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BRASÍLIA/DF - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, na segunda-feira (8), em Brasília, a lei que inclui a Política Nacional de Saúde Bucal, também conhecida como Brasil Sorridente, na Lei Orgânica da Saúde. Com isso, o acesso a atendimento odontológico no Sistema Único de Saúde (SUS) se torna obrigatório e a saúde bucal passa a ser um direito de todos os brasileiros, garantido por lei. "O Brasil Sorridente é uma coisa extraordinária porque recupera não o sorriso, mas a dignidade do ser humano, o orgulho do ser humano”, disse o presidente.

Durante cerimônia, no Palácio do Planalto, Lula destacou que a promoção à saúde bucal passa pelo acesso aos demais serviços e deve começar na escola, com educação e, inclusive, atuação de dentistas em sala de aula.

“Não é só tratar no dentista, é a qualidade da água que a pessoa vai beber, a qualidade da comida que a pessoa vai comer, porque se não houver esse processo de educação e esse processo de investimento para melhorar essas coisas, não adianta. Os programas, muitas vezes, não valem a pena se as pessoas não estiverem educadas”, disse Lula.

“Eu quero que a gente tenha dentista para ir na sala de aula, ver todas as crianças de uma escola. Tem que ver se a criança precisa de tratamento e educar essa criança a partir da escola, para que a gente possa daqui a 20 ou 30 anos poder sonhar em ter uma sociedade em que as pessoas possam comer carne, posso comer castanha, possam sorrir, possam arrumar até namorado ou namorada”, acrescentou o presidente.

Garantia de serviços

O programa Brasil Sorridente foi criado em 2004, durante o primeiro mandato de Lula na Presidência, para garantir serviços de saúde bucal de forma gratuita e combater a dificuldade de acesso de atendimento à população mais vulnerável e em regiões de vazios assistenciais. Até então, segundo a Presidência, o principal procedimento odontológico realizado nos serviços públicos era a extração dentária.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 10 anos, mais de 80 milhões de pessoas foram atendidas pelo programa em todo o país, recebendo os mais diversos tipos de atendimentos odontológicos na promoção da saúde bucal, atendimento preventivo e recuperação dentária.

Aprovada pelo Congresso Nacional em novembro de 2022, a lei prevê o acesso universal, equânime e contínuo aos serviços de saúde bucal, que passam a integrar o SUS definitivamente. Assim, a oferta de serviços odontológicos não pode ser interrompida ou colocada em segundo plano por gestores federais, estaduais e municipais.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que a agenda de saúde bucal também estará presente nas políticas de saúde para as populações negras e indígenas. “Os indicadores de saúde bucal revelam ainda as desigualdades existentes no país e na população negra e indígena, onde encontramos os piores quadros, refletindo o que acontece em toda a sociedade”, disse.

Segundo ela, o governo vai trabalhar de forma conjunta para atender todos os determinantes sociais da saúde, como boa alimentação e acesso à água tratada e fluoretada, que também impactam a saúde bucal.

A atenção em saúde bucal no SUS é ofertada em Unidades Básicas de Saúde (UBS), unidades de Saúde da Família, unidades odontológicas móveis, centros de especialidades odontológicas e hospitais. Além desses serviços, o Programa Brasil Sorridente conta com laboratórios regionais de prótese dentária.

Ampliação de atendimento

Desde o início do governo, o Ministério da Saúde vem trabalhando na ampliação do atendimento no Programa Brasil Sorridente, com o credenciamento de 3.685 novas equipes de saúde bucal e 630 novos serviços e unidades de atendimento. O investimento nessas novas habilitações é de R$ 136,87 milhões em 2023.

Com isso, mais de 10 milhões de brasileiros que não tinham acesso a esse cuidado passam a ser alcançados pelo programa, totalizando 111,6 milhões de pessoas cobertas. O Brasil passará a contar, então, com 33,3 mil equipes atuando em todo o país e 5,6 mil serviços em funcionamento. A expectativa do governo é chegar a 59,7 mil equipes até o fim de 2026.

Ao todo, 805 municípios brasileiros foram contemplados com os novos serviços e equipes de saúde bucal. Desses, 85 municípios receberão equipes de saúde bucal pela primeira vez.

