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IRLANDA DO NORTE - A histórica vitória do partido nacionalista Sinn Fein nas eleições locais na Irlanda do Norte provocam um terremoto com consequências ainda incertas. No domingo (8), Londres pediu que os líderes da Irlanda do Norte se unam para formar um executivo local e garantir a "estabilidade" da província britânica.

O Sinn Fein, a favor da unificação de Belfast com a República da Irlanda – que não faz parte do Reino Unido –, tornou-se o partido com maior bancada na Irlanda do Norte nas eleições de quinta-feira (5). O partido obteve 27 dos 90 assentos na Assembleia local, contra 25 do Partido Unionista Democrático (DUP), favorável à manutenção da Irlanda do Norte dentro da monarquia britânica.

O DUP ameaçou boicotar um novo executivo local, que deve ser coliderado por republicanos e unionistas em virtude dos acordos de paz da Sexta-feira Santa de 1998, caso as suas exigências sobre o Brexit não forem atendidas. A líder do Sinn Fein, ex-braço político do movimento armado IRA, Michelle O'Neill, disse no sábado que a Irlanda do Norte dará início a uma "nova era". A vitória deve impulsionar O'Neill ao cargo de chefe do governo local.

Os acordos de paz da Sexta-feira Santa, que em 1998 encerraram três décadas de conflito sangrento entre republicanos católicos e unionistas protestantes, estabelecem uma divisão de poder entre os dois campos. Esta é a primeira vez que o Partido Republicano lidera o parlamento regional nos cem anos desde a partilha da ilha, em 1921.

"Este é um momento decisivo para nossa política e nosso povo", disse O'Neill. "Trarei uma liderança inclusiva que celebre a diversidade e garanta direitos e igualdade para aqueles que foram excluídos, discriminados ou ignorados no passado", acrescentou.

 

Londres pede “estabilidade”

"Primeiro de tudo, o que queremos (...) é estabilidade", disse o vice-primeiro-ministro britânico Dominic Raab à emissora Sky News. "Queremos que se forme um executivo" e que "os partidos se unam para oferecer estabilidade ao povo", ressaltou.

Antes de se encontrar com os líderes locais na segunda-feira, o ministro britânico para a província, Brandon Lewis, disse à BBC que era um "momento importante para mostrar que todos podem trabalhar juntos".

As negociações, porém, se anunciam difíceis, já que os unionistas se recusam a integrar o gabinete enquanto persistirem os controles alfandegários entre a ilha e o resto do Reino Unido, estabelecidos pelos acordos do Brexit. Aos olhos dos unionistas, esses controles ameaçam a unidade do país, formado por quatro nações – três (Inglaterra, Escócia e País de Gales) localizadas na ilha da Grã-Bretanha e a outra na da Irlanda.

IRLANDA DO NORTE - Confrontos entre manifestantes, a maioria jovens, e forças policiais voltaram a ocorrer na noite de quinta-feira (08/04) na Irlanda do Norte, agitada desde há uma semana pela violência como não se via havia anos.

Pedras e cocktails molotov foram lançados sobre forças policiais em Belfast, capital da Irlanda do Norte, para onde foram deslocadas tropes de choque. As forças de segurança responderam com jatos de água e ameçaram com balas de plástico, um procedimento criticado por grupos de direitos humanos.

Antes, durante o dia, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o premiê irlandês, Michael Martin, apelaram à calma após as violências "inaceitáveis" registradas nos últimos dias na Irlanda do Norte. Esta foi a sétima noite seguida de violência.

Em Washington, a Casa Branca também manifestou inquietação face aos distúrbios na Irlanda do Norte e apelou à calma. A Comissão Europeia também já condenou "nos termos mais fortes possíveis" os distúrbios que ocorreram nos últimos dias, apelando a que os envolvidos para se abstenham imediatamente de atos de violência.

Também o governo da Irlanda do Norte, formado por unionistas leais ao governo britânico e republicanos favoráveis à unificação com a República da Irlanda, condenou a violência como "inaceitável e injustificável".

Segundo a polícia, os confrontos dos últimos dias na Irlanda do Norte provocaram 55 feridos entre os policiais.

Na quarta-feira à noite, durante uma manifestação, alguns participantes atacaram a polícia com bombas feitas com gasolina na área protestante de Shankill Road, enquanto outros atiravam objetos em ambas as direções sobre o chamado muro da paz, que separa Shankill Road de uma área nacionalista irlandesa vizinha.

As manifestações de violência na quarta-feira à noite seguiram-se aos distúrbios ocorridos durante o fim de semana da Páscoa em áreas dentro e ao redor de Belfast e Londonderry, com carros incendiados e ataques contra polícias.

As autoridades acusaram grupos paramilitares ilegais de incitar os jovens a causar confusão. A maioria dos manifestantes são jovens, entre eles menores de idade. Embora não haja sinais de que algum grupo esteja por trás dos confrontos, a violência está concentrada em áreas onde gangues criminosas ligadas a paramilitares unionistas têm grande influência.

Pandemia e Brexit

Entre os motivos apontados para os confrontos está a decisão da polícia de não punir a participação no funeral de Bob Storey, um líder do antigo grupo terrorista IRA, que reuniu cerca de 2 mil pessoas em junho passado, em plena pandemia e contra as restrições em vigor, incluindo dirigentes do partido republicano Sinn Féin, associados aos católicos.

Mas a violência recente, em grande parte em áreas pró-britânicas, também aumentou devido a tensões crescentes sobre as regras comerciais pós-Brexit para a Irlanda do Norte e deteriorou as relações entre os partidos no governo de Belfast, compartilhado entre católicos e protestantes.

O novo acordo comercial entre Londres e o bloco comunitário impôs, na prática, controles aduaneiros e fronteiriços a algumas mercadorias que circulam entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido.

O acordo foi elaborado para evitar controles na fronteira entre a Irlanda do Norte e a Irlanda, um membro da União Europeia, uma vez que uma fronteira irlandesa aberta ajudou a sustentar o processo de paz construído pelo Acordo de Sexta-Feira Santa em 1998, que encerrou três décadas de violência, com mais de 3 mil mortes.

Mas os unionistas têm argumentado que esses novos controles equivalem a uma nova fronteira no mar da Irlanda entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido, defendendo o abandono do acordo.

 

 

as (Lusa, AFP)

*dw.com

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