Jornalista/Radialista
SÃO CARLOS/SP - Neste último domingo, 25, um homem de 23 anos, teve que ser socorrido pelo SAMU à Santa Casa, após ser esfaqueado por uma travesti, no Kartódromo, em São Carlos.
Segundo consta, teria ocorrido uma discussão durante uma festa nas imediações, quando a travesti pegou uma faca e teria desferido vários golpes contra a vítima. Quem estava na festa acionou o SAMU e assim o ferido foi socorrido em estado grave ao hospital.
A Polícia Militar foi acionada e deteve a acusada com a faca. A travesti foi conduzida à Central de Polícia Judiciária, onde foi registrado a ocorrência.
UCRÂNIA - Cerca de 25% das crianças de todo o mundo provavelmente viverão na miséria este ano por causa da invasão russa da Ucrânia, que fez os preços dos alimentos e da energia dispararem, advertiu a ONG KidsRights nesta segunda-feira (26).
Feita com base em números de agências da ONU, a classificação KidsRights também mostra que as crianças estão ameaçadas pela mudança climática e pelo impacto sanitário da pandemia da covid-19.
"Tudo isso equivale a uma 'policrise' de extrema gravidade, já que as tensões mundiais continuam destruindo os direitos e os meios de subsistência das crianças", disse a ONG KidsRights, com sede na Holanda.
Suécia, Finlândia e Islândia são os países mais bem classificados na lista, de 193 Estados.
Chade, Sudão do Sul e Afeganistão são, segundo a ONG, os piores países para crianças.
A invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, foi incluída em uma lista de crises que afetam os direitos das crianças, explicou a organização.
“Uma em cada quatro crianças deve estar vivendo abaixo da linha da pobreza este ano, em consequência da guerra na Ucrânia, que provocou uma explosão nos preços da energia e dos alimentos em todo o mundo”, afirma a KidsRight em seu relatório.
Os 7,5 milhões de menores ucranianos foram "afetados pela guerra de forma desproporcional", e um número significativo deles teve de se deslocar, relata o documento.
A inflação pós-pandemia e um enfraquecimento mundial dos sistemas de saúde devido à covid-19 também têm impacto negativo, sobretudo, nos programas de vacinação, segundo a mesma fonte.
Ao todo, 67 milhões de crianças não foram vacinadas adequadamente entre 2019 e 2021, devido a distúrbios causados pela pandemia.
A mudança climática também é um perigo, especialmente em alguns países asiáticos, onde os menores estão "particularmente expostos a fenômenos climáticos imprevistos".
ITÁLIA - Desequilíbrio é a palavra que descreve o setor vitivinícolo da Europa em 2023. Por um lado, houve uma redução do consumo devido à atual inflação dos preços da alimentação e bebidas. Por outro, uma boa colheita em 2022 fez com que a produção aumentasse em relação ao ano anterior. Como resultado, há um acumulo de estoque, e agora a União Europeia tenta reverter esse cenário adotando medidas excepcionais para os produtores.
Segundo a Comissão Europeia, a produção de vinho na região aumentou 4% este ano em comparação a 2022, enquanto os estoques iniciais foram superiores em 2% em comparação com a média dos últimos cinco anos. Já a queda no consumo em curso está estimada em 7% na Itália, 10% na Espanha, 15% na França, 22% na Alemanha e 34% em Portugal. Paralelamente, as exportações no período de janeiro a abril de 2023 foram 8,5% inferiores ao ano anterior, contribuindo para aumentar ainda mais os estoques.
Em uma tentativa de conter esse excesso, o governo anunciou na sexta-feira, 23, medidas temporárias, que se estendem até 15 de outubro. Uma delas é a destilação de crise. Os produtores poderão retirar do mercado o vinho mais afetado pela instabilidade e destilá-lo para álcool – que poderá ser utilizado somente para fins não alimentares.
Também foi concedida maleabilidade na implementação dos programas de apoio ao vinho, permitindo mais flexibilidade para as vindimas verdes durante o verão europeu deste ano e aumentando a taxa de cofinanciamento da UE para medidas relacionadas com a reestruturação, vindimas verdes, fomento e investimentos.
“Foi necessário adotar medidas temporárias de mercado para evitar que o vinho não vendido pese em todo o mercado interno e impeça os produtores de encontrar capacidade de armazenamento suficiente para a nova safra.”, disse a Comissão Europeia em comunicado.
GUATEMALA - A ex-primeira-dama Sandra Torres, 67, e Bernardo Arévalo, 64, filho do ex-presidente Juan José Arévalo, disputarão o segundo turno na Guatemala em 20 de agosto, indicam resultados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral do país. Com quase 90% das urnas apuradas, ela recebeu 15,1% dos votos válidos nas eleições presidenciais realizadas neste domingo (25), enquanto ele ficou com 12,2%.
A nação mais populosa da América Central, com 18 milhões de habitantes, não escapa da ameaça autoritária que vivem seus vizinhos e teve quatro candidatos excluídos da corrida, num contexto de perseguição judicial e exílio de opositores e jornalistas.
A participação de Arévalo no segundo turno foi uma surpresa, já que o candidato estava em oitavo lugar na última pesquisa antes do pleito. Sua campanha foi impulsionada pelas redes sociais e pelo voto jovem.