Entre os novos credenciamentos estão 68 diferentes serviços habilitados para os centros de Especialidades Odontológicas em todo Brasil, sendo 19 unidades novas, além de 10 novas unidades odontológicas móveis para assegurar que o atendimento chegue nas regiões vulneráveis e de difícil acesso.

As novas habilitações também abrangem 552 novos laboratórios regionais de próteses dentárias, que ampliam a oferta de próteses dentárias pelo SUS e possibilitam a reabilitação fonética, mastigatória e a retomada da autoestima dos cidadãos.

 

 

Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

BRASÍLIA/DF - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou uma mensagem alusiva ao Dia Mundial da Saúde, celebrado na sexta-feira (7). No texto, ele cita a garantia constitucional da saúde como um direito universal, principalmente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Lula menciona os principais desafios do Brasil na área, incluindo a necessidade de alocação de médicos nas comunidades do interior e nas periferias das grandes cidades, além de acabar com as filas para exames, consultas e cirurgias.

"No Brasil, felizmente, temos a garantia constitucional de um Sistema Único de Saúde, o SUS, que assegura o acesso gratuito aos serviços por toda a população. E nos esforçamos constantemente para transformar em serviços cada vez melhores aquilo que determina a nossa Constituição", escreveu.

"Isso passa por fortalecer o SUS, levando médicos e todos os profissionais da saúde às periferias das grandes cidades e às distantes comunidades do interior brasileiro. Também passa pela realização de intensas campanhas para superar os problemas que ainda decorrem da pandemia do covid-19: as filas acumuladas de consultas, exames e cirurgias eletivas e a queda dos índices de vacinação", acrescenta a mensagem.

O presidente também ressaltou a importância da Organização Mundial da Saúde (OMS) e elogia o trabalho da atual gestão da entidade, comandada pelo etíope Tedros Adhanom.

"A OMS tem dado contribuições extraordinárias à humanidade. E merece uma profunda homenagem por estar comemorando seus 75 anos de criação também neste 7 de abril. Assim, deixo aqui registrado meu muito obrigado ao diretor-geral, Tedros Adhanon, pela sua liderança à frente da Organização".

Em rede social, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, comentou a mensagem do presidente Lula e ressaltou que a saúde de um depende da saúde de todos.

 

 

Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil

Monitoramento neurológico durante o procedimento minimiza o risco de sequelas. A paciente é uma criança de 12 anos: “A recuperação dela foi excelente”, relatou a mãe.

 

SÃO CARLOS/SP - A Santa Casa de São Carlos realizou uma cirurgia de escoliose grave neuromonitorizada pela primeira vez pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O procedimento foi feito em uma criança de 12 anos (ela não quis ser identificada), no dia 09 de fevereiro.

De acordo com o cirurgião de coluna vertebral, Danillo Vilela, a escoliose é um distúrbio da curvatura da coluna. No caso desta paciente, trata-se de uma escoliose congênita desenvolvida ao longo da vida. “Com o crescimento dela, essa alteração da curvatura da coluna foi aumentando gradativamente e chegou em um nível importante, onde causou uma deformidade significativa, limitações e comprometimento na locomoção”, explicou.

A mãe dela, Ruth Duarte, explica que a filha vinha sentindo muitas dores e já não conseguia fazer certas atividades. “Nestes últimos dois anos ela passou a sentir muitas dores. Então atrapalhou nas atividades que ela tinha de exercícios físicos e até para passear. Ela não tinha mais posição para dormir e reclamava que estava dormindo muito mal”, disse Ruth.

Por conta disso, foi necessária a correção cirúrgica para evitar a progressão dos efeitos da doença e comprometimento da mobilidade desta criança. “A escoliose pode continuar progredindo e causar outras doenças secundárias, por exemplo: predispor a formação de hérnias de disco, de estenoses e comprometimento da medula e dos nervos. E isso pode, ao longo dos anos, começar a afetar ainda mais a mobilidade e causar dificuldade para andar”, disse o médico.

 

NEUROMONITORIZAÇÃO

Para reduzir o risco de sequelas, foi utilizada a moderna técnica de neuromonitorização intraoperatória. O procedimento consiste no monitoramento neurológico da paciente por elétrodos durante toda a cirurgia. Qualquer mudança nas respostas é analisada por um Neurofisiologista Clínico, que informa o cirurgião para que as medidas cabíveis sejam tomadas. “Nós temos o respaldo das condições neurológicas dela, das funções da medula, dos nervos e das raízes em tempo integral e real durante a cirurgia. Isso, evidentemente, reduz o risco de complicações, porque a todo momento temos condições de avaliar a integridade neurológica dela”, explicou o Dr. Danillo Vilela.

