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RIO DE JANEIRO/RJ - Os temporais no Rio de Janeiro causaram 12 mortes e deixaram mais de 9 mil desalojados, 300 pessoas desabrigadas, ruas alagadas e casas destruídas. A tragédia trouxe ao centro do debate o conceito de racismo ambiental após as manifestações de ministros do governo diante da crise vivida pela população no estado.

“Quando dizem que favelas e periferias são quinze vezes mais atingidas que outros bairros, não é natural que em alguns municípios, bairros, periferias e favelas sofram com consequências mais graves da chuva do que outros”, afirmou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, em declaração publicada em seu perfil em uma rede social.

“Isso acontece porque uma parte da cidade, do estado, não tem a mesma condição de moradia, de saneamento, de estrutura urbana do que a outra. Também não é natural que esses lugares tenham ali a maioria da sua população negra. Isso faz parte do que a gente chama e define de racismo ambiental e os seus efeitos nas grandes cidades”, completou a ministra.

Belford Roxo (RJ) 16/01/2024 – Estragos e prejuízos aos moradores causados pelas chuvas em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, que teve diversos pontos de alagamentos com a enchente do rio Botas. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Estragos e prejuízos aos moradores causados pelas chuvas em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, que teve diversos pontos de alagamentos com a enchente do rio Botas. Foto - Fernando Frazão/Agência Brasil

O que é racismo ambiental

O termo, existente desde a década de 1980, é usado para se ilustrar como a degradação e catástrofes ambientais – enchentes, secas, contaminação – impactam de forma mais severa as populações das periferias.

Com o desastre na capital fluminense e região metropolitana, especialistas e autoridades têm utilizado essa expressão para explicar o impacto desigual das fortes chuvas sobre a população.

“O conceito de racismo ambiental há décadas é objeto de estudos científicos. Ele visa a explicar a forma com que as catástrofes ambientais e a mudança climática afetam de forma mais severa grupos sociais política e economicamente discriminados que, por esse motivo, são forçados a viver em condições de risco” disse o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, também em postagem nas redes sociais.

“Não significa dizer que apenas pessoas destes grupos são afetadas pelos eventos climáticos, mas que as pessoas a que a estes grupos pertencem são mais afetadas, por razões sociais, pelos eventos ambientais”, acrescentou.

Como o racismo ambiental se manifesta

Estudiosos e ativistas apontam que o racismo ambiental está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, mesmo que elas não percebam.

A falta de saneamento básico, coleta de lixo, rede de esgoto, acesso à água potável e instalação de aterros sanitários em comunidades de baixa renda, locais habitados em grande parte por negros e pardos, são algumas das manifestações de racismo ambiental.

Co-diretor-executivo do Observatório da Branquitude, o sociólogo e antropólogo Thales Vieira explica que outra evidência do racismo ambiental é a exclusão da parcela pobre das políticas públicas.

“Por isso que a gente fala que o racismo ambiental é produto de uma intenção efetiva de não produção de políticas para essas populações, de não participação dessas populações nas decisões que são tratadas de políticas que efetivamente são feitas ou não são feitas. Essa também é uma forma de fazer política, a omissão é uma forma também de fazer política.”, disse Vieira. Para ele, deixar de produzir políticas públicas em benefício de parte da população é, na prática, “deixá-la para morrer”.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, cobrou uma modernização na forma de entender e atender a população mais carente de atenção dos gestores. “A política pública precisa integrar novas linguagens, que sejam capazes de objetivamente dar nome às demandas, e o racismo ambiental é uma das realidades que precisam ser enfrentadas. Eventos climáticos extremos atingem toda a população, mas é um fato que pessoas pretas, mulheres, crianças, jovens e idosos são duramente mais afetados”.

 

 

Por Carolina Pimentel - Repórter da Agência Brasil

Negação do racismo e estatísticas no Brasil exigem debate constante

 

