Jornalista/Radialista
População terá informações completas sobre o destino de recursos recolhidos com multas
SÃO CARLOS/SP - Durante a 6ª sessão ordinária do dia 25 de fevereiro, a Câmara Municipal aprovou o projeto de lei do vereador Leandro Guerreiro que autoriza a divulgação detalhada das multas de trânsito no Portal da Transparência da Prefeitura. A proposta expõe como principal objetivo a garantia de maior transparência e a permissão de uma fiscalização sobre a arrecadação e do uso dos recursos provenientes das multas aplicadas na cidade.
Conforme o texto dessa propositura, o Executivo Municipal deverá divulgar, em data especificada de cada mês, informações como o número total de multas emitidas por dispositivos de fiscalização, o valor arrecadado neste período, os horários e locais das infrações, além da destinação dos recursos arrecadados. Os dados deverão ser disponibilizados de forma clara e acessível, respeitando a privacidade dos motoristas, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Na análise de Guerreiro, a medida é essencial para endossar a confiança da população na gestão pública e no uso correto dos recursos. “Os cidadãos precisam saber exatamente de onde vem e para onde vai o dinheiro arrecadado com as multas de trânsito”, destacou o parlamentar de legenda liberal. “Não se trata apenas de transparência, mas de respeito ao contribuinte e ao princípio de uma boa administração pública”, completou.
Outro ponto muito importante é que essa proposta exige que a Prefeitura apresente, semestralmente, um relatório detalhado sobre a aplicação dos valores provenientes das multas, especificando os projetos, obras ou serviços financiados com esses recursos. Segundo o edil, isso é fundamental para que a população possa acompanhar se o dinheiro está sendo revertido em melhorias para a cidade. “A aprovação deste projeto representa uma vitória para os motoristas da Capital da Tecnologia”, comemorou.
O objetivo é assegurar que todo o dinheiro arrecadado seja convertido em benefícios para os munícipes, seja em melhorias na mobilidade urbana e em projetos que atendam às necessidades da comunidade ou promovam maior fluidez no trânsito. A iniciativa está alinhada à Constituição Federal, às Leis de Responsabilidade Fiscal (LRF) e LGPD, reforçando o compromisso da Câmara em valorizar uma administração pública participativa, eficiente e transparente.
Ao ser publicada no Diário Oficial do Município, a medida de Guerreiro representa mais um avanço no fortalecimento da relação entre a esfera pública e a comunidade local, permitindo um acompanhamento mais detalhado das políticas de trânsito e da gestão dos recursos municipais. “Este dispositivo permite que a Secretaria de Trânsito atue de forma mais transparente e eficiente. Todo trâmite deste processo evita abusos e solidifica o direito constitucional dos são-carlenses”, finalizou.
Vereadores discutem a criação de uma Casa de Apoio para pacientes oncológicos de São Carlos em Barretos
SÃO CARLOS/SP - Na tarde de 2 de abril, o vereador Djalma Nery, a vereadora Cidinha do Oncológico e o ex-vereador suplente Rafael Marino se reuniram com o Secretário de Saúde, Leandro Pilha, e o Secretário Adjunto, Wander Bonelli, para discutir a viabilidade da criação de uma casa de apoio em Barretos destinada a pacientes oncológicos de São Carlos que realizam tratamento no Hospital do Câncer.
A iniciativa surge diante da crescente demanda de pacientes de São Carlos que enfrentam dificuldades devido à distância e à longa espera para o retorno à cidade nos dias de tratamento, além da necessidade de pernoite ocasional em Barretos, devido à complexidade e duração dos tratamentos.
Durante a reunião, dois pacientes oncológicos compartilharam suas experiências e sugeriram possíveis soluções para melhorar o atendimento. A Secretaria Municipal de Saúde realizará um levantamento sobre o número de pacientes em tratamento para avaliar as possibilidades de atendimento à demanda e dar seguimento à proposta.
Preço médio do diesel comum subiu 0,16%, enquanto o do etanol e do diesel S-10 apresentaram estabilidade
SÃO PAULO/SP - O mais recente Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), levantamento que consolida o comportamento de preços das transações nos postos de combustível, trazendo uma média precisa, revelou que, em março, a Região Sudeste apresentou estabilidade no preço do etanol e do diesel S-10. O biocombustível foi comercializado a R $4,41 e o diesel S-10 a R$ 6,52. Já o preço médio da gasolina caiu 0,16%, enquanto o diesel comum subiu 0,16%, sendo comercializados a R$ 6,32 e R$ 6,44, respectivamente. Mais uma vez, a região lidera o ranking de etanol e gasolina mais baratos do País.
“Após a revisão das alíquotas do ICMS e o aumento anunciado pela Petrobras em fevereiro, era esperado que, em março, o preço dos combustíveis se estabilizassem ou apresentassem pequenas variações. Isso foi observado no Sudeste, pois embora a gasolina e o diesel comum tenham registrado pequenas variações, pode-se considerar relativa estabilidade, o que não gera grande impacto na carteira do consumidor. Por isso, o IPTL apontou que, para quem pretende economizar, o etanol é a melhor opção, quando comparado à gasolina, em todos os estados da região, com exceção do Rio de Janeiro. É importante lembrar, também, que a escolha pelo combustível não é apenas econômica, e que o etanol é proveniente de fontes renováveis, e por conta de sua composição, provoca menos impacto no meio ambiente e contribui para uma mobilidade de baixo carbono”, destaca Renato Mascarenhas, Diretor de Redes, Operações e Transformação de Negócios na Edenred Mobilidade.
