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EUA - Após quatro anos de pesquisas em Marte, a sonda InSight da Nasa provavelmente encerrará suas atividades no próximo verão no hemisfério norte, pois a poeira acumulada em seus painéis solares diminui sua potência.

O robô deixará um legado de dados que será aproveitado por cientistas de todo o mundo por anos, o que ajudará a melhorar a compreensão humana sobre a formação do planeta, informou a Nasa ao fazer o anúncio na terça-feira (18).

Equipada com um sismômetro ultrassensível, a sonda registrou mais de 1.300 "sismos marcianos", incluindo um de magnitude 5 em 4 de maio, o mais forte já registrado.

Mas por volta do mês de julho, o sismômetro se apagará.

Depois, será atestado o nível de energia do robô aproximadamente uma vez por dia e será possível continuar tirando fotos. No fim de 2022, a missão será interrompida por completo.

A causa é o acúmulo de poeira marciana em seus dois painéis solares, com cerca de 2,2 metros cada.

Após chegar a Marte em novembro de 2018, o InSight em breve ficará sem bateria, pois já funciona com apenas um décimo de sua carga original.

A sonda ganhou uma extensão de sua vida útil há aproximadamente um ano, quando seu braço mecânico foi usado de forma imprevista para eliminar parte da poeira dos painéis solares, prolongando a missão.

Nesta manobra, bem sucedida seis vezes, o braço usou a própria poeira para limpar os painéis: coletou terra marciana e a deixou cair sobre o robô para que a sujeita saísse dos painéis solares, limpando parcialmente sua superfície.

Bruce Banerdt, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, explicou nesta terça em coletiva de imprensa que devido aos custos decidiu-se não adicionar nada específico ao robô para limpar os painéis porque instalar um mecanismo assim deixaria "menos para pôr nos instrumentos científicos".

 

- "Tesouro científico" -

A InSight é uma das quatro missões atualmente em curso no planeta vermelho, juntamente com os rovers americanos Perseverance e Curiosity, e o chinês Zhurong.

Desde que chegou a Marte, seu sismômetro, fabricado na França, abriu o caminho para grandes avanços.

"O interior (do planeta vermelho) era uma espécie de sinal de interrogação gigante", disse Banerdt, que trabalhou na missão InSight por mais de uma década.

Mas graças a esta sonda, "pudemos mapear o interior de Marte pela primeira vez na história".

As ondas sísmicas, que variam de acordo com os materiais que atravessam, oferecem uma imagem do interior do planeta.

Os cientistas conseguiram confirmar, por exemplo, que o núcleo de Marte é líquido e determinar a espessura da crosta marciana, menos densa do que se pensava e provavelmente formada por três camadas.

O terremoto de magnitude 5 registrado no começo de maio foi muito mais forte do que todos os já registrados e se aproximou do que os cientistas pensavam que seria um máximo em Marte, embora não fosse considerado um sismo forte na Terra.

"Este terremoto será realmente uma arca do tesouro de informação científica quando a tivermos em mãos", disse Banerdt.

Os sismos são causados, em particular, pela movimentação das placas tectônicas, explicou, mas também podem ser provocados quando a crosta terrestre se move devido às anomalias de temperatura provocadas por seu manto.

É este último tipo de tremor que os cientistas acreditam ocorrer em Marte.

No entanto, o InSight não se saiu bem em todas as operações científicas, como quando seu sensor térmico teve problemas para se inserir sob a superfície para medir a temperatura do planeta devido à composição do solo onde o robô pousou.

Mas, à luz do êxito do sismômetro, a Nasa considera no futuro usar a técnica em outros locais, disse Lori Glaze, diretora da Divisão de Ciências Planetárias da agência.

"Realmente gostaríamos de estabelecer uma rede completa na Lua para entender de verdade o que acontece ali", destacou.

 

 

AFP

EUA - A Nasa reiterou na segunda-feira (14) que a colaboração entre os Estados Unidos e a Rússia na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) continua em normalidade, apesar da extrema tensão devido à guerra na Ucrânia, e afirmou que um astronauta americano retornará à Terra conforme planejado no final do mês a bordo de uma nave russa.