SÃO CARLOS/SP - Racismo. Um prática inaceitável que ainda é tão presente no dia a dia dos brasileiros. Como isso é possível? Com o objetivo de refletir sobre questões como essa e contribuir para o combate a todas as formas de discriminação, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) lançou a campanha "Discriminação não cabe na UFSCar. Aprenda, ensine: violência é crime", no último dia 6 de outubro, quando recebeu o Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, que proferiu a Aula Magna "Vida universitária como oportunidade de encontro e formação da diversidade, contra a violência e pela equidade".
Racismo é um processo articulado de exclusão e segregação de um determinado grupo, comunidade ou pessoa com base em seu fenótipo racial e/ou sua origem cultural, conforme explica Simone de Oliveira Mestre, professora do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP) da UFSCar: "O racismo é uma problemática complexa e pode ser identificado e classificado de diversas formas - como recreativo, institucional, individual, estrutural, cultural, religioso, entre outros".
Para ela, um dos principais desafios enfrentados no Brasil é a negação do racismo, que tem como base o mito da democracia racial, e o desconhecimento do papel da cultura afro-brasileira para a formação da sociedade. Segundo a docente, "o mito da democracia racial ainda alimenta no imaginário social uma crença equivocada de que vivemos em um País sem exclusão racial, ao passo que impulsionou um processo de negação e o apagamento da cultura negra em nossa história".
Os números apresentados pela professora escancaram como o racismo está presente na sociedade e em nosso cotidiano. Segundo dados da pesquisa Desigualdades Sociais por Cor e Raça do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019, as pessoas pretas e pardas representam 75,2% da camada mais pobre do País; 64,2% estão na fila do desemprego; e somente 29,9% estão ocupando cargos de destaques no campo profissional. "Esses números refletem a exclusão social de pessoas negras como um dos desdobramentos dos efeitos históricos do passado escravista brasileiro, que além das inúmeras violências, negou para essa população acesso a direitos básicos e possibilidades de desenvolvimento", analisa Simone Mestre.
Para Sarah Lís, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da UFSCar e servidora técnico-administrativa, a forma como a temática racial é tratada é inaceitável. "O passado racial do nosso País não foi tranquilo e estamos vendo as consequências ao longo do tempo até os dias de hoje, em que a violência e o racismo acontecem pelo viés psicológico, físico e emocional", explica.
Lís cita exemplos que mostram como essa violência está incrustada no dia a dia de todos os indivíduos, através de "notícias da mídia ou em espaços próximos de nós". Um exemplo é a "descrição absurda que orienta as ações do trabalho da polícia, em que para 'pessoa suspeita' é descrita a pessoa negra". Além disso, "as abordagens em estradas e vias públicas são registradas como mais agressivas - podendo chegar à morte", quando dirigidas a pessoas negras. Outro exemplo são os procedimentos de vigilância e segurança em estabelecimentos como lojas, supermercados, entre outros, que também "são focados mais para as pessoas negras e têm como orientação a agressão". Para a coordenadora do Neab/UFSCar, essas ações são "nitidamente permeadas pela classificação racial, em que as pessoas se julgam superiores ao sujeito negro a ponto de se acharem no direito de agredir, violar ou tirar a vida dessa outra pessoa".

Debate
Seja pela complexidade da questão, seja pelas inúmeras ocorrências diárias, o debate sobre o racismo é contínuo e necessário. "É chocante pensar como a base do pensamento racista foi construída no imaginário das pessoas, sendo tão enraizada a ponto de fazer com que as práticas racistas sejam realizadas e perpetuadas de forma tão comum", declara Lís. "E quando trazemos o debate oposto, antirracista, com uma educação e pensamento de consciência racial, as pessoas têm dificuldade de compreender; e, quando compreendem, sentem dificuldade de colocar em prática. Considero a desconstrução dessa estrutura do racismo muito complexa", completa.
A complexidade do racismo faz com que a própria comunidade negra pense e estude a melhor forma de lidar com o problema. Um exemplo são as designações - afrodescendente, afro-brasileiro, preto, negro, entre outros. "O ato de nomear não é apenas inserir um nome, mas, sim, atribuir um sentido para si e no mundo. Então, de forma muito resumida, se fizermos um brevíssimo histórico dos termos usados para se referir à população negra no Brasil, iremos perceber que foi se transformando: caboclo, cafuso, mulato, moreno, pardo, preto, negro, afrodescendente, afro-brasileiro", elenca Lís.
Ela explica que o "termo afrodescendente surge no período de escravidão. No período colonial, o contato e a miscigenação dos povos africanos e brasileiros deu origem a essa nomenclatura, mas de forma a caracterizar os filhos e filhas de africanos presentes no Brasil. Já o termo afro-brasileiro vem sendo discutido como um termo que traz não apenas a memória dos negros escravizados da forma como ocorreu no Brasil, mas também no processo de se ver e ser visto como sujeito negro durante a história no País", diferencia a coordenadora do Neab/UFSCar.
Segundo ela, ainda vemos o surgimento ou a supressão de termos, mas esse movimento mostra que a população vem discutindo como se autodenominar: "Hoje a população negra está na continuidade desse debate, em que vemos em circulação termos como 'afro-brasileiro', 'negro' e 'preto', cada vez mais caminhamos por escolhas de termos que nos reafirmem enquanto sujeitos no mundo", detalha Lís.
Apesar de a população estar em constante construção sobre essas relações, Lís avalia que o efeito do racismo ainda é muito profundo. "É preciso que a população de forma geral esteja inserida no debate das questões raciais, não de forma superficial, mas comprometida com essas discussões. Assim conseguiremos ter condições, de forma conjunta, de ir cada vez mais combatendo essa estrutura racista para caminhar ao objetivo que queremos: uma sociedade mais justa com sujeitos que sabem quem são, sua história e onde querem chegar de forma digna e plena", completa Sarah Lís.
Lembrando a célebre frase da filósofa estadunidense Angela Davis, numa sociedade racista, "não basta não ser racista. É preciso ser antirracista".

