Jornalista/Radialista
SÃO CARLOS/SP - São Carlos prepara uma reestruturação profunda em seu sistema de transporte coletivo, com os estudos para a implantação de cinco novos terminais de integração e a revisão completa da rede de linhas de ônibus. A iniciativa, conduzida pela Memphis Engenharia e Consultoria sob coordenação da especialista Cristina Maria Afonso, busca enfrentar o desafio do alto custo operacional, marcado por insumos como diesel e mão de obra que juntos representam 75% das despesas, e ao mesmo tempo oferecer mais mobilidade, conforto e eficiência ao usuário. O projeto prevê desde análises técnicas e legais até estudos de viabilidade econômico-financeira, com o objetivo de reduzir a dependência de subsídios e tornar o transporte público mais atrativo frente ao automóvel particular.
A proposta tem como inspiração casos de sucesso em cidades paulistas, como São Sebastião, onde a modernização da rede e a adoção de políticas tarifárias acessíveis ampliaram de 250 mil para 600 mil o número de passageiros. Em São Carlos, a expectativa é que a integração dos terminais, entre outras diversas medidas, estimule a população a retomar o uso do ônibus. Para o prefeito Netto Donato, trata-se de um investimento estratégico que alia sustentabilidade financeira e impacto social, colocando a mobilidade urbana no centro da agenda municipal.
“Nosso compromisso é garantir que o transporte público volte a ser uma opção viável e atrativa para a população. Os novos terminais vão permitir que o cidadão se desloque com mais rapidez e conforto, além de reduzir custos para o município. Estamos trabalhando para que São Carlos tenha um sistema moderno, eficiente e sustentável”, afirmou Donato, destacando que o projeto é uma das prioridades de sua gestão.
A engenheira civil e especialista em transporte coletivo Cristina Maria Afonso, responsável pelo estudo técnico, explica que a proposta vai muito além da construção física dos terminais. “Integração significa aumentar a mobilidade das pessoas. O usuário terá mais facilidade para se deslocar e, ao mesmo tempo, a prefeitura poderá gerir melhor as linhas novas ou modificadas”, afirma.
Cristina detalha que o projeto envolve análises técnicas, legais e econômico-financeiras. O objetivo é garantir que os investimentos caibam no orçamento municipal e que o subsídio ao transporte seja reduzido. “Hoje, o diesel representa cerca de 40% dos custos e a mão de obra outros 35%. Para equilibrar o sistema, é preciso atrair mais receita, ou seja, fazer com que mais pessoas tenham vontade de andar de ônibus”, explica.
Fatores - Entre os fatores que podem estimular o uso do transporte coletivo estão tarifas módicas, percursos mais rápidos, conforto nos veículos e informação clara ao passageiro. A especialista cita como referência o projeto de troncalização implantado em São Sebastião, no litoral paulista, que ampliou de 250 mil para 600 mil o número de usuários. “O transporte moderno, com Wi-Fi interno e política tarifária acessível, mostrou que é possível reverter a tendência de queda na demanda”, diz.
Cristina ressalta ainda que o sucesso depende de planejamento detalhado e de políticas públicas consistentes. “Não adianta propor megaprojetos se não couberem no orçamento. É preciso garantir uma tarifa justa ao usuário e um subsídio sustentável para a prefeitura”, conclui.
Netto Donato reforça que a iniciativa é parte de uma estratégia mais ampla de mobilidade urbana. “São Carlos precisa olhar para o futuro. Queremos que o transporte coletivo seja competitivo frente ao carro particular, oferecendo qualidade e confiança. Esse é um investimento que vai impactar diretamente a vida das pessoas e a economia da cidade”, disse.
Os próximos passos incluem a coleta de dados de demanda, frota e quilometragem, além da elaboração da matriz origem-destino. A partir daí, serão traçados cenários de viabilidade que orientem a implantação dos terminais e a reorganização das linhas.
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Esportes de São Carlos realiza neste sábado, 15 de novembro, as finais da Série Ouro do Campeonato Municipal de Futebol Menor 2025. Os jogos acontecem no Estádio do Zuzão e reúnem as melhores equipes das categorias de base do município.
A programação começa às 7h30 com a partida da categoria Fraldinha entre Salesianos/Chuteira de Ouro A e C.E. Multi Esporte. Em seguida, às 8h30, Electrolux enfrenta Salesianos/Chuteira de Ouro A pela categoria Dentinho. Às 9h30, Salesianos/Chuteira de Ouro joga contra C.E. Multi Esporte B na categoria Dente de Leite. Encerrando a manhã, às 10h30, C.F.A Red Talents disputa o título da categoria Dentão contra Esportiva São Carlos.
O secretário de Esportes, Fernando Carvalho, destaca a importância da competição para o desenvolvimento esportivo da cidade. “As finais representam o esforço e a dedicação de nossos jovens atletas ao longo do ano. É um momento de celebração do esporte e da formação cidadã por meio do futebol”.
