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SÃO CARLOS/SP - A carreta-móvel do programa “Mulheres de Peito”, inicia nesta terça-feira (15/02), na Praça do Mercado Municipal, das 8h às 17h, a realização de mamografias gratuitas para mulheres acima de 35 anos.  Para realizar o exame, mulheres de 35 a 49 e acima de 70 anos precisam levar pedido médico, RG e cartão SUS, mulheres de 50 a 69 anos somente RG e cartão SUS.

O programa é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), responsável por fornecer equipamentos para auxílio de diagnóstico a diversos hospitais estaduais. A carreta ficará em São Carlos até o dia 26 de fevereiro e vai atender de segunda à sexta-feira, das 8h à 17h, e aos sábados, das 8h às 12h (exceto feriados), a partir da distribuição de senhas no período da manhã. Ao total, serão realizados 50 exames diariamente e, aos sábados, 25.

As imagens capturadas nos mamógrafos são encaminhadas para o Serviço Estadual de Diagnóstico por Imagem (SEDI), serviço da Secretaria que emite laudos à distância, na capital paulista. O resultado sai em até 2 dias após a realização do exame.

A carreta conta com equipe multidisciplinar composta por técnicos em radiologia e agente administrativo. E para contribuir com a agilidade do diagnóstico, o veículo é equipado com conversor de imagens analógicas em digitais, impressoras, computadores e mobiliários.

SÃO CARLOS/SP - Tendo em vista o terrível episódio de violência transfóbica que ocorreu em uma escola de Mogi das Cruzes (SP), o presidente do Conselho Municipal de Diversidade Sexual, Gustavo Enrique Costa, fará o uso da tribuna na sessão da Câmara desta 3ª feira (15), às 15h.

"Nós do Afronte! convidamos todes para comparecer ao Plenário da Câmara com cartazes em apoio à nossa fala do PSOL e em defesa da aluna que enfrentou não apenas ataques físicos, como morais e psicológicos e que até agora não teve o devido amparo constitucional do próprio município" afirmou o presidente. 

SÃO CARLOS/SP - Algumas galinhas d'angola estão ajudando no combate a escorpiões na escola EMEB Alcir Afonso Leopoldino, no bairro Jardim Araucária em São Carlos.

 Elas que são predadoras naturais dos escorpiões, estão na área externa há alguns meses, pois moradores afirmam que no bairro sempre existiu a indesejável presença deste animal peçonhento.

Também obtivemos a informação que o mesmo ocorre na escola municipal.

A funcionária que pediu para não ser identificada, informou que já foram encontrados alguns escorpiões na unidade escolar e por isso a presença das galinhas d’angola é necessária.

 No início das aulas no último dia 07 de fevereiro, segundo informações de alguns pais, os mesmos foram orientados que levassem seus filhos com calçado fechado para evitar problemas com os escorpiões.

O escorpião encontrado é o amarelo que é um dos mais perigosos. O veneno dele atinge o sistema nervoso, provoca alterações respiratórias e acúmulo de líquidos nos pulmões, podendo levar a morte.

Não podemos deixar de relatar que as escolas ficaram fechadas desde meados de março de 2020 e só no final de 2021 se iniciou a caça aos aracnídeos com galinha d’angola, que diga-se de passagem é um método arcaico e duvidoso para nossa Capital da Tecnologia.

Contar apenas com o apoio das galinhas pode não ser uma ação tão eficaz, pois as mesmas são animais de hábitos diurnos. Em contrapartida os escorpiões têm hábitos noturnos.

As galinhas ciscam nos ambientes abertos ao passo que os escorpiões vivem em frestas e esconderijos.

Galinhas não andam em galerias de esgoto, já os escorpiões percorrem as redes esgotos, local onde tem abundância de alimentos.

As galinhas d’angola acabam por conferir um controle biológico natural, pois são capazes de ingerir escorpiões desavisados que estejam circulando de dia em locais abertos.

Entretanto o controle não é satisfatório, colocando em risco a população em geral.

Em conclusão, podemos afirmar que o uso de Galinha d’angola contra escorpiões ajuda um pouco, mas não substitui uma boa dedetização nas galerias de esgoto e águas pluviais.

