no período noturno, com a mesma rota estabelecida em toda a cidade. A Prefeitura lembra que além dos bairros, o lixo doméstico também é coletado em todos os Distritos Industriais e na área rural.
Ibaté conta com caminhões novos para a coleta de lixo na cidade, sendo todos adquiridos pela atual administração, que atendem toda a demanda e mantém a coleta em ritmo normalizado. “É importante que a população colabore colocando os sacos de lixo no máximo duas horas antes do caminhão coletor passar, evitando que os sacos sejam rasgados por pessoas que buscam materiais recicláveis”, explicou o secretário de Obras e Serviços Públicos, Daniel Luis Antonio Cardoso.
O secretário lembra que a Prefeitura de Ibaté instalou placas informativas em várias regiões do município, sobre a proibição do descarte irregular de lixo em terrenos públicos ou privados, bem como, em vias públicas [ruas e até mesmo calçadas], alertando sobre o risco de escorpiões. “O lixo doméstico e o entulho que são jogados pelos cidadãos nesses locais, oferecem condições para que escorpiões, outros insetos e animais que causam perigo à Saúde Pública, se proliferem”, alertou.
Se a população presenciar alguém jogando lixo doméstico ou entulhos em terrenos públicos ou privados, deve denunciar imediatamente. Ligue no 153. O valor da multa para quem for flagrado é de R$ 1.028,40, conforme Lei Municipal nº 2.394/08. ” Quando o assunto é limpeza, a responsabilidade é de todos. Manter uma cidade limpa é ao mesmo tempo um direito e um dever. Todos podem e devem ajudar”, finalizou Cardoso.
Cronograma da coleta de lixo doméstico:
SEGUNDA, QUARTA E SEXTA
-Jardim Encanto do Planalto (Esfer);
-Jardim América;
-Jardim Cruzado I e II;
-Jardim Primavera;
-Residencial José Giro;
-CDHU I e II;
-Jardim Menzani;
-Jardim do Bosque;
-Jardim Icaraí;
-Jardim Nossa Senhora Aparecida
-Jardim Mariana I e II.
TERÇA, QUINTA E SÁBADO
-Encanto do Planalto I e II;
-Jardim Nosso Teto (Popular);
-Jardim São Benedito;
-Residencial Mariana;
-Vila Bandeirantes;
-Santa Terezinha;
-Vila Tamoio;
-Jardim Domingos Valério;
-Jardim das Palmeiras II;
-Residencial Jequitibá;
-Distrito Industrial I.
SEGUNDA A SÁBADO
-Centro;
-Distrito Industrial II.
QUINTA-FEIRA
-Banco da Terra I e II
KIEV – A Ucrânia atingiu nesta quarta-feira, 29, uma estação ferroviária e derrubou a energia na cidade ocupada pela Rússia de Melitopol, bem atrás da linha de frente, em meio a rumores crescentes em Kiev sobre um contra-ataque diante de forças russas desgastadas por uma ofensiva de inverno fracassada.
Imagens não verificadas na internet mostraram explosões iluminando o céu noturno em Melitopol, base da administração de ocupação em Zaporizhzhia, uma das cinco províncias ucranianas que a Rússia afirma ter anexado.
O prefeito exilado da cidade da Ucrânia confirmou que houve explosões lá. A agência de notícias estatal russa TASS, citando autoridades em Moscou, disse que uma estação ferroviária foi destruída e a cidade e vilarejos próximos ficaram sem energia.
Melitopol, com uma população pré-guerra de cerca de 150 mil habitantes, é um centro logístico ferroviário para as forças russas no sul da Ucrânia e parte da ponte terrestre que liga a Rússia à península ocupada da Crimeia.
Não houve informação pública sobre as armas que a Ucrânia poderia ter usado para o ataque. A cidade está no limite do alcance dos foguetes Himars da Ucrânia, mas bem dentro do alcance de armas mais novas que estariam sendo mobilizadas, incluindo bombas JDAM lançadas do ar e munições GLSDB lançadas do solo prometidas pelos Estados Unidos. A Rússia disse que derrubou uma GLSDB na terça-feira, a primeira vez que relatou isso.
Os ataques ocorrem quando Kiev sugere que em breve poderá montar um contra-ataque contra as forças russas que não conseguiram obter grandes vitórias em uma ofensiva de meses que registrou a luta mais sangrenta da guerra.
Melitopol fica ao sul da usina nuclear de Zaporizhzhia, localizada na margem sul controlada pela Rússia de um enorme reservatório que serve como linha de frente. O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, que pediu uma zona segura ao redor da usina, deve chegar lá na quarta-feira depois de se encontrar com o presidente Volodymyr Zelenskiy.