“Essa é uma técnica consagrada no mundo, que nós já realizamos em serviços privados, mas no sistema público de saúde em São Carlos é a primeira vez”, complementou o médico da Santa Casa.

 

RECUPERAÇÃO E VOLTA DA QUALIDADE DE VIDA

Um mês após a cirurgia, a paciente vem sendo acompanhada no ambulatório, onde, de forma gradativa, é liberada para retomar algumas atividades. “Essa paciente já está andando e foram retirados todos os pontos. Houve uma importante melhora no desvio que ela tinha, como é visível nos exames de imagem e pós-operatórios de radiografia. O intuito é reabilitá-la para uma vida nova, com uma coluna retificada, sem aquele grande desvio escoliótico que existia”, explicou o Dr. Danillo Vilela.

Ainda segundo o médico, o resultado positivo é fruto do uso da melhor técnica disponível na medicina atualmente. “A cirurgia transcorreu muito bem, com a melhor técnica e os melhores recursos tecnológicos, usados nos maiores centros de coluna do país, inclusive nos serviços privados. Então, nós conseguimos disponibilizar para ela o que existe de melhor da medicina, no serviço público”, disse.

A mãe da paciente relatou que a filha está muito feliz e já não sente mais dores da escoliose. “A dor que ela sentia por causa da curvatura, ela não está mais sentindo. A recuperação dela foi excelente. A curvatura que ela tinha, hoje olhamos e vemos ela retinha. Ela colocando a roupa e ficando bem no corpo. É uma alegria muito grande”, disse Ruth Duarte.

Após terminar a recuperação pós-operatória, a expectativa é que a filha consiga realizar todas as atividades que estavam sendo comprometidas pela doença e tenha mais qualidade de vida. “Ela ainda está em recuperação, mas já vemos o grande benefício que já teve sobre a vida dela. Acredito que logo ela vai ter alta e voltar para a escola, para poder fazer as atividades físicas que ela já não estava mais conseguindo fazer. Ela também já está dormindo muito bem. Então são situações que nós já vemos o resultado”, explicou. 

Por fim, em nome da filha e de toda sua família, Ruth agradeceu ao Dr. Danilo e a todos os funcionários da Santa Casa que participaram de alguma forma deste momento. “Eu sou muito grata pelo atendimento, pelo tratamento e vou orar e pedir a Deus que abençoe o trabalho e a vida todos. Espero que essas cirurgias, esse tratamento, esse cuidado, possam se estender para muitas outras pessoas”, concluiu.

SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura de São Carlos, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e em conjunto com o Conselho Municipal de Saúde, realizou a 11ª Conferência Municipal de Saúde no último sábado (04/03), ocasião em que foram apresentadas e debatidas políticas públicas de saúde para o âmbito municipal, estadual e federal. O evento aconteceu no Hotel Nacional Inn e, segundo a organização, recebeu cerca de 200 participantes.
Representada por diversos segmentos – como poder público, entidades conveniadas, prestadores de serviço, colaboradores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) –, a Conferência reuniu ideias por eixos temáticos e, ao final, as mais votadas foram encaminhadas para apreciação na etapa macrorregional. Além disso, o evento ainda teve apresentações culturais e uma palestra-debate com a Prof.ª Drª Maria do Carmo Gullaci Guimarães Caccia-Bava, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, com o tema "Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia –  Amanhã vai ser outro dia".
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Jôra Porfírio, que representou o prefeito Airton Garcia na ocasião, a apresentação de demandas e projetos e um debate construtivo entre os diversos agentes do SUS contribuem ativamente para o município. “Debater políticas públicas é sempre importante para o desenvolvimento do SUS em nossa cidade e, com o apoio do Conselho Municipal de Saúde e da nossa rede municipal de saúde, seja ela representada pelas entidades, prestadores, colaboradores ou usuários, estamos promovendo as melhorias que a população tanto procura e merece. Agradeço a todos os que puderam participar e contribuíram com ideias para tornarmos a saúde da nossa São Carlos mais estruturada, pois juntos somos mais fortes”, disse Jôra.
O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Lineu Navarro, igualmente destacou a produtividade das iniciativas apresentadas. “Podemos fazer um balanço altamente positivo da 11ª Conferência Municipal de Saúde. Foi uma Conferência bem organizada, com uma pauta extensa de discussões, uma palestra muito boa da Prof.ª Drª Maria do Carmo Gullaci Guimarães Caccia-Bava e saímos daqui com 30 propostas para ajudar e contribuir com a Secretaria Municipal de Saúde para que o planejamento municipal seja efetivamente voltado à resolutividade em questões como saúde mental, atenção primária de saúde, cirurgias eletivas, exames reprimidos, falta de profissionais e urgência e emergência, entre outras”, ressalta Lineu.
Também participaram da Conferência Municipal de Saúde o vice-prefeito Edson Ferraz; os secretários municipais de Relações Legislativas e Institucionais, Fernando Carvalho, e de Comunicação, Leandro Severo; a secretária-adjunta de Esportes e Cultura, Andreia Rosa; o presidente da Comissão Permanente de Saúde e Promoção Social da Câmara Municipal, vereador Lucão Fernandes, e os vereadores André Rebello, Azuaite Martins de França, Cidinha do Oncológico, Djalma Nery, Raquel Auxiliadora e Ubirajara Teixeira (Bira).