Fato é que, a Secretaria de Educação além deste "grande artifício" (galinha d’angola), poderia também fazer uma boa dedetização em TODAS as escolas para que as crianças, professores e funcionários estejam mais seguros e protegidos.

Algumas perguntas que não querem nos calar: Quem teve a ideia de colocar galinhas d’angola na escola? Onde arrumaram as aves? Por que não dedetizaram as escolas antes do início das aulas?

SÃO CARLOS/SP - O Rotary Club São Carlos - Satélite Inspiração participou no último sábado (12), de uma ação conjunta com os demais Rotary Clubs da cidade de São Carlos.

Foi realizado o plantio de 100 mudas de árvores, atendendo a uma das áreas de enfoque do Rotary Internacional, a proteção do meio ambiente.

SÃO CARLOS/SP - A semana começou agitada nos meios políticos de São Carlos, pois o vereador Djalma Nery (PSOL), protocolou um pedido de cassação do mandato do prefeito Airton Garcia.

Segundo o vereador, o pedido de instauração de comissão processante e cassação do prefeito Airton Garcia é por crime de responsabilidade, infrações político-administrativas e atos de improbidade, com profunda fundamentação jurídica e farta documentação comprobatória.

"O vereador afirma que o imóvel foi alugado em 2018 por R$ 1.800 ao mês, mas nunca foi realizado um atendimento sequer até o momento”.

 

SÃO CARLOS/SP - O vereador Elton Carvalho (Republicanos) acionou o Ministério Público de São Paulo (MPSP) através de uma representação, solicitando ação civil pública por improbidade administrativa.

O documento traz detalhes sobre um imóvel, localizado no bairro Jd. Pacaembu, alugado em 2018 pela Secretaria Municipal de Saúde, para oferecer serviços de residência terapêutica, voltada à saúde mental.

"Eu acho essa situação insustentável e constrangedora e não posso me omitir de fazer tudo o que estiver ao meu alcance para solicitar as devidas providências. Uma casa no qual a prefeitura paga quase dois mil reais por mês e não fez um atendimento sequer até hoje, além de ter feito diversas reformas e adequações, é um crime contra o erário público" disse o parlamentar.

SÃO CARLOS/SP - As vendas de imóveis usados e a locação de residências registraram crescimento expressivo em São Carlos e em outras seis cidades da região nos cinco meses contados de Agosto a Dezembro último, período em que o Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP) fez a primeira pesquisa na região.

O volume de vendas acumulado nesses cinco meses ficou em 125,35%, mesmo com a queda de 27,51% registrada em Dezembro. Na locação, o saldo positivo foi de 61,92% nesse período. Em Dezembro comparado a Novembro, houve queda de 40% nas contratações.

“O resultado negativo da locação em Dezembro provavelmente já deve ter sido revertido em Janeiro, mês em que muitos estudantes universitários buscam imóvel para alugar ou trocam de endereço”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP.

Sua expectativa deriva do fato de São Carlos, especialmente, abrigar centros universitários importantes, como um campus da USP e a Universidade Federal de São Carlos, além de instituições privadas. “Janeiro e Fevereiro tradicionalmente são meses em que o mercado de locação costuma registrar crescimento em cidades e regiões com esse perfil, e neste ano mais favorecidas pelo retorno das aulas presenciais”, avalia.

A pesquisa sobre o comportamento local dos mercados na região de São Carlos em Janeiro está em andamento, mas a de Dezembro já mostrou grande concentração das locações em imóveis com aluguel mensal de até R$ 1.250,00. Eles somaram 77,77% dos novos contratos assinados no mês.

O predomínio das casas foi quase absoluto, com 90,91% do total de imóveis alugados. Os apartamentos representaram apenas 9,09%. Também predominaram em Dezembro os imóveis alugados com padrão construtivo médio (90%) e situados em bairros das regiões centrais das cidades (60%).

A pesquisa CreciSP apurou que 50% das casas alugadas têm três dormitórios, duas vagas de garagem e áreas úteis medindo até 50 metros quadrados (25%), entre 51 e 100 m2 (25%) e entre 301 e 400 m2 (25%).

Todos os apartamentos alugados têm três dormitórios, área útil entre 101 e 200 metros quadrados e duas vagas de garagem.

