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SÃO PAULO/SP - Na noite do dia 26 de outubro de 2023, familiares e famosos se reuniram na première de Mussum, O Filmis, como parte do evento da 47ª Mostra Internacional de Cinema da cidade de São Paulo. O longa biográfico sobre o saudoso sambista e humorista do grupo Os Trapalhões, que estreiou na quinta-feira, dia 2, encantou o público com seu humor e leveza durante a sessão exclusiva para convidados realizada na Cinemateca Brasileira.

Ailton Graça, Yuri Marçal, Cinnara Leal e Deiwis Jamaica se reuniram com o elenco, outros convidados e familiares do artista, nascido Antônio Carlos Bernardes Gomes e que morreu em 1994, aos 53 anos de idade, vítima de complicações ocorridas após um transplante de coração. Além do ator Mussunzinho e de Paula Gomes, ambos filhos de Mussum, ainda estava por lá Grazielly Gomes, bisneta do humorista.

Quem cresceu entre os anos 1980 e 1990 certamente se recorda do clássico bordão Cacildis, dito por Mussum quando se via em algum conflito ou enrascada. Ao assistir o filme, é certo que a nostalgia será capaz de tomar conta em diversas cenas – especialmente em esquetes famosas dos clássicos comediantes. Quando juntos em tela, Ailton Graça e seus colegas de elenco são capazes de cativar o público quase que da mesma forma que os originais.

 

O protagonismo de Ailton Graça

Em seu primeiro papel de protagonista, Graça se mostra confortável e ainda mais carismático na pele do Trapalhão. O ator consegue trazer à tona diferentes nuances do personagem, que, fora a carreira na televisão, também tinha como grandes paixões o samba e sua família.

 - É um filme que vai contar a trajetória dele até que ele vire o Mussum pra todos nós. Antes dele virar o Mussum, ele também foi criança, também teve uma mãe, ele foi pra escola, ele criou o [instrumento] reco-reco, ele foi da aeronáutica... Olha só, eu dando um monte de spoilers pra vocês!, contou Ailton Graça durante entrevista exclusiva ao ESTRELANDO.

O ator iniciou sua carreira artística nos anos 1980 e na década seguinte já começou a brilhar em filmes como Carandiru, além de ter feito parte de novelas de grande prestígio, como Avenida Brasil, Império e Travessia. Ainda mais, no teatro fez parte das peças Macunaíma e A Hora e a Vez de Augusto Matraga. Depois do golpe de 2016, foi um dos artistas mais engajados nos movimentos de resistência e de defesa da democracia. Estava na hora do tão esperado protagonismo nas telenonas, né?

- Eu confesso que eu ainda estou vibrando, colhendo e aproveitando todo esse momento inebriante que é ter vivido esse personagem, comentou o protagonista ao ser questionado sobre seus sentimentos em representar uma figura tão importante para a história da cultura e do entretenimento brasileiro. Ainda sobre o filme, o ator descreveu: - É a história de um cara vencedor, de uma família periférica, de uma mãe solo que fez de tudo para nutrir a vida do filho para que ele tivesse escolhas. E afirmou: - E ele escolheu bem. É um cara gigante.

 

A reconstituição de uma história midiática

Baseado no livro Mussum: uma história de Humor e Samba, do autor Juliano Barreto, o filme reúne momentos menos conhecidos e explorados da vida de Antônio Carlos – indo muito além do papel inesquecível do humorista em Os Trapalhões, ao lado de Didi, Dedé e Zacarias. Mussum, O Filmis narra a construção desse artista negro multifacetado passando por sua infância, a carreira na aeronáutica, a relação com a Mangueira e o sucesso com o grupo Os Originais do Samba.

Dirigido por Silvio Guindane, ator de séries como Segunda Chamada e A Divisão, o longa tem o roteiro assinado por Paulo Cursino e produção de André Carreira, pela produtora Camisa Listrada, com coprodução Panorama Filmes, Globo Filmes, Globoplay, Telecine e RioFilme, além de distribuição da Downtown Filmes.

Ao ser questionado sobre a tarefa de humanizar uma figura que foi tão distorcida durante os anos, o experiente roteirista Paulo Cursino revelou:

- Eu já conhecia vários autores e diretores que trabalharam com o Mussum. Assim, quando saiu a biografia do Juliano Barreto falando como era o Mussum, todas as informações casaram. Todo mundo confirmou essas histórias. Ainda foi além ao ressaltar: - O Mussum não era um cara alcoólatra, por exemplo. Não, ele bebia bastante, mas ele nunca chegou atrasado no  set, ele nunca deixou de cumprir as obrigações dele com a família dele, nunca deixou de decorar o texto que precisasse... Então, eu quando iniciai esse projeto, falei Eu não quero contar uma história do Mussum onde seja uma biografia completa. Não, eu quero fazer uma biografia onde as pessoas entendam o lado bom do Mussum. Porque é isso, todo mundo tem seus bons e maus momentos. Por que que eu vou passar um marca texto em cima do que não deu certo?

