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ARMÊNIA - Milhares de homens, mulheres e crianças deixaram o disputado enclave de Nagorno-Karabakh nesta terça-feira (26) sob a supervisão de soldados do Azerbaijão.

Do lado azerbaijano da ponte Hakari, no posto fronteiriço instalado em abril por Baku e que bloqueia o acesso ao corredor de Lachin – única rota que liga a Armênia ao enclave –, a fila de carros não para de aumentar.

Após a ofensiva militar relâmpago de Baku contra as tropas de Nagorno-Karabakh, o Azerbaijão reabriu no domingo este posto estratégico no qual moradores da região disputada fogem com o que restou de sua antiga vida.

Alguns veículos, velhos carros Lada soviéticos ou reboques, devem passar por detectores. Mas para a maioria a parada dura apenas alguns segundos.

A fiscalização dos soldados azerbaijanos, ora furtiva, ora mais rígida, pede para verificar cofres e para que os homens desçam de seus veículos e olhem para as câmeras de vigilância.

"Olhem para cima!", ordenam. Com isto, as autoridades de Baku procuram identificar possíveis autores de "crimes de guerra" que tentam fugir deste enclave, disse à AFP uma fonte do governo do Azerbaijão.

"Nos expulsaram", disse um homem ao atravessar a ponte em direção à Armênia.

 

 - 80 quilômetros em 24 horas –

Após cruzarem a fronteira, poucos refugiados aceitam dar entrevistas. Alguns dizem que foram obrigados a deixar suas casas e que desejam voltar ao enclave, habitado por uma população majoritariamente armênia.

"Os armênios nos pediram para sair. Vou para Ierevan, tenho filhos lá. Mas quero voltar aqui com eles", diz o armênio Hrant Haroutounian, de 83 anos.

Outros afirmam que os soldados de Nagorno-Karabakh pediram para que deixassem a região enquanto as tropas de Baku avançavam.

A cinco quilômetros de distância, em Kornidzor, está o primeiro posto de controle armênio.

Muitos dos deslocados relataram que levaram um dia inteiro para percorrer os 80 quilômetros que separam a "capital" do enclave, Stepanakert, da fronteira. Uma viagem que tiveram que fazer sem comida e, em alguns casos, sem água.

"Saí de casa para continuar viva. Que o mundo saiba que agora somos cães sem lar", disse uma mulher.

Um pouco mais longe, em Kornidzor, Sveta Moussayelian descansa na casa de uma amiga que conheceu em 2020, durante a guerra anterior entre Ierevan e Baku. É o seu segundo exílio forçado em 50 anos de vida.

"Não sou velha, mas já vivi tantas coisas!", suspira a mulher.

Perto do posto de controle da polícia armênia, centenas de pessoas estacionam seus carros de forma desordenada para esperar por familiares.

"Estou esperando pela família da minha irmã. Eles partiram ontem", diz Artak Soghomonian, completando que não foi possível se comunicar com eles.

Seu irmão também quer deixar Stepanakert, explica o homem de 36 anos, mas ele ainda não encontrou gasolina disponível para abastecer seu carro e poder sair.

A busca por estes combustíveis preocupa, visto que na noite de segunda-feira (25), a explosão em um depósito de combustível invadido na "capital" deixou 20 mortos e 200 feridos.

Embora muitos dos refugiados sigam em direção a Goris, uma pacata cidade armênia de 20 mil habitantes - localizada perto da fronteira com o Azerbaijão -, outros esperam poder retornar a Nagorno-Karabakh.

 

 

AFP

ARMÉNIA - O governo da Arménia aprovou um projeto de lei que prevê penas de prisão até 15 anos para os responsáveis por "ações de abandono da soberania", no meio de tensões acrescidas com o Azerbaijão.

O Ministério da Justiça preparou um projeto de lei que também prevê multas e penas de prisão até três anos para os responsáveis pelos "apelos ao abandono da soberania", segundo a agência noticiosa arménia Armenpress.

