TAMBAÚ/SP - Na última semana os alunos da EMEB Vereador Primo Tessarini Neto (São Pedro dos Morrinhos) tiveram uma manhã lúdica soltando pipa, jogando bola e realizando várias brincadeiras folclóricas.
Também tiveram um dia divertido os alunos do maternal do CMEI Latifi Ristum Salim Ferreira (Vila Padre Donizetti). Os pequenos também empinaram pipa!
Esta atividade envolve diversos aprendizados e campos de experiência, tais como EON, CGM, EFPI, além de trabalhar bastante a coordenação motora.
As crianças expressaram sua criatividade e tiveram uma excelente interação social.
PMT
IBATÉ/SP - O Dia do Folclore é celebrado neste dia 22 de agosto, mas desde o início do mês a Rede Municipal de Ensino de Ibaté, desenvolveu atividades com os alunos sobre o tema.
Em todas as escolas municipais os alunos tiveram a oportunidade de conhecer de forma lúdica, algumas brincadeiras que os pais brincavam na infância, como peteca, barangandã, telefone sem fio, amarelinha, nunca três entre outras, e que não são mais praticadas pelos alunos fora do ambiente escolar, seja por falta de espaço, por causa das novas tecnologias entre outros fatores.
Os professores trabalharam sobre a origem e algumas curiosidades sobre o Folclore de forma interdisciplinar, com o objetivo de tornar o aprendizado mais atrativo e proveitoso para os alunos.
A programação incluiu contação de histórias, dança, teatro e brincadeiras, envolvendo alunos e profissionais da Educação. “Os profissionais da rede de educação vêm se destacando desde o início do ano letivo em todos os projetos realizados, assim como em datas comemorativas. Estou muito orgulhosa da equipe que não mede esforços para levar arte até os nossos alunos”, destaca a secretária municipal de Educação e Cultura, Danielle Chaves.
“O folclore é o resultado dos costumes, lendas, festas e crendices que constituem a cultura de um povo. Estudar o folclore é estudar a nós mesmos, àquilo que faz parte das raízes culturais às quais estamos inseridos socialmente. A Arte nos possibilita, em suas diversas linguagens, explorar e manter viva a memória cultural, a partir da valorização do imaginário popular”, destacou a secretária de Educação, completando que ações como estas desenvolvidas na escola mantêm viva a tradição e trazem à tona o sentimento de pertencimento pelas culturas regionais.
Folclore
O Folclore é comumente entendido como um conjunto de práticas e saberes de determinado povo, transmitido de geração para geração. Essa definição está correta, mas quando observamos a história da origem do termo “folklore”, ela fica ainda mais precisa.
Folclore é uma palavra que deriva do termo inglês folklore, que une os radicais “folk”, que significa povo, e “lore”, que significa instrução, aprendizado e sabedoria. Nesse sentido, folclore pode ser entendido literalmente como sabedoria popular. Quem criou esse termo foi o arqueólogo William John Thoms, quando enviou uma carta ao periódico inglês Athenaeum, em 22 de agosto de 1846, na qual sugeria que todo o conjunto de tradições ou “antiguidades” populares poderia ser definido pela palavra “folklore”.
Folclore no Brasil
No Brasil, o Dia do Folclore foi oficializado em 1965 por meio de um Decreto Federal. Tal oficialização ocorreu em virtude da grande massa de estudos sobre cultura popular que já havia no país desde o século XIX. Entre os estudiosos desse tema, destacaram-se nomes como o de Mário de Andrade e de Câmara Cascudo.
Direitos humanos, tecnologia e decolonização serão temas do Fórum que vai de 21 a 24 de agosto e é gratuito
SÃO CARLOS/SP - A partir do dia 21 de agosto, o Senac São Carlos promove a quarta edição do Fórum Internacional Senac de Educadores. Para o evento deste ano, a instituição tem como objetivo expandir e fortalecer os debates sobre educação, abordando alguns dos temas mais atuais e relevantes para o futuro da área e que vêm sendo discutidos pelos mais importantes educadores do país e do mundo.
De acordo com a gerente do Senac São Carlos, Fabia Maria Silva Lins dos Santos, o evento convida os participantes a olharem para um ponto central que são os direitos humanos. “A partir dele pensar em como tecnologias, ou escolhas de currículos, ou os formatos de trabalho podem ou poderão ser decisores na inclusão ou exclusão dos indivíduos na sociedade que queremos. Por isso é uma reflexão para (re)pensarmos na Educação do País que queremos, considerando a importância da educação em seu papel político e social. Como educadores, temos que estar atentos e refletir criticamente em como podemos avançar nessas discussões”, explica.
Inteiramente gratuitas, transmitidas on-line e ao vivo pelo canal no YouTube do Senac São Paulo, as palestras acontecerão até o dia 24 de agosto, sempre das 15 às 17 horas, contando com convidados especialistas em educação. Para conhecer detalhes da programação e o mini currículo dos palestrantes e mediadores, consulte o site do Senac São Paulo.
A mesa que abre esta edição do Fórum, no dia 21, terá como tema “Direitos Humanos na Escola: contribuições para a construção de uma sociedade plural”. Com participação de Lucila Mara Sbrana Sciotti, superintendente de operações do Senac São Paulo; Vinícius Carvalho Pinheiro, diretor do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT Brasil), economista e mestre em Ciências Políticas pela UnB, educação avançada na Harvard Kennedy School of Government e University of Chicago Booth School of Business; Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco e presidente do Conselho de Administração da Anistia Internacional Brasil; e Renato Janine Ribeiro, professor de filosofia, cientista político, escritor e ex-Ministro da Educação. A discussão deverá girar em torno da função das escolas como um importante meio para a compreensão, promoção e defesa dos direitos humanos.