Iniciativa abrange mulheres e adolescentes em situação de vulnerabilidade em 3,5 mil municípios brasileiros

 

BRASÍLIA/DF - Quatro milhões de mulheres e adolescentes em situação de vulnerabilidade serão beneficiadas com a oferta e a distribuição gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de absorventes higiênicos. A ação foi anunciada na última quarta-feira (23) durante evento no Ministério da Saúde (MS), cuja Portaria, com as diretrizes da iniciativa, está publicada na edição de quinta-feira (24), do Diário Oficial da União (DOU).

Veja a Portaria no DOU

Anfitrião do evento, o ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, ressaltou a importância dos cuidados voltados às mulheres em situação de vulnerabilidade. “A história da menstruação é tão antiga quanto a história da humanidade. Essa política da saúde menstrual resgata a dignidade das mulheres que vivem em condição de vulnerabilidade”, afirmou.

A titular do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Cristiane Britto, viu com entusiasmo a iniciativa do MS. “Estamos empenhados em garantir vidas dignas a todas as meninas e mulheres do nosso Brasil. É nesse sentido que eu parabenizo o Ministério da Saúde, que fez de tudo para viabilizar a implementação de uma política tão importante e tão sonhada. Essa é uma grande entrega”, pontuou a gestora.

A ministra também citou a Lei aprovada no Congresso Nacional e que trata sobre o tema. Ela enfatizou que esse tempo foi importante para dar segurança jurídica e garantir que não falte recursos para a iniciativa.

Números

Segundo a publicação, serão beneficiados os seguintes grupos:

• 17,2 mil mulheres em situação de rua ou em situação de vulnerabilidade social extrema, cadastradas em equipe de Consultório na Rua, homologada pelo Ministério da Saúde, observados os critérios do Programa Previne Brasil - faixa etária entre 8 e 50 anos;

• 3,5 milhões de estudantes de baixa renda, matriculadas nos níveis de ensino fundamental, médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e ensino profissional, em escolas pactuadas na adesão ao Programa Saúde na Escola (PSE), com percentual mínimo de 50% dos estudantes de famílias beneficiárias do Programa Auxílio Brasil, conforme Portaria Interministerial 1.055 de 25 de abril de 2017, em 36.549 escolas pactuadas em 3.394 municípios;

• 291 mil adolescentes internadas em unidades de cumprimento de medida socioeducativa, cadastradas em uma equipe Saúde da Família ou equipe de Atenção Primária, observados os critérios do Programa Previne Brasil (faixa etária entre 12 e 21 anos).

O Programa será implementado de forma integrada entre todos os entes federados, mediante a atuação das áreas da saúde, assistência social, educação e segurança pública. A distribuição ficará a critério do gestor local, dependendo da organização de cada município, em locais como Unidades Básicas de Saúde, escolas que participam do PSE e Consultórios na Rua homologados pelo Ministério da Saúde.