O astronauta Mark Vande Hei, de 55 anos, se prepara para retornar da ISS em uma espaçonave Soyuz em 30 de março, após 355 dias no espaço, um novo recorde para um americano. A nave pousará no Cazaquistão e também trará de volta os cosmonautas russos Pyotr Dubrov e Anton Shkaplerov.

"Posso dizer com segurança que Mark retornará a bordo desta Soyuz", disse nesta segunda Joel Montalbano, diretor de programas da estação para a Nasa. "Nossos colegas russos confirmaram que estão preparados para trazer de volta a tripulação completa."

Apesar da tensão entre Washington e Moscou, os dois países seguirão trabalhando juntos para garantir a operação da ISS. "Nada mudou nas últimas três semanas", afirmou Montalbano. "Os centros de controle continuam funcionando sem problemas."

Neste fim de semana, o chefe da agência espacial russa Roscosmos, Dmitry Rogozin, declarou que as sanções ocidentais contra a Rússia poderiam interromper o funcionamento das naves espaciais russas e provocar a queda da Estação.

Os propulsores das naves russas ancoradas na ISS são usados para corrigir a órbita da estrutura espacial. Um procedimento que é realizado cerca de dez vezes por ano para mantê-la na altitude certa, ou para evitar detritos espaciais em seu caminho.

Sozinhos, os americanos não têm essa capacidade, confirmou Montalbano. "A Estação Espacial foi projetada com base no princípio da interdependência (...) Não é um processo em que um grupo pode se separar do outro."

"Atualmente, não há indícios de que nossos parceiros russos queiram fazer as coisas de forma diferente. Portanto, planejamos continuar as operações como fazemos hoje", disse ele.

O diretor também confirmou que o intercâmbio programado para o outono - o envio à ISS de um cosmonauta russo com uma nave SpaceX e o de um astronauta da Nasa com uma Soyuz - ainda está na mesa.

A Estação Espacial Internacional atualmente abriga dois russos, quatro americanos e um alemão.

Estudante está na equipe de Campinas (SP) com projeto que gera avisos sobre riscos relacionados ao calor

 

SOROCABA/SP - No mês passado, foi realizada nova edição do NASA Internacional Space Apps Challenge, o maior hackathon do mundo, organizado pela Agência Espacial Americana (NASA) em parceria com outras nove agências, incluindo a Agência Espacial Brasileira. O evento online aconteceu, simultaneamente, em 162 países e 37 equipes foram eleitas finalistas. Dentre elas, a única brasileira é um grupo de Campinas (SP) que tem como um de seus integrantes o aluno Vitor Gomes, do curso de Ciência da Computação do Campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). 
O desafio contou com mais de 28 mil participantes de todo o mundo que desenvolveram soluções a partir de dados abertos da NASA e das agências espaciais para resolver grandes desafios da Terra e do espaço. A equipe de Campinas - Make it Cool - é uma das finalistas e, além do aluno da UFSCar-Sorocaba, conta com a participação de três alunos do curso de Geologia da Unicamp, um estudante de Ciência da Computação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e uma aluna de Engenharia Agronômica da Esalq/USP. 
A Make it Cool desenvolveu uma solução para o desafio "Warning: Things are heating pp!" ("Aviso: As coisas estão esquentando!", em Português), no qual a NASA esperava que os participantes utilizassem dados abertos e desenvolvessem uma ferramenta para gerar avisos de riscos relacionados ao calor, permitindo uma preparação prévia da população. Uma das integrantes da equipe conta que o protótipo do grupo consistiu na elaboração de um site e um aplicativo que geram alertas sobre o estresse térmico em populações humanas. Para o cálculo desse fator de risco à saúde humana, são necessárias predições de uma série de variáveis como temperatura, umidade relativa, velocidade do vento e radiação solar. "Usando tratamentos estatísticos sobre os dados disponibilizados pela NASA a partir da linguagem R, conseguimos realizar as previsões dos dados de temperatura e concentração de CO² atmosférico para os próximos dois anos", detalha a Vitória Ventura, aluna de Geologia.
As 37 equipes finalistas agora disputam o grande prêmio de ir para a NASA apresentar o seu projeto e assistir ao lançamento de um foguete. O resultado final sai em dezembro.