No segundo dia de evento, 22 de agosto, o tema que norteará as discussões será “A Educação Profissional na Era das Novas Tecnologias e dos Novos Formatos de Trabalho”. Nesta ocasião, contribuem com o debate Gabriel Dualiby, coordenador de Projetos Educacionais no Senac São Paulo; Kalyne Lima, presidente nacional da CUFA (Central Única das Favelas) e ativista cultural; e André Lemos, escritor e professor titular da Faculdade de Comunicação da UFBA. A mediação será de Guto Rodrigo de Souza Xavier, consultor em projetos para internet e docente nos cursos de Desenvolvimento e Design para Internet do Senac Americana. A conversa vai abordar, entre outros pontos, o papel da educação profissional no desenvolvimento das competências necessárias e exigidas por um mundo em constante evolução.
A necessidade de que as escolas promovam o letramento midiático de seus estudantes é a reflexão que baseia o terceiro dia do Fórum, dia 23 de agosto. Com o tema “Educação Midiática: pensamento crítico e compromisso ético da escola frente ao papel da mídia”, a mesa será mediada por Wilson Krette Junior, jornalista, doutor em Educação e diretor escolar do Senac Lapa Scipião, contará com Eugênio Bucci, professor titular da Escola de Comunicações e Artes da USP e superintendente de Comunicação Social da USP; Fabiana Moraes, jornalista, professora e pesquisadora do Núcleo de Design e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (NDC/UFPE); e Cátia Lassalvia, docente na área de Comunicação Digital no Senac Lapa Scipião, professora-doutora pela Unicamp/Université de Lille (França) e pesquisadora do grupo MiDiTeS /Unicamp, atuante em temas da aprendizagem ao longo da vida e letramentos midiáticos, digitais e informacionais..
Encerrando o ciclo de palestras, no dia 24, haverá espaço para discutir o apagamento das diferentes narrativas sobre a colonização e os impactos disso sobre os currículos escolares. Mediada por Mario Augusto Costa Valle, educador, formador de professores há 38 anos e coordenador do Programa Senac de Inclusão e Diversidade, a mesa “Educação Decolonial e o Papel do Educador: uma revisão crítica para fortalecimento da democracia” terá a contribuição de Tiago Rogero, jornalista, gerente de criação na Rádio Novelo e atual diretor da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo; Alex Sandro, doutor em Ciências da Educação pela Université de Paris V e professor titular no Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco; e Josiana Carolina Martins Silva, atriz, cofundadora do Grupo de Teatro Corpo Negro e coordenadora educacional do Senac Franca.
Para participar do 4º Fórum Internacional Senac de Educadores, basta acessar o canal do YouTube da instituição. Para conhecer detalhes da programação e o mini currículo dos palestrantes, consulte o site do Senac São Paulo.
Serviço
4º Fórum Internacional Senac de Educadores
Quando: de 21 a 24 de agosto, sempre das 15 às 17 horas.
Informações: site do Senac São Paulo
YouTube do Senac São Paulo: www.youtube.com/@senacsaopaulo
Evento gratuito
BRASÍLIA/DF - Formação dos professores, saúde mental de alunos e docentes e falta de envolvimento das famílias são os principais desafios enfrentados nas escolas públicas nos anos finais do ensino fundamental, etapa que vai do 6º ao 9º anos. As informações são de pesquisa inédita, divulgada nesta quarta-feira (9), que contou com a participação de mais de 3,3 mil dirigentes de educação de municípios de todo o país.
A pesquisa Percepções e Desafios dos Anos Finais do Ensino Fundamental nas redes municipais de ensino foi feita em parceria entre o Itaú Social e a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) para identificar os principais gargalos na oferta e na gestão nesta etapa escolar.
Os resultados mostram que a maioria dos gestores, 75,2%, considera desafio a saúde mental dos estudantes e professores. Aproximadamente a mesma porcentagem, 74,1%, aponta como desafios a falta de envolvimento das famílias e 69,9%, a formação de professores a respeito de aspectos específicos da etapa. Além disso, 64,6% consideram desafiadora a transição do 5º para o 6º ano e 57,2% apontam a questão da infraestrutura das escolas para atendimento da demanda.
Para o presidente da Undime, Luiz Miguel Garcia, os dados do estudo mostram a necessidade de mais atenção para esta etapa do ensino. "Chama a atenção para a educação na sua integralidade. A gente precisa atender às questões socioemocionais, precisa compreender e ajudar as crianças, os jovens e os adolescentes a se situarem. Definitivamente, não dá para fazer uma educação compartimentada, com visão conteudista."
De acordo com a gerente de Desenvolvimento e Soluções do Itaú Social, Sônia Dias, os anos finais do ensino fundamental são uma etapa de muitas mudanças na vida do estudante. Os alunos deixam de ter aula apenas com um professor e passam a ter aulas com professores de áreas específicas. Além disso, é a transição da infância para a juventude, etapa geralmente cursada entre os 11 e 14 anos de idade. Segundo Sônia, todas essas mudanças e transições impactam no processo de ensino e aprendizagem.
"É muito comum que a gente veja nessa faixa etária crianças que não estão prestando atenção, ou que têm muito sono, mas porque o cérebro está em desenvolvimento e muitas vezes ela precisa dessa energia para ela mesma. Muitas vezes, o adolescente que está nessa faixa etária tem momentos de grande questionamento, muitas vezes, de solidão, de medo em relação a mudanças físicas – a voz muda, o corpo muda, é uma fase de grandes inseguranças", diz Sônia Dias.
Diante desse cenário, são necessárias ações específicas. A pesquisa mostra que 54,1% das redes de ensino que participaram do levantamento declaram que não têm uma equipe dedicada à adaptação dos estudantes, na transição do 5º para o 6º ano, e que 27,8% não oferecem espaços e grupos de acolhimento aos alunos. Sobre o envolvimento das famílias, a pesquisa revela que 21% das redes de ensino não implementam, ou implementam com muita dificuldade, estratégias de engajamento dos familiares; 57% implementam com alguma dificuldade e 22% implementam sem dificuldade.