O chefe do ministério da justiça da Arménia, Grigor Minasyan, salientou que "a soberania é a principal característica de um Estado como entidade", antes de acrescentar que o projeto de lei visa proteger a soberania do país. A medida foi enviada ao parlamento para possível aprovação.

O atual Código Penal da Arménia prevê sanções para os responsáveis por "derrubar a ordem constitucional" ou fazer "apelos à violência", embora não criminalize estes chamados atos ou apelos ao "abandono da soberania", sem mais pormenores disponíveis nesta fase.

Minassian confirmou também que o governo arménio iniciou o processo de ratificação do Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional (TPI), assinado por Yerevan em Outubro de 1999, embora até agora ainda não tenha sido ratificado.

"A julgar pelo comportamento beligerante e pelas declarações do Azerbaijão, o risco de uma nova agressão militar azeri contra a Arménia é elevado", disse, antes de sublinhar que é importante ratificar o Estatuto de Roma para abrir a porta a processos do TPI sobre "crimes de guerra" de Baku.

O primeiro-ministro arménio Nikol Pashinian disse que há "indicações" de que o Azerbaijão está "a preparar uma nova provocação militar, inclusive em Nagorno-Karabakh". "Isto levanta questões que requerem respostas urgentes sobre as atividades do contingente russo de manutenção da paz em Nagorno-Karabakh", sublinhou ele.

"Trabalharemos em estreita colaboração com a Rússia e outros parceiros internacionais para os obrigar a explicar estas questões e não permitir uma maior escalada a fim de alcançar um acordo global. Devo reiterar a determinação e disponibilidade da Arménia para assinar um acordo de paz com o Azerbaijão para completar a delimitação das fronteiras e abrir as ligações regionais", reiterou ele.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Arménia e o Azerbaijão devem dar a sua permissão para que as forças de manutenção da paz russas destacadas em Nagorno-Karabakh tenham um mandato da ONU.

"As forças internacionais de manutenção da paz podem ser envolvidas se ambas as partes em conflito estiverem de acordo", disse ele. "A Arménia é um dos nossos aliados mais próximos. O Azerbaijão é também um parceiro valioso", disse ele.

Desta forma, Peskov salientou que "a Rússia mantém os seus esforços de mediação, cumprindo, antes de mais, todos os acordos que foram alcançados trilateralmente", tal como relatado pela agência noticiosa russa Interfax.

As tensões voltaram a aumentar nas últimas semanas após as autoridades azeri terem bloqueado o corredor de Lachin - que liga a Arménia à autoproclamada república de Nagorno-Karabakh - e suspendido o fornecimento de gás, segundo a Arménia.

Nos últimos anos, a Arménia e o Azerbaijão têm estado à beira do controlo do Nagorno-Karabakh, um território com uma população maioritariamente arménia que tem estado no centro do conflito desde que decidiu separar-se da região do Azerbaijão, integrada na União Soviética, em 1988.

 

 

 

Fonte: (EUROPA PRESS)

Pedro Santos / NEWS 360

ARMÊNIA - A Armênia anunciou na última quinta-feira (30) que suspenderá seu embargo aos produtos turcos, em vigor há um ano, a partir de hoje 1º de janeiro, enquanto os dois governos tentam normalizar suas relações historicamente tensas.

O relacionamento entre os dois países está estremecido pelo fato da Turquia não reconhecer o genocídio dos armênios sob o Império Otomano, e devido ao apoio turco ao Azerbaijão durante a guerra contra a Armênia no ano passado.

Mas, após anos de tensões, os dois países, cuja fronteira comum está fechada há quase três décadas, vêm apresentando gestos de apaziguamento nas últimas semanas, sendo o último deles o anúncio da suspensão do embargo.