Até agora, o terceiro lugar ficou para o advogado Manuel Conde, com 7,8% dos votos válidos.
Em entrevista coletiva nesta segunda, Torres se mostrou otimista. "Estamos felizes", disse ela. "Vamos vencer, seja contra quem for." Arévalo afirmou que os resultados refletem o apoio que ele recebeu durante a campanha. "Não viemos para ganhar as pesquisas. Viemos para ganhar as eleições", afirmou. "Nosso profundo e total agradecimento às pessoas que nos deram seu voto de confiança."
Considerando os votos totais, porém, nenhum candidato superou os votos nulos e brancos, conforme era esperado. Até a madrugada, esses grupos somaram 24,4%, contra 13% registrados quatro anos atrás, e a participação foi de 59,9% dos eleitores, contra 62% no pleito passado, numa campanha permeada pelo aumento da descrença nas instituições.
O dia foi majoritariamente pacífico, segundo observadores nacionais e internacionais, mas alguns acontecimentos tensos marcaram a votação, que terminou com 31 detidos e 208 denúncias ao Ministério Público. Os mais graves ocorreram na cidade de San José del Golfo, a 30 km da capital, que teve que suspender as eleições após tumultos e ameaças a agentes eleitorais.
O presidente Alejandro Giammattei prometeu, após votar, que iniciará o processo de transição o mais rápido possível. "Esperamos que [o próximo presidente] siga o caminho que foi traçado em direção à recuperação econômica do país. E que continue a estimular os investimentos estrangeiros", declarou ele à imprensa local.
Os principais candidatos excluídos da corrida foram o empresário Carlos Pineda, que ganhou popularidade no TikTok e estava em primeiro lugar nas pesquisas, e Thelma Cabrera, a única indígena num país em que metade da população se identifica como tal. A Justiça entendeu que suas chapas cometeram ilegalidades, em decisões muito questionadas.
É a segunda vez que Sandra Torres, do partido Unidade Nacional da Esperança, vai ao segundo turno. Em 2019, ela conseguiu angariar o maior número de eleitores na primeira votação, mas então perdeu para o atual presidente, Alejandro Giammattei. Logo depois, ela foi presa por suspeitas de financiamento ilegal do seu partido, em processo arquivado no ano passado, quando o promotor já estava exilado.
Torres ganhou protagonismo como primeira-dama enquanto seu marido, Álvaro Colom, exerceu o cargo de 2008 de 2011 pela sigla fundada por ambos. Então começou sua odisseia à cadeira presidencial que lhe custou o divórcio por questões constitucionais, durante a qual ela se afastou da social-democracia em direção ao conservadorismo.
A política é vista como alguém que pode dar continuidade ao atual governo, já que seu partido, de maioria no Congresso, tendia a se alinhar a ele nas votações. "Ela pode manter essa aliança ou romper e retomar pontos que defendia quando era primeira-dama, como os programas sociais que a fizeram se vincular a Lula e a Dilma no Brasil", afirma o sociólogo Marcel Arévalo, da Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais).
Já Bernardo Arévalo, do partido de esquerda Movimiento Semilla, tem uma plataforma anti-corrupção e busca se distanciar da política partidária. O candidato é filho de Juan José Arévalo, que foi o primeiro presidente democraticamente eleito no país após a queda do ditador Jorge Ubico, em 1945.
O sociólogo da Flacso comenta que a presença de Arévalo no segundo turno "é uma surpresa, mas reflete o cansaço do eleitorado em relação aos atores políticos que têm destruído as instituições democráticas, que foram fragilmente construídas após a transição para a democracia em 1985 e a assinatura do acordo de paz em 1996".
Para o especialista, no entanto, o caminho até o segundo turno deve ser complicado. "É difícil prever quem será o vencedor e quais estratégias serão usadas pelos derrotados até agora. O percurso pode incluir violência e várias manobras para resgatar e afirmar sua impunidade."
O país tem o quinto pior índice de percepção da corrupção da América Latina, segundo a ONG Transparência Internacional, e vive num sistema democrático que alguns analistas definem como híbrido.
A perda de independência dos Poderes e a perseguição judicial a opositores são apontadas como as faces mais visíveis da guinada autoritária. Estimam-se que há mais de 30 juristas e 20 jornalistas em autoexílio, além de ativistas. O caso mais emblemático é o de José Rubén Zamora, jornalista condenado a seis anos de prisão na semana passada.
Além desses temas, o novo presidente terá que lidar com uma sociedade ainda muito rural (48% não vivem em cidades), que tem acesso insuficiente a estradas, água e energia e uma alta mortalidade e desnutrição infantil. Os homicídios também voltaram a subir nos últimos dois anos, após uma década de queda.
Essas condições, somadas à falta de emprego e à alta informalidade pioradas pela pandemia, fazem com que os jovens mais da metade da população tem menos de 30 anos queiram sair do país em busca de melhores condições de vida, principalmente para os Estados Unidos. Os migrantes equivalem a 17% da população e as remessas que eles enviam a parentes, a 20% do PIB (Produto Interno Bruto).
por JÚLIA BARBON / FOLHA de S.PAULO
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