Serviço
Racismo é crime. Em caso de emergência, acione a Polícia Militar pelo Disque 190. Se o crime já aconteceu, procure uma autoridade policial para registrar a ocorrência. Para mais orientações sobre o assunto, acesse a cartilha "Discriminação étnico-racial", do Ministério da Justiça e Cidadania, em https://bit.ly/cartilha-discriminação-etnico-racial.

Sobre a campanha "Discriminação não cabe na UFSCar"A campanha "Discriminação não cabe na UFSCar. Aprenda, ensine: Violência é crime" é uma estratégia para realizar um movimento educativo com a comunidade, a fim de que todas as pessoas possam perceber o quanto são violentas em suas atitudes cotidianas, mudando seu comportamento. Ela também tem o papel de mostrar que qualquer ato de violência é passível de investigação e punição perante a lei. 
"Somos uma comunidade humana e plural. Combater todos os tipos de violência é importante para garantir o convívio pacífico e, mais que isso, permitir com que as diferentes visões de mundo se encontrem e permitam, com isso, a construção de um conhecimento plural, diverso, elaborado a partir de diferentes pontos de vista, experiências e culturas. Não é possível viver em uma sociedade de paz sem combater todos os tipos de violência", afirma o Secretário Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (SAADE), Vinícius Nascimento.
No escopo da campanha, "queremos vestir os campi com cartazes, flyers, adesivos e promover diferentes tipos de ações educativas como rodas de conversa, diálogos e atividades culturais, tudo com o propósito de mitigar a violência, construir uma cultura da paz e promover a diversidade", destaca ele.
"Cada pessoa da comunidade UFSCar precisa se enxergar como um instrumento dessa transformação. A mudança exige o trabalho diário, a partir do diálogo franco e do forte engajamento de todas e todos", conclui Ana Beatriz de Oliveira, Reitora da Universidade.

SÃO PAULO/SP - A Câmara Municipal de São Paulo cassou ontem (19) o mandato do vereador Camilo Cristófaro (Avante) por quebra de decoro parlamentar, após ele ter feito uma fala racista durante uma sessão de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), em maio do ano passado. Segundo a Câmara de Vereadores de São Paulo, esta foi a primeira vez na história que um vereador perdeu o mandato por racismo.

A perda de mandato de Cristófaro foi aprovada por 47 dos 55 vereadores. Houve cinco abstenções, uma ausência e nenhum voto contrário. O quórum necessário para a cassação era de 37 votos (dois terços dos parlamentares). Cristófaro e a vereadora Luana Alves (PSOL) não puderam votar por serem partes do processo. A sessão que julgou o vereador durou cerca de três horas.

“Cassar o mandato de um parlamentar é uma decisão difícil, não é algo que os demais vereadores fazem com prazer. No entanto, é uma decisão que atesta a seriedade da Câmara Municipal de São Paulo. A mensagem que a maior Câmara Municipal da América Latina passa hoje é de não ao racismo e não a todo tipo de preconceito. Esse tipo de atitude não pode mais ser tolerada, dentro e fora desta Casa”, disse o presidente da Câmara, vereador Milton Leite (União).

Durante a sessão, Cristófaro se defendeu da acusação, dizendo não ser racista. “Nunca fui chamado de racista por qualquer canto em que eu ando nessa cidade”, disse ele. “Gozado um vereador racista que tem na sua equipe de gabinete mais do que qualquer outro vereador: 60% de negros. Tenho hoje 150 obras nesta cidade e 95% das pessoas beneficiadas são negras”, acrescentou.

O episódio que determinou a cassação do vereador ocorreu em maio do ano passado. Camilo Cristófaro participava de forma remota de uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Aplicativos, na Câmara Municipal de São Paulo. Como o microfone do vereador estava aberto, o áudio da fala dele com outra pessoa acabou vazando para a reunião: “Não lavaram a calçada, é coisa de preto, né?”, foi a frase ouvida durante a sessão.

Com a cassação de Cristófaro, assume o mandato o primeiro suplente do PSB, Adriano Santos.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

HELSINQUE - O governo da Finlândia, abalado por meses de acusações de racismo, concordou nesta quinta-feira com uma política para combater a intolerância, disse o primeiro-ministro Petteri Orpo -- uma medida que deve evitar o colapso da aliança de quatro partidos de direita.