"Foi decidido não estender o embargo à importação de produtos turcos para o nosso país", declarou o Ministério da Economia da Armênia em um comunicado.

"Esperamos que, em virtude do princípio da reciprocidade, sejam criadas condições favoráveis para permitir a exportação de produtos armênios" para a Turquia, acrescentou.

Antes do anúncio desta medida, os dois países nomearam, em meados de dezembro, emissários para normalizar as relações e as companhias aéreas armênia e turca apresentaram pedidos de voos charter entre os seus territórios.

O ministro das Relações Exteriores turco, Mevlüt Cavusoglu, disse na quinta-feira que os dois enviados provavelmente se reunirão em janeiro em Moscou, território neutro, já que a Rússia mantém boas relações com a Turquia e a Armênia.

"Essa primeira reunião será importante", frisou Cavusoglu em uma entrevista televisionada, considerando os esforços da Armênia para melhorar suas relações com seu país como prova de suas "boas intenções".

No entanto, ele minimizou a importância de acabar com o embargo armênio, uma vez que "não foi aplicado de qualquer maneira".

 

- "Atmosfera propícia" -

Para Hakob Badalyan, um cientista político armênio, o anúncio de Erevan é acima de tudo um gesto simbólico de boa vontade antes do encontro entre os dois emissários.

"A Armênia quer criar uma atmosfera propícia ao diálogo", afirmou à AFP.

O embargo entrou em vigor em 1º de janeiro de 2021, depois que a Turquia apoiou o Azerbaijão em uma guerra contra a Armênia em Nagorno Karabakh no outono de 2020.

O conflito, que deixou mais de 6.500 mortos, resultou na derrota da Armênia, que teve de ceder a Baku várias regiões ao redor de Nagorno Karabakh, território povoado principalmente por armênios e que declarou sua secessão do Azerbaijão após a queda da União Soviética, há trinta anos.

Armênia e Turquia já haviam assinado, em 2009, um acordo para normalizar suas relações. O texto levaria à abertura de sua fronteira comum, mas Erevan nunca o ratificou e abandonou o processo em 2018.

O principal obstáculo em suas relações é a recusa de Ancara em reconhecer os massacres de armênios perpetrados pelo Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial como genocídio.

Muitos historiadores descrevem esses massacres como genocídio, um conceito compartilhado por governos ou parlamentos de vários países, como Estados Unidos, França e Alemanha. Estima-se que entre 600.000 e 1,5 milhão de armênios foram mortos naquela época.

Mas a Turquia, país que nasceu do desmantelamento do Império Otomano em 1920, rejeita esse termo e diz que houve uma guerra civil na região que, agravada pela fome, causou a morte de 300.000 a 500.000 armênios e outros tantos turcos.

 

 

AFP

MUNDO - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, anunciou neste sábado (10) que a Armênia e o Azerbaijão firmaram 1 acordo de cessar-fogo na região separatista de Nagorno-Karabakh. O acordo é fruto de uma longa negociação entre os 2 países em Moscou, com mediação da Rússia.

Depois de uma reunião que durou mais de 10 horas, Lavrov fez 1 breve comunicado, dizendo que “1 cessar-fogo foi anunciado a partir das 12h [6h em Brasília] de 10 de outubro de 2020, com fins humanitários”. O ministro russo disse também que o acordo “permitirá a troca de prisioneiros de guerra, de outras pessoas e os corpos dos mortos seguindo os critérios do Comitê da Cruz Vermelha Internacional (CICR)”.

Lavron afirmou que Azerbaijão e Armênia concordaram em iniciar “negociações substanciais com o objetivo de alcançar 1 acordo pacífico o mais rápido possível”. As conversas serão mediadas pelo grupo de Minsk da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.

A região do Nagorno-Karabakh pertence ao Azerbaijão, mas a maioria da população é de etnia armênia. Os embates entre separatistas da região e as forças do Azerbaijão ganharam força no fim de setembro.