A pesquisa mostrou a necessidade de formação continuada mais alinhada aos desafios desse período escolar. A formação continuada é aquela que o profissional faz ao longo da carreira para desenvolver determinados saberes e se manter atualizado.
Conforme a pesquisa, quase metade das redes, 49,2%, oferta aos professores formações uma vez a cada dois meses para docentes; 26,1%, uma vez a cada seis meses; e 6,8%, uma vez ao ano. As proporções são semelhantes na oferta de formação para outros profissionais, como diretores escolares e coordenadores pedagógicos e pessoal das secretarias.
As temáticas mais ofertadas são formas lúdicas, críticas e participativas de aprendizagem (30,4%), usos de metodologias que promovam a aprendizagem autônoma e participativa (26,9%) e conteúdos específicos das áreas e componentes curriculares (28,4%). Já aquelas menos ofertadas são conteúdos sobre as mudanças e o desenvolvimento da adolescência nos estudantes (19,4%); a implementação de conteúdos de ensino de história e cultura africana e afro-brasileira (19,8%) e abordagens específicas para correção da distorção idade-série e da trajetória escolar (14,4%).
"A formação inicial deixa muitas lacunas e, por isso, a importância maior ainda que a formação continuada exista. É claro que todo profissional precisa se manter atualizado, mas cada vez mais a gente tem visto esse papel indutor e fundamental da formação continuada para os professores", diz a gerente do Itaú Social. Para ela, a formação que existe na maioria das redes pode ser considerada frágil, dada a baixa frequência com que ocorre.
Segundo os dados coletados, as redes apontam como dificuldade a falta de materiais pedagógicos para aplicar os conteúdos das formações em sala de aula (47,7%); a frequência de profissionais nas formações continuadas (51,7%) e mesmo a adesão dos profissionais às formações continuadas (55,1%).
Para Luiz Miguel Garcia, da Undime, a formação inicial dos professores, nas graduações, também precisa ser revista, para se aproximar mais da realidade das escolas e fazer com que os novos profissionais cheguem mais preparados. "A gente vive uma grande crise porque a formação inicial dos professores não traz instrumentos de caráter pedagógico de formação adequada, que aproximem os futuros professores da realidade que vão encontrar no dia a dia", diz Garcia,
Ele afirma que a formação inicial dos professores no Brasil precisa ser repensada para que se consiga sair do modelo conteudista e chegar a processos mais reflexivos. Garcia destaca ainda que a maior parte dos alunos de licenciaturas opta pela modalidade a distância o que, se não houver uma experiência nas escolas prevista no currículo, os distancia ainda mais da realidade das salas de aula.
A oferta de educação integral também está entre os desafios das redes municipais. Em geral, no Brasil, 57,5% das redes respondentes declaram ter ações para expansão ou implantação da educação integral nos anos finais.
Entre as estratégias de ampliação da educação integral, a mais avançada é a oferta de disciplinas eletivas ou atividades extras. Conforme o estudo, 42,8% das redes já implantaram, mas outras 18,5% ainda não têm planos para implementação. Outra iniciativa apontada é o aumento do quadro de professores, concretizado por 39,9%.
O estudo mostra, no entanto, que seis em cada dez redes que implementam alguma estratégia de educação integral têm muita dificuldade com questões financeiras e de infraestrutura.
A educação em tempo integral tornou-se, recentemente, política pública nacional com a sanção da Lei 14.640/2023, que institui o Programa Escola em Tempo Integral. O governo federal vai investir R$ 4 bilhões para ampliar em 1 milhão o número de matrículas de tempo integral nas escolas de educação básica em 2023. A meta é alcançar, até 2026, cerca de 3,2 milhões de matrículas.
Identificar as fragilidades nas redes, segundo Dias, é importante para a busca de soluções. "Apesar de a gente ter essas lacunas e fragilidades, entende que tem muita oportunidade. Os estudantes passam por essas escolas só uma vez. Então, a gente tem a oportunidade de tornar essa experiência educacional para eles a melhor possível, uma experiência que apoie o seu desenvolvimento", diz.
De acordo com Garcia, são necessárias políticas públicas voltadas especificamente para os anos finais do ensino fundamental e que sejam conjuntas. "Os anos finais do ensino fundamental ficaram esquecidos. Isso que estamos fazendo, estamos pautando ações que discutam essa problemática, e discutir o que podemos fazer juntos, essa construção precisa ser conjunta da União, de estados e municípios."
A pesquisa foi feita entre 18 de maio e 26 de junho deste ano. Ao todo, 3.329 dirigentes municipais de ensino de todo o país responderam a um questionário virtual. Juntas as redes de ensino respondentes concentram 3,4 milhões de estudantes dos anos finais do ensino fundamental, o que equivale a 64% do total de 5,3 milhões de alunos dessa etapa na rede pública em todo o país.
Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil
IBATÉ/SP - O segundo semestre letivo da rede municipal de ensino de Ibaté tem início nesta quinta-feira, 27. Cerca de 4,2 mil estudantes voltam às aulas para seguirem o calendário escolar até o dia 19 de dezembro.
O prefeito de Ibaté, José Luiz Parella, destaca que as aulas retornam com novidades, especialmente, no que se diz respeito à segurança de toda a comunidade escolar. “A Prefeitura estará disponibilizando controladores de acesso para intensificar a segurança nas 15 unidades escolares, as quais estão alinhadas para receber as nossas crianças e preparadas para proporcionar um ambiente seguro e acolhedor”, destacou.