EUA - As mudanças climáticas podem impactar a produção de milho e trigo já em 2030, de acordo com pesquisadores da NASA. Um novo estudo da agência publicado na revista Nature Food disse que, em um cenário de altas emissões de gases de efeito estufa, a safra de milho deve cair 24% e o trigo pode ter um crescimento de cerca de 17%.

A NASA usou modelos avançados de clima e agricultura para encontrar a mudança nos rendimentos devido aos aumentos projetados nas temperaturas, mudanças no padrão de chuva e concentrações elevadas de dióxido de carbono na superfície das emissões de gases de efeito estufa causadas pelo homem.

A equipe de cientistas usou as simulações do modelo climático do Climate Model Intercomparison Project-Phase 6 (CMIP6) internacional. Eles também usaram as simulações como dados para os modelos de cultivo global de última geração do Columbia Unversity, Agricultural Model Intercomparison and Improvement Project ( AgMIP ) 12.

Cada um dos cinco modelos climáticos CMIP6 usados ​​para este estudo executa sua própria resposta da atmosfera da Terra aos cenários de emissão de gases de efeito estufa ao longo do ano 2100 e os modelos de safra MgMIP simulam em grande escala como as safras crescem e respondem às condições ambientais.

Ao todo, a NASA criou cerca de 240 simulações de modelos de culturas climáticas globais para cada cultura.

Os pesquisadores examinaram as mudanças nas safras médias de longo prazo e introduziram uma nova estimativa de quando os impactos das mudanças climáticas surgirão, descobrindo que as projeções da soja e do arroz mostraram um declínio em algumas regiões, embora os modelos globais sejam diferentes.

EUA - O astronauta da NASA (Agência Espacial Americana) Mark Vande Hei compartilhou recentemente uma impressionante foto da Terra registrada desde o espaço.

O registro foi compartilhado pelo explorador no Twitter. Na imagem, era possível ver um céu vibrante, com muitas nuvens.

O registro foi captado na região da Patagônia, entre o Chile e a Argentina.

Na postagem, ele informou que é possível ver claramente o processo de derretimento das geleiras.

EUA - Desde abril que o Ingenuity tem demonstrado as suas capacidades de voo em Marte. Depois de ter cumprido o seu sétimo voo com sucesso no início de junho, o helicóptero marciano da NASA se prepara para continuar a sua missão de exploração com um novo voo.

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Através do Twitter, a NASA explica que o Ingenuity vai percorrer uma distância de 160 metros a sul do local onde atualmente se encontra. O objetivo é levar o helicóptero a pousar numa nova localização, continuando a pôr à prova as suas capacidades.

De acordo com as informações disponibilizadas pela equipa da NASA responsável pela missão em Marte, o Ingenuity percorreu uma distância de 106 metros, orientado para o sul, no seu voo anterior, realizando a missão em 62,8 segundos.

No final de maio, uma anomalia inesperada pregou um “susto” à equipe do Ingenuity durante o sexto teste de voo. O helicóptero conseguiu completar a primeira parte do teste de voo sem problemas, porém, começou depois a ajustar a sua velocidade e a oscilar de forma inesperada.

A súbita oscilação terá sido causada por uma falha no sistema de captação de imagens, que fez com que todas as fotos tiradas pelo Ingenuity fossem guardadas com uma data errada. O algoritmo de navegação passou a ser “alimentado” com informação incorreta, levando a oscilações e a uma série de inconsistências, como picos no nível de energia consumida, à medida que o sistema tentava corrigir os erros.

Apesar da anomalia, o Ingenuity persistiu e foi possível mantê-lo no ar ao longo de todo o teste. O helicóptero aterrissou em segurança a cerca de 5 metros do local previsto no teste. Um dos aspetos que acabou por “salvar” a missão foi o próprio design do sistema de controle do helicóptero, que foi concebido para ter aquilo a que a NASA chama uma “margem de estabilidade”, permitindo lidar com determinados erros como aquele que se verificou.