Poucos dias após chegar ao poder, em junho, o governo entrou em crise depois de a imprensa encontrar publicações online e artigos de ministros pertencentes ao Partido dos Finlandeses, um membro de extrema-direita da coligação, que foram considerados racistas por críticos.

O ministro da Economia, Vilhelm Junnila, foi forçado a se demitir devido às repetidas referências a Adolf Hitler e a nazistas que havia feito em suas redes sociais e anúncios de campanha, o que descreveu como piadas.

A ministra das Finanças e líder do partido, Riikka Purra, pediu desculpas em julho por comentários anônimos que ela reconheceu ter postado online há cerca de 15 anos -- embora ela tenha dito que muitos foram interpretados fora de contexto.

O premiê Orpo, cujo conservador Partido da Coligação Nacional (NCP) venceu com uma pequena vantagem as eleições de abril, disse nesta quinta-feira que o governo concordou com uma política unificada sobre como combater o racismo e a discriminação.

"Todos os ministros do governo renunciarão ao racismo e se comprometerão com um trabalho ativo contra o racismo na Finlândia e internacionalmente", disse Orpo em uma coletiva de imprensa conjunta com os outros três líderes partidários da coligação após uma reunião de gabinete.

A política é a tentativa de Orpo de reunificar o gabinete após a crise. Um dos membros menores da coalizão -- o centrista Partido Popular Sueco (SPP) -- realizou reuniões para discutir se poderia permanecer na coligação.

Nesta quinta-feira, a líder do SPP, Anna-Maja Henriksson, disse que ela e seu partido endossaram a nova política, tornando altamente improvável que o apelo da oposição a um voto de desconfiança reúna apoio suficiente para derrubar o governo.

"Para o SPP é uma questão de saber se podemos ou não participar do governo no futuro. O anúncio é uma indicação clara de que o governo não aceita qualquer tipo de racismo", disse Henriksson.

 

 

Por Essi Lehto e Anne Kauranen / REUTERS

BRASÍLIA/DF - Ele insistiu, perturbou, implorou. Elvis Magalhães, de 21 anos, não iria desistir. Estava internado no Hospital Universitário de Brasília (HUB), por causa da anemia falciforme, e não deixou em paz a médica até que ela permitisse que ele fosse para o show da banda favorita, a Legião Urbana, naquele 18 de junho de 1988 (há 35 anos), no Estádio Mané Garrincha, com cerca de 50 mil pessoas.

Mas a apresentação terminou em confusão e antes do tempo previsto. O jovem goiano radicado em Brasília, e com nome de astro do rock, saiu encolhido. Teve medo. Além da situação, sentia as dores no corpo causadas pela doença. Mas não se arrepende. "Nem foi tempo perdido. Somos tão jovens", cantou Renato Russo para alegria de Elvis.

Elvis também queria cantar, se divertir. “A música da minha vida é aquela. Quem acredita sempre alcança" (Mais uma vez, da Legião Urbana). Além das lembranças do show, junho virou um mês forte para ele por outro motivo. O dia 19 viria a ser, a partir de 2008, o da conscientização mundial sobre a doença falciforme. Junho virou mês de cantar mais alto. 

Elvis faz o som ir longe contra o racismo (a maior parte dos pacientes é negra) e também a invisibilidade que, segundo ele e outras pessoas consultadas pela Agência Brasil, comprometem o atendimento no sistema público.

O ativista e coordenador científico da Federação Nacional das Associações de Pessoas com Doença Falciforme (Fenafal) foi o paciente mais velho do Brasil a receber o transplante de medula óssea para se curar da doença.

anemia falciforme tem característica hereditária (pode passar de pais para filhos, se ambos os genitores tiverem o traço da doença). Ocorre por causa de uma mutação genética, com a alteração no formato das hemácias (formato de meia-lua ou foice).

Isso gera um problema na produção da hemoglobina, proteína que dá a cor vermelha ao sangue e é responsável por transportar o oxigênio pelo corpo. A doença ocorre por lesões vasculares e anormalidade na coagulação. Entre os sintomas, dores fortes pelo corpo e cansaço.

Transplante

Hoje, aos 56, o ex-relojoeiro diz que nunca deixou de acreditar e insistir com outras pessoas na luta contra a doença, que causa dores fortes e que pode levar à morte. Após “centenas de internações”, ele foi curado graças a um transplante de medula óssea (mais tarde também precisou receber um fígado). 

Elvis pede políticas públicas e denuncia que a doença é invisibilizada pelo racismo estrutural. “A doença foi diagnosticada há mais de um século e só foi avançar nas políticas públicas em 2005”, afirma.