Danielle Chaves, secretária municipal de Educação e Cultura, explica que a medida se dá por conta de ataques registrados em unidades escolares de diversas cidades do país. “Graças a Deus, não tivemos nenhum registro desse tipo em Ibaté. Contudo, estamos nos prevenindo com a adoção de novas medidas para aumentar a segurança nas unidades escolares da cidade e, assim, preservar a integridade dos nossos estudantes e profissionais da rede municipal de ensino”, afirmou.
A contratação foi realizada através de processo licitatório e a atuação desses profissionais envolve o controle mais rígido para acesso às unidades escolares, colocando em prática o protocolo de reforço à segurança nas escolas.
Os controladores de acesso atuarão em carga horária escolar, das 6h30 às 17h30, com exceção das Escolas Municipais “Neusa Milori Freddi” e “Brasilina Teixeira Ianoni”. “Essas escolas oferecem a modalidade de ensino EJA [Educação de Jovens e Adultos], as quais serão atendidas até às 23h30”, enfatiza a secretária de Educação e Cultura.
Além dos controladores de acesso, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura informa que todas as unidades escolares possuem câmeras de segurança que monitoram a entrada e saída de alunos, professores, diretores e servidores das escolas, além de cerca elétrica, concertinas e alarme.
Os diretores escolares também seguem orientados sobre o reforço das medidas de segurança das escolas, dentre eles, manter portões e portas de acesso trancadas, e proibir a entrada de qualquer pessoa estranha ao quadro de funcionários das escolas. Já os alunos das escolas de ensino infantil, popularmente chamada de Creche, continuarão sendo recebidos pelos professores no portão de acesso à unidade escolar, assim como fora no primeiro semestre.
Outra medida de segurança que segue no segundo semestre é a intensificação das rondas pela Guarda Municipal, durante o período escolar. “Toda a corporação estará em contato constante com o serviço de inteligência da Polícia Militar e da Polícia Civil, prestando todo apoio e patrulhamento necessário para inibir qualquer situação estranha ao cotidiano escolar”, destacou o comandante da GCM, Vitor Reis.
O prefeito de Ibaté, José Luiz Parella, destaca que todas as medidas para melhorar a segurança da comunidade escolar estão sendo tomadas para garantir que as crianças tenham um novo semestre de muito aprendizado e com segurança. “Precisamos cuidar do que nos é mais precioso, que são as nossas crianças. Desejo um novo semestre de muito aprendizado para todos. Que possamos ser cada vez mais exemplo e avançar fazendo o nosso melhor”, finalizou.
BRASÍLIA/DF - Os secretários estaduais de educação entregaram na segunda-feira (3), em conjunto, ao Ministério da Educação (MEC), uma proposta de readequação do Novo Ensino Médio. Para o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a revogação total da lei que institui o Novo Ensino Médio é “completamente inviável”. A entrega do documento foi feita em audiência pública transmitida online.
Diante das especificidades tanto regionais quanto de oferta do ensino no país, o Consed defende que sejam elaboradas orientações, em conjunto com os estados, para a oferta do ensino médio noturno, educação de jovens e adultos (EJA) e também para estudantes de ensino médio do campo, quilombolas, indígenas, jovens ribeirinhos, jovens com deficiência e outros públicos não hegemônicos.
Além disso, os secretários ressaltam a necessidade de investimentos para melhoria da infraestrutura das escolas. Segundo eles, propor “parâmetros mínimos” para a diversidade de cenários e realidades educacionais e escolares do Brasil como pré-requisito para implementação da reforma inviabiliza a implementação. "Quaisquer parâmetros mínimos de qualidade devem ser estabelecidos a partir de um plano nacional de investimentos suficientes para alcançá-los, estruturado em regime de colaboração”, diz o documento divulgado.
Os secretários defendem ainda a manutenção da possibilidade de oferta de educação a distância (EaD), preferencialmente, para Itinerários formativos com critérios de oferta definidos pelos sistemas de ensino. Os itinerários formativos são a parte do ensino médio que pode ser escolhida pelo estudante, mediante a oferta de cada rede de ensino.
Também defendem que 300 horas dentre aquelas que seriam destinadas aos itinerários possam ser usadas para recomposição de aprendizagens, estudos orientados e outros componentes.
Para o Consed, a revogação do Novo Ensino Médio não é o caminho para tornar essa etapa mais atrativa ao estudante. “Não é razoável pensar em descartar todo esse esforço técnico e financeiro despendido pelas redes estaduais ao longo dos últimos anos. Além de inviável, essa opção, em nenhum momento, foi considerada pelos gestores estaduais, que são os responsáveis pela etapa de ensino na rede pública”, diz o texto.
Os estados brasileiros e o Distrito Federal são responsáveis pela maior parte das matrículas do ensino médio. Do total de 7,9 milhões de matrículas nessa etapa de ensino registradas pelo Censo Escolar 2022, as secretarias estaduais de Educação são responsáveis por 84,2%, atendendo a 6,6 milhões de alunos na rede pública.
O Novo Ensino Médio está previsto em lei aprovada em 2017. Com o modelo, parte das aulas será comum a todos os estudantes do país, direcionada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Na outra parte da formação, os próprios alunos poderão escolher um itinerário para aprofundar o aprendizado. Entre as opções está dar ênfase, por exemplo, às áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ao ensino técnico. A oferta de itinerários vai depender da capacidade das redes de ensino e das escolas.
O modelo é alvo de polêmica. Alguns setores do campo educacional querem a revogação do currículo que começou a ser implantado em 2022. Outros são contra a revogação e defendem a revisão. Entre aqueles que são contrários ao modelo, um dos argumentos é que ele amplia as desigualdades entre os estudantes e entre as redes de ensino.
Nesta segunda-feira (3) são realizados os últimos eventos previstos no cronograma divulgado pelo MEC no âmbito da Consulta Pública para Avaliação e Reestruturação da Política Nacional de Ensino Médio. Além da audiência com o Consed ocorre o 12º Webinário com Especialistas, também transmitido online.