 

 

*Por: ISTOÉ DINHEIRO

EUA - A atmosfera do novo exoplaneta encontrado a 90 anos-luz de distância pode conter algo bastante comum à Terra: nuvens cheias de água. Intitulado TOI-1231 b, o planeta localizado fora do Sistema Solar é um pouco maior do que a Terra, e orbita uma estrela avermelhada e pequena, menor e mais fraca do que o nosso sol, uma estrela anã-vermelha conhecida como NLTT 24399, completando uma volta ao redor dessa estrela a cada 24 dias terrestres – a descoberta será publicada em uma próxima edição da revista científica The Astronomical Journal.

Ao determinar o raio e a massa do exoplaneta, os pesquisadores puderam então calcular sua densidade e composição – e assim concluir que se trata de um planeta de baixa densidade, de composição gasosa e não rochosa como a Terra. Apesar de ser oito vezes mais próximo de sua estrela do que nós somos do sol, tudo indica que a temperatura do TOI-1231 b é similar à Terra, por conta do tamanho e da força menores da NLTT 24399 se comparada ao sol. “TOI-1231 b é bastante similar em tamanho e densidade a Netuno, então achamos que tem uma atmosfera grande e gasosa similar”, comentou a líder do estudo Jennifer Burt, ligada à NASA.

A baixa temperatura do planeta – com uma média de cerca de 60º C – sugere a forte hipótese do TOI-1231 b apresentar nuvens de água. “TOI-1231 b é um dos únicos planetas que conhecemos de tamanho e temperatura similares [à Terra], então futuras observações desse novo planeta irão nos permitir determinar quão comum ou raras são formações de nuvens de água ao redor desses mundos temperados”, afirmou Burt em comunicado. O planeta é, assim, similar ao exoplaneta K2-18 b, descoberto em 2015, que em observação detalhada recente apresentou fortes indícios de possuir água em sua atmosfera.

Tais conclusões foram alcançadas a partir de observações realizados pelo satélite TESS, da NASA, desenvolvido para justamente buscar e examinar exoplanetas – a fim de, entre muitos propósitos, quem sabe encontrar um planeta similar ao nosso: e se o TOI-1231 b é ainda bastante diferente, as semelhanças apontadas são um importante aspecto de tal busca. “Um dos mais intrigantes resultados da ciência de estudo de exoplanetas das últimas duas décadas é de que até aqui nenhum dos novos sistemas planetários que descobrimos se parece com o nosso Sistema Solar”, afirmou Burt. “O novo planeta descoberto ainda é estranho – mas é um passo mais próximo à semelhança com planetas vizinhos”.

 

 

*Por: Vitor Paiva / HYPENESS

 

EUA - A NASA já começou a retirar informações preciosas para conhecer Marte como nunca o havia conhecido. A sonda Perseverance pousou perto de um antigo delta de rio, mas que atualmente está seco. No entanto, são evidentes os sinais que existiu no planeta vermelho muita água, que formaram rios e oceanos. A dúvida que desafia os cientistas é saber para onde foi a água, o que lhe aconteceu. Das muitas teorias lançadas sobre o tema, até hoje nenhuma parece ter conseguido o consenso. No entanto, o Perseverance traz novas pistas.

Pesquisadores da Universidade de Chicago desenvolveram um modelo de Marte que revela o mistério por detrás do clima antigo do planeta vermelho.

O mais recente dos rovers da NASA a aterrar com sucesso em Marte encontrou uma localização vantajosa mesmo ao lado de um antigo delta de um rio. Este equipamento está agora no centro de um novo estudo para se perceber como desapareceu a água abundante de Marte.

Se existe muito gelo no “interior” do planeta, como foi que o solo esteve inundado de água em estado líquido e como desapareceu de novo. Assim, o estudo, publicado segunda-feira na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, liderado pelo cientista planetário Edwin Kite, discute a explicação para o clima misterioso de Marte.

Após uma longa viagem desde a Terra, o rover Perseverance da NASA tornou-se no último robô a aterrar com sucesso em Marte. Este conjunto avançado de tecnologia juntou-se a outras sondas e robôs, como a Sojourner, Opportunity, Spirit e Curiosity. O novo equipamento já deu aos cientistas uma visão de perto do que costumava ser um rio fluente no planeta vermelho.