O impacto financeiro estimado para a promoção da saúde menstrual em 2022 é de R$ 23,4 milhões para os últimos dois meses do ano. Já para 2023, a meta é investir R$ 140,4 milhões e para 2024, o repasse também será de R$ 140,4 milhões levando em conta o número de beneficiadas.

(Com informações do Ministério da Saúde)

BRASÍLIA/DF - O Ministério da Saúde (MS) decidiu incorporar na lista de medicamentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) o ácido zoledrônico. Medicamento é usado para o tratamento de pacientes com osteoporose que apresentam intolerância ou dificuldades de deglutição dos bisfosfonatos orais. A portaria foi publicada hoje (21) no Diário Oficial da União (DOU).

A incorporação do medicamento atende a uma recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do MS. Segundo a portaria, o medicamento deverá ser oferecido à população no SUS no prazo máximo de 180 dias.

A osteoporose atinge o metabolismo dos ossos, diminuindo a massa óssea e comprometendo a estrutura dos tecidos responsáveis pela formação dos ossos. A doença é a principal causa de fratura em pessoas acima de 50 anos.

O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do MS já disponibiliza no âmbito do SUS o uso de Vitamina D e Cálcio, raloxifeno, estrógenos conjugados, calcitonina (spray nasal) e os bisfosfonatos orais (alendronato e risedronato) para o tratamento de pacientes com osteoporose.

De acordo com a Conitec, a incorporação do ácido zoledrônico se deve, entre outras razões, a sua alta capacidade de se ligar ao osso mineralizado. Ao ser administrado, o medicamento age rapidamente no osso, inibindo o desequilíbrio entre a reabsorção de cálcio e a remodelação óssea.

 

 

Por Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil 

SÃO CARLOS/SP - O Sistema Único de Saúde (SUS) é o único sistema de saúde pública do mundo que contempla mais de 190 milhões de pessoas, sendo que 80% delas dependem exclusivamente dele para qualquer atendimento de saúde.

Os serviços oferecidos pelo SUS incluem consultas, exames, vacinas, cirurgias, transplantes de órgãos, doação de sangue, doação de leite humano, quimioterapia, entre outros.

Mas você sabia que é possível fazer cirurgia plástica pelo SUS?

O cirurgião plástico e membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Dr. Daniel Sundfeld Spiga Real, explica que o Sistema Único de Saúde realiza apenas os denominados procedimentos reparadores, principalmente aqueles que podem gerar algum sofrimento ou dificuldade física para as pessoas.

“As cirurgias plásticas feitas pelo SUS estão arregimentadas no SIGTAP (Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS), uma lista aberta à consulta de qualquer cidadão. Dentre tais procedimentos podemos citar reconstrução mamária após retirada de câncer, reconstituição de lábio leporino e malformação das orelhas, pálpebras ou do músculo peitoral”, exemplifica.

Dr. Daniel Sundfeld salienta que pacientes pós-bariátricos com grande perda de massa corporal podem passar por cirurgia de correção de abdômen, mas para isso, o paciente deve apresentar excesso de tecido cutâneo que recobre toda a região pubiana.

“Algumas cirurgias consideradas estéticas também podem ser realizadas pelo SUS, como redução mamária e abdominoplastia, porém somente em locais que possuem residência médica em Cirurgia Plástica”, lembra.

Ainda de acordo com o médico Dr. Daniel Sundfeld Spiga Real, os procedimentos são realizados por um cirurgião plástico credenciado, sem que haja uma forma especial de solicitação. O paciente deve seguir o fluxo padrão do SUS, passar em avaliação pelo médico da Unidade Básica (UBS/USF), que fará a avaliação e encaminhará ao especialista adequado.

“Como todas as cirurgias do SUS, há uma enorme demanda para uma pequena oferta, seja por falta de profissionais, seja por falta de recursos e materiais nos hospitais. Assim, geralmente, a espera é longa, principalmente para cirurgias sem urgência, sendo priorizadas as cirurgias aos pacientes oncológicos”, completa.