 

Predomínio dos R$ 200 mil

As 34 imobiliárias e corretores que participaram da pesquisa CreciSP em Dezembro na região de São Carlos informaram que as vendas ficaram concentradas em imóveis de até R$ 200 mil (91,67% do total) e com dominância das casas (66,67%) sobre os apartamentos (33,33%) na preferência dos compradores.

Estão em bairros de periferia 75% dos imóveis vendidos no mês, e 55,56% deles são do padrão construtivo médio.

No segmento de casas, 66,67% das que têm novos donos dispõem de dois dormitórios, 83,33% contam com uma vaga de garagem e 50% dispõem de área útil de até 50 metros quadrados, seguidas pelas de 51 a 100 m2 (33,33%) e de 101 a 200 m2 (16,67%).

Os apartamentos, todos os que foram vendidos em Dezembro, têm dois dormitórios, uma única vaga de garagem e área útil de até 50 metros quadrados.

A pesquisa CreciSP foi feita nas cidades de Américo Brasiliense, Araraquara, Caconde, Descalvado, Dobrada, Matão e São Carlos.              

      

Faixa de preço média

Percentual

Até R$ 100 mil

16,67%

De R$ 101 a R$ 200 mil

75,00%

De R$ 201 a R$ 300 mil

8,33%

De R$ 301 a R$ 400 mil

0,00%

De R$ 401 a R$ 500 mil

0,00%

De R$ 501 a R$ 600 mil

0,00%

De R$ 601 a R$ 700 mil

0,00%

De R$ 701 a R$ 800 mil

0,00%

De R$ 801 a R$ 900 mil

0,00%

De R$ 901 a R$ 1 milhão

0,00%

Acima de R$ 1 milhão

0,00%

 

Modalidade

Percentual

À Vista

21,43%

Financiamento CAIXA

64,29%

Financiamento Outros Bancos

0,00%

Direto com Proprietário

14,29%

Consórcios

0,00%

 

Região

Percentual

CENTRAL

25,00%

NOBRE

0,00%

DEMAIS REGIÕES

75,00%

 

Tipo

Percentual

LUXO

0,00%

MÉDIO

55,56%

STANDARD

44,44%

 

Casas Vendidas

 

Dormitórios

Percentual

1 Dorm.

33,33%

2 Dorm.

66,67%

3 Dorm.

0,00%

4 Dorm.

0,00%

5 ou mais Dorm.

0,00%

 

Vagas de garagem

Percentual

Sem vaga

0,00%

1 vaga

83,33%

2 vagas

16,67%

3 vagas

0,00%

4 vagas

0,00%

5 ou mais vagas

0,00%

 

Área útil

Percentual

1 a 50 m²

50,00%

51 a 100 m²

33,33%

101 a 200 m²

16,67%

201 a 300 m²

0,00%

301 a 400 m²

0,00%

401 a 500 m²

0,00%

acima de 500 m²

0,00%

 

SÃO CARLOS/SP - No último sábado (12), uma briga entre palmeirenses e corinthianos teve que ter a intervenção da Polícia Militar no bairro Jardim Gilbertoni, em São Carlos.

Após a partida entre Palmeiras e Chelsea pelo Mundial de Clubes da Fifa, e com resultado negativo do lado alviverde, um corintiano passou na rua citada acima onde havia muitos palmeirenses assistindo o jogo e o sujeito gritou “Vai Corinthians”, momento em que começou a confusão.

A Polícia Militar foi acionada e várias viaturas foram para o local para conter os ânimos.

27 residentes do Instituto de Ensino e Pesquisa passaram por prova de fogo durante pandemia de COVID-19

 

SÃO CARLOS/SP - Em cada olhar, uma mistura de emoção, sensação de dever cumprido, e acima de tudo, de vitória. Não só porque os vinte e um formandos de Residência Médica e seis de Residência Multiprofissional fizeram parte de uma instituição filantrópica com 130 anos de tradição, a mais antiga do município. Mas também porque a vitória foi alcançada durante a maior pandemia da história, a da Covid-19.

No sábado (12), a Santa Casa de São Carlos realizou a Cerimônia Solene de Entrega de Certificados a esses jovens profissionais de saúde que, além de todos os ensinamentos dos mestres, também nunca irão se esquecer da prova de fogo que vivenciaram nesses dois anos em que também foram responsáveis por salvar muitas vidas.