Desde o dia 15 de junho está aberta a Consulta Pública para Avaliação e Reestruturação da Política Nacional do Ensino Médio on-line. O prazo para participar termina sexta-feira (6). A ideia é escutar estudantes, professores e gestores para compreender seus conhecimentos e suas expectativas sobre o tema. A consulta é feita Pesquizap – um chatbot de WhatsApp especialmente projetado para coletar e mensurar os resultados da pesquisa.
Por Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
IBATÉ/SP - Dia 18 de abril, Dia Nacional do Livro Infantil, a Rede Municipal de Ensino de Ibaté celebrou a data com atividades que integram o calendário escolar.
As escolas prepararam uma programação de incentivo à leitura, com atividades que aproximam os alunos dos livros e valorizam a data, que marca o nascimento de Monteiro Lobato, escritor brasileiro que ganhou notoriedade com suas obras voltadas às crianças. O sítio do Pica-pau amarelo e seus personagens são considerados uns dos mais conhecidos do mundo Infantil.
Esta importante ação visa despertar curiosidade nas crianças por meio da imaginação das histórias contadas.
De acordo com a secretária de educação municipal, Danielle Garcia Chaves, algumas escolas estão realizando trabalhos de leitura, pesquisas, apresentações e contação de histórias. “A programação tem como por objetivo estimular o gosto pela leitura, oportunizando aos alunos práticas de leitura nos três níveis de expressão: escrita, oral e visual. Uma maneira também de incentivar os pequenos a frequentar a Biblioteca Municipal, buscando lazer e informação”, destacou.
O Sítio do Pica-pau Amarelo nunca esteve tão perto da Escola Municipal “Professora Maria Luiza B. Danieli”. Os alunos participaram de uma edição de contação de histórias, ministrada pela escritora e pedagoga Rita Cândido, do Canal “Tantos Contos”, abordando clássicos da literatura em comemoração ao Dia Nacional do Livro Infantil.
E não só neste dia, mas diariamente os alunos são incentivados a ler e recontar as histórias. “Esse deve ser um hábito estimulado desde muito pequenos. Com a aproximação dos livros despertamos a imaginação, a curiosidade e a comunicação das crianças”, explica a diretora da escola Rayana Longhin Lourenço. Acrescenta ainda: “é gratificante ver crianças tão interessadas nos livros. O estímulo à leitura ainda na infância desperta nos estudantes a criatividade e as habilidades necessárias para toda a vida”, concluiu.
“Quem escreve um livro cria um castelo, quem o lê mora nele”. Monteiro Lobato
BRASÍLIA/DF - O Ministério da Educação (MEC) está elaborando uma programação de consultas públicas, pesquisas e eventos para discutir a implementação do Novo Ensino Médio no país. O cronograma deve ser anunciado no próximo dia 24 de abril, informou a secretária executiva do MEC, Izolda Cela, na terça-feira (18), durante evento da organização Todos pela Educação, em Brasília. O primeiro evento deve ser um webinário com especialistas, no próprio dia 24.
Já em maio, o MEC deve lançar uma consulta via WhatsApp que deve alcançar cerca de 100 mil estudantes e professores. Os detalhes sobre como isso deve funcionar ainda serão anunciados.
"Dia 24 vai sair o calendário com a programação. A programação está com as datas previstas", disse a secretária executiva.
Além de webinários com especialistas, haverá eventos organizados pelos Conselhos Estaduais de Educação e organizações do movimento estudantil, de forma regionalizada. Segundo Izolda Cela, a ideia é que essas atividades sejam semiestruturadas para evitar a polarização do tema, já que não estará em discussão a revogação do Novo Ensino Médio.
"A gente deve tentar evitar a polarização, essa discussão plebiscitária tipo é isso ou aquilo. Isso não vai nos ajudar. Queremos extrair qualidade, proposição, situações reais que nos direcionem para medidas de implantação, ritmo de implantação, alguma alteração no desenho currículo", afirmou.
Também estão previstas pesquisas com mais de 2 mil questionários e pesquisas qualitativas com grupos focais.
No início do mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia declarado que o governo federal não vai revogar o Novo Ensino Médio. Em café da manhã com jornalistas, ele afirmou que a decisão de suspender o cronograma nacional de implementação foi para 'aperfeiçoar' o modelo educacional.
A revogação do Novo Ensino Médio tem sido uma reivindicação de entidades estudantis e de muitos especialistas. No início do mês, o governo federal oficializou a suspensão do cronograma de implementação da nova etapa de ensino. Antes disso, em março, o MEC já havia anunciado a consulta pública para avaliação e reestruturação da política nacional de ensino médio, que ainda deve durar cerca de dois meses, com possibilidade de prorrogação.
Organizações da sociedade civil esperam que o governo assegure uma participação ampla da comunidade escolar nas diversas etapas de consulta pública.
"É importante que o processo de consulta pública ocorra com celeridade e transparência, contemplando a participação de toda a comunidade escolar. Alunos e alunas, professores e professoras, especialistas e entidades da área. É um momento importante para focar nas soluções dos problemas que estão sendo observados e fazer mudanças significativas, para termos um verdadeiro novo ensino médio", opina Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos pela Educação.
Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil
BRASÍLIA/DF - Pressionado por críticas crescentes de educadores e estudantes, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai suspender a implementação do novo ensino médio. Uma portaria deve ser publicada nos próximos dias com a alteração do cronograma para as mudanças.
O texto também vai sustar a reforma do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) prevista para 2024, que adequaria o exame ao novo formato da etapa final da educação básica. O Enem é a principal porta de entrada para o ensino superior público no país.
Essa suspensão ocorrerá, inicialmente, no período previsto para a consulta pública sobre o tema. Iniciada em março, a consulta tem 90 dias de duração, com possibilidade de prorrogação, e mais 30 dias para o MEC (Ministério da Educação) elaborar um relatório que vai definir o futuro da política.