BRASÍLIA/DF - As cirurgias de varizes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país caíram, em média, 69% ao longo de 2021, na comparação com o ano de 2019, antes da pandemia de covid-19. A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) analisou dados do Ministério da Saúde e fez um alerta, que vai além da questão estética:

“Sem o cuidado devido, as varizes implicam em perda de qualidade de vida, sobretudo para as mulheres, em quem são mais prevalentes, que podem sofrer com dores e desconforto, comprometendo sua rotina. Além disso, as varizes podem evoluir para situações graves e de difícil reversão, como as úlceras de estase, que são feridas crônicas de difícil cicatrização e que tem grande impacto econômico e na qualidade de vida do paciente”, ressaltou Julio Peclat, presidente da SBACV.

Números

Há dois anos, a rede pública contabilizou a realização de 68.743 cirurgias de varizes na rede pública. O volume inclui tratamentos cirúrgicos de varizes bilateral e unilateral, bem como a ressecção (extração) das veias. Em 2020, ano em que a pandemia foi decretada, em março, esse total caiu 59%, com o registro de 28.354 operações.

Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular mesmo diante do esforço dos serviços espalhados pelo país de retomada do atendimento em 2021, a quantidade de cirurgias realizadas no ano passado ainda foi insuficiente para recuperar os patamares pré-pandemia. O déficit foi de 24% no volume de cirurgias para varizes. O dado absoluto foi de 21.604 procedimentos.

Ao longo de dez anos (2011-2021), o SUS realizou 552.332 operações de varizes, com uma média anual de 55.233 casos atendidos. Assim, o resultado alcançado ano passado foi de apenas 40% desse número.

Estados

Em um recorte estadual, os dados mostram que 26, dos 27 estados brasileiros, diminuíram o número de cirurgias para varizes realizadas ao longo de 2021, na comparação com 2019.

As principais variações foram observadas nas seguintes unidades: Acre (-95%), Espírito Santo (-92%), Mato Grosso do Sul (-92%), Bahia (-84%), Paraná (-84%), Distrito Federal (-74%), Minas Gerais (-73%), Ceará (-70%), Pará (-70%) e São Paulo (-67%). Em outros estados os índices variaram de -15% (Alagoas) a -66% (Paraíba). O único estado a registrar resultado positivo foi o Mato Grosso (44%).

Apesar de em em todas as regiões brasileiras ter sido registrado um comportamento semelhante, em termos proporcionais, a Região Norte teve o pior desempenho, com queda de 72% no número de cirurgias, no período de avaliação. Na sequência, aparecem o Sul (- 71%), o Sudeste (-70%), o Nordeste (-63%) e o Centro-Oeste (-51%).

Para Mateus Borges, diretor de publicações da SBACV que coordenou o levantamento, é necessário entender que varizes são um problema de saúde pública, com consequências individuais e coletivas.

Para os especialistas da SBACV a baixa procura durante a pandemia deveu-se ao receio de pacientes irem a consultórios e hospitais para consultas e cirurgias por receio de se exporem ao novo coronavírus. Isso resultou em um “apagão” desse tipo de cirurgia.

Borges entende que, passado o cenário crítico da pandemia, é preciso promover uma campanha de esclarecimento para conscientizar a população sobre a importância dos cuidados. O presidente da SBACV acrescenta que isso deve ocorrer com a adoção de medidas de planejamento e reforço da infraestrutura de atendimento para acolher a demanda reprimida.

Doença

Varizes são veias alongadas, dilatadas e tortuosas que se desenvolvem abaixo da pele e que, em função de sua fase de desenvolvimento, podem ser de pequeno, médio ou de grande calibre. Os membros inferiores (pés, pernas e coxas) são os mais acometidos.

As causas da doença são variadas e incluem predisposição genética, gravidez e idade avançada. Além disso, a prevalência da condição é mais comum em mulheres.

Quando não tratada, a doença pode dar origem a outras complicações. As principais e de maior risco são: flebites, tromboses, além de manchas nas pernas e feridas (úlceras). Também podem evoluir para a insuficiência venosa, com sintomas como sensação de peso, cansaço e queimação nas pernas, bem como dormência, alterações de mudança da textura da pele - deixando-a mais suscetível a lesões -, úlceras, infecções e sangramento.

Paradigmas educacionais que incluam o empoderamento e o olhar humanizado dos profissionais auxiliam no aprimoramento do sistema público de saúde

 

Oferecer a futuros profissionais de Saúde uma formação voltada ao mundo real, que considere o contexto brasileiro e, também, seja multidisciplinar e compromissada com o olhar para o paciente como um todo - em oposição à formação fragmentada, excessivamente especializada e pautada na lógica de mercado - é fundamental ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Esta é a síntese de reflexões e estudos realizados por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Gestão da Clínica (PPGGC).