Impacto

A médica Joice Aragão de Jesus, coordenadora de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, também entende que a história do cuidado com a doença mostra que o problema não ganhou a atenção devida em vista de os pacientes serem da população negra e de maior vulnerabilidade.

“O racismo institucional é um processo sutil na população brasileira. Isso tem impacto também na qualidade da assistência prestada a essa população”.

Ela diz que até 2005 não existiam protocolos no Sistema Único de Saúde (SUS), com orientação de tratamentos. “Naquele ano foi publicada a primeira portaria criando a Política Nacional de Atenção Integral às pessoas com Doença Falciforme”.

Daí em diante, foram estabelecidos protocolos de tratamento de cuidados na rede de hemocentros. “De 2005 a 2015, houve participação e realização de simpósios internacionais e nacionais. Então a doença ganhou mais visibilidade dentro da emergência dos hospitais e nos ambulatórios”.

Ela considera que, nos últimos anos, houve uma desativação de políticas públicas e menos atividades de capacitação e pesquisa. “De fato, há um impacto não só pela pandemia. Houve um arrefecimento nas atividades referentes às políticas públicas”. 

A médica diz que o atual programa é uma referência como política de qualidade dentro do SUS.

“Nós tivemos uma projeção internacional em cooperação com países da África, por exemplo (leia mais aqui sobre o tema). Agora, estamos retomando. A ciência tem possibilitado melhoria na qualidade de vida. Nós mudamos a história natural da doença, que era de morrer até os cinco anos de idade”.

Pouca divulgação

A cientista social Maria Renó Soares, coordenadora da Federação Nacional das Associações de Pessoas com Doença Falciforme (Fenafal), que reside em Belo Horizonte (MG), lamenta a baixa visibilidade da enfermidade. “Mesmo sendo a doença hereditária com maior prevalência no Brasil, pouco se fala. Por ser prevalente na população negra, é pouco divulgada. A gente ainda tem muita dificuldade de acesso ao tratamento. E isso se dá devido ao racismo”, avalia. 

Ela explica que há uma estimativa de mais de 100 mil pessoas com a doença - “95% das pessoas com a doença são negras e a maioria é beneficiária do Bolsa Família. A maior dificuldade é de acesso ao tratamento, às medicações, às novas tecnologias. Principalmente no que diz respeito à urgência e emergência”. 

A cientista social lamenta que  a mortalidade pela doença no Brasil ainda é muito alta. “Há sobrevida de pessoas de até 42 anos e a morte de mais de 30 mil pessoas por ano no Brasil, que poderiam ser evitadas se tivessem acesso ao tratamento adequado”.

Um dos medicamentos utilizados é a hidroxiureia, de alto custo e que deve ser distribuído pelos poderes públicos. A coordenadora da Fenafal diz que uma demanda importante é a autorização para que o Ministério da Saúde autorize o remédio já fracionado para a criança, a fim de evitar que haja a manipulação incorreta do medicamento a partir do mesmo remédio dado ao adulto. 

Uma política pública importante foi a possibilidade de o Teste de Pezinho poder fazer o diagnóstico precoce. Isso pode salvar a vida da criança, já que o tratamento pode ser iniciado mais cedo. 

Indicação do transplante

No caso de Elvis, os pais descobriram a doença quando ainda era criança. Ele conviveu com dores indefiníveis e incontáveis internações demoradas. O problema só foi resolvido com o transplante de medula óssea. Ele foi um dos primeiros casos no Brasil. “Fui indicado porque tinha muita crise de dor. Em 2005, fez o procedimento na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, na cidade de Ribeirão Preto (SP). 

Para realizar o transplante, ele descobriu que o irmão, Elder, quatro anos mais novo (que não tinha a doença) era 100% compatível. Atualmente, o coordenador científico da entidade de paciente com a doença explica que o procedimento tem sido feito até com compatibilidade de 50% entre paciente e doador. 

Elvis tinha 38 anos de idade quando se submeteu ao procedimento para colocar fim às crises em que precisava até de morfina para amenizar a dor. Outra terapia que o relojoeiro descobriu foi escrever. Fez uma autobiografia: Quatro décadas de lua minguante

Páginas especiais são dedicadas ao irmão. “Nunca briguei na vida com ele. Sempre foi um amigo. Tinha certeza de que ele era compatível”. O irmão, Elder, sabe que Elvis faria o mesmo por ele se precisasse. “Foi emocionante quando soube que poderia ajudá-lo”.

No Distrito Federal, por exemplo, o hemocentro cadastrou, durante o ano de 2023, 26.510 doadores de sangue. Já as pessoas cadastradas no banco de doadores de medula óssea foram 1.283 pessoas. Cabe ao hemocentro "o fornecimento de todos os hemocomponentes necessários para as transfusões demandadas no tratamento dos pacientes com doença falciforme".