A alteração do cronograma não anula a reforma, mas tira a obrigatoriedade das redes de ensino de continuarem processo de implementação durante esse tempo, na avaliação de integrantes da equipe do MEC. Na prática, as aulas para os estudantes que já estão sob as novas regras não devem sofrer mudanças, mas as escolas terão autonomia para avançar ou não com as adaptações, que vêm sendo alvo de críticas e de protestos.
O novo modelo de ensino médio começou para os alunos do 1º ano em 2022, e o calendário atual, que deve ser anulado, prevê a implantação para o 2º ano em 2023 até chegar no 3º em 2024.
A mudança no prazo foi a saída encontrada pelo governo para acalmar os ânimos dos críticos e evitar maiores impactos à imagem do governo e do presidente Lula. Uma revogação total da medida dependeria de atuação do Congresso, por ter ocorrido por lei, mas a alteração no prazo é possível porque o cronograma foi definido por outra portaria, de julho de 2021.
A principal consequência imediata da decisão recai sobre o Enem. O exame continuará em 2024 com o formato atual, e não será reformulado como estava previsto.
Em entrevista ao jornal Diário do Nordeste, o ministro da Educação, Camilo Santana, disse que será suspensa "qualquer mudança no Enem em relação a 2024 por conta dessa questão do novo ensino médio". Questionado sobre detalhes da medida, o MEC não respondeu.
Apesar da pressão, Camilo se opõe à revogação do novo ensino médio. Ele defende ajustes no modelo e que a demolição da medida seria um retrocesso.
A portaria com a suspensão tem anuência da equipe próxima ao presidente Lula. A avaliação do Palácio do Planalto é de que o governo tem sofrido desgastes exagerados ao manter a reforma, sobretudo entre estudantes os jovens não representariam uma base consolidada de apoio ao presidente porque não viveram os anos dos dois mandatos de Lula.
O novo ensino médio foi aprovado em 2017, a partir de medida provisória (que acelera a tramitação legislativa), e prevê a organização da grade horária em duas partes.
Pelas novas regras, 60% da carga horária dos três anos são compostos por disciplinas regulares, comuns a todos os estudantes. Os outros 40% são destinados às disciplinas optativas dentro de grandes áreas do conhecimento, os chamados itinerários formativos.
A implementação do novo formato se tornou obrigatória em 2022 e tem registrado uma série de problemas. Os estudantes reclamam, principalmente, de terem perdido tempo de aula de disciplinas tradicionais. Há casos de conteúdos desconectados do currículo e de falta de opções para os estudantes.
A suspensão não agrada a secretários estaduais de Educação, que argumentam ter realizado trabalho importante para estruturar o novo modelo. Mais de 80% das matrículas do ensino médio estão nas redes estaduais.
Vitor de Angelo, presidente do Consed (órgão que reúne os dirigentes estaduais de Educação), disse que a entidade se mantém favorável à continuidade da política. Para ele, a suspensão é uma medida radical, que pode desperdiçar o investimento de recursos financeiros, humanos e de tempo empenhados pelas redes para colocar o modelo em prática.
"Suspender ou revogar a lei do novo ensino médio significa que é preciso ter alguma proposta para colocar no lugar do que temos. E até agora não há nada. Então, vamos voltar ao que tínhamos antes? Para um passado que não funcionava? Não existe vazio na educação, suspender, sem ter proposta, significa voltar ao modelo antigo que não funcionava", diz.
Desde o início deste ano, estudantes, professores e especialistas da área cobram do governo Lula a revogação do novo ensino médio. A reivindicação motivou um protesto em 15 de março, em uma primeira rusga de entidades estudantis com a gestão petista.
ITINERÁRIOS DO NOVO ENSINO MÉDIO SÃO ATÉ SORTEADOS
Criados com o objetivo de dar aos jovens a opção de escolher uma área para aprofundar os estudos, os itinerários do novo ensino médio estão, na prática, sendo impostos e até mesmo sorteados entre os estudantes nas escolas estaduais do país, como mostrou a Folha.
Por falta de professores, espaço físico, laboratórios e turmas lotadas, as escolas não conseguem atender a opção feita por todos os alunos e acabam por colocá-los para cursar os itinerários disponíveis. Sem ter a escolha respeitada, os estudantes têm 40% das aulas do ensino médio em áreas que não são as de seu interesse.
A consulta pública instituída pelo MEC prevê audiências públicas, oficinas de trabalho, seminários e pesquisas nacionais com estudantes, professores e gestores escolares sobre a experiência de implementação do novo ensino médio em todos os estados.
ENTENDA O NOVO ENSINO MÉDIO
O QUE É
Política aprovada em 2017, por medida provisória, durante Temer (MDB), definiu que parte da carga horária seria escolhida pelos estudantes para que pudessem aprofundar os conhecimentos na área de maior interesse
ESTRUTURA
Ampliou o número de horas de aulas anuais obrigatórias para a etapa, passando de 800 para ao menos 1.000. Assim, a carga horária total do ensino médio foi ampliada em 25%, de 2.400 para 3.000 horas, sendo:
60% reservados para a carga horária comum, com as disciplinas regulares
40% formados por optativas dentro de cinco grandes áreas do conhecimento, os chamados itinerários formativos
LIMITAÇÕES
Ao longo dos três anos da etapa, o tempo dedicado às disciplinas tradicionais não pode ultrapassar 1.800 horas. Como antes as escolas tinham 2.400 horas para distribuir as aulas das matérias comuns, na prática, o teto reduziu o tempo dedicado exclusivamente para disciplinas como matemática, português, história e geografia
DEFINIÇÃO DE ITINERÁRIOS E DISCIPLINAS
A lei diz que as redes de ensino têm liberdade para definir quais itinerários e disciplinas querem criar, desde que estejam dentro de uma das cinco áreas do conhecimento estabelecidas
PARA QUEM VALE
Todas as escolas públicas e privadas do país. Cerca de 7 milhões de estudantes foram impactados com a política, a maioria deles (cerca de 85%) estão matriculados em escolas das redes estaduais de ensino
PRAZOS
A lei estabeleceu um prazo de cinco anos para as redes de ensino se prepararem, seguindo o seguinte cronograma:
1º ano do ensino médio em 2022
2º ano em 2023
Todos os três anos da etapa até 2024
Muitas redes, no entanto, começaram a implementação antes, como a rede estadual paulista, que iniciou o processo em 2021.