As inquietações relacionadas à defesa do SUS surgiram quando Antonio Flavio Archangelo Junior e Enderson Carvalho, à época estudantes no curso de mestrado profissional do PPGGC, tentavam entender como a Educação em Saúde pode ser utilizada como ferramenta de fortalecimento do Sistema, no período em que ocupavam também o papel de gestores da Fundação Municipal de Saúde da cidade de Rio Claro (SP). Os debates ocorreram no escopo da atividade curricular "Processos Educacionais em Saúde", com foco em discussões teóricas da obra de autores que trabalham com as chamadas metodologias ativas - processo de ensino-aprendizagem que incentiva a autonomia e a participação dos estudantes buscando favorecer sua capacidade crítica e reflexiva.

Uma das obras estudadas foi a de David Ausubel, com a Teoria da Aprendizagem Significativa (TAS). O psicólogo da Educação estadunidense defende o conhecimento prévio de uma pessoa como principal fator que influencia em seu aprendizado. Nesse sentido, é importante os educadores desenvolverem estratégias pedagógicas que levem em consideração esse conhecimento já existente.

Ao refletirem sobre a teoria com foco na área da Saúde, os pesquisadores enfatizam a importância do ensino voltado para as necessidades de aprendizagem dos estudantes e que aborde problemas e desafios relacionados diretamente ao contexto brasileiro, auxiliando, portanto, na formação voltada ao mundo real.

Em contraposição, Archangelo afirma que, atualmente, os profissionais da Saúde são ensinados para um atendimento descontextualizado da realidade brasileira, com formação fragmentada e especializada, voltada à lógica mercadológica - ou seja, segundo o pesquisador, em um sistema que restringe os serviços de saúde ao comercializá-los, por planos particulares, elitizando o acesso à saúde, além de atrair os médicos para o setor privado.
Desse modo, defendem a necessidade de criação de novos paradigmas na Educação em Saúde, com foco em metodologias ativas, visão multidisciplinar e pautados no atendimento humanizado e no olhar para o paciente como um todo. Assim, um médico no SUS poderá ir além do tratamento a uma doença específica, conforme exemplifica Archangelo. "É um olhar integral, para entender, junto com uma equipe multidisciplinar, os fatores e condicionantes que afetam aquele paciente. O foco no meio, na sociedade e no contexto familiar nos quais o indivíduo está inserido e a prioridade no cuidado com o outro são ações que suscitam o empoderamento, que traz, por sua vez, um sentimento de competência e de liberdade ao profissional."

Para Archangelo, ao entender e refletir, criticamente, sobre onde se opera, como se opera e para quem se opera sua prática, o profissional enxerga a equidade em uma sociedade tão desigual quanto a brasileira. "Ao contrário disso, quando o acesso à saúde é dado de acordo com o poder monetário, uma grande parcela da população é automaticamente condenada à desassistência. Se apoderar do conhecimento e do atendimento integral ao paciente é uma forma de resistência e de valorizar o sistema público de saúde", reforça o pesquisador.

No entanto, a mudança envolve desafios. "É uma luta diária, que envolve reflexão e formação desses profissionais do SUS que operam o sistema, mas quando alcançarmos esses novos paradigmas, nos fortaleceremos para enfrentar os constantes ataques e a lógica perversa de desmonte e privatização em detrimento ao sistema público, universal e gratuito. E esse deve ser o compromisso de todas as pessoas", defende Archangelo.

Os debates deram origem ao artigo "Transcendence in the Formation of the Healthcare Professional for Changing Practice" (disponível em https://bit.ly/3A9Mb8D), publicado no Journal of Modern Education Review.

Além de Archangelo e Carvalho, mestres em Gestão da Clínica pela UFSCar, assinam a publicação Aline Guerra Aquilante e Jair Borges Barbosa Neto, docentes do Departamento de Medicina (DMed) da UFSCar; Eucinete Ferreira de Lima, profissional do SUS de Rio Branco (AC); e Ángela Maria Velasquez Lainez, docente da Universidade de Honduras.