O orador da turma e médico residente, André Rizzo, destacou que “a residência por si só já é um desafio, e nesses dois anos com a pandemia, tudo ficou mais intenso e com a cobrança de dedicação ainda maior. Apesar de todos os problemas, a pandemia veio para nos ensinar muita coisa, como revisar a forma como tratamos nossos pacientes. Foi um crescimento muito grande pessoal e profissional. Qualifico como um grande desafio, foram anos que me tiraram da zona de conforto em todos os momentos”.

A mãe do orador da turma, Silmara Rizzo, estava emocionada em dose dupla. Isso porque além do André, outro filho dela, Vinicius Rizzo, também se formou no Programa de Residência Médica. Apesar de toda a gratidão à Santa Casa e orgulho dos filhos, a preocupação de mãe foi uma constante nesses dois últimos anos. Vinicius não pegou Covid, mas André foi diagnosticado com a doença. “Logo no início da pandemia, quando nós não sabíamos exatamente o que era isso, durante um almoço, o André disse, eu sou da linha de frente, se tiver que ser chamado, eu vou ser um dos primeiros. E você pode imaginar a minha angústia como mãe. E ele teve COVID-19. Foram momentos de incertezas, dúvidas e medos, mas serviu também como momento de parar para refletir: o que eu posso fazer para o outro?”, afirma Silmara. 

Os irmãos e formandos do Programa de Residência Médica, Vinicius e André Rizzo, com a mãe, Silmara Rizzo, na cerimônia de entrega dos certificados – Foto: Comunicação Santa Casa

 

Além de ser referência nos atendimentos de média e alta complexidade na região, a Santa Casa sempre teve como objetivo, tornar-se um polo de ensino e pesquisa da região. Por isso, em 2014, foi criado o Departamento de Ensino, que depois se transformou no Instituto de Ensino de Pesquisa (IEP) em 2021.

O IEP oferece sete programas de residência médica nas especialidades de Anestesiologia, Cirurgia Geral, Cirúrgica Básica, Clínica Médica, Pediatria, Ortopedia e Ginecologia e Obstetrícia. E o Programa de Residência Multiprofissional, único entre todos os 24 municípios do Departamento Regional de Saúde (DRS III) de Araraquara, nas áreas de Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição e Psicologia.

A Coordenadora da Residência Multiprofissional, Tamara Destro, explica a importância dessa conquista para a instituição. “Os profissionais de Fisioterapia, Psicologia, Nutrição e Enfermagem não tinham onde se especializar. A Santa Casa já é um hospital de referência e reconhecida pelos programas de Residência Médica. Ter um programa de Residência Multiprofissional é um diferencial para formar esses profissionais sem que eles precisem ir para as capitais. Além disso, com a abertura do programa na Santa Casa, atraímos vários profissionais de fora, inclusive temos residentes do norte e nordeste do país e de várias áreas do Estado”, comenta.

Para o Residente em Fisioterapia, Guilherme Henrique Martins de Souza, “o Programa de Residência foi uma oportunidade muito grande da gente estar crescendo, profissionalmente, tanto na teoria como na prática. A gente só cresce quando é desafiado e com a pandemia foi um desafio bem grande. Muitas vezes, a gente teve que se adaptar, apesar de todo o preparo, tivemos que nos reinventar. E de tudo isso que a gente passou, começamos a ter um outro olhar para pessoas ao nosso redor, a gente fala que a pandemia nos afastou em muitas situações, mas nos aproximou ainda mais no nosso lado humano”.    

Pesquisa é capa da revista Advanced Electronic Materials

 

SÃO CARLOS/SP - Um estudo realizado por jovens pesquisadores do IFSC/USP abre as portas para a criação de uma nova era na computação com a criação de computadores neuromórficos, equipamentos esses que terão a capacidade de trabalhar com base no designado “aprendizado de máquina / inteligência artificial”, mimetizando o funcionamento do cérebro humano, com seus neurônios e sinapses. O artigo científico resultante dessa pesquisa foi publicado na edição do dia 10 do corrente da revista Advanced Electronic Materials, com direito a capa, o que demonstra a importância, qualidade e impacto do trabalho na área de novos materiais e computação neuromórfica.