por PAULO SALDAÑA E ISABELA PALHARES / FOLHA de S.PAULO
BRASÍLIA/DF - O novo ensino médio começou a ser implementado nas escolas brasileiras, públicas e privadas, no ano passado. Entretanto, pesquisa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Social da Indústria (Sesi) sobre as mudanças que estão sendo realizadas aponta que 55% da população estão pouco ou nada informados sobre o modelo e apenas 15% estão informados ou muito informados.
Para o professor da Faculdade de Educação e coordenador do grupo de pesquisa Observatório Jovem do Rio de Janeiro da Universidade Federal Fluminense (UFF), Paulo Carrano, o resultado não é estranho porque, de fato, essa política pública foi feita “na improvisação”, sem o diálogo necessário com a sociedade, em especial com a comunidade escolar de base, alunos, professores e gestores.
“Estamos diante do desafio de uma formação cidadã, que incorpore também a formação de valores democráticos, não apenas de acesso ao conhecimento. E isso tem que ser feito com muito diálogo”, disse, em entrevista à Agência Brasil.
O novo ensino médio foi aprovado por lei em 2017, durante o governo do ex-presidente Michel Temer, com o objetivo de tornar a etapa mais atrativa e evitar que os estudantes abandonem os estudos.
“Tivemos um vácuo de democracia, de institucionalidade federal anterior, e agora estamos com oportunidade de retomar o caminho. A expectativa que eu tenho é que se possa abrir, daqui pra frente, um amplo processo de conversação. Temos um déficit de escuta dos estudantes e eles têm muito a dizer sobre que tipo de escola eles querem.”
A implementação ocorre de forma escalonada até 2024. Em 2022, ela começou pelo 1º ano do ensino médio com a ampliação da carga horária para pelo menos cinco horas diárias. Pela lei, para que o novo modelo seja possível, as escolas devem ampliar a carga horária para 1,4 mil horas anuais, o que equivale a sete horas diárias. Isso deve ocorrer aos poucos.
Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), mesmo em meio à pandemia de covid-19, as secretarias estaduais mantiveram o cronograma e todos os estados já estão com os referenciais curriculares do novo ensino médio homologados.
Entretanto, segundo Carrano, há um descompasso entre ideias e condições objetivas de realização. Ele explica que a implementação ocorre com professores insatisfeitos pela desorganização que a reforma promoveu no cotidiano escolar, diante da falta de estrutura e laboratórios necessários nas escolas públicas para oferecer a pluralidade que a reforma do ensino médio promete.
“É uma proposta que poderia ser melhor aproveitada se tivesse sido precedida por reformas estruturais nas escolas, onde professores tivessem mais tempo e dedicação exclusiva, que é uma reivindicação antiga da categoria docente, para dar sustentação àquilo que aparece na reforma como princípio, que é a possibilidade de escolher caminhos formativos.”
Apesar da baixa informação, de pouca discussão na sociedade sobre a reforma, há uma ampla concordância com relação aos princípios da política. De acordo com a pesquisa, quando são listadas as principais mudanças, mais de 70% dos brasileiros aprovam as principais diretrizes, incluindo a escolha dos itinerários e novo modelo de currículo.
Com o novo modelo, parte das aulas será comum a todos os estudantes do país, direcionada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Na outra parte da formação, os próprios alunos poderão escolher um itinerário para aprofundar o aprendizado. Entre as opções, está dar ênfase, por exemplo, às áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ao ensino técnico. A oferta de itinerários, entretanto, vai depender da capacidade das redes de ensino e das escolas.
Em 2023, a implementação segue com o 1º e 2º anos e os itinerários devem começar a ser implementados na maior parte das escolas. Em 2024, o ciclo de implementação termina, com os três anos do ensino médio.
Entre os resultados da pesquisa, a possibilidade de o estudante fazer um curso técnico durante o ensino médio é aprovada por 9 em cada 10 pessoas. Para o diretor-geral do Senai e diretor-superintendente do Sesi, Rafael Lucchesi, como pouco mais de 20% de quem está no fluxo educacional vai para a universidade, essa possibilidade é muito importante.
“A reforma tem como aspecto positivo entender que o ensino médio é um período de transição, em que parte dos jovens vai a universidade e parte vai para o mercado de trabalho. Trazer a educação profissional para educação regular foi um grande avanço, porque em todos os países, a maior parte dos jovens não vai para a universidade; no Brasil, pouco mais de 20% vão para universidade. Então, não podemos ignorar a maior parte dos estudantes que estão nas escolas e a importância do ensino médio é esse impulsionamento para o seu projeto de vida e carreira a partir de suas vocações”, disse.
Entre os desafios de implementação, Lucchesi cita a formação e capacitação de professores, a comunicação com a sociedade, em especial as famílias, e a incorporação do itinerário de educação técnica profissional, que deve demandar parcerias com outras instituições.
Segundo o professor Paulo Carrano, o Brasil já tem experiências exitosas no ensino médio profissionalizante, como os centros federais de Educação Tecnológica, os institutos federais e algumas escolas estaduais bem organizadas, com infraestrutura e professores valorizados.