As forças ucranianas permaneceram principalmente na defensiva desde seu último grande avanço, quase cinco meses atrás. Moscou lançou um enorme ataque de inverno usando centenas de milhares de reservistas e dezenas de milhares de mercenários recrutados em grande parte de condenados da prisão.
Mas, à medida que o inverno se transforma em primavera, a questão é por quanto tempo os russos podem sustentar sua ofensiva e quando os ucranianos irão contra-atacar.
Há sinais claros de que a ofensiva russa está enfraquecendo. O número médio de ataques russos diários na linha de frente relatados pelo Estado-Maior da Ucrânia caiu por quatro semanas consecutivas desde o início de março, para 69 nos últimos sete dias, ante 124 na semana de 1 a 7 de março.
Jornalistas da Reuters perto das linhas de frente a oeste de Bakhmut e mais ao norte também relataram um declínio notável na intensidade dos ataques russos na semana passada.
Por Olena Harmash / REUTERS
BUENOS AIRES - "Câmbio, câmbio." "Dólar, euro, real." "Câmbio, câmbio." Por toda a rua Florida, famoso corredor de lojas no centro de Buenos Aires, dezenas de cambistas atraem turistas e argentinos para trocar moedas estrangeiras pela cotação do "blue", referência para o câmbio paralelo na Argentina.
Superam 20 os cambistas em cada um dos dez quarteirões da rua. Aos clientes, mostram a cotação do dia na calculadora do celular e os encaminham para dentro de bancas de flores ou outros produtos, algumas só fachadas das chamadas "cuevas", onde máquinas rodam sem parar contando dinheiro.
As "cuevas" da Florida e de outros cantos da cidade têm de armazenar pilhas de cédulas. A maior em circulação na Argentina é a nota alaranjada de 1.000 pesos. Trocando US$ 100, sai-se dali com 39 notas de 1.000 pesos, o dobro de um ano atrás. Com R$ 100, tem-se quase 7.500 pesos.
O valor não dura muito. Como dizem os argentinos, com a inflação anual em três dígitos, gastar rápido é a melhor maneira de "poupar" pesos que "queimam na mão".
No ano passado, o consumo privado na Argentina aumentou 9,4% em relação a 2021 sustentando um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 5,2%. No setor de hotéis e restaurantes, puxado por turistas que surfam no câmbio favorável, o salto foi de 35%.
Nesse ambiente, abstraindo-se os apelos dos cambistas, algumas lojas fechadas ou decadentes e muitos sem-teto pelas ruas da cidade, tem-se a sensação de uma Buenos Aires vibrante, com gente consumindo e se divertindo em cafés e restaurantes, no centro e zonas como Recoleta e Palermo.
Mas, como as fachadas atraentes das "cuevas" na Florida, essa superfície efervescente oculta uma rápida deterioração econômica em curso neste ano de eleições presidenciais, o que tem levado o governo a tomar medidas heterodoxas e extremas sem atacar problemas estruturais que amarram a economia há décadas.
"A pergunta de curto prazo é se a bomba explode antes das eleições, em outubro, ou da mudança de governo, em dezembro", afirma Miguel Broda, um dos mais conceituados economistas argentinos.
A Argentina completou em março 40 anos ininterruptos sob regime democrático, período mais longo da história. Nesse tempo, atravessou nove grandes crises, algumas com anos de duração, e conserva hoje o mesmo PIB per capita também de 40 anos atrás. Em média, o país cresceu só 1% ao ano no período.
O fundamental é o fato de que, em mais de um século, a Argentina fechou as contas públicas no azul em apenas dez ocasiões.
Nos últimos anos, sem credibilidade no mercado para se financiar só vendendo títulos públicos, o país passou simplesmente a imprimir pesos. A ponto de precisar contratar casas da moeda no Brasil e na Espanha e levar os bancos a ampliar áreas de armazenamento de notas e adquirir novos cofres.
Agora, com uma forte crise à espreita, de superinflação em aceleração, o governo de Alberto Fernández e Cristina Kirchner reluta em adotar medidas impopulares e urgentes.
Embora Fernández pareça carta fora do baralho, Cristina pode querer se candidatar a presidente e desafiar as chances do atual ministro da Fazenda, Sergio Massa, da Frente de Todos, coalizão que governa a Argentina desde 2019.
No campo adversário da direita liberal há o atual prefeito de Buenos Aires, Horacio Larreta, e Patricia Bullrich, ex-ministra da Segurança, ambos do Juntos por el Cambio. Na direita radical, o deputado Javier Milei.
Até outubro, quando o pleito se realiza, há o risco de a inflação, e as contas públicas, entrarem em novo ciclo de deterioração.
Nos últimos 12 meses até fevereiro, os preços subiram 102,5%, a maior taxa desde 1991. Somou-se a isso a maior seca no país em 60 anos, que deve reduzir em até US$ 25 bilhões as exportações da safra 2022-2023, numa queda de 48% em relação ao ciclo anterior.