A Fundação Hemocentro explica que o candidato à doação pode colher sangue e se cadastrar como doador de medula óssea no mesmo dia. "Nesse caso, basta agendar a doação e, no dia do atendimento, informar logo na primeira etapa que também deseja se cadastrar como doador de medula", esclareceu a entidade em nota.

Diagnóstico precoce

Se Elvis é do rock, o servidor público paraibano Dalmo Oliveira, de 56 anos, nascido em Guarabira e radicado em João Pessoa, aprecia o forró e as festas de São João, que ocorrem nesta época do ano principalmente em Campina Grande (PB). Ele é da Associação Paraibana dos Portadores de Anemias Hereditárias e foi diagnosticado com a doença quando era criança. 

“Só descobrimos porque minha mãe me levou para fazer exames em João Pessoa. A minha sorte é que o diagnóstico foi bem precoce para aquele momento. E isso me salvou e me deu uma qualidade de vida até hoje”. O tratamento limitava-se à transfusão de sangue. Lembra-se que precisou fazer transfusão de sangue até os 15 anos de idade. As crises foram diminuindo à medida que foi envelhecendo. E resolveu depois ajudar pessoas que entendiam pouco sobre a doença. 

“Como a doença atinge mais fortemente a população negra, existe ainda hoje uma negligência. Nos estados brasileiros onde a população negra é mais presente, a doença também é mais presente. Mesmo assim, a gente ainda encontra médicos e enfermeiros desinformados sem saber como tratar o paciente que chega à unidade”.

Ele diz que cobra muito das autoridades médicas que proporcionem e conscientizem sobre o aconselhamento genético para casais que pretendem ter filhos.“Um exame de sangue simples, que é a eletroforese da hemoglobina, gratuita pelo SUS, pode identificar se os pais carregam genes com possibilidade de ter um filho com a doença”. Dalmo tem cinco filhos. Nenhum deles tem a anemia falciforme.

 

 

Por Luiz Claudio Ferreira - Repórter da Agência Brasil

BARCELONA - O atacante brasileiro Vinicius Júnior agradeceu todo o apoio que tem recebido na luta contra o racismo. O jogador, que defende o Real Madrid (Espanha), fez um pronunciamento à imprensa na quinta-feira (15) em Barcelona, local no qual a seleção brasileira se prepara para duas partidas amistosas que serão disputadas durante a Data Fifa.

“Venho aqui para agradecer por todos que estiveram comigo desde o episódio [de agressões racistas] que aconteceu no último jogo contra o Valencia [pelo Campeonato Espanhol], o presidente [Ednaldo Rodrigues], junto com a CBF, o Infantino [presidente da Fifa], que hoje esteve conosco sempre dando a maior força. Todos os clubes do Brasil, todas as pessoas do Brasil e de todo mundo que estão comigo e me dando força para seguir nessa batalha. É necessário ter alguém que possa seguir firme e cada vez mais diminuir [o racismo]. Quero seguir [em frente] por todos os jovens que sofrem e não têm a voz que tenho. Um dia dei uma entrevista falando que queria que todos os brasileiros torcessem por mim, e acho que estou cada vez mais perto disso”, declarou o atacante.

“Vejo todos na internet me dando muito apoio, me acompanhando, me desejando sorte, não só no futebol, mas também fora dele. E pessoas de outros meios que antes não me acompanhavam e agora começaram a me acompanhar. Fico feliz com isso e cada vez mais seguirei firme por aqueles que não têm oportunidade de lutar. Eu tenho a cabeça muito tranquila, pois minha família me ajudou, o Flamengo também me ajudou quando era pequeno, de sofrer não só com o racismo, mas também por toda a pressão que colocaram em cima de mim quando comecei com 16 anos. Sempre trabalhei calado e hoje tenho a oportunidade de ter a força para lutar em um assunto muito importante. Quero agradecer a todos vocês e que possamos seguir juntos até o fim”, concluiu o jogador.

Antes de seu pronunciamento Vinicius Júnior foi anunciado pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, como líder de um comitê especial antirracismo. “Pedi a Vinícius que liderasse esse grupo de jogadores que apresentará punições mais rigorosas contra o racismo, que mais tarde serão implementadas por todas as autoridades do futebol em todo o mundo”, afirmou o dirigente em entrevista à agência de notícias Reuters durante visita à concentração da seleção brasileira em Barcelona, onde a equipe se prepara para enfrentar a Guiné em amistoso no próximo sábado (17) a partir das 16h (horário de Brasília).