Regionalização

Com o aprofundamento dos estudos em sua dissertação de mestrado, intitulada "Regionalização como garantia de acesso aos serviços de saúde: revisão integrativa de literatura" (https://bit.ly/3x4xd1I), sob orientação de Roberto de Queiroz Padilha, docente do PPGGC, Archangelo detectou que esse empoderamento dos profissionais da Saúde também é importante para aprimorar o processo de regionalização do SUS, diretriz que se caracteriza por atribuir, a órgãos locais, atribuições e poder político, administrativo e fiscal.

Instrumento que visa o acesso adequado e integral do cidadão aos serviços de saúde, a regionalização enfrenta vários entraves, como, por exemplo, a dificuldade na interação entre União, estados e municípios. Por isso, o empoderamento das pessoas que trabalham no SUS pode auxiliar na mudança da prática. "A partir desse viés, é possível olhar para as demandas específicas de uma região geográfica e de sua população e entender suas características e peculiaridades; isso é uma gota de esperança no combate às históricas desigualdades que assolam o Brasil", finaliza o pesquisador.

Sua dissertação deu origem ao livro "Regionalização e acesso", cujas versões em diferentes idiomas podem ser acessadas em https://bit.ly/3qv5ept.

Apesar do medicamento que previne e controla crises epilépticas estar nos postos de distribuição desde o ano passado, ABE se preocupa com fato de pessoas que têm a doença ainda não saberem que podem adquirir o remédio gratuitamente

 

São Paulo/SP – A epilepsia é uma doença neurológica crônica que tem a convulsão, a alteração transitória da consciência e a contração involuntária de músculos do corpo, como possíveis sintomas, porém, na maior parte dos casos, o medicamento adequado pode inibir as crises epilépticas. A luta pelo fornecimento regular de remédios pelos postos de saúde e hospitais públicos, para pessoas que têm epilepsia, é um dos objetivos da ABE, e assim, a associação realizou reivindicações para que o SUS incorporasse o Levetiracetam. O medicamento, disponível desde maio de 2020, inibe crises epilépticas e a ABE acredita que a informação de que pode ser adquirido de forma gratuita, precisa ser amplamente divulgada.

O Levetiracetam contribui com a qualidade de vida de quem tem epilepsia, inclusive, de crianças com mais de seis anos a adultos, que não respondem ao tratamento com apenas um tipo de anticonvulsivante. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde divulgada pelo IBGE, realizada em 2019, mais de 70% da população brasileira dependia do SUS, o que mostra, segundo a Presidente da ABE, Maria Alice Susemihl, como é essencial que importantes medicamentos como o Levetiracetam estejam disponíveis para a população e que as pessoas saibam que não precisam comprar.

“Constantemente, a ABE recebe perguntas sobre a disponibilização do Levetiracetam pelo SUS, o que demonstra que diversas pessoas ainda estão gastando um dinheiro que muitas vezes não têm, para comprar o medicamento. Receio que os remédios vençam antes de chegar na mão das pessoas que precisam dele e por isso estamos agindo para que cada vez mais pessoas saibam que têm acesso facilitado a uma importante opção de medicamento para o controle de crises epilépticas”, afirma.

Desde 2018 a Associação Brasileira de Epilepsia veio lutando para que o Levetiracetam fosse incorporado ao SUS, sempre acompanhando os passos do governo, inclusive, fazendo reinvindicações relacionadas com a demora para a realização da compra.

“A ABE se sente vitoriosa por saber que o medicamento está disponível pelo SUS, mas a luta não acabou. Temos a missão de fazer com que a informação chegue até quem possui a doença para que assim, nossa conquista de fato valha à pena”, finaliza.

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Sobre Associação Brasileira de Epilepsia

A ABE é uma Associação sem fins lucrativos que se estabeleceu como organização para divulgar conhecimentos acerca dos tipos de epilepsia, disposta a promover a melhora da qualidade de vida das pessoas que convivem com a doença. Integra o International Bureau for Epilepsy e é composta por pessoas que têm epilepsia, familiares, neurologistas, nutricionistas, advogados, assistentes sociais, pesquisadores e outros profissionais. Atua formando grupos de autoajuda, facilitando a reabilitação profissional, lutando pelo fornecimento regular de medicamentos nos postos de saúde e hospitais públicos, além de batalhar, incansavelmente, pelo bem-estar das pessoas que convivem com a doença e pelo fim dos estigmas e preconceitos sociais. 

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