SÃO CARLOS/SP - O mês de outubro trouxe um novo alerta para a Vigilância em Saúde de São Carlos: após semanas de estabilidade, o município registrou 229 casos positivos de COVID-19, dentro de um total de 1.272 notificações. O aumento ocorre após meses consecutivos de números baixos e marca a confirmação do terceiro óbito pela doença em 2025 — uma mulher de 82 anos que apresentava comorbidades.
Os dados acumulados mostram forte discrepância ao longo do ano. Janeiro e fevereiro concentraram 1.065 casos positivos, enquanto março registrou 121. A queda continuou nos meses seguintes: abril somou 16 diagnósticos (e um óbito), maio 22, junho 17, julho 13, agosto 67 e setembro 75. Outubro, porém, representou o maior volume desde fevereiro.
Em perspectiva anual, 12.232 casos foram notificados até outubro. Embora o número de mortes seja menor do que o registrado em 2024 — quando 18 pessoas perderam a vida —, o comportamento irregular da transmissão mantém a preocupação entre especialistas, que recomendam atenção à vacinação e aos sintomas gripais.
A comparação com 2024 evidencia ciclos distintos da doença: naquele ano, fevereiro e março registraram juntos quase 3.700 casos, enquanto os meses intermediários mantiveram baixa circulação viral. Para a pasta da Saúde, o monitoramento constante segue sendo essencial para prevenir novos picos de transmissão.
SÃO CARLOS/SP - Um estudo conduzido por Mauro Santos, da Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha), e José Fernando Fontanari, do Instituto de Física de São Carlos (USP), lança luz sobre um dos temas mais urgentes da biologia contemporânea: a capacidade das espécies de resistirem ao aumento das temperaturas. Publicado no “Journal of Thermal Biology”, o trabalho aponta falhas em análises estatísticas usadas há décadas e propõe um modelo mais preciso para entender quais animais estão realmente em risco diante do aquecimento global.
O foco dos pesquisadores é a hipótese da compensação entre tolerância e plasticidade térmica — a ideia de que espécies altamente tolerantes ao calor têm menos capacidade de se adaptar a temperaturas ainda mais altas. Isso cria uma “armadilha evolutiva”, ou seja, animais que já vivem perto de seu limite fisiológico podem não ter margem para resistir a um clima cada vez mais quente.
Espécies sob pressão térmica ao redor do mundo
Essa vulnerabilidade já é observada em várias regiões do planeta, especialmente nas zonas tropicais e costeiras.
Recifes de coral do Pacífico e do Caribe, por exemplo, têm sofrido com sucessivos episódios de branqueamento devido ao aumento da temperatura da água, levando à morte de colônias inteiras.
Em florestas tropicais da Amazônia e do Sudeste Asiático, anfíbios e insetos sensíveis ao calor enfrentam dificuldades para sobreviver quando pequenas variações de temperatura desorganizam seus ciclos reprodutivos e metabólicos.
Em áreas áridas da Austrália e do norte da África, répteis como lagartos e escorpiões já operam no limite térmico — e estudos mostram que, em dias de calor extremo, eles precisam restringir sua atividade, o que reduz alimentação e reprodução.
Até em ambientes montanhosos da América do Sul e da Europa, espécies adaptadas ao frio, como borboletas alpinas e anfíbios andinos, estão sendo forçadas a subir para altitudes mais elevadas, onde há menos alimento e espaço.
Esses exemplos demonstram que o fenômeno estudado pelos autores — a limitação da capacidade de adaptação térmica — não é apenas teórico, mas já afeta ecossistemas inteiros.
Um novo olhar estatístico sobre o problema
Segundo os pesquisadores, parte das conclusões anteriores sobre o tema pode ter sido distorcida por erros estatísticos. Muitos estudos usaram métodos que criam correlações “espúrias” — associações matemáticas que não refletem uma relação biológica real. Isso levou à falsa impressão de que algumas espécies conseguiriam se ajustar facilmente ao calor.
Para corrigir esse viés, os pesquisadores autores do estudo desenvolveram um novo modelo estatístico capaz de distinguir resultados artificiais de evidências reais de limitação adaptativa. Ao reanalisar dados de experimentos com lagartos tropicais — entre eles o Lampropholis coggeri, da Austrália —, eles mostraram que a hipótese da compensação é válida: espécies que já suportam altas temperaturas têm, de fato, menor capacidade de se aclimatar a novos aumentos térmicos.
Impactos para a conservação
O estudo reforça que erros de interpretação podem comprometer políticas de conservação. Se cientistas subestimam a vulnerabilidade de determinadas espécies, programas de proteção podem falhar. “Sem uma base estatística sólida, corremos o risco de superestimar a resiliência das espécies e subestimar as ameaças reais impostas pelo clima em transformação”, alertam os autores nesse estudo.
Ao oferecer um método mais confiável, o trabalho abre caminho para previsões mais realistas sobre a resposta da biodiversidade ao aquecimento global. Em um momento em que ondas de calor já se tornam mais longas e intensas em todas as regiões do planeta, compreender com precisão os limites térmicos das espécies é essencial para evitar perdas irreversíveis na vida selvagem.
Acesse o artigo científico publicado no “Journal of Thermal Biology”, em - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2025/11/1-s2.0-S0306456525002050-main-fontanari.pdf
Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.