 

 

AGÊNCIA BRASIL

ESPANHA - A campanha antirracismo “Uma só pele”, em apoio ao atacante brasileiro Vinicius Júnior, foi lançada oficialmente na terça-feira (13) em Madrid, em encontro com os presidentes da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, e da CBF, Ednaldo Rodrigues.  Durante o encontro foi revelado que o amistoso Brasil x Espanha, em março de 2024, uma das ações previstas pelo movimento de combate ao racismo, ocorrerá no no estádio do Real Madrid, o Santiago Bernabéu. No último dia 21, Vini Jr. foi alvo de ataques racistas pela 10ª vez no Campeonato Espanhol. Os insultos foram proferidos na derrota do Real para o Valência por 2 a 1.

"Queremos demonstrar que estamos juntos nisso e que há uma relação magnífica entre as duas federações. O futebol foi inventado para ser aproveitado, para transmitir valores, para as pessoas se divertirem e não para coisas negativas como gerar violência, muito menos dar espaço a pessoas que utilizam o futebol como escudo para transmitir algo negativo como um insulto racista ou qualquer tipo de violência”, afirmou Rubiales.

O encontro dos dirigentes ocorre um dia após a apresentação de convocados da seleção brasileira em Barcelona, onde a equipe enfrentará a Guiné no próximo sábado (17), às 16h30 (horário de Brasília), no primeiro de dois amistosos da Data Fifa – o segundo será três dias depois, contra o Senegal, em Lisboa (Portugal).

O presidente da CBF defendeu ações mais enérgicas das autoridades do futebol para coibir o crime de racismo.  Ele citou como exemplo as penalidades adotadas pela entidade, em fevereiro deste ano.  

"Multas não bastam. Os clubes também precisam ser responsabilizados. A CBF foi a primeira federação de futebol a adotar sanções mais duras para casos de racismo, como redução de pontos na classificação do campeonato, fechamento de arquibancadas ou expulsão vitalícia", detalhou Ednaldo Rodrigues. “Precisamos liderar uma campanha mundial para lutar contra esse vírus que envergonha a todos no futebol”.

No final de semana seguinte aos insultos racistas contra Vini Jr. na Espanha, a CBF promoveu a campanha “Com o racismo não tem jogo” com ações de combate ao preconceito racial em todos os jogos da oitava rodada do Brasileirão  - de 27 a 28 de maio.

"Não há lugar para insultos racistas em nosso futebol", enfatizou Rubiales. "É intolerável que eventos como o que aconteceu com o Valencia ocorram em nosso país".

 

 

AGÊNCIA BRASIL

Lei torna obrigatória a divulgação de alerta sobre os crime de injúria racial em eventos esportivos

 

SÃO PAULO/SP - Não só no futebol, mas em outras modalidades esportivas, as manifestações racistas cresceram a ponto de atingir o maior índice em cinco anos, pensando nisso, a deputada estadual Leticia Aguiar apresentou o Projeto de lei 875/2023 que torna obrigatória a divulgação de alerta sobre a tipificação penal de racismo e injúria racial em eventos esportivos oficiais no âmbito do Estado de São Paulo.

O alerta deverá ser divulgado em telão ou sistema de alto-falantes, ficando a organização do evento liberada desta obrigação caso não possua qualquer dessas duas tecnologias, com os seguintes dizeres: "Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional É CRIME, com pena de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. A pena é aumentada de metade se o crime for cometido mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas."

O projeto também prevê multa para as entidades esportivas que não cumprirem a lei ficando a organização do evento esportivo sujeito à: multa em valor equivalente a 200 (duzentos) UFESPs e multa em dobro do valor estipulado, em caso de reincidência.

Segundo a deputada Leticia Aguiar as atitudes racistas acenderam um alerta mundial: "Os recorrentes episódios ofensivos praticados contra atletas das mais variadas modalidades esportivas levantou um alerta em todo o mundo contra essa manifestações", disse a parlamentar.

Na justificativa do projeto a deputada Leticia Aguiar destacou os dados do Observatório da Discriminação Racial do Futebol, que mostram que as ofensas e demonstrações de racismo tiveram um significativo crescimento nos últimos anos e, no Brasil este aumento foi de 40%. Em 2021, foram registradas 64 ocorrências de racismo; em 2022, 90 casos.

Segundo o descrito no projeto o objetivo é conscientizar e garantir a dignidade da pessoa humana, sem preconceitos de raça ou cor, como prescrevem os artigos 1º, III, e 3º, IV, da Constituição Federal.

Segundo a deputada Leticia Aguiar o Legislativo Paulista não pode ignorar os fatos e precisa agir para combater o preconceito: "É imprescindível a atuação do Poder Legislativo na criação de ações e mecanismos para coibir e combater todas as manifestações de preconceito e discriminação baseadas em ódio ou superioridade racial", declarou a parlamentar.