O balanço oficial de vítimas, divulgado nessa 6ª feira (9.out), mostra que 400 pessoas já morreram, incluindo 22 civis da Armênia e 31 do Azerbaijão. Os números, no entanto, pode ser muito maior, uma vez que ambos os lados dizem ter eliminado milhares de soldados do lado oposto.

 

O CONFLITO

O conflito na região remonta aos tempos da União Soviética. No fim dos anos 1980, Nagorno-Karabakh solicitou a incorporação à Armênia, desencadeando 1 conflito que resultou na morte de quase 30.000 pessoas.

O embate durou até 1994, quando as forças armênias ocuparam parte da região, criando uma “faixa de segurança”. O Azerbaijão diz que a solução para o conflito passa obrigatoriamente pela libertação dos territórios ocupados.

A Armênia tem sustentado o direito à autodeterminação de Nagorno-Karabakh e quer que representantes do território participem das negociações de resolução do conflito.

 

 

*Por: Marina Ferraz / PODER360

MUNDO - O confronto entre a Armênia e o Azerbaijão aumentou intensamente nessa última segunda-feira (28) dentro e ao redor do território montanhoso de Nagorno-Karabakh. Pelo menos 30 pessoas morreram no segundo dia de embates violentos.

Forças dos dois vizinhos ex-soviéticos se atacaram com foguetes e artilharia, na maior conflagração do conflito de décadas em mais de um quarto de século.

Se ele degenerasse em uma guerra, atrairia as grandes potências regionais Rússia e Turquia. Moscou tem uma aliança de defesa com a Armênia, enquanto Ancara apoia os turcomanos étnicos do Azerbaijão, aos quais os turcos são ligados.

"Não vimos nada assim desde o cessar-fogo da guerra nos anos 90. O combate está acontecendo em todas as seções da linha de frente", disse Olesya Vartanyan, analista sênior do Crisis Group para a região do sul do Cáucaso. Ela afirmou que o uso crescente de foguetes e artilharia cria risco maior de baixas civis, o que pode tornar a escalada mais difícil de ser contida por meios diplomáticos.

"Se houver baixas em massa, será extremamente difícil conter esse combate, e certamente veremos uma guerra propriamente dita que terá uma intervenção em potencial da Turquia ou da Rússia, ou de ambas", opinou Vartanyan.

A Armênia, de maioria cristã, e o Azerbaijão, majoritariamente muçulmano, se enfrentaram pela primeira vez nos anos 80 por causa de Nagorno-Karabakh, região separatista localizada no Azerbaijão, mas povoada e administrada principalmente por armênios étnicos.

A luta fez renascer temores a respeito da segurança do sul do Cáucaso, um corredor de dutos de petróleo e de gás para mercados de todo o mundo.

Angela Frangyan, cineasta que mora em Stepanakert, capital de Nagorno-Karabakh, disse que os moradores se recolheram a abrigos antibomba e que se ouve um bombardeio constante. Todas as lojas foram fechadas e não há quase ninguém nas ruas, contou.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, exigiu que a Armênia se retire imediatamente de terras azeris, que acusou o país de estar ocupando, e disse que é hora de encerrar a crise em Nagorno-Karabakh.

O Parlamento armênio repudiou o que classificou como um "ataque militar de escala total" do Azerbaijão em Nagorno-Karabakh, afirmando que a investida está recebendo ajuda da Turquia e que o envolvimento de Ancara cria o perigo de desestabilizar a região. O Azerbaijão negou que a Turquia esteja participando do combate.

Na área diplomática, a China exortou os dois lados a mostrarem comedimento, a Rússia pediu um cessar-fogo imediato e a Turquia disse que vai amparar o Azerbaijão.

 

 

*Por Nvard Hovhannisyan e Nailia Bagirova* - Repórteres da Reuters

*Reportagem adicional de Mark Trevelyan e Tom Balmforth

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