No estudo os pesquisadores explicaram que se o solo fosse coberto por gelo, teria uma humidade superficial que traria nuvens de baixa altitude. No entanto, estas nuvens não iriam aquecer o planeta o suficiente para sustentar a água ou mesmo arrefecer a temperatura. Contudo, se o único gelo existisse em pequenas áreas, tais como nos polos do planeta ou em altitudes elevadas, o ar poderia ter sido suficientemente seco para acolher nuvens de grande altitude que teriam aquecido a superfície.

No modelo, estas nuvens comportam-se de uma forma muito pouco terrestre. Construir modelos sobre a intuição baseada na Terra não vai funcionar, porque isto não é nada semelhante ao ciclo da água da Terra, que move a água rapidamente entre a atmosfera e a superfície.

 

 

*Por: ISTOÉ DINHEIRO

FLÓRIDA — O helicóptero experimental Ingenuity, da Nasa (Agência Aeroespacial dos Estados Unidos), subiu da superfície de Marte para o ar rarefeito do planeta nesta segunda-feira, 19, realizando o primeiro voo motorizado em outro planeta.

O triunfo foi saudado como um momento dos Irmãos Wright. O mini helicóptero de 1,8 quilo, na verdade, carregava um pouco do tecido da asa do Wright Flyer 1903, que fez história semelhante em Kitty Hawk, Carolina do Norte.

"Dados do altímetro confirmam que o Ingenuity realizou seu primeiro voo, o primeiro voo de uma aeronave motorizada em outro planeta", disse o piloto-chefe do helicóptero na Terra, Havard Grip, com a voz embargada enquanto seus companheiros explodiam em gritos de alegria.

Os controladores de voo da Califórnia confirmaram o breve salto do Ingenuity depois de receber dados através do rover (um veículo espacial) Perseverance, que ficou vigiando a mais de 65 metros de distância. O Ingenuity chegou em Marte acoplado no Perseverance.

A demonstração do helicóptero de US$ 85 milhões (R$ 475 milhões) foi considerada de alto risco, mas trouxe uma alta recompensa.

A gerente de projeto MiMi Aung e sua equipe tiveram que esperar mais de três horas excruciantes antes de saber se o voo pré-programado teve sucesso a 287 milhões de quilômetros de distância. Para aumentar a ansiedade, um erro de software impediu o helicóptero de decolar uma semana antes e fez com que os engenheiros lutassem para encontrar uma solução.

Aplausos, gritos e risos explodiram no centro de operações quando o sucesso foi finalmente declarado e quando a primeira foto em preto e branco do Ingenuity apareceu nas telas, mostrando sua sombra enquanto pairava sobre a superfície de Marte. Em seguida, vieram as impressionantes imagens coloridas do helicóptero descendo de volta à superfície, tiradas pelo Perseverance, "o melhor hospedeiro que o pequeno Ingenuity poderia esperar", disse Aung, agradecendo a todos.

A NASA estava planejando um voo de 40 segundos e, embora os detalhes fossem inicialmente escassos, a nave atingiu todos os seus alvos: girar, decolar, pairar, descer e pousar.

Para realizar tudo isso, as pás gêmeas do rotor em contra-rotação do helicóptero precisavam girar a 2.500 rotações por minuto - cinco vezes mais rápido do que na Terra. Com uma atmosfera de apenas 1% da espessura da Terra, os engenheiros tiveram que construir um helicóptero leve o suficiente - com as lâminas girando rápido o suficiente - para gerar essa elevação de outro mundo. Ao mesmo tempo, tinha que ser forte o suficiente para resistir ao vento marciano e ao frio extremo.

Depois de mais de seis anos de construção, o Ingenuity é um barebones de 0,5 metros de altura, um helicóptero esguio de quatro patas. Sua fuselagem, contendo todas as baterias, aquecedores e sensores, é do tamanho de uma caixa de lenços de papel. Os rotores de fibra de carbono e preenchidos com espuma são as peças maiores: cada par se estende por 1,2 metro ponta a ponta.

O helicóptero é coberto por um painel solar para recarregar as baterias, crucial para sua sobrevivência durante as noites marcianas de 90ºC negativos.

A NASA escolheu uma área plana e relativamente livre de rochas para o campo de aviação do Ingenuity, medindo 10 metros por 10 metros. Descobriu-se que ficava a menos de 30 metros do local de pouso original na cratera de Jezero. O helicóptero foi liberado do rover para o campo de aviação no dia 3 de abril.