"É uma perda que levará a economia inteira a sofrer, pois a agropecuária é quem mais gera dólares. Haverá sangria em vários setores e nas contas públicas", diz Nicolás Pino, presidente da Sociedade Rural Argentina.
Algumas consultorias preveem queda de 3% no PIB neste ano, e dados oficiais do último trimestre de 2022 mostraram desaceleração de -1,5% em relação ao trimestre anterior.
Com menos dólares entrando, aumenta a pressão sobre o câmbio e a inflação, num país em que economistas estimam que as reservas internacionais estejam negativas.
Isso estrangula a capacidade do governo de financiar de forma minimamente sustentável políticas sociais para atenuar a atual crise, e que consomem grande parte do Orçamento.
Na semana passada, o governo tomou duas medidas heterodoxas conjuntas para tentar aliviar pressões sobre a inflação e o caixa.
Por um lado, determinou às empresas estatais vender ou trocar títulos em dólares por novos papéis denominados em pesos, injetando cerca de US$ 4 bilhões nas reservas do Banco Central, que interveio pesado no câmbio para tentar conter a inflação. Por outro, imprimiu mais 130 bilhões de pesos para honrar pagamentos, sobretudo de benefícios sociais.
Segundo dados do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina (UCA) e do Indec (o IBGE argentino), 43,1% dos argentinos (19,8 milhões) estão abaixo da linha de pobreza, o que leva o país a despejar enormes subsídios às famílias, de contas de luz e gás a transferências de dinheiro que, direta ou indiretamente (via deduções de imposto), chegam a 95% das crianças e jovens com menos de 17 anos.
Para financiar essas políticas, a taxação do governo argentino sobre a produção agropecuária (maior fonte de dólares) está entre as mais altas do mundo, e há imposto sobre exportações com alíquotas de até 35%.
Outros setores produtivos também vêm sendo mais taxados para financiar a mitigação da pobreza, mas sem que haja mudanças para racionalizar a complexa rede de subsídios e o Estado.
Segundo Gala Díaz Langou, diretora-executiva do Cippec, centro de políticas públicas apartidário de Buenos Aires, os subsídios em 2022, sobretudo para a energia, representaram 82% do déficit fiscal.
"No ano passado, o Estado pagou 79% do custo da luz e 71% do gás a todos os conectados à rede. Muitos estão nas camadas mais favorecidas, o que significa que pagamos pela climatização das piscinas dos ricos", afirma.
Os subsídios estatais em energia e transportes (a gasolina custa menos da metade da brasileira, pelo câmbio paralelo) consomem quase o dobro das despesas em saúde e quase um terço a mais que a educação.
Eles aumentaram a partir de 2001, quando o peso sofreu maxidesvalorização ao fim de um período de paridade da moeda com o dólar, levando ao "corralito" (confisco) de depósitos bancários. Na época, metade dos argentinos caiu na pobreza.
Durante o governo Macri, alguns tarifaços diminuíram os subsídios, mas eles retornaram no governo Fernández e Cristina, com a pandemia e a Guerra da Ucrânia.
Depois de atingir 2,4% do PIB em 2022, o déficit primário (sem contar juros da dívida pública) previsto para 2023 é de 1,9%, segundo acordo com o Fundo Monetário Internacional, credor de US$ 44,5 bilhões. Mas, com a seca histórica e o desaquecimento em curso, a meta parece impossível.
Mesmo um plano para subsidiar menos a energia de quem ganha mais resolveria só parte do déficit, pois há outras questões fundamentais.
Nos últimos dez anos, o funcionalismo nas três esferas de governo aumentou de 2,7 milhões para 3,4 milhões (17,4 pontos percentuais acima do aumento populacional), segundo o Instituto Argentino de Análise Fiscal. O país tem 50% mais servidores em relação à sua população do que o Brasil.
Além dos subsídios à energia, outros programas sociais representam mais de 10% do Orçamento e, segundo o observatório da UCA, chegam a 45% da população.
Por fim, o sistema previdenciário argentino é altamente deficitário, com a maioria (55%) dos 9 milhões de aposentados não tendo contribuído, segundo o Idesa (Instituto de Desenvolvimento Social Argentino). Só 23% dos benefícios foram concedidos com a totalidade dos aportes.
Durante muitos anos, também foram aprovadas milhares de aposentadorias especiais, que pagam mais e contemplaram de militares e medalhistas olímpicos a cantores do teatro Colón.
Com as eleições se aproximando, é praticamente nula a discussão sobre esses temas difíceis entre as possíveis candidaturas. Mas Buenos Aires segue vibrante.
por FERNANDO CANZIAN / FOLHA de S.PAULO
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