“As pessoas reconhecem a importância de que o ensino médio de fato seja uma educação superior em si e não um degrau para a universidade, que ele seja capaz de formar um cidadão, com valores democráticos, capaz de enfrentar os desafios de uma sociedade do conhecimento como temos hoje, que encontrem no ensino médio uma identidade técnico profissional e que ao final da educação básica possa cursar o ensino superior se assim o desejar”, disse.
Outros resultados da pesquisa apontam que 87% dos entrevistados aprovam o aluno fazer escolhas dentro do currículo que estejam relacionadas à carreira que pretende seguir; 75% aprovam a possibilidade do aluno escolher parte das disciplinas que pretende cursar; 72% aprovam novo modelo de currículo; e 69% aprovam aumento da carga horária.
Para Carrano, apesar do desconhecimento sobre o ensino médio, tal como foi redesenhando, a população está valorizando coisas que são importantes e que estão previstas em lei como missão dessa última etapa da educação básica.
“O que as pessoas estão reivindicando não é necessariamente a defesa do novo ensino médio, mas um escola pública de qualidade”, disse. “Se substituir [nas perguntas da pesquisa] ‘novo ensino médio’ por ‘escola de qualidade’, as pessoas vão dizer ‘sim, eu quero uma escola que tenha liberdade de escolha, que permita a formação técnico profissional do estudante e uma escola que ofereça as ferramentas necessárias para que os jovens aumentem seus repertórios e possam ser cidadãos completos’”, explicou.
É temeroso, entretanto, para o pesquisador, a substituição de disciplinas que são importantes “para enfrentar a complexidade do mundo do conhecimento”, como filosofia, história e sociologia, por outros arranjos de ensino relacionados ao mercado de curto prazo e a modismos.
“Um professor me reclamava que retiraram a carga horária de sociologia para colocar a formação de influencer e outros nomes que são folclóricos, que têm a ver com essa velocidade do mercado, das indústrias culturais. Ainda que a escola tenha que dialogar, ela não pode ser refém desses tempos tão velozes, ela tem ser um lugar de segurança, de tempo mais lento, de elaboração mais cuidadosa do conhecimento. Ela não deve apenas espelhar aquilo que os mercados estão demandando”, destacou.
A boa aceitação das mudanças vem acompanhada do fato de que o ensino médio é a segunda etapa escolar com pior avaliação no que diz respeito à qualidade. De acordo com a pesquisa, a alfabetização aparece em primeiro, com 20% dos entrevistados avaliando essa etapa como ruim ou péssima, seguida pelo ensino médio, com 14%. O ensino fundamental tem 13% de reprovação e as creches, 11%. Já 8% da população avaliam como ruins ou péssimos o ensino técnico e o superior.
A última etapa da formação básica deve preparar os jovens para o início da trajetória profissional. Mas, para a maioria dos brasileiros, isso não tem acontecido: 57% acreditam que os estudantes concluem a educação básica pouco ou nada preparados para o ensino superior. Só 1 em cada 10 (13%) acha que o aluno sai bem preparado.
Quando a pergunta é se o ensino médio prepara para o mercado de trabalho, o índice se repete: 57% acham que prepara pouco ou nada. Apenas 14% dos brasileiros avaliam que o estudante termina o 3º ano preparado para ingressar no mundo do trabalho.
Além da falta de atratividade, uma das dificuldades que precisa ser resolvida, segundo o professor Paulo Carrano, é a própria condição do estudante, principalmente o estudante pobre, de permanecer na escola. “É preciso pensar nas condições objetivas para que professores deem boas aulas, mas se esse estudante não conseguir estar na escola por falta de condições econômicas, de mobilidade ou de segurança, não teremos estudantes para dialogar”, argumentou.
A percepção de que o ensino médio não tem cumprido seu propósito e a avaliação positiva das principais mudanças previstas no novo modelo se desdobram em expectativas. Entre quem está muito informado ou informado sobre o novo ensino médio, 55% acreditam que o potencial para melhorar a formação do aluno é grande ou muito grande. Na população geral, esse índice é de 40%.
Outros resultados da pesquisa apontam que 83% acreditam que o novo ensino médio desenvolverá os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para os jovens; 83% que as escolas brasileiras formarão jovens mais preparados para os desafios e demandas do atual mercado de trabalho; e 80% acham que promoverá a elevação da qualidade do ensino no país.
Para Paulo Carrano, entretanto, é preciso avaliar com cuidado e dialogar sobre as mudanças e incorporações curriculares. Para ele, um dos desafios em se largar repertórios inovadores é a adequada formação dos professores. “Embora haja professores fazendo coisas interessantes, têm outros improvisando de maneira inadequada”, disse
Ele destaca, por exemplo, o Projeto de Vida, que é um componente curricular do novo ensino médio ligado ao desenvolvimento de competências socioemocionais do estudante, para que ele construa sua própria trajetória profissional, acadêmica e pessoal com autonomia.
“Eu vejo com bons olhos, os jovens têm dito que se sentem muitos sozinhos para fazer as escolhas dos caminhos formativos e, com toda dificuldade, eles têm gostado de ter alguém conversando sobre o futuro. Mas como está sendo feito? O Projeto de Vida está sendo pensado como escuta profunda sobre as reais condições de tomada de decisões para se fazer escolhas ou está sendo feito muito mais como oficina motivacional futurista e muitas vezes tentando convencer o jovem que ele não pode sonhar mais do que ele gostaria de sonhar?”, questionou Carrano.
A pesquisa do Senai e do Sesi ouviu 2.007 brasileiros, com idade a partir de 16 anos, em abordagem domiciliar, de 8 a 12 de dezembro de 2022, nos 26 estados e no Distrito Federal. A amostra repete o perfil da população brasileira segundo renda, região e perfil da cidade (capital, região metropolitana e interior). A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
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