Comandos de voo foram enviados no domingo, depois que os controladores enviaram uma correção de software para a rotação da pá do rotor.

O pequeno helicóptero com um trabalho gigante atraiu a atenção de todo o mundo, desde o momento em que foi lançado com o Perseverance em julho passado até agora.

Até mesmo Arnold Schwarzenegger se juntou à diversão, torcendo pela Ingenuity no fim de semana via Twitter. "Vá para o helicóptero!", gritou, reencenando uma linha de seu filme de ficção científica de 1987 "Predator".

Estão planejados até cinco voos de helicóptero, cada um mais ambicioso que o outro. Se for bem-sucedida, a demonstração poderá abrir caminho para uma frota de drones marcianos nas próximas décadas, fornecendo vistas aéreas, transportando pacotes e servindo como batedores para astronautas. Helicópteros de alta altitude aqui na Terra também podem se beneficiar — imagine os helicópteros navegando facilmente no Himalaia.

A equipe do Ingenuity tem até o início de maio para concluir os voos de teste. Isso porque o rover precisa continuar com sua missão principal: coletar amostras de rochas que possam conter evidências de vida marciana passada, para retornar à Terra daqui a uma década.

Até então, o Perseverance zelará pelo Ingenuity. Os engenheiros de voo os chamam carinhosamente de Percy e Ginny. "A irmã mais velha está assistindo", disse Elsa Jensen da Malin Space Science Systems, a principal operadora de câmera dos robôs./AP

 

 

*Por: ESTADÃO

EUA - O espaço em volta da Terra está cada vez mais povoado. São cada vez mais satélites enviados para a órbita terrestre, quer pelas agências espaciais dos vários países, quer pelas companhias privadas com essa capacidade tecnológica. A SpaceX, de Elon Musk, é neste momento a principal protagonista dessa ocupação, com a constelação Starlink.

Projetada para fornecer internet a partir do espaço, a Starlink tinha, no início (2017/18), o objetivo de colocar em órbita terrestre cerca de 10 mil minissatélites que, implementados num sistema em rede, poderiam fornecer o sinal de internet para qualquer parte do globo. A construção e colocação em órbita tornou-se tão simples e eficaz, que esse número rapidamente foi ampliado, podendo a ambição deste projeto atingir uma rede de 30 mil satélites.

A ideia é bem-vinda, mas torna-se um problema quando esses satélites podem formar uma barreira “invisível” a todos os outros engenhos em órbita. Além da SpaceX, que pretende instalar a constelação de 15 mil a 30 mil minissatélites, também a Amazon anunciou recentemente planos para lançar uma constelação de mais de 3 mil satélites com o mesmo objetivo da SpaceX: fornecer conexão à internet em estratégia concorrencial. Mas não só. Estão em marcha novas constelações de satélites de internet russa e de orientação GPS europeu (Galileo).

O anúncio desse acordo foi divulgado na última quinta-feira (18) em comunicado da Nasa, a agência espacial norte-americana, revelando que o objetivo é “formalizar o forte interesse de ambas as partes no compartilhamento de informações para manter e melhorar a segurança espacial”.

“Com as empresas comerciais a lançar mais e mais satélites, é fundamental que aumentemos as comunicações, troquemos dados e estabeleçamos as melhores práticas para garantir um ambiente espacial seguro”, diz Steve Jurczyk, administrador interino da Nasa, citado no comunicado.

Pelo acordo, e para que não haja uma eventual dúvida, ficou estabelecido que a SpaceX usará o recurso de prevenção de colisão autônoma de seus satélites Starlink para os mover, no caso de qualquer aproximação com um engenho da Nasa, com clara colaboração das empresas visadas. O acordo não é novidade para a agência, pois outros semelhantes têm sido estabelecidos com várias entidades.

 

Constelação Starlink

Desde fevereiro de 2018, data em que foram lançados os primeiros dois minissatélites de teste (Tintin A e B), a constelação Starlink já cresceu muito além das expectativas iniciais do projeto. Atualmente, essa rede da SpaceX já soma 1.200 minissatélites em órbita, sendo que 310 foram lançados só este ano.