O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Edenred Ticket Log, que tem grande confiabilidade, por causa da quantidade de veículos administrados pela marca: 1 milhão ao todo, com uma média de oito transações por segundo. A Edenred Ticket Log, marca da linha de negócios de Mobilidade da Edenred Brasil, conta com mais de 30 anos de experiência e se adapta às necessidades dos clientes, oferecendo soluções eficientes e sustentáveis, a fim de simplificar os processos diários.
SÃO CARLOS/SP - Você já ouviu falar em quitosana? A quitosana é um polímero com propriedades bioadesivas, biodegradáveis e potencialmente antimicrobianas, amplamente utilizada em diferentes áreas. Na agricultura, é empregada no combate a pragas e na preservação de produtos agrícolas; na indústria, na fabricação de revestimentos e embalagens biodegradáveis; e no setor farmacêutico, na produção de curativos e no encapsulamento de medicamentos.
Um estudo conduzido no Campus de Araras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) revelou que a quitosana também pode atuar como um antimicrobiano natural na produção de bioetanol, substituindo o ácido sulfúrico, que atualmente é utilizado para controlar contaminações bacterianas no processo industrial. O mais inovador é que essa pesquisa desenvolveu um método que aproveita o melaço de cana como matéria-prima para a extração da quitina - precursora da quitosana - a partir de resíduos de camarão. Dessa forma, a quitosana pode ser produzida diretamente na usina, alinhando-se ao conceito de economia circular.
"A ideia surgiu quando me propus a estudar novos antimicrobianos, a partir de fontes naturais, para aplicação na indústria do bioetanol. Nessa indústria, para combater a contaminação por bactérias, utiliza-se ácido sulfúrico, que é forte e corrosivo, com potencial de causar acidentes graves durante a sua manipulação. Como há relatos da utilização da quitosana na indústria do vinho para combater contaminantes bacterianos, pensei que talvez pudesse ser uma alternativa também para a produção de bioetanol em substituição ao ácido sulfúrico", conta Sandra Regina Ceccato Antonini, professora do Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Socioeconomia Rural (DTAiSeR) da UFSCar e responsável pelo projeto.
Para os testes, ao invés de comprar a quitosana, a pesquisadora se propôs a produzir o material a partir de resíduos de camarão. O trabalho foi conduzido por Ligianne Din Shirahigue, que à época era estudante de pós-doutorado, sob orientação de Antonini. "Nos inspiramos em um artigo que tinha acabado de ser publicado, em que os autores haviam utilizado uma bactéria produtora de ácido lático, para a fase de bioextração da quitina a partir de resíduos de camarão. Assim, por meio da fermentação lática, com a produção de ácido e enzimas proteolíticas pela bactéria, foi possível extrair a quitina dos resíduos e depois convertê-la em quitosana", relembra a professora.
Nesse momento da pesquisa, elas apresentaram a produção de quitosana, de alto peso molecular, utilizando a primeira etapa biológica e a segunda química (desacetilação da quitina em quitosana). A quitosana obtida tinha atividade antimicrobiana contra bactéria contaminante da fermentação etanólica e pouco efeito sobre a levedura agente da fermentação.
"Prosseguindo os trabalhos, passamos então a substituir o meio de cultura utilizado na fase de fermentação lática, que é um meio rico porém caro, por um subproduto da produção de açúcar, o melaço de cana. E conseguimos fazer a substituição com a mesma eficiência. Em seguida, alteramos o processo de desacetilação para produzir uma quitosana de baixo peso molecular, que é normalmente mais antimicrobiana, e de novo tivemos bons resultados. Testamos a quitosana em uma simulação de processo industrial, em escala de bancada, e a quitosana substituiu o ácido sulfúrico com a mesma eficiência quanto à redução da população bacteriana", descreve Antonini.
Avanços
De acordo com Antonini, extrair quitina por processo biológico - fermentação lática - não é novo. O que é novidade é o uso de melaço de cana em substituição aos meios de cultura semissintéticos e caros. "Além disso, o processo de desacetilação pode ser manejado para produzir quitosana de alto, médio ou baixo peso molecular, dependendo da finalidade. De uma forma geral, quitosana de baixo peso molecular tem maior atividade antimicrobiana, como a que produzimos no processo descrito. Mas conseguimos mostrar que mesmo com essa quitosana é possível produzir filmes e microesferas para outras finalidades, como filmes para embalagens e microesferas para encapsular substâncias, a exemplo de antibióticos ou extratos naturais", completa ela.
Inclusive, o mesmo grupo da UFSCar desenvolveu pesquisa utilizando a quitosana de melaço para cobrir embalagens de papel para café especial. "Tivemos resultados muito bons quanto à melhoria nas características da embalagem quanto na qualidade sensorial do café embalado por ela", destaca Antonini.
Outra novidade é, justamente, a possibilidade de utilização da quitosana na indústria do bioetanol como antimicrobiano. "Estamos agora trabalhando na formulação de um produto e pretendemos testar em escala maior para ver a viabilidade e eficiência do uso. Já fomos contatados por três empresas do setor, uma delas propondo parceria para testar o produto. Mas ainda há um caminho a ser percorrido para a formulação de um produto estável que possa atender às especificidades da indústria do bioetanol", adianta a pesquisadora.
Importância ambiental e econômica dos resultados
"Ainda não fizemos uma avaliação econômica do uso da quitosana na indústria do bioetanol. Estamos concentrados na viabilidade técnica. Em termos ambientais, haverá um ganho substancial pela substituição de um insumo químico perigoso e não-amigável ambientalmente, como o ácido sulfúrico. Além disso, a produção da quitosana envolve o uso de dois resíduos, de camarão e o melaço. A etapa de desacetilação ainda é química, utilizando uma base forte, mas há pesquisas que indicam a possibilidade de usar desacetilação biológica com o uso de enzimas fungicas. É uma outra frente de pesquisa que merece atenção", conclui Antonini.
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