A próxima geração de computadores

A essência do estudo feito pela equipe de pesquisadores, constituída pelos doutorandos Henrique Frulani de Paula Barbosa* e Germán Darío Gómez Higuita**, e do Pós-Doutorando Florian Steffen Günther***, liderada pelo Prof. Gregório Couto Faria, consubstanciou-se no trabalho realizado com dispositivos neuromórficos, eletrônicos cujas características permitem “imitar” propriedade de células neuronais e suas sinapses, tendo como plataforma base o dispositivo conhecido como Electrochemical Neuromorphic Organic Device (ENODe) -, o qual se assemelha, em estrutura, à uma mescla de bateria e transistor eletroquímico. Tal dispositivo foi inicialmente proposto em um trabalho de 2017 publicado na conceituada revista “Nature Materials”, com a participação do Prof. Gregório C. Faria, entre os autores. No entanto, desde sua concepção, tal dispositivo de memória apresentou uma intrínseca instabilidade ao longo do tempo, devido especificamente a um dos materiais utilizados como camada ativa, o PEDOT:PSS/PEI. Tal película, durante a operação da memória libera parte do PEI, alterando suas propriedades. Isso limitava a aplicabilidade do dispositivo somente para fins acadêmicos. Em face a essa deficiência, a equipe de pesquisadores do IFSC/USP, orientada pelo Prof. Gregório Faria, sintetizou e aplicou com sucesso uma nova variação de PEDOT:PSS para substituir o componente defeituoso, reativando assim as esperanças para a criação de uma nova geração de computadores baseada no design ENODe.

Para que se entenda melhor o foco desta pesquisa, é importante salientar que a atual computação se baseia em uma arquitetura conhecida como arquitetura de von Neumann. Nesta, processador, memórias voláteis (memória RAM) e memórias não voláteis (HD ou SSD) são componentes separados que se comunicam. Tal organização acarreta o famoso gargalo de von Neumann, um impedimento dos componentes de atuarem em sua máxima performance devido a restrições na velocidade de comunicação entre os componentes. Tal fato, aliado ao crescente consumo energético, a dificuldades na miniaturização de componentes para além da escala nanométrica e na dissipação de calor, têm feito com que o aumento de performance anual dos dispositivos eletrônicos venha diminuindo ao longo dos últimos 20 anos. “A busca por dispositivos neuromórficos vai ao encontro da necessidade de criar componentes computacionais básicos que evitem os problemas anteriormente mencionados. Nesse ponto, o cérebro humano se apresenta como uma grande fonte de inspiração, dada a sua eficiência computacional (baixo consumo energético para a grande quantidade de operações que realiza – evitando aquecimento excessivo) e a sua ausência de “gargalo” (os neurônios atuam como memórias voláteis e não-voláteis ao mesmo tempo) – além, claro, de sua plasticidade. O objetivo é que a nova geração de computadores consiga ter também  um aprendizado de máquina mais eficiente, baseado em experiências prévias, mas, dessa vez, na parte do hardware e não do software como estamos acostumados. Com isso, a máquina poderá aprender com seus próprios erros e tomará caminhos diferentes de forma automática para encontrar a solução ideal”, explica Henrique Barbosa. Ou seja, para que o computador atual tenha essa complexidade e eficácia, muitas vezes você tem que dar a ele um grande banco de dados inicial e se precaver por meio código contra eventuais falhas que possam ocorrer, caso contrário a máquina encontra não se aperfeiçoa. “Existem diferentes tipos de dispositivos neuromórficos, sendo que o escolhido para a nossa pesquisa se encaixa na categoria dos eletroquímicos orgânicos, pois é feito com base em polímeros. Tais materiais são constituídos de cadeias carbônicas assim como a matéria orgânica que compõe nossos corpos, permitindo, ainda, a operacionalização através de baixas voltagens, que são, em determinadas situações, igualmente similares ao funcionamento do cérebro, que trabalha através de pulsos bastante pequenos”, complementa Henrique. Assim, com nossos avanços neste trabalho, o ENODe permite que se armazene a informação dentro dele por mais tempo e com menor degradação. Sumariamente em futuro relativamente próximo, o ENODe poderá dar forma a uma nova geração de computadores que congreguem, em um único componente, o HD, o processador e a memória RAM, fazendo com que a máquina processe tudo simultaneamente.