Se for considerado que, com a aprovação da Federal Communications Commission, agência reguladora de telecomunicações nos Estados Unidos, a SpaceX tem carta branca para instalar cerca de 12 mil satélites em diversas altitudes e inclinações, rapidamente o espaço vai ficar “recheado” de objetos artificiais. À falta de uma coordenação eficaz, esse quadro pode se tornar verdadeira bomba-relógio, caso exista uma colisão no espaço

Além disso, a Estação Espacial Internacional e o lixo espacial que envolve as várias camadas da órbita terrestre se deslocam a velocidades elevadíssimas, podendo atingir em média os 21 mil quilômetros por hora. Uma colisão entre objetos a essa velocidade poderia comprometer as vias de comunicação entre os diversos pontos da Terra, além das estações de vigilância e controle científico, meteorológico e de navegação.

 

Internet para todos

Na página do grupo SpaceX, podemos ler que o fornecimento e serviço de internet Starlink já funciona numa versão “beta inicial”, em nível internacional, e pretende continuar a expansão até a cobertura global ainda este ano.

Durante esta versão beta, usuários já contam com velocidade de dados a variar entre os 50 megabytes por segundo (MB/s) e 150 MB/s e a latência de 20 milissegundos(ms) a 40 ms na maioria dos locais. Há também alertas para breves períodos sem conectividade.

“À medida que lançamos mais satélites, instalamos mais estações terrestres e melhoramos nosso software de rede, a velocidade de dados, a latência e o tempo de atividade melhorarão drasticamente”, diz a SpaceX.

Com esses valores, a internet por fibra, fornecida pelas operadoras terrestres, tem clara vantagem. Mas a questão aqui é fazer chegar logo a internet a qualquer parte da superfície do planeta, sem precisar de grandes instalações.

Se a SpaceX conseguir concretizar esse projeto - e com provas do seu funcionamento com 1,2 mil minissatélites, com 10 mil já autorizados (com eventual ampliação para 30 mil) - o fornecimento do sinal internet global pelo espaço será uma realidade em curto prazo.

 

Perigos de colisão

Muitas vezes olhamos para cima e não nos damos conta do que paira sobre as nossas cabeças. Sabemos que existem satélites artificiais e são eles que nos fornecem muitos dos serviços que utilizamos. Mas será que nos apercebemos dos riscos, caso ocupemos demais o céu?

Podemos sempre pensar que o céu “é tão grande e os satélites tão pequenos”. Contudo, se se considerar que desde a década de 60, ano em que foi lançado o primeiro satélite artificial (Sputnik I), já foram enviados para a órbita terrestre milhares de satélites, fora o lixo que está por lá, essa visão pode mudar.

Segundo a Union of Concerned Scientists, que mantém uma lista de dados de satélites ativos em órbita, até 1º de abril de 2020 havia um total de 2.666 satélites no espaço, dos quais 1.918 estavam em órbita baixa da Terra.

Esses números, do ano passado, foram acrescidos de muitos mais lançamentos, entre eles as dezenas de satélites da SpaceX.

A empresa de pesquisa Euroconsult prevê que a década de 2020 seja dos pequenos satélites, com uma média de mil lançamentos por ano. Para colocar essa visão em perspectiva, em 2019 foram lançados 385 minissatélites. Só a SpaceX, entre 2020 e a data atual, já lançou mais de 750 minissatélites.

Os 3,5 mil satélites estimados em órbita atualmente são apenas os considerados ativos, pois há mais do que o dobro desse número perdidos, desativados e incomunicáveis.

Além disso, há outro mundo de engenhos espaciais: a Estação Espacial Internacional, o Telescópio Espacial Hubble, estágios de foguetes, ou mesmo porcas, parafusos e ferramentas deixados ou perdidos pelos astronautas, sem mencionar os milhões de objetos menores e mais difíceis de rastrear, como manchas de tinta e pedaços de plástico.

Estima-se que o número total de objetos na órbita da Terra fique próximo dos 29 mil para tamanhos maiores do que dez centímetros, 670 mil para tamanhos maiores do que um centímetro e mais de 170 milhões para tamanhos maiores que um milímetro.

 

 

*Por Nuno Patrício - Repórter da RTP

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