 

Racismo contra Vinicius Junior

O caso do jogador de futebol brasileiro Vinicius (Vinny) Junior não é só um caso mas foram vários. O atacante do Real Madrid é vítima de ataques, insultos e diferentes níveis de racismo há muitos anos. Desde quando atuava no Flamengo, ainda no Brasil. São inúmeros episódios que levaram até o estopim, recentemente em um jogo da Liga Espanhola, diante do Valencia, quando o brasileiro decidiu não se calar.

SÃO CARLOS/SP - No inicio desta semana 4 estudantes de 16 anos, estão sendo acusados de praticar injúria racial a uma mulher na escola Industrial (ETEC Paulino Botelho), em São Carlos.

O 190 foi acionado pela vítima e os Militares foram até a escola, onde a mesma disse que nos dias 12 e 16 de maio, quatro adolescentes a teriam chamado de “macaca” e ainda teriam feito gestos imitando um macaco.

Ainda segundo a mulher, ela tem testemunhas sobre tal fato.

Diante das afirmações, todos foram apresentados na Central de Polícia Judiciária de São Carlos, onde os acusados negaram os atos.

O caso foi registrado e será investigado.

 

CASO VINICIUS JR.

A emissora Gol Television flagrou ofensas ao jogador Vinicius Junior proferidas por alguns torcedores do Atlético de Madrid durante clássico disputado no último domingo. Na vitória do Real Madrid por 2 a 1 no Metropolitano, o brasileiro ouviu a expressão "macaco de m..." vinda das arquibancadas.

DIGA NÃO AO RACISMO!

ESPANHA - Um dia após sofrer agressões racistas durante um jogo do Campeonato Espanhol, o atacante brasileiro Vinicius Júnior pediu punições duras aos responsáveis por tais atos. Em postagem, nesta segunda-feira (22), em seu perfil em uma rede social, o atacante do Real Madrid (Espanha), perguntou: “O que falta para criminalizarem essas pessoas? E punirem esportivamente os clubes? Por que os patrocinadores não cobram a La Liga? As televisões não se incomodam de transmitir essa barbárie a cada fim de semana?”.

“A cada rodada fora de casa uma surpresa desagradável. E foram muitas nessa temporada. Desejos de morte, boneco enforcado, muitos gritos criminosos. Tudo registrado. Mas o discurso sempre cai em ‘casos isolados’, ‘um torcedor’. Não, não são casos isolados. São episódios contínuos espalhados por várias cidades da Espanha [e até em um programa de televisão]. As provas estão aí no vídeo. Agora pergunto: quantos desses racistas tiveram nomes e fotos expostos em sites? Eu respondo pra facilitar: zero. Nenhum para contar uma história triste ou pedir aquelas falsas desculpas públicas”, declarou o jogador da seleção brasileira

No final de sua postagem Vinícius Júnior afirma que “o problema é gravíssimo e comunicados não funcionam mais”. Segundo o atacante, estas agressões, que têm se tornado recorrentes, “no es fútbol, es inhumano [não é futebol, é falta de humanidade]”.

Agressões racistas no Mestalla

Vinicius Júnior foi vítima de mais uma ação racista em um estádio espanhol na tarde do último domingo. Durante a derrota do Real Madrid para o Valencia por 1 a 0, no Estádio Mestalla, casa dos adversários, Vini escutou insultos racistas e gritos de “macaco” vindos das arquibancadas. O jogo foi paralisado por cerca de oito minutos e, posteriormente, o jogador foi expulso ao se envolver em confusão.

O lance que deu origem ao episódio aconteceu aos 29 da segunda etapa. Jogando em ambiente hostil, Vinicius Júnior tentou jogada pela esquerda quando uma segunda bola, que havia sido arremessada no gramado instantes antes, foi chutada por Eray Cömert, atleta do Valencia, de maneira proposital para interromper o lance. Naquele momento Vini se dirigiu para parte da torcida valencianista que estava localizada atrás do gol do time local e apontou para torcedores que o insultavam chamando-o de macaco.

O árbitro De Burgos Bengoetxea paralisou a partida e o sistema de som avisou que o confronto só seria retomado se as ofensas parassem. Vini sinalizou que estava bem para retornar, e o jogo prosseguiu após cerca de oito minutos de pausa, com a polícia comparecendo ao local das ofensas.

Nos acréscimos da partida, Vini se envolveu em uma confusão com o goleiro Giorgi Mamardashvili e, após ser contido pelo adversário Hugo Duro com uma gravata, acertou o rosto do atleta do Valencia ao tentar se desvencilhar. No fim, apenas o brasileiro foi punido, sendo expulso.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

 

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