Os atores Thawan Lucas Bandeira, Yuri Marçal (que ganhou melhor ator coadjuvante no Festival de Gramado) e Ailton Graça (melhor ator) interpretam Mussum em três fases diferentes de sua trajetória. A veterana Neusa Borges também foi premiada como melhor atriz coadjuvante por interpretar Dona Malvina, mãe de Mussum, papel que divide com a atriz Cacau Protásio. Mussum, O Filmis ainda levou o prêmio de Melhor Trilha Musical e Menção Honrosa pela caracterização feita por Martin Macias Trujillo.

A direção de Guindane é leve, ao mesmo tempo que não foge de passagens mais tensas, como a morte da mãe do cantor, Malvina. O período do filme que foca a criação do grupo cômico Os Trapalhões não ganha toda a complexidade que tomou tantas manchetes em seus anos de glória, mas inclui polêmicas, como a breve separação do quarteto.

Ailton Graça, ao ser questionado sobre suas expectativas em relação a como o público receberá essa nova lente sob a vida de Mussum, contou sobre a felicidade de fazer parte de um momento onde o cinema brasileiro está recuperando suas forças. 

- [O trailer] bateu mais de 6 milhões de visualizações, o que deixa a gente com uma responsabilidade, uma felicidade, de saber que a cultura também está voltando, que o cinema nacional está voltando, ressaltou o protagonista. - A gente tinha visto o sucesso da história de Claudinho e Bochecha, da Gal [Costa], e agora essa expectativa com o nosso filme, complementou.

 

Confira o trailer completo do filme:

 

 

por Clara Rocha / ESTRELANDO

RIO DE JANEIRO/RJ - Igor Palhano, reconhecido como filho legítimo de Mussum, revelou durante o “A Tarde é Sua” que pediu na Justiça o bloqueio dos bens dos irmãos. De acordo com ele, os irmãos afirmaram que ele não teria direito à herança do ator e, por isso, Igor decidiu procurar as autoridades.

“Hoje em dia quem toma conta do processo é a minha mãe, ela tomou à frente. Ela viu algumas coisas que realmente que eu tenho dinheiro, que me disseram que eu não tinha direito, que já tinha sido pago, que a família toda já recebeu e, como cheguei agora, eu tenho que depois que for reconhecido eu ver o que tenho direito daqui para frente”, disse.

O jovem ainda disse que não abrirá mão de seu direito mesmo não precisando de ajuda financeira. “Nunca me fez falta [herança], mas se eu tiver algo para receber, eu vou receber, não vou ser hipócrita”, finalizou.

 

 

*Por: ISTOÉ GENTE

SÃO PAULO/SP - Em 7 de abril de 1941, em Lins de Vasconcelos, no Rio de Janeiro, nascia Antônio Carlos Bernardes Gomes, que mais tarde se tornaria um dos principais artistas brasileiros, eternizado pelo personagem Mussum, de Os Trapalhões. Lucio Mauro Filho celebrou os 80 anos do músico e humorista, com quem conviveu na sua infância.

Em postagem no Instagram na quarta-feira, 7, o ator compartilhou um vídeo de Mussum dando entrevista e cantando. Na legenda, relembrou com carinho sua relação com o artista. "Antônio Carlos Bernardes Gomes, Carlinhos da Mangueira, Carlinhos Reco-Reco, Mussum. Hoje faria 80 anos, aquele que foi o primeiro artista negro de quem me tornei fã. Papai dirigiu Os Trapalhões durante uma temporada e também participava como ator. Era a trupe dos sonhos para uma criança do final dos anos 70."

Lucio contou sobre sua impressão quando foi apresentado à Mussum, que apesar de ser engraçado, também sabia tratar de assuntos sérios. "Ele foi um dos primeiros artistas a me dar o entendimento da diferença entre o personagem e a pessoa real. Pra completar, tínhamos todos os discos dos Originais do Samba em casa, o que também me chamou atenção, provando que um artista pode fazer tudo."

O ator destacou o pioneirismo de seu ídolo. "Mussum ao mesmo tempo que servia a Força Aérea Brasileira, se apresentava como percussionista na trupe de Carlos Machado. Seu lado humorista sempre chamou atenção, inclusive de Grande Otelo que foi grande incentivador. Passou pela Escolinha do Professor Raimundo de Chico Anysio lá pro final dos anos 60 e finalmente foi integrar o trio Trapalhões (Zacarias viria depois). Mussum foi um dos primeiros artistas negros a protagonizar na TV. Foi um pioneiro em todos os sentidos."

Além de ser uma influência na vida de Lucio Mauro Filho, Mussum lhe deu um grande companheiro. "Uma influência na minha vida, que se já não bastasse, ainda colocou no mundo seu filho Antonio Carlos, meu querido irmão, homem doce e que herdou do pai o talento e carisma. Viva Mussum!", comemorou.

Mussum morreu em 29 de julho de 1994, em São Paulo, por complicações pós-operatórias de um transplante de coração.

Antônio Carlos Santana, conhecido como Mussunzinho, homenageou o pai no Instagram. 

 

 

*Por: ESTADÃO

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