O desafio de encontrar uma solução para o futuro

Para Germán Higuita, a pesquisa foi um desafio para encontrar e testar uma solução para um material que se degradava com o uso e o passar do tempo. “Foi um alívio quando observamos o resultado das sínteses realizadas no novo material, onde se conseguiu determinar que ele tem potencial para resolver o problema da degradação do ENODe. Foi muito interessante acompanhar todo o processo, até porque a partir daí conseguimos obter resultados positivos em três outros materiais que estamos estudando, algo que abre novas fronteiras para futuras pesquisas”, comemora o jovem pesquisador. Germán foi o responsável pelo desenvolvimento e síntese dessas novas tintas, as quais deverão ser motivo de proteção intelectual e, quem sabe, motivo de uma futura aventura em indústria de tecnologia. “Tintas condutivas são muito importantes no momento, sendo aplicadas em sistemas de desembaçar vidros automotivos, eletrônica impressa e, agora, em elementos básicos de computação. Estamos avaliando a opção de enviarmos um projeto PIPE ou até mesmo concorrer a projetos Centelhas da FAPESP”, conta o pesquisador.

O Pós-Doutorando Florian Günther teve a oportunidade de participar do trabalho e agregar sua perspectiva e experiência em química para auxiliar na compreensão e desenvolvimento da rota química que gerou tais materiais. “Minha contribuição nesta pesquisa foi ajudar os alunos, já que, como Pós-Doutorando, além da experiência acadêmica, tive disponibilidade para executar um trabalho de integração da equipe, analisar resultados, etc.. Foi uma colaboração muito proveitosa e intensiva, onde todos nós aprendemos muito através das discussões e atuações relativas a processos, novas ideias, dificuldades encontradas e como superá-las, mas sempre com uma alegria e um entusiasmo imenso, algo que é essencial quando você faz pesquisa”, comemora Florian. Contudo, o pesquisador é cauteloso quando sublinha que embora os atuais computadores tenham uma história longa, com mais de 50 anos, o certo é que o destino final destes novos caminhos que estão sendo desbravados agora, e que apontam para uma grande revolução computacional, ainda está um pouco longe. “Ainda existem diversas inseguranças e dúvidas, já que, por exemplo, ainda não sabemos todos os detalhes relativos aos materiais que estamos utilizando. O importante é entender as características e propriedades desses materiais com um olhar atento do ponto de vista da Física, no sentido de melhorá-los e aplicá-los”, enfatiza o pesquisador.

Satisfeito, o líder da pesquisa, o Prof. Gregório Faria mencionou que este trabalho reflete bem o espírito científico que ele sempre quis trazer ao seu grupo de pesquisa: “Uma das grandes vantagens da grande área da eletrônica orgânica é que as propriedades dos materiais ativos podem ser modificadas e controladas para melhorar performances de dispositivos eletrônicos. E foi exatamente isso que realizamos nesse belíssimo trabalho”, conta o orientador. Para finalizar, o Prof. Gregório fez uma cobrança aos seus alunos: "Quando fomos convidados pela revista para submetermos uma capa, ainda não era certo que seríamos escolhidos. Foi quando fizemos uma pequena "aposta" entre nós. Eu acabei ganhando, e agora meus alunos me devem um churrasco (que, claro, será realizado após o fim das restrições sanitárias)", brincou o orientador.

Para acessar o artigo científico relativo a este trabalho, acesse https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/aelm.202100864

*Henrique Frulani de Paula Barbosa - Graduação em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) / Mestrado em Ciência e Engenharia de Materiais pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) / Doutorando em Ciência e Engenharia de Materiais (EESC/USP),

**Germán Darío Gómez Higuita - Graduado em Engenharia de Materiais pela Universidade de Antioquia (Colômbia) / Mestre em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) / Doutorando em Ciências e Engenharia de Materiais (EESC/USP);

***Florian Steffen Günther - Graduação e Mestrado em Física pela Technische Universität Chemnitz / Doutorado em 2018   pela Technische Universität Dresden / Pesquisador Pós-Doutorando no IFSC/USP, com experiência nas áreas de Química e de Física, com ênfase em Semicondutores Orgânicos, atuando principalmente nos seguintes temas: Síntese e processamento de polímeros semicondutores, caracterização elétrica e ótica de dispositivos orgânicos, modelagem e simulação de química quântica.

 

 

Rui Sintra - Jornalista